Ainda estou por saber, exactamente, qual é o papel de um Presidente da República, para além de ser o garante da coesão e da independencia nacional, e do regular funcionamento das instituições democráticas. Tudo junto, isto deveria resumir muita coisa, mas na prática [que é o que conta], não vale nada de especial.
Vejamos. Não tendo poderes de executivo, o PR tem contudo outro tipo de poderes que apenas dependem da sua vontade, ou consciência cívica. O ponto 3 dos deveres de um PR, diz claramente isto:
"No plano das relações com a Assembleia da República, o
Presidente da República pode dirigir-lhe mensagens, chamando-lhe assim a
atenção para qualquer assunto que reclame, no seu entender, uma
intervenção do Parlamento.
Pode ainda convocar
extraordinariamente a Assembleia da República, de forma a que esta
reúna, para se ocupar de assuntos específicos, fora do seu período
normal de funcionamento.
Pode, por fim, dissolver a
Assembleia da República com respeito por certos limites temporais e
circunstanciais, e ouvidos os partidos nela representados e o Conselho
de Estado -, marcando simultaneamente a data das novas eleições
parlamentares. A dissolução corresponde, assim, essencialmente, a uma
solução para uma crise ou um impasse governativo e parlamentar."
Como vemos, o Presidente tem, estaturiamente, a liberdade de contactar o Parlamento e lhe chamar a atenção para o que bem entender, desde que o assunto possa pôr em causa qualquer dos deveres que jurou defender. No âmbito do regular funcionamento das instituições democráticas, Constituição, órgãos do poder e da justiça, haverá alguma destas que controle e regule efectivamente outros órgãos de influência, como a comunicação social, por exemplo? Em teoria, isto é, se a resposta apontar para as famosas Altas Autoridades Reguladoras, podemos dizer que existem várias entidades, só que não funcionam de todo. Quem as representa, será naturalmente pago para a função, mas na realidade não a desempenha de forma convincente. Só negam esta evidência os visados, como se compreenderá...
A RTP, a estação de tv que devia representar o Estado, sem o envergonhar, pelo contrário, continua apostada em usar do mais primário sectarismo, e a fazer do canal sustentado por todos os portugueses, um veículo descarado de propaganda clubística ao serviço de Lisboa. E mais uma vez, não vislumbramos da parte das referidas instituições, incluindo a Presidencia da República, qualquer esboço na defesa do mais sagrado dos direitos, que é o respeito pela "saúde" da democracia. Falsear coisas, inverter prioridades, ou viciar dados em democracia, é 1000 vezes mais grave que numa ditadura, porque daí à degeneração numa ditadura pior que a anterior é um passinho muito curto. As ditas instituições de soberania, como Procuradoria Geral, altas autoridades e a própria Presidencia da República, ou andam cegas, ou são incompetentes, ou são desonestas, porque mais uma vez, voltamos a assistir da parte da RTP, a comportamentos "dignos" do terceiro mundo, em termos de rectidão.
A RTP, os seus dirigentes e funcionários comportam-se como um autentico bando de malfeitores dispostos a executarem qualquer trabalho, desde que lhes paguem, ou que lhes preservem o emprego. Nota-se que lá dentro anda instalado o medo, todos sentem que têm de ser a voz do dono. O direito à indignação, à auto-crítica com o serviço prestado, não passa de uma miragem. Os [e as] trabalhadore(a)s, são meros paus mandados que nem os carros topo de gama [de alguns] que conduzem, podem disfarçar. Aquilo é carne para canhão, sem amor nem convicções próprias. Não serei eu quem os apoiará se um destes dias forem para o olho da rua, como alguns já foram, porque dos fracos a história não reza, e eu não me compadeço com rastejantes, de fatos Armani e carteiras Louis Vouitton. Serão sempre gentinha.
Escuso-me a detalhar factos, porque eles são por demais conhecidos dos leitores. O certo, é que a propaganda que UM CANAL DO ESTADO (sim, sr. Presidente da República), DO ESTADO, anda a fazer arbitrariamente ao Benfica, está paredes meias com o que de pior se fez na Alemanha nazi, de Hitler. Terá porventura também V. Exa., alguma espécie de orgulho com a comparação? Apesar de tudo, de não gostar ouví-lo a proferir essas declarações, prefiro que continue a "orgulhar-se" dos nossos emigrantes...
A verdade, sabe, é que V. Exa., a prosseguir por esse caminho de corta-fitas, não me faz falta nenhuma, enquanto cidadão. Nem a alguns como eu [que espero sejam cada vez mais].
A verdade, sabe, é que V. Exa., a prosseguir por esse caminho de corta-fitas, não me faz falta nenhuma, enquanto cidadão. Nem a alguns como eu [que espero sejam cada vez mais].