16 março, 2017

Troquem o nome às «elites», por favor

                 PS/PSD/CDS/BANCA, uma
                 "coligação"multipartidária
                imaculada...
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Elites, designação charlatã para: fina-flor, alta-roda, nobreza, melhores elementos de uma sociedade...

Para um país com uma estimativa aproximada de 10 milhões, e quinhentos mil habitantes (censos de 2011), com um ordenado mínimo nacional de 557 euros (só aprovado em 2017), o número de políticos e agentes financeiros envolvidos em negócios de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais, é demasiado elevado e indecente para um verdadeiro Estado de Direito.

Podíamos apontar muitos mais à lista de infractores «elitistas» acima identificados, anteriores e mais recentes, mas não vale a pena. É um problema endógeno à política nacional e à degradação das chamadas sociedades modernas. Sendo isto real, apesar das tentativas deseperadas para o negar da parte dos visados, o drama para nós cidadãos, é que o sistema judicial tem-se mostrado incapaz de investigar e julgar em tempo útil esta profusão de crimes económicos com consequências directas para o bolso dos contribuintes, o que agrava a abrangência desses crimes. Sim, porque se no caso da Operação Marquês os indícios que chegaram a público sobre o comportamento de Sócrates deixam muito a desejar, é intolerável que depois de alongar dois prazos para o encerramento do processo, a Procuradoria Geral da República preveja um terceiro, de mais 60 dias...

Sabendo da dificuldade que há para incriminar crimes de colarinho branco, das duas uma, ou os investigadores são incompetentes, ou pactuam com mecanismos legais contraditórios que lhes dificultam a acumulação das respectivas provas. Deixar um homem publicamente, e tanto tempo, a passar por criminoso, sem reunir provas, é quase tão grave como os supostos crimes de que o acusam, e isso acabará por se virar contra a própria acusação, que, na impossibilidade de os poder provar, será provavelmente obrigada a indemnizar Sócrates.

Pessoalmente, e dando como correctos todos os indícios que são do conhecimento público, tenho a convicção que houve de facto grande marosca da parte do ex-1º.Ministro, e que o esquema por ele engendrado, sendo inteligente, é, por esse motivo, muito complexo de investigar, e sobretudo de provar. Mas, a Justiça não pode ser tão lenta a decidir, porque, por mais razões que tenha, desta maneira, nunca poderá alegar que sentenciou com Justiça.

De resto, o que torna estes casos mais lamentáveis e perigosos, é efectivamente a dificuldade em prová-los, o que não deixa de constituir um forte estímulo para outras «elites» políticas e sociais com vocação para a roubalheira. Governar, já sabemos, não governam, mas já para estas manobras de bastidores obscuras não lhes falta talento - ou, precisando - impudor.

Concluindo: ninguém fica bem nesta fotografia.

13 março, 2017

Prendam-me, que cometi uma heresia!

Resultado de imagem para rui gomes da silva esposa
Rui Gomes da Silva, tudo,
menos alguém respeitável

Venerabilíssimos* deputados, governantes e similares: 

Muito regozijado ficaria se soubesse que neste preciso momento alguém da vossa linhagem lesse estas palavras, porque é especialmente à vossa casta que me dirijo. 

Esqueçam, por momentos,  aquilo que vos e nos separa, e também o que vos une. Ignorem (se fôr possível, claro), a partidarite aguda, os fanáticos vínculos clubistas, os favores, os compromissos, as rivalidades, as invejas. Façam um esforço, procurando, ainda que por uns instantes, reavaliar seriamente a vossa condição de políticos, o respeito devido ao povo, e confrontem-na com as duas faces da moeda: teórica e prática... 

Se corarem com os resultados, já não é mau, será sinal que ainda conhecem o significado da palavra vergonha. Se não perceberem a mensagem, então é bem pior, porque ficamos a saber - corrijo -, com a certeza, que além de desavergonhados, vossas "excelências" são burros. 

Sim, burros, eu disse burros! Notem que chamar burro a alguém, nem sequer é o pior dos insultos, segundo os vossos próprios padrões, até porque foram (e são) vocês mesmos que em diferentes palcos (do Parlamento, às Televisões), nos ensinaram que a democracia também comporta e aceita o insulto ordinário, bem como a falta de respeito, entre outras modernices...  

Apresentado que foi o meu pedido, e agradecida a v/ boa vontade, questiono:

o exemplar da foto acima representado, corresponderá à imagem do político-tipo que cada um de vós idealiza para si mesmo? 

Segunda pergunta:

terá sido feliz, séria, e competente, a decisão que o ex-1º.Ministro, Pedro Santana Lopes, tomou, quando em 2004 nomeou RGS para Ministro dos Assuntos Parlamentares, e mais tarde, para Ministro Ajunto do 1º.Ministro? 

Última questão:

acreditam que este modelo tão frágil de democracia (só para os cidadãos), em que indivíduos com o perfil de Rui Gomes da Silva chegam a ministros, os eleitores lúcidos se predisponham a votar, ou mesmo a acreditar, em políticos da sua estirpe?

O remetente, agradece a resposta aos respeitáveis destinatários (de todos os partidos).

*o «venerável» é irónico, e o superlativo absoluto simples, também...

PS-A resposta à 2ª questão, lembrei-me agora mesmo, foi dada há poucos dias. O amigo Santana Lopes chamou o amigo Rui Gomes da Silva para colaborar com ele na Santa Casa da Misericórdia. Muito fazem pelo país estes políticos. Pelo país, é verdade, sim senhor!