Como "bom" portista, o meu dever era ficar muito satisfeito com a victória desta noite no Dragão sobre essa temível equipa que dá pelo nome de União da Madeira. Até porque os jogadores tiveram garra, como alguns dizem, pensando que a garra tudo resolve. A verdade é que não resolve, porque o golo da salvação surgiu ironicamente de um dos jogadores que pior jogou (Corona).
Quando a famosa garra é acompanhada de uma sucessão de passes e cruzamentos errados, quando os jogadores têm medo de rematar à baliza, e dão todo o tempo do mundo aos adversários para reorganizarem a defesa, quando a opção inteligente era rematar rapidamente, não há garra que nos valha. Às vezes, só às vezes, o que pode haver é sorte, como foi o caso desta noite. Tanto assim é, que mesmo quando ganhávamos por 2-0, tinha dúvidas da victória do FCPorto, tal era a anarquia do futebol portista. Como tal, custa-me muito dizer que esta foi uma victória merecida. Não foi. A posse de bola mal gerida. é uma posse irrelevante.
Já disse o que pensava sobre este assunto. O problema já é antigo, e começou com o flop da contratação de Lopetegui e a potencialização do seu futebol medroso, que pouco a pouco, foi perdendo a noção da indispensável componente ofensiva, transformando os jogadores em meninos acabados de sair da formação, inseguros e inexperientes. Na minha vida já algo avançada, não me lembro de ver um FCPorto tão descaracterizado e frágil no seu próprio estádio. Isto é a regressão mais humilhante a que jamais assisti. Se Pinto da Costa dorme tranquilo depois disto, era bom que abandonasse o clube e promovesse eleições, porque agora só está a estragar a sua famosa folha de serviços.
Estando o problema principal há muito definido, torna-se inútil falar dos secundários, mas mesmo assim não consigo perceber como é que (é só um exemplo, entre muitos) nem Lopetegui, nem Peseiro, não tiveram arte nem engenho,para convencer Brahimi a jogar para a equipa. Isto, porque ele insiste em agarrar-se à bola até a perder, mostrando-se incapaz de aproveitar o factor surpresa para a passar ao colega melhor colocado. Persistindo em jogar para ele próprio é um jogador a menos no FCPorto, e o que é pior, é que não se limita a bloquear o jogo do Porto, faz passes sucessivos aos adversários. Isto,é inaceitável continuar a acontecer no nosso clube, mas parece que não se passa nada. O dinheiro em caixa dá cá uma tranquilidade...
A victória,é o mais importante, é isso que conta para muitos. Com victórias destas o desprestígio do clube, esse sim, será galopante, e a culpa tem um nome: Jorge Nuno Pinto da Costa. O resto, é folclore.