26 outubro, 2007
Sugestão para começar bem o fim de semana
Se já leram, façam bom proveito.
Se ainda não, leiam isto porque o Sr. Mário Contumélias é muito divertido...
Futuro canal para onde irá? Adivinham?
Ao que consta, o Grupo Controlinveste tenciona criar um novo canal de TV em sinal aberto.
O local, será o menos relevante da notícia, até porque estamos habituados à desconcentração deste tipo de empreendimentos por esse país fora...
O interessante, é tomar nota da argumentação apresentada por um dos maiores magnatas da comunicação social, Pinto Balsemão, presidente do grupo SIC, detentora de seis ou sete canais (um dos quais em sinal aberto), contra a abertura do futuro canal da Controlinveste: "o mercado, não chega para mais um canal". É preciso ter lata!
Será que a devoção democrática deste antigo 1º- Ministro, chegará ao ponto de abdicar de um dos seus canais, para nós cá no Porto podermos usufruir do primeiro canal em sinal aberto?
O local, será o menos relevante da notícia, até porque estamos habituados à desconcentração deste tipo de empreendimentos por esse país fora...
O interessante, é tomar nota da argumentação apresentada por um dos maiores magnatas da comunicação social, Pinto Balsemão, presidente do grupo SIC, detentora de seis ou sete canais (um dos quais em sinal aberto), contra a abertura do futuro canal da Controlinveste: "o mercado, não chega para mais um canal". É preciso ter lata!
Será que a devoção democrática deste antigo 1º- Ministro, chegará ao ponto de abdicar de um dos seus canais, para nós cá no Porto podermos usufruir do primeiro canal em sinal aberto?
Cavaco Silva, o Porto e Júlio Resende
São mais de 200 obras (quadros) expostas no edifício da Alfândega do Porto. O mestre Júlio Resende vê pela primeira vez reunido um tão extenso espólio da sua autoria, o que só por si é um acontecimento a merecer destaque e elogios... Quadros muitos deles raramente vistos à luz do dia, propriedade de particulares que no recato das suas casas os vão conservando longe dos olhares públicos - por prazer, por vaidade ou por qualquer outra razão que só eles conhecerão. Portanto, uma visista que valerá a pena fazer, com o tempo e com a calma que a exposição requer.
Uma inauguração a preceito, com o Presidente da República a dar o brilho merecido ao acontecimento e a garantir um mínimo do mediatismo indispensável a estes acontecimentos. O que suscita reflexão é a confissão de desconhecimento que o homem, Cavaco Silva, mostrou perante o artista. A sua surpresa perante a dimensão da obra, a luminosidade da pintura ou o ter-se mostrado sinceramente "impressionado" com a retrospectiva vai muito para lá do relativo afastamento que, como ele, milhões de portugueses têm e até cultivam perante as Belas Artes.
A verdade é que Júlio Resende, um mestre da pintura com uma carreira que vem do início dos anos 40 do século passado, um nome incontornável dos movimentos modernistas do pós-guerra em Portugal, que fundou e participou em movimentos marcantes da história da Arte portuguesa, que é reconhecido como uma dos maiores contemporâneos, etc, é um desconhecido!
Nunca foi elevado ao panteão das estrelas ou ao naipe dos favoritos do mediatismo dos nossos órgãos de comunicação social que dão a impressão de a ele se referirem sempre sem grande entusiasmo a maior parte das vezes por obrigação... Já lemos e vimos jornais, rádios e televisões gastar páginas e horas com artistas com uma dimensão incomparavelmente menor à de Júlio Resende, homenagens prémios de carreira, entrevistas em horários nobres informativos com figuras de cujo nome hoje nem nos lembramos... E Júlio Resende? Notícias, críticas, algumas reportagens e programas televisivos, mas nada de marcante, que seja de referência obrigatória e quase sempre remetido para horários esconsos ou páginas de fim de jornal.
Júlio Resende não militou nos meios mais "progressistas" pós-Revolução de 1974 e, por aqui, não beneficiou das atenções e do tratamento favoráveis que os que dominavam a Cultura e as Artes reservaram para os seus...
Júlio Resende nunca saiu do Porto e, assim, perdeu os favores da capitalidade, a divulgação dos museus "nacionais" e o convívio com os que determinam o que é "in" e o que é "out" , o que sai na comunicação social e o destaque a que tem direito este ou aquele artista...
Não é que o Porto também o tenha tratado muito bem - o caso da "Ribeira Negra", obra dedicada à cidade e que continua empacotado na Cãmara, é paradigmático... E teve que ser Gondomar, do tão criticado Valentim Loureiro, a acolher o artista e a dar-lhe condições de trabalho de exposição da obra na Fundação de Júlio Resende, sita ali na marginal do Douro a caminho de Entre-os-Rios.
Vamos lá ver a obra do mestre no edifício da Alfândega que vale a pena. O Porto e o Norte têm que se orgulhar dos seus artistas e devem demonstrá-lo!
P.S. Eu não sou um especialista ou sequer crítico de Arte. Apenas falo de Resende como uma figura que me parece insuficientemente conhecida dos portugueses.
Rogério Gomes (do blogue: "Bússola")
Uma inauguração a preceito, com o Presidente da República a dar o brilho merecido ao acontecimento e a garantir um mínimo do mediatismo indispensável a estes acontecimentos. O que suscita reflexão é a confissão de desconhecimento que o homem, Cavaco Silva, mostrou perante o artista. A sua surpresa perante a dimensão da obra, a luminosidade da pintura ou o ter-se mostrado sinceramente "impressionado" com a retrospectiva vai muito para lá do relativo afastamento que, como ele, milhões de portugueses têm e até cultivam perante as Belas Artes.
A verdade é que Júlio Resende, um mestre da pintura com uma carreira que vem do início dos anos 40 do século passado, um nome incontornável dos movimentos modernistas do pós-guerra em Portugal, que fundou e participou em movimentos marcantes da história da Arte portuguesa, que é reconhecido como uma dos maiores contemporâneos, etc, é um desconhecido!
Nunca foi elevado ao panteão das estrelas ou ao naipe dos favoritos do mediatismo dos nossos órgãos de comunicação social que dão a impressão de a ele se referirem sempre sem grande entusiasmo a maior parte das vezes por obrigação... Já lemos e vimos jornais, rádios e televisões gastar páginas e horas com artistas com uma dimensão incomparavelmente menor à de Júlio Resende, homenagens prémios de carreira, entrevistas em horários nobres informativos com figuras de cujo nome hoje nem nos lembramos... E Júlio Resende? Notícias, críticas, algumas reportagens e programas televisivos, mas nada de marcante, que seja de referência obrigatória e quase sempre remetido para horários esconsos ou páginas de fim de jornal.
Júlio Resende não militou nos meios mais "progressistas" pós-Revolução de 1974 e, por aqui, não beneficiou das atenções e do tratamento favoráveis que os que dominavam a Cultura e as Artes reservaram para os seus...
Júlio Resende nunca saiu do Porto e, assim, perdeu os favores da capitalidade, a divulgação dos museus "nacionais" e o convívio com os que determinam o que é "in" e o que é "out" , o que sai na comunicação social e o destaque a que tem direito este ou aquele artista...
Não é que o Porto também o tenha tratado muito bem - o caso da "Ribeira Negra", obra dedicada à cidade e que continua empacotado na Cãmara, é paradigmático... E teve que ser Gondomar, do tão criticado Valentim Loureiro, a acolher o artista e a dar-lhe condições de trabalho de exposição da obra na Fundação de Júlio Resende, sita ali na marginal do Douro a caminho de Entre-os-Rios.
Vamos lá ver a obra do mestre no edifício da Alfândega que vale a pena. O Porto e o Norte têm que se orgulhar dos seus artistas e devem demonstrá-lo!
P.S. Eu não sou um especialista ou sequer crítico de Arte. Apenas falo de Resende como uma figura que me parece insuficientemente conhecida dos portugueses.
Rogério Gomes (do blogue: "Bússola")
25 outubro, 2007
Está o dossier Regionalização encerrado?
"O dossier da Regionalização está encerrado por vontade expresa dos Portugueses, e não deve ser reaberto"(Miguel Relvas - Torres Vedras - 13-10-2007).
Estará? Na opinião do autor da frase, sim, mas é apenas uma opinião que exprime um desejo a que tem direito.
"Por vontade expressa dos Portugueses?" Esta, que é uma frase recorrente dos anti-regionalistas, já não é uma opinião; pretende ser uma verdade factual. Será? À medida que o tempo passa, os factos vão esquecendo; aqui ficam alguns para avivar memórias.
No referendo para a Regionalização em Nov.1998, se tomarmos em linha de conta o número de eleitores inscritos e os resultados verificados, constata-se que apenas 30% dos eleitores ou seja cerca de 2,4 milhões disseram NÃO à Regionalização. Pretender que este número autoriza a afirmação de que a Regionalização foi rejeitada por vontade inequívoca de dez milhões de Portugueses, é no mínimo má fé.
Acresce que os números não podem ser considerados fora do contexto geral, sob pena de se fazer uma análise incompleta. Houve factores decisivos que contribuiram para o facto de os NÃO terem sido superiores aos SIM, nomeadamente:
- Se oficialmente o PSD era contra e o PS a favor, este partido na realidade também era contra. Só assim se explica a campanha(?!) descolorida e frouxa, quase envergonhada, a favor do SIM, em contraste com os defensores do NÃO que partiram para uma campanha agressiva, muitas vezes desonesta e demagógica, que decerto calou fundo nas maiorias que decidem a balança dos votos.
- Nunca foi explicado aos Portugueses menos esclarecidos que a Regionalização não tem a ver com o tamanho dos países e também que não implica forçosamente um aumento de despesas referentes aos órgãos de governação.
- Ninguém se preocupou em explicar, com conceitos símples e exemplos concretos tirados do dia-a-dia, quais as vantagens resultantes da Regionalização, e que esta não é uma luta entre partidos políticos, mas sim um sistema mais eficiente e mais justo de organização político-administrativa.
- As duas perguntas do referendo estavam formuladas de um modo tão pouco claro que pareciam destinadas a desencorajar os canditados a votante.
Por tudo isto e mais ainda, a campanha de 1998 para a regionalização, assemelhou-se a um jogo em que de um lado estava uma equipa de profissionais entusiastas, a jogar com as regras do râguebi, e do outro lado uma equipa de jogadores desmotivados, jogando com as regras do futebol. O desfecho era previsível.
Se vamos brevemente para uma nova campanha para regionalizar o País - e teremos forçosamente que o fazer - é indispensável efectuar um exame crítico aos muitos eros cometidos em 1998, para os não repetir. Já diz o ditado que "errare humanum est", mas perseverar no erro é burrice.
Estará? Na opinião do autor da frase, sim, mas é apenas uma opinião que exprime um desejo a que tem direito.
"Por vontade expressa dos Portugueses?" Esta, que é uma frase recorrente dos anti-regionalistas, já não é uma opinião; pretende ser uma verdade factual. Será? À medida que o tempo passa, os factos vão esquecendo; aqui ficam alguns para avivar memórias.
No referendo para a Regionalização em Nov.1998, se tomarmos em linha de conta o número de eleitores inscritos e os resultados verificados, constata-se que apenas 30% dos eleitores ou seja cerca de 2,4 milhões disseram NÃO à Regionalização. Pretender que este número autoriza a afirmação de que a Regionalização foi rejeitada por vontade inequívoca de dez milhões de Portugueses, é no mínimo má fé.
Acresce que os números não podem ser considerados fora do contexto geral, sob pena de se fazer uma análise incompleta. Houve factores decisivos que contribuiram para o facto de os NÃO terem sido superiores aos SIM, nomeadamente:
- Se oficialmente o PSD era contra e o PS a favor, este partido na realidade também era contra. Só assim se explica a campanha(?!) descolorida e frouxa, quase envergonhada, a favor do SIM, em contraste com os defensores do NÃO que partiram para uma campanha agressiva, muitas vezes desonesta e demagógica, que decerto calou fundo nas maiorias que decidem a balança dos votos.
- Nunca foi explicado aos Portugueses menos esclarecidos que a Regionalização não tem a ver com o tamanho dos países e também que não implica forçosamente um aumento de despesas referentes aos órgãos de governação.
- Ninguém se preocupou em explicar, com conceitos símples e exemplos concretos tirados do dia-a-dia, quais as vantagens resultantes da Regionalização, e que esta não é uma luta entre partidos políticos, mas sim um sistema mais eficiente e mais justo de organização político-administrativa.
- As duas perguntas do referendo estavam formuladas de um modo tão pouco claro que pareciam destinadas a desencorajar os canditados a votante.
Por tudo isto e mais ainda, a campanha de 1998 para a regionalização, assemelhou-se a um jogo em que de um lado estava uma equipa de profissionais entusiastas, a jogar com as regras do râguebi, e do outro lado uma equipa de jogadores desmotivados, jogando com as regras do futebol. O desfecho era previsível.
Se vamos brevemente para uma nova campanha para regionalizar o País - e teremos forçosamente que o fazer - é indispensável efectuar um exame crítico aos muitos eros cometidos em 1998, para os não repetir. Já diz o ditado que "errare humanum est", mas perseverar no erro é burrice.
A frase do milénio
"OS POLÍTICOS E AS FRALDAS, DEVEM SER MUDADOS FREQUENTEMENTE E PELA MESMA RAZÃO..."
(OFC)
...eu acrescentaria: "nenhum político deve ser tido como pessoa de bem enquanto não
desaprender a mentir..." "...porque, a verdade só incomoda a culpa!"
(RV)
Falsidade legal
Depois de lermos no JN de hoje, Paulo Baldaia e Hermana Cruz, haverá em Portugal ou em qualquer ponto do Universo, alguém ou alguma autoridade credível, capaz de cometer a vileza de insinuar que é insulto e atentado à dignidade da pessoa individual ou colectiva, dizer que a classe política é profundamente hipócrita e falsa? Que gente com a responsabilidade de governar um país, mente e não é por isso digna de merecer a confiança dos cidadãos?
Pior do que a constatação desta realidade, é a cumplicidade da sociedade civil, traduzida numa mórbida e incompreensível aceitação deste comportamento e depois ficar à espera que dele resultem grandes benefícios para a Humanidade.
Pior do que a constatação desta realidade, é a cumplicidade da sociedade civil, traduzida numa mórbida e incompreensível aceitação deste comportamento e depois ficar à espera que dele resultem grandes benefícios para a Humanidade.
24 outubro, 2007
Televisões=Centralização
Há muito que tenho a firme convicção que, a par e em sintonia com o Estado, um dos instrumentos responsáveis pela macrocefalia centralizadora do país na capital, se deve em substancia à acção dos orgãos de comunicação social, com destaque para a televisão, pelo forte impacto de audiências que disfruta junto do grande público.
Por razões temporais, não irei ao ponto de garantir (como já alguém disse) que a televisão elege ou derruba Chefes de Estado ou Govêrnos, mas não hesitarei em afirmar que - num país de gente despolitizada e apática, como ainda é o nosso - pode perfeitamente manipular a opinião pública à penumbra de práticas aparentemente democráticas e até lisonjeiras. Mas, com o tempo necessário para a tarefa, não custa a crer que seria mesmo capaz de derrubar e eleger Govêrnos.
A juntar a esse poder semi-oculto, mas factual, existem outro tipo de fenómenos de carácter socioeconómico, como é o caso do futebol, que a televisão explora para manipular a população em função dos seus desígnios ou prioridades. Assim, com todo o tempo do mundo e sem oposição, vai urdindo valores, inventando intrigas, carimbando competências, levantando suspeitas, ao mesmo tempo que modela mentalidades e opiniões públicas.
Deste trabalho de formiguinha, em prol dos interesses centralistas, obviamente, não assumido, as televisões usam a clubite aguda dos portugueses para os dividir, incluindo gente da mesma cidade e região, preparando-se pacientemente para recolher os "louros" chegada a hora de "decidir" a Regionalização.
Não é por acaso que este tema (o da Regionalização) sendo tão pertinente ao nível do interesse e da receptividade pública, com sucesso previsivelmente garantido, é dos raros de que as tvs lisboetas preferem abdicar. O mesmo se passa, com alguns fazedores de opinião ao seu serviço, como Pacheco Pereira e Marcelo Rebêlo de Sousa que fogem do assunto como o diabo da cruz...
Pelo exposto, o resultado do trabalho missionário das televisões, junto do Poder Central, à imagem da "acção psicológica" usada pelo exército na ex-guerra colonial para "amansar" os rebeldes, redundou num acentuado bairrismo das populações (no que de pior contém a nova adjectivação), gerando fissuras difíceis de sanar a curto prazo.
A discussão pública sobre a Regionalização patente em alguns espaços de opinião na Web, como fóruns, blogues, etc., mostra-nos à evidência esses sintomas. Bastará pesquisarmos atentamente para percebermos, que a lei "SONY", aquela que dizia, "a minha televisão, é maior que a tua", domina o conceito de divisão territorial de alguns supostos "regionalistas", de tal forma que, não tarda, estarão a discutir ferozmente o espaço reservado a cada membro da família dentro da sua própria casa sem opção referendária.
E é destes "regionalistas" que o Centralismo gosta.
23 outubro, 2007
Regiões de Turismo
Ouvi hoje o fórum TSF dedicado à discussão em volta da reorganização das Regiões de Turismo. Significativo foi verificar a ausência de intervenções por parte de responsáveis de regiões de turismo do Norte, em particular do Minho, que tão críticos se têm mostrado ao projecto do governo. Significativo também, foi verificar a oposição entre os que podemos chamar de burocratas e administradores nomeados - a Associação das Regiões de Turismo e algumas regiões propriamente ditas - e os operadores económicos do sector, personificados na Confederação do Turismo e na Associação das Agências de Viagem. Estes últimos mostram-se favoráveis à reorganização em 5 regiões, os primeiros não.
Sobre esta reorganização apenas conheço o que tem saído nos órgão de informação. Ainda não li o projecto do governo. Mas o que conheço leva-me a tirar algumas conclusões e tecer opiniões que poderão estar erradas. No entanto, assumo o risco.
Actualmente existem 19 regiões de turismo instituidas em Portugal. Dessas sobressaem duas - o Algarve e Lisboa - que monopolizam o grosso do investimento* no sector por parte do Estado Central. Nos últimos anos uma outra - Porto e Vale do Douro - tem vindo a crescer em termos de importância começando a disputar com Lisboa e Algarve o investimento, embora ainda se encontre a léguas de distância destas duas regiões. As restantes, o que recebem pouco mais dá do que para pagar os clips, lápis e salários.
Existe também uma grande confusão entre região e produto ou marca turística. Não existe interesse nenhum em eliminar marcas ou produtos como o Alto Minho, Guimarães, Braga - só para falar no Norte -, porque esses produtos e marcas são importantíssimos para a indústria turística regional. Segundo me informaram o projecto de reorganização tem isso em conta e permite que dentro das regiões possam ser criadas delegações com autonomia para gerirem as respectivas marcas e produtos.
Os defensores da pulverização actual (mais regiões turísticas (19) que distritos (18)) esquecem-se que o actual sistema só os prejudica. Quando à mesma mesa se sentam 19 entidades para repartir o bolo em 19 fatias, obviamente que aquelas que são demográfica, económica e socialmente mais importantes levarão a maior parte. A atomização exagerada privilegia os mais fortes. Aumenta-lhes a massa crítica relativa, enquanto diminui a dos mais pequenos. Aqueles que no Norte defendem a separação da Área Metropolitana do Porto do resto do Norte, por paroquialismo bacoco, nem se apercebem que apenas beneficiam o centralismo do Porto. Esquecem-se que a AMP contém metade da população do Norte e a sua força socio-económica não deixará de se fazer sentir se ela puder sentar-se à mesa sozinha com uma faca maior que a dos outros para cortar o bolo. Ficará com uma fatia maior sem margem para dúvidas. A atomização exagerada é tão perniciosa como o centralismo exacerbado.
Para finalizar, todo este processo tem um pecado original: está a ser feito de trás para a frente ou, se quiserem, primeiro pelo telhado em vez dos alicerces. Deviamos estar a discutir a Regionalização e a sua efectiva instituição e só depois, dentro das próprias regiões, se devia discutir a reorganização dos vários sectores e actividades tendo em conta as respectivas especificidades. Só a proverbial cobardia dos nossos políticos em tudo que concerne a este assunto, e da sua incapacidade para enfrentar as oligarquias centralistas e caciques locais, é que nos leva a estes caminhos.
* Penso que o grosso deste investimento se faz em campanhas de promoção tanto no estrangeiro como internamente.
Sobre esta reorganização apenas conheço o que tem saído nos órgão de informação. Ainda não li o projecto do governo. Mas o que conheço leva-me a tirar algumas conclusões e tecer opiniões que poderão estar erradas. No entanto, assumo o risco.
Actualmente existem 19 regiões de turismo instituidas em Portugal. Dessas sobressaem duas - o Algarve e Lisboa - que monopolizam o grosso do investimento* no sector por parte do Estado Central. Nos últimos anos uma outra - Porto e Vale do Douro - tem vindo a crescer em termos de importância começando a disputar com Lisboa e Algarve o investimento, embora ainda se encontre a léguas de distância destas duas regiões. As restantes, o que recebem pouco mais dá do que para pagar os clips, lápis e salários.
Existe também uma grande confusão entre região e produto ou marca turística. Não existe interesse nenhum em eliminar marcas ou produtos como o Alto Minho, Guimarães, Braga - só para falar no Norte -, porque esses produtos e marcas são importantíssimos para a indústria turística regional. Segundo me informaram o projecto de reorganização tem isso em conta e permite que dentro das regiões possam ser criadas delegações com autonomia para gerirem as respectivas marcas e produtos.
Os defensores da pulverização actual (mais regiões turísticas (19) que distritos (18)) esquecem-se que o actual sistema só os prejudica. Quando à mesma mesa se sentam 19 entidades para repartir o bolo em 19 fatias, obviamente que aquelas que são demográfica, económica e socialmente mais importantes levarão a maior parte. A atomização exagerada privilegia os mais fortes. Aumenta-lhes a massa crítica relativa, enquanto diminui a dos mais pequenos. Aqueles que no Norte defendem a separação da Área Metropolitana do Porto do resto do Norte, por paroquialismo bacoco, nem se apercebem que apenas beneficiam o centralismo do Porto. Esquecem-se que a AMP contém metade da população do Norte e a sua força socio-económica não deixará de se fazer sentir se ela puder sentar-se à mesa sozinha com uma faca maior que a dos outros para cortar o bolo. Ficará com uma fatia maior sem margem para dúvidas. A atomização exagerada é tão perniciosa como o centralismo exacerbado.
Para finalizar, todo este processo tem um pecado original: está a ser feito de trás para a frente ou, se quiserem, primeiro pelo telhado em vez dos alicerces. Deviamos estar a discutir a Regionalização e a sua efectiva instituição e só depois, dentro das próprias regiões, se devia discutir a reorganização dos vários sectores e actividades tendo em conta as respectivas especificidades. Só a proverbial cobardia dos nossos políticos em tudo que concerne a este assunto, e da sua incapacidade para enfrentar as oligarquias centralistas e caciques locais, é que nos leva a estes caminhos.
* Penso que o grosso deste investimento se faz em campanhas de promoção tanto no estrangeiro como internamente.
22 outubro, 2007
Mais um prémio, para o Aeroporto Sá Carneiro
Mesmo espartilhado pela ditadura do poder Central e por políticos oportunistas, o Porto lá vai resistindo e conseguindo alguns êxitos extra-futebol. Imagine-se, se lhe fossem facultadas as devidas condições para se desenvolver...
Terá mesmo que haver um 25 de Abril a valer, para termos um país democrático governado por gente séria?
Terá mesmo que haver um 25 de Abril a valer, para termos um país democrático governado por gente séria?
"Palavras terminadas em ão"
REGIONALIZAÇÃO
Espécie de password mágica inventada para medir o indíce de falsidade e de vulnerabilidade intelectual da classe política contemporânea, tecnologicamente muito evoluída na velocidade de detecção do vírus...
TELEVISÃO
RTPN - Num oceâno de mediocridade, onde a informação se confunde com manipulação, a cultura é estigmatizada e subalternizada pela exploração do voyerismo, safa-se este canal. No meio, a boiar, qual orfão de uma paternidade clandestina, sobressai um programa como o "4xCiência" , apresentado por uma mulher competente, serena e ainda por cima charmosa. Porém, a ameaça já lhe bate à porta. Em breve, passará a ser emitido a partir de Lisboa. Comme il faut!!!
RTP1 (O canal de todos os portugueses...que riso!!!) - "Prós e Contras", é o mais fiel espelho do país.
Distingue-se, pelo seguidismo e pela concepção estreita semelhante à que os políticos fazem da Democracia, onde a liberdade opinativa e os debates espectáculo vão criando a ideia
manhosa da realização suprema do povo.
Espécie de password mágica inventada para medir o indíce de falsidade e de vulnerabilidade intelectual da classe política contemporânea, tecnologicamente muito evoluída na velocidade de detecção do vírus...
TELEVISÃO
RTPN - Num oceâno de mediocridade, onde a informação se confunde com manipulação, a cultura é estigmatizada e subalternizada pela exploração do voyerismo, safa-se este canal. No meio, a boiar, qual orfão de uma paternidade clandestina, sobressai um programa como o "4xCiência" , apresentado por uma mulher competente, serena e ainda por cima charmosa. Porém, a ameaça já lhe bate à porta. Em breve, passará a ser emitido a partir de Lisboa. Comme il faut!!!
RTP1 (O canal de todos os portugueses...que riso!!!) - "Prós e Contras", é o mais fiel espelho do país.
Distingue-se, pelo seguidismo e pela concepção estreita semelhante à que os políticos fazem da Democracia, onde a liberdade opinativa e os debates espectáculo vão criando a ideia
manhosa da realização suprema do povo.
"Casa Pia-Memorandum II"
O Escândalo Casa Pia rebentou nos finais de 2002, quando um antigo aluno da Casa Pia em entrevista à jornalista Felícia Cabrita, alega ter sofrido de abusos sexuais, enquanto jovem.
Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia):Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.
O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz.O ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.O embaixador Jorge Ritto.O julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrastou-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em Outubro de 2007 o caso ainda decorre.
O tema - valha-nos isso - não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Todas as semanas faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade.
Os principais responsáveis desses abusos eram figuras públicas e um ex-funcionário da Casa Pia, Carlos Silvino, mais conhecido como Bibi.A 29 de dezembro de 2004, o Procurador-geral da República, José Souto Moura, acusa formalmente várias personalidade de abusos sexuais a menores (pedofilia):Herman José e Carlos Cruz, duas estrelas da televisão portuguesa.
O arqueólogo Francisco Alves e o antigo médico da Casa Pia, Ferreira Diniz.O ex-Ministro da Segurança Social do governo de António Guterres e actual deputado do Partido Socialista, Paulo Pedroso.O embaixador Jorge Ritto.O julgamento iniciou em 25 de Novembro de 2004, com sete arguidos: Carlos Silvino, Carlos Cruz, Jorge Ritto, Ferreira Diniz, Manuel Abrantes, Hugo Marçal e Gertrudes Nunes. O caso arrastou-se durante anos, com audiências públicas e não públicas para auscultar as alegadas vítimas. Em Outubro de 2007 o caso ainda decorre.
O tema - valha-nos isso - não envolve o Porto, mas indigna todo o país. Os media tradicionais andam ao "ritmo" do regime e já se devem ter "cansado" de o pressionar. Nós não. Todas as semanas faremos questão de lembrar aqui esta vergonha nacional. Para que os respectivos responsáveis possam ter a noção exacta da valia da sua honorabilidade.
21 outubro, 2007
"Um luxo, no meio do lixo?"
As dívidas, são para se pagar. Recomendadamente, a tempo e horas. Assim mandam os bons costumes e o "tráfico de influências" positivas, actualmente em vias de extinção.
Lembro-me de um dia, ter ouvido dizer o falecido Presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho, que se estivesse à espera de ter os cofres da autarquia com o dinheiro necessário para realizar os seus projectos, a cidade paralizava e não conseguia fazer uma única obra. Suponho que ninguém hoje, tem deste homem já desaparecido, a ideia de um mau autarca ou que seja capaz de negar o salto qualitativo que conseguiu dar àquela cidade.
Luís Filipe Menezes, seguiu-lhe o exemplo e conseguiu transformar o "dormitório" de Gaia numa cidade moderna e atractiva. Qualificou e despoluiu as praias a sul do Douro até Espinho e restaurou-lhes a dignidade com o carimbo de confiança da Bandeira Azul. Endividou-se? Era inevtável, e sê-lo-à no futuro, enquanto o Estado se recusar a dar o exemplo de bom pagador. Eu, faria exactamente o mesmo, ou então, batia com a porta e mandava-os à fava.
É por isso, que na margem direita do Douro temos uma cidade cada vez mais atrasada no seu processo de restauração, que anda a passo de caracol, desperdiçando recursos com eventos de carácter temporário e, na margem esquerda emerge uma outra, dinâmica e positivamente agressiva a tirar proveito da apatia e dos complexos da sua vizinha.
O estudo para um comércio de luxo na Av. dos Aliados que hoje foi notícia no JN de hoje é positivo e ambicioso, mas terá diculdades em vingar se não for acompanhado de uma recuperação célere e enobrecida de toda a zona histórica. Ninguém experiente, investe milhões em estabelecimentos requintados, rodeados de pardieiros e lixo por todo o lado. Ainda está para nascer o primeiro "aventureiro" a abrir uma loja Versace ou Dior num bairro de lata (ou cenário semelhante), mas nunca se sabe...
Os portuenses, costumam festejar depois de digerirem a festa, mas como os tempos andam propícios a imitações foleiras, somos capazes de nos estender ao comprido. Mais uma vez.
Lembro-me de um dia, ter ouvido dizer o falecido Presidente da Câmara da Maia, Vieira de Carvalho, que se estivesse à espera de ter os cofres da autarquia com o dinheiro necessário para realizar os seus projectos, a cidade paralizava e não conseguia fazer uma única obra. Suponho que ninguém hoje, tem deste homem já desaparecido, a ideia de um mau autarca ou que seja capaz de negar o salto qualitativo que conseguiu dar àquela cidade.
Luís Filipe Menezes, seguiu-lhe o exemplo e conseguiu transformar o "dormitório" de Gaia numa cidade moderna e atractiva. Qualificou e despoluiu as praias a sul do Douro até Espinho e restaurou-lhes a dignidade com o carimbo de confiança da Bandeira Azul. Endividou-se? Era inevtável, e sê-lo-à no futuro, enquanto o Estado se recusar a dar o exemplo de bom pagador. Eu, faria exactamente o mesmo, ou então, batia com a porta e mandava-os à fava.
É por isso, que na margem direita do Douro temos uma cidade cada vez mais atrasada no seu processo de restauração, que anda a passo de caracol, desperdiçando recursos com eventos de carácter temporário e, na margem esquerda emerge uma outra, dinâmica e positivamente agressiva a tirar proveito da apatia e dos complexos da sua vizinha.
O estudo para um comércio de luxo na Av. dos Aliados que hoje foi notícia no JN de hoje é positivo e ambicioso, mas terá diculdades em vingar se não for acompanhado de uma recuperação célere e enobrecida de toda a zona histórica. Ninguém experiente, investe milhões em estabelecimentos requintados, rodeados de pardieiros e lixo por todo o lado. Ainda está para nascer o primeiro "aventureiro" a abrir uma loja Versace ou Dior num bairro de lata (ou cenário semelhante), mas nunca se sabe...
Os portuenses, costumam festejar depois de digerirem a festa, mas como os tempos andam propícios a imitações foleiras, somos capazes de nos estender ao comprido. Mais uma vez.
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