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Corona festeja o seu golo à Maradona |
Não é por falta de apoio dos portistas que o FCPorto tem razão para se queixar. Apoio desse tem tido de sobra, graças a uma massa de adeptos generosa que nunca se cansa de puxar pela(s) equipa(s) - não é só no futebol - mesmo que o senhor presidente tenha decidido nos últimos anos actuar como uma espécie de raínha de Inglaterra. Ele, e os outros, que o rodeiam...
Sobre o jogo de ontem, foi um bom jogo com os jogadores aplicados, mas muito nervosos na hora de rematar. Valeu o resultado, ou melhor, os 3 pontos do resultado, e o empenho da equipa. Um golo soberbo de Corona, pleno de técnica e beleza. Pena é ainda vermos alguns passes mal dirigidos a permitir aos adversários intercepções perigosas perto da baliza que podem deitar a perder a vantagem no marcador. Esse, é um aspecto que ainda falta melhorar a par do lado psicológico na hora de rematar. Nota-se ainda alguma ansiedade, alguma pressa de ampliar o marcador, o que é compreensível numa equipa cujos jogadores têm sido submetidos a permanentes arbitragens discriminatórias que desmoralizam o mais duro valentão. Tenho isto como um dado adquirido, as arbitragens tendenciosas (que agora sabemos fazem parte da cartilha) podem destruir qualquer equipa.
É neste capítulo, e no distanciamento algo arrogante da SAD, que os adeptos não podem dizer que se sentem apoiados. Nada mesmo. A soberba, tal como o poder absoluto, corrompe o carácter e a noção do dever. Pinto da Costa foi um grande Presidente, um dos melhores do futebol internacional, mas perdeu a noção dos seus deveres para com a massa associativa. Esquece-se que o prestígio que conquistou não lhe dá o direito de proceder como se o FCPorto fosse propriedade sua, que não é de todo, apesar da legitimidade do seu cargo. E uma das suas muitas obrigações para com os adeptos é explicar os insucessos desportivos, mas também os financeiros. As más contratações, o desperdício de capital, não podem ser justificados em Assembleias tímidas nem tão pouco com silêncio.
Mas, o pior que tem feito Pinto da Costa nestes últimos anos, é não querer dar a cara para defender o clube. Estou sempre a dizer o mesmo, a gestão invisível do Presidente continuando a delegar nas denúncias de Francisco J. Marques responsabilidades que deviam ser suas, não chega para defender o FCPorto.
A SAD portista tem um departamento jurídico experiente, e já devia ter uma estratégia de defesa estudada. Se tem, não parece. A sensação que a SAD deixa é opaca, parece sentir-se confortável na expectativa que seja a boa vontade dos dirigentes desportivos e disciplinares da Federação a resolver os problemas, e isso, como tem sido evidente, é o que eles querem para continuarem a fazer nada. Aliás, nem faz sentido que façam, porque alguns deles são parte interessada no status quo. Outros, estão ligados à cartilha por razões clubistas e pecuniárias. José M. Meirim é só um deles. Ele é suspeito, não lhe adianta ser juiz em causa própria para puxar dos galões da seriedade. É preciso parecer, e ser sério.
Vou dizer uma redundância, mas às vezes elas são precisas, tal é a minha incapacidade para compreender a apatia dos dirigentes do FCPorto. Se alguém me assaltar a casa, eu recorro à Polícia, se a Polícia não actuar terei de recorrer ao Ministério Público e deste para a Procuradoria-Geral. Se nenhum actuar, como obriga um Estado de Direito, então resta-me fazer justiça pelas próprias mãos... Não sei se o FCPorto, passe a ligeireza do raciocínio, pode argumentar desta maneira, mas a situação acaba por ser essa. O FCPorto não é um clube amador, tem toda a legitimidade e o dever de processar a Justiça Desportiva, porque o problema está aí. O Benfica, ou melhor, quem o representa e com ele colabora (Imprensa, Televisão e Rádio), é o autor do crime, mas quem o permite é a Justiça Desportiva! Ou não será assim?
Já estou cansado deste folclore. Pessoalmente, e como portista, não me vejo ressarcido dos longos anos de discriminação praticados contra o FCPorto com denúncias. É preciso dizer às autoridades: vocês têm aqui a "papinha", agora façam o vosso trabalho. Não precisam de nos agradecer, mas avancem e digam-nos a que conclusão chegaram.
A pergunta que deixo no ar e para quem de direito, é esta: afinal, o FCPorto está ou não está a ser lesado no seu património desportivo? Se está (e para nós portistas não restam dúvidas), por que não leva o caso às instâncias judiciais mais altas da Europa? Se as nacionais não funcionam porque não recorrer à UEFA? Sim, porque a avaliar pelo comportamento da Direcção portista, existe ainda muita disponibilidade para perder.
E não é só dinheiro, são títulos!