03 outubro, 2008
02 outubro, 2008
DIA 17 DE OUTUBRO, 2ª. REUNIÃO DA ACDP
No seguimento do encontro da Associação de Cidadãos do Porto, realizado no dia 12 de Setembro, vimos por este meio anunciar a 2ª Reunião, que se irá decorrer no dia 17 de Outubro. Nos próximos dias serão divulgados neste blog mais detalhes deste encontro. Os interessados poderão inscrever-se através do mail porto.agora@gmail.com.
Em tempo de redefinições no campo económico e social a nível global, este é o momento certo para decidir o nosso destino colectivo.
Melhores Cumprimentos
Em tempo de redefinições no campo económico e social a nível global, este é o momento certo para decidir o nosso destino colectivo.
Melhores Cumprimentos
Alexandre Ferreira
Ocaso, ou consequências?
Não há nada como o futebol para "agitar as almas"! E quando o "agitador" dá pelo nome de Futebol Clube do Porto, a alma dos portuenses-portistas exalta-se, e o gentio todo se mobiliza querendo intervir. Bastou o post do nosso amigo e colaborador Rui Farinas comportar uns pózinhos de apreensão e de algum pessimismo para os comentários começarem logo a disparar! É uma boa oportunidade para lembrar (outra vez), os adeptos menos interventivos (ou distraídos) a nível cívico, que a vida continua para além do futebol...
Quem ler os posts que sobre este tema tenho escrito, sabe que não partilho daquela ideia, um tanto preconceituosa e até fundamentalista, que defende que os adeptos da "bola" são todos uns alienados, que não se interessam por mais nada a não ser pelo futebol. Contudo, o facto de os portuenses/portistas verem, desde há muito, o Futebol Clube do Porto praticamente como o único grande símbolo de afirmação e resistência local, pode tê-los levado a uma apatia inconsciente, a criar do clube e do seu Presidente, uma ideia de força e de poder hiper-valorizada e surrealista, que tudo resolve e tudo vence. Nem a caça ao homem que lhe está a ser movida (há muitos anos, mais acirradamente, há dois ou três), parece suficiente para indiciar aos portistas a brutal exposição física e psicológica a que Pinto da Costa tem sido submetido, e que é muito difícil resistir sózinho a tantos ataques. A correlação de forças é descomunal.
Por mais justiça que um dia lhe venha a ser feita, já nada nem ninguém pode livrá-lo dos estigmas e dos efeitos colaterais de uma perseguição tão feroz quanto desleal. Resulta desta análise muito pessoal e discutível, que nem o FCPorto nem Pinto da Costa bastam para enfrentar um "inimigo" que é muito mais pernicioso do que o Benfica e o Sporting juntos, e se chama Centralismo! Porque é bom lembrar que há centralistas que são portistas, e a maior parte deles sabem onde estão? Nos partidos e no Govêrno!
É neste ponto objectivo que eu gostava que todos os portistas, independentemente das suas opiniões político-partidárias, se fixassem. É preciso fazer coincidir mais ainda o nosso amor ao clube com o nosso amor ao Porto, porque é fora do futebol que a cidade está mais debilitada, que mais precisa de nós. Já lhes ocorreu que esta fase menos brilhante do clube possa já ser um refllexo da insidiosa condenação ao silêncio a que PdC foi "submetido"? Já lhes ocorreu que este "castigo" não foi mais do que uma estratégia centralista para fragilizar o clube? Então, pergunto: acham que é «apenas» no campo de futebol que este problema tem de ser resolvido? Estou convicto que não. Se o país deixar de ser governado a partir de Lisboa e só para Lisboa, se o equilíbrio e a justiça forem reabilitados o nosso clube poderá ficar ainda mais forte, mais fácil de gerir e a própria cidade poderá recuperar o protagonismo social e económico que merece. E o nosso clube também.
É neste ponto objectivo que eu gostava que todos os portistas, independentemente das suas opiniões político-partidárias, se fixassem. É preciso fazer coincidir mais ainda o nosso amor ao clube com o nosso amor ao Porto, porque é fora do futebol que a cidade está mais debilitada, que mais precisa de nós. Já lhes ocorreu que esta fase menos brilhante do clube possa já ser um refllexo da insidiosa condenação ao silêncio a que PdC foi "submetido"? Já lhes ocorreu que este "castigo" não foi mais do que uma estratégia centralista para fragilizar o clube? Então, pergunto: acham que é «apenas» no campo de futebol que este problema tem de ser resolvido? Estou convicto que não. Se o país deixar de ser governado a partir de Lisboa e só para Lisboa, se o equilíbrio e a justiça forem reabilitados o nosso clube poderá ficar ainda mais forte, mais fácil de gerir e a própria cidade poderá recuperar o protagonismo social e económico que merece. E o nosso clube também.
Esta exposição, vale o que vale, mas é a que me ocorre para explicar em parte o súbito pânico dos portistas em relação ao clube e a questão do "ocaso" aqui colocada pelo Rui Farinas. Já disse, em post anterior o que pensava sobre Jesualdo Ferreira. Ele é parte do problema, não o todo. Concordo com o Vila Pouca quanto à crónica impaciência de alguns adeptos para dar tempo ao clube para adaptar e transformar novos jogadores em grandes jogadores. Mas também não deixo de concordar um pouco com o Rui Farinas quanto ao distanciamento da SAD em relação aos sócios e simpatizantes. A comunicação praticamente não existe e isso não é bom.
De resto, há que aguardar pelas "cenas dos próximos capítulos" que para a SAD e para Jesualdo Ferreira, vão constituir uma derradeira prova de fogo deste FCPorto da época 2008/2009. Desculpar-me-ão, mas não me atrevo a meter Pinto da Costa no mesmo saco dos responsáveis porque, apesar de ser ele o El Comandante do Clube, soma, durante a sua já longa administração, muitos mais sucessos que fracassos, e quando assim é, criticar transforma-se num exercício de oportunismo e ingratidão que não me agrada praticar. E ele, já tem gente demais a criticá-lo. Não por ser mau para nós, portistas, mas para quem nós bem sabemos, benfiquistas, sportinguistas e centralistas. Lembrem-se disso.
01 outubro, 2008
Será o ocaso de um grande clube?
As instituições, como os seres vivos, têm ciclos de vida. Os clubes de futebol não fogem a esta regra e o exemplo mais marcante de que me recordo foi o Real Madrid, que depois de muitos anos a espantar a Europa com as suas sucessivas vitórias na Liga dos Campeões, começou a declinar e durante um longo período se manteve na sombra, antes de renascer e iniciar um novo ciclo de esplendor. ( Por muito que me custe admití-lo parece-me que com o Benfica se está a passar um fenómeno semelhante embora à modesta escala portuguesa).
Tudo leva a pensar que o FCP está a iniciar uma curva descendente que não se sabe até onde o leverá, mas que será imparável se não forem tomadas urgentemente medidas correctivas que infelizmente não se vislumbram, a menos que o desastre de ontem em Londres sirva de catalizador para esse efeito.
Pessoalmente, o anunciado crepúsculo do FCP tem repercução para além do mero fenómeno desportivo. Nortenho e portuense, habituado a fazer parte de uma população que é humilhada, desconsiderada, colonizada, por um poder central que nos tritura, o FCP era um dos poucos motivos de satisfação e auto-estima que sentia enquanto membro desta infeliz comunidade nortenha. Agora até este orgulho parece querer esfumar-se e, o que é pior, desta vez não podemos atribuir a culpa ao poder central: a culpa é nossa, os coveiros serão a nossa própria gente. É isto que mais me dói.
As múltiplas causas deste desastre anunciado são várias.
- Uma estranha administração da SAD que se enquistou no clube e vive na sua torre de marfim, num desprezo absoluto pelos adeptos, com os quais não mantém linhas de comunicação.
- Um presidente da SAD que para além dos problemas com a justiça, que lhe foram artificialmente criados, tem todo o aspecto de estar refém, por motivos ignorados, da administração a que pertence, o que aparentemente lhe coarcta a implementação de medidas correctivas que, em anos não muito distantes, já teria certamente tomado.
- Uma desastrosa política de aquisição de jogadores que dá azo a rumores pouco abonatórios para com a SAD, nunca desmentidos.
- Uma política de empréstimo de jogadores incompreensível, que leva a que se percam os valores formados no clube.
- A contratação e manutenção de um treinador que visivelmente não tem as condições necessárias para liderar uma equipa de futebol de primeira linha. ( Os campeonatos que dizem que conquistou, não foi ele: foram os nossos rivais que os perderam e ofereceram ao FCP de mão beijada). Este treinador não é um lider, é medroso e conservador, despreza os jovens talentos, tem suficiente mau feitio para se incompatibilizar com alguns jogadores, sem que tenha a grandeza de alma para depois se reconciliar e aproveitá-los, insiste em meter na equipa comprovadas nulidades, não foi capaz de criar um fio de jogo.
Estes são alguns motivos que me ocorrem para justificar um desastre anunciado. Outros haverá. A solução não depende do governo, da regionalização, ou de outros motivos fora do nosso controle. Depende apenas do clube e dos seus associados e adeptos. Espero que não deixemos cair o FCP no precipício à beira do qual ele se encontra. Ainda se vai a tempo mas as medidas saneadoras são urgentes.
P.S. Este texto não foi escrito sob a emotividade causada pela humilhação sofrida em Londres. Há muito que penso assim. O que se passou no estádio do Arsenal foi apenas uma confirmação do mal estar que afecta o FCP.
Tudo leva a pensar que o FCP está a iniciar uma curva descendente que não se sabe até onde o leverá, mas que será imparável se não forem tomadas urgentemente medidas correctivas que infelizmente não se vislumbram, a menos que o desastre de ontem em Londres sirva de catalizador para esse efeito.
Pessoalmente, o anunciado crepúsculo do FCP tem repercução para além do mero fenómeno desportivo. Nortenho e portuense, habituado a fazer parte de uma população que é humilhada, desconsiderada, colonizada, por um poder central que nos tritura, o FCP era um dos poucos motivos de satisfação e auto-estima que sentia enquanto membro desta infeliz comunidade nortenha. Agora até este orgulho parece querer esfumar-se e, o que é pior, desta vez não podemos atribuir a culpa ao poder central: a culpa é nossa, os coveiros serão a nossa própria gente. É isto que mais me dói.
As múltiplas causas deste desastre anunciado são várias.
- Uma estranha administração da SAD que se enquistou no clube e vive na sua torre de marfim, num desprezo absoluto pelos adeptos, com os quais não mantém linhas de comunicação.
- Um presidente da SAD que para além dos problemas com a justiça, que lhe foram artificialmente criados, tem todo o aspecto de estar refém, por motivos ignorados, da administração a que pertence, o que aparentemente lhe coarcta a implementação de medidas correctivas que, em anos não muito distantes, já teria certamente tomado.
- Uma desastrosa política de aquisição de jogadores que dá azo a rumores pouco abonatórios para com a SAD, nunca desmentidos.
- Uma política de empréstimo de jogadores incompreensível, que leva a que se percam os valores formados no clube.
- A contratação e manutenção de um treinador que visivelmente não tem as condições necessárias para liderar uma equipa de futebol de primeira linha. ( Os campeonatos que dizem que conquistou, não foi ele: foram os nossos rivais que os perderam e ofereceram ao FCP de mão beijada). Este treinador não é um lider, é medroso e conservador, despreza os jovens talentos, tem suficiente mau feitio para se incompatibilizar com alguns jogadores, sem que tenha a grandeza de alma para depois se reconciliar e aproveitá-los, insiste em meter na equipa comprovadas nulidades, não foi capaz de criar um fio de jogo.
Estes são alguns motivos que me ocorrem para justificar um desastre anunciado. Outros haverá. A solução não depende do governo, da regionalização, ou de outros motivos fora do nosso controle. Depende apenas do clube e dos seus associados e adeptos. Espero que não deixemos cair o FCP no precipício à beira do qual ele se encontra. Ainda se vai a tempo mas as medidas saneadoras são urgentes.
P.S. Este texto não foi escrito sob a emotividade causada pela humilhação sofrida em Londres. Há muito que penso assim. O que se passou no estádio do Arsenal foi apenas uma confirmação do mal estar que afecta o FCP.
COMO VAMOS RESOLVER ESTES ASSUNTOS?
CLICAR SOBRE O ARTIGO DE O "PÚBLICO" PARA LER
A continuarmos a aceitar esta bagunça, esta insolente promiscuidade, que para certos moralistas (como Rui Rio e outros) só merecem destaque quando os protagonistas são gente do futebol (e do FCP de preferência), nunca o nosso país (povo) saírá da cêpa torta.
Não sei quantos mais casos serão necessários divulgar para que os cidadãos se convençam da imoralidade destes costumes. Sermos conhecidos como um povo de brandos costumes pode ser uma fama simpática, mas enganadora, com um pau de dois bicos, e a mim parece-me que não será precisamente a de sermos um "povo pacífico", ou "país civilizado" no bom sentido do termo...
É pois, chegado o momento de abrirmos os olhos e de não confundirmos as coisas. Brandos costumes, em português puro, significa permissividade, preguiça, falta de exigência em tudo, e principalmente para com os líderes do nosso país. Estes, são apenas caminhos que outros como Pinto Balsemão continuam a querer percorrer porque nós o permitimos e os habituamos a considerar "normais".
Isto sim, é promiscuidade, é oportuinismo político, absoluta falta de consideração e respeito pelos cidadãos eleitores. Se os senhores políticos ambicionam enriquecer como qualquer comum cidadão, façam-no fora da política, mas nunca através da miscenização e da influência social da actividade.
A política pode (e deve) ser na forma e no conteúdo, uma digna actividade se, e apenas, traduzir a optimização do serviço público. Tal como está agora, é vigarice com múltiplas faces de responsabilidade. Se eu pudesse legislar, era em situações como estas e para com estes protagonistas que agravaria as penas.
30 setembro, 2008
UM PORTO À JESUALDO FERREIRA
Em termos de trabalho individual, limito-me a destacar o sempre incansável Lisandro e a estreia de Tomás Costa em grandes palcos, no desgraçado jogo de hoje.
O FCP (já sabemos) não tem o dinheiro do Arsenal para comprar diamantes já lapidados como fazem quase todos os clubes ingleses. Se tivesse, outro galo cantaria. O que explica os êxitos do FCP a nível nacional e sobretudo internacional, tem sido uma hábil gestão realista dos seus recursos, tanto a nível de aquisição de jogadores como de filosofia de jogo.
Nós portistas, gostaríamos de ver o FCPorto a brindar-nos sempre, com um futebol de 1ª. água e com jogadores que o soubessem desenvolver, mas como isso não é possível, ainda assim, lá temos conseguido bater-nos com colossos do futebol europeu com um lote de jogadores interessantes, raçudos, e com um futebol nem sempre espectacular mas muito realista e objectivo, chegando até a vencê-los e a vencer algumas competições europeias, entre as quais duas Ligas dos Campeões Europeus. Tudo isso, foi conseguido, com bons treinadores (mas, nem sempre), com os bons jogadores possíveis para o orçamento do clube, e com uma grande capacidade para colmatar os pontos frágeis (o aspecto financeiro) em relação a outros clubes infinitamente mais poderosos .
Acontece, que Jesualdo Ferreira não é um bom treinador, é apenas um treinador mediano. Considero que, apesar do excelente comentador Freitas Lobo o tentar proteger, penso que o grande derrotado foi ele. Sinceramente, já esperava isto (a cabazada), e tivemos, dentro do azar, muita sorte à mistura, senão, seria uma goleada super-histórica. É preciso não esquecer que, apesar do FCP não se poder dar ao luxo de comprar de empreitada uma série de jogadores de top já feitos, o clube consegue quase sempre descobrir alguns promissores para depois burilar e mais tarde vender com grandes margens de lucro.
Decididamente, o que me parece, é que Jesualdo Ferreira não conseguiu chegar a esta fase das provas (campeonato+Liga europeia), com dinâmicas de jogo já assimiladas, quer técnica, quer tácticamente. Nota-se, e isso independentemente da qualidade individual dos novos jogadores, que eles nem sempre sabem como movimentar-se e os níveis de concentração são muito inconstantes. Ora, este ponto é da exclusiva responsabilidade do treinador. Jesualdo não está a transmitir grande confiança, tanto para si mesmo, como para os jogadores e adeptos. E isso é um péssimo sinal. O seu discurso ambíguo e titubeante também.
Quanto à valia de alguns jogadores que foram contratados este ano, se todos passaram pela sua avaliação e anuência, a responsabilidade também lhe pertence.
A nível europeu, os portistas podem bem deixar de sonhar com a repetição de outras façanhas europeias, e quanto ao campeonato nacional também tenho as minhas dúvidas, embora, como já disse há poucos dias, a procissão ainda tenha acabado de sair à rua. Veremos.
Lisboagate
"O jornalista Baptista-Bastos, não. Porque pediu um favor ao poder autárquico. Porque auferiu de um privilégio vedado ao cidadão comum. Que alguém que sempre foi tão moralmente exigente nos seus artigos de imprensa não perceba isto faz-me confusão. Quem, como ele, acredita na nobreza do jornalismo, tem de reconhecer uma cunha quando a vê. E, sobretudo, deve reconhecê-la quando a mete."
aqui
Faz o que eu digo não faças o que eu faço. :->
DE DERROTA EM DERROTA, ATÉ O QUÊ...?
Mais uma derrota para Rui Rio. Mais uma derrota também para os seus amigos e apoiantes. A derrota pertence-lhes por inteiro e colectivo.
Como se não bastasse a inércia revelada na reabilitação urbana da nossa cidade (os testemunhos estão aqui), a inaptidão para levar a bom porto o projecto para o mercado do Bolhão, Rui Rio vê-lhe agora rejeitada a pretensão de incluir a linha da Boavista na rede de Metro do Porto.
Segundo descreve o jornal "Público", o ministro "Jamé" - aquele que trata o Porto como o parente invisível do país -, fez-lhe o chamado manguito à la Rafael Bordalo Pinheiro. O Govêrno optou pela ligação Matosinhos/Foz/C. Alegre/São Bento (quanto a mim, bem, ainda que tarde) e Rui Rio arrisca-se a ter de devolver-lhe 3,8 milhões de euros que usou em obras na Boavista por ter contado com o ovo no cu da galinha, antes de se ter assegurado do deferimento do "seu" projecto.
Não é só com actores e jornalistas que Rui Rio se incompatibiliza (além da "crème de la crème" da afronta ao FCP), é com toda a gente, excepto com o seu querido amigo La Féria (até ver). Na fila dos seus litigiantes está também a empresa Talento, com quem havia estabelecido contrato para a organização do Circuito da Boavista. Desiludam-se pois, os que (como eu), apreciam as corridas de aviões da Red Bull, porque por este andar corta relações com os promotores do evento...
Não quero ser mauzinho (outra vez) com Rui Rio, embora o mereça, porque até nem me custa admitir que possa eventualmente ter razão; mas tê-la-há sempre? Ou será, que não tem é a mínima capacidade para firmar um contrato?
Para que terá jeito afinal Rui Rio? Sem sofismas, que o digam os seus amigos. Mas expliquem-nos por quê, como se os "outros" fossem muito burros.
Meia decisão correcta
Tudo indica que o governo tomou a decisão correcta e deixou cair a Linha de Metro da Boavista em favor daquela a que temos chamado Linha do Campo Alegre e que há muito temos aqui vindo a propor. Sempre foi evidente que esta será uma via de muito maior utilidade para a população deste lado da cidade e verdadeiramente estruturante do sistema de transportes geral da urbe. A insistência de Rui Rio na Linha da Boavista tinha como único objectivo arranjar maneira de pôr a Metro do Porto a pagar-lhe a reabilitação desta artéria. Cometeu até a parvoíce de colocar o carro à frente dos bois e construir uma espécie de pista de aterragem inútil (pode ser que algum dia uma low coast pegue naquilo) no troço final da avenida que agora terá que arranjar maneira de pagar.
Apesar desta boa decisão, o Governo parece continuar a insistir numa redundância que será aquela ligação Senhora da Hora – Hospital S. João. Mas isso são outras histórias.
Apesar desta boa decisão, o Governo parece continuar a insistir numa redundância que será aquela ligação Senhora da Hora – Hospital S. João. Mas isso são outras histórias.
29 setembro, 2008
Não esquecer o centralismo
O centralismo influi negativamente na vida diária dos portugueses que não têm o privilégio (duvidoso!) de viver na região de Lisboa, por muito que não se apercebam disso. Não se apercebem por várias razões: inconsciência da situação, desinteresse, ignorância, hábitos enraizados há dezenas (ou mesmo centenas) de anos que anestesiam as pessoas e as levam a tomar como situações normais, aberrações com laivos colonialistas que, prejudicando o interesse das populações fora do círculo dos "eleitos", acabam por prejudicar todo o país. Na verdade nós, a "paisagem" da dicotomia "o país é Lisboa e o resto é paisagem" contribuimos negativamente para todas as estatísticas nacionais que retratam o bem estar e o desenvolvimento das populações. Deve ser por isso que há almas bem pensantes que aspiram a estabelecer uma mega cidade em Lisboa com cinco milhões de habitantes!
As notícias dos jornais dão-nos diariamente exemplos deste centralismo estúpido. Pego numa pequena e anódina notícia de há dias, que nos diz que a Câmara da Feira, com problemas para tratar dos seus lixos, não vai aderir à Lipor, situação que provavelmente seria a mais conveniente. E não vai simplesmente porque a Lipor, já não tendo de momento capacidade para receber mais lixo, precisaria de autorização do Sr.Ministro do Ambiente para ampliar as suas instalações. Significa isto que um problemas exclusivamente regional terá de ser tratado na capital a centenas de quilometros de distânncia, apreciado e resolvido por burocratas que provavelmente se estão borrifando para a região do Porto e que, no mínimo, não terão a menor sensibilidade para os problemas que não lhes digam directamente respeito.
É bem verdade que a regionalização contribuiria para aproximar os decisores e as populaçãoes a quem as decisões afectam, mas isto, porque é uma diminuição dos poderes de toda uma legião de burocratas enquistados em Lisboa, tem levantado e continuará a levantar a resistência de quem não está interessado em perder mordomias.
As notícias dos jornais dão-nos diariamente exemplos deste centralismo estúpido. Pego numa pequena e anódina notícia de há dias, que nos diz que a Câmara da Feira, com problemas para tratar dos seus lixos, não vai aderir à Lipor, situação que provavelmente seria a mais conveniente. E não vai simplesmente porque a Lipor, já não tendo de momento capacidade para receber mais lixo, precisaria de autorização do Sr.Ministro do Ambiente para ampliar as suas instalações. Significa isto que um problemas exclusivamente regional terá de ser tratado na capital a centenas de quilometros de distânncia, apreciado e resolvido por burocratas que provavelmente se estão borrifando para a região do Porto e que, no mínimo, não terão a menor sensibilidade para os problemas que não lhes digam directamente respeito.
É bem verdade que a regionalização contribuiria para aproximar os decisores e as populaçãoes a quem as decisões afectam, mas isto, porque é uma diminuição dos poderes de toda uma legião de burocratas enquistados em Lisboa, tem levantado e continuará a levantar a resistência de quem não está interessado em perder mordomias.
Ainda sobre Televisão e o que se faz com ela
Caro amigo "b).",
Agradeço em meu nome, e em nome dos meus companheiros de blogue, as palavras gentis e elogiosas que teve a bondade de nos dirigir. Pela minha parte, esforçar-me-ei por continuar a partilhar da sua companhia e atenção.
Sim, é verdade que defendo uma maior e mais cuidada atenção da parte da comunicação social em geral, e muito em particular das televisões, pelo poder persuasor que tem junto do público. O Mundo é o que é, a vida não é fácil para a maioria das pessoas e os bons exemplos não abundam nem estão, como concordará, no topo da lista das preocupações da natureza humana. Logo, não creio que a exploração comercial das fraquezas dos pobres de espírito seja algo que devamos deixar ao sabor da corrente, mesmo sob a ameaça do regresso ao tempo da "velha senhora".
Pode ter a certeza que sou das pessoas que mais apreço tem à Liberdade, mas garanto-lhe que não me custa nada aceitar e cumprir determinadas regras desde que elas contribuam para regular (como agora se diz) a sociedade. É que isto que nós estamos vivendo agora, já pouco tem a ver com Liberdade, é pura e simples libertinagem, que a mim nenhuma falta me faz. E garanto-lhe, que quando assim é, não são os cidadãos honestos que beneficiam com isso. São os impostores.
O que agrava a situação, é irmos tendo a crescente percepção de que não é só do comum cidadão que proliferam os impostores, é, em grande escala, dos «altos» representantes dos poderes públicos e privados. Um só dia de consulta das páginas de Polícia dos jornais, é suficiente para o constatar. Não me deixa indiferente ou tranquilo, perceber que os Poderes estão entregues a gente sem escrúpulos, seja ela qual for. Eles não gostam de ouvir isto, porque apesar de gozarem da "autoridade" que o dinheiro empresta, sabem que nem todos o status se compram com ele. Ou se compram, é um status ilusório. É status de fachada, do Mercedes ou do BM. Só é honrado quem é licenciado na honradez, e para essa licenciatura as Universidades ou os "canudos"de pouco servem. É-se sério porque se gosta, mas também porque se deve e não se aprecia a versão antagónica. Ponto.
Repare que no post que originou esta conversa não fiz grandes referências à RTP. Não porque tenha a estação pública em grande conta. Para o tranquilizar, digo-lhe até que a considero a pior de todas as estações de TV, apesar da outra face da "Lua" chamada RTP 2. Não chega.
O que quis destacar foi a atitude inadequada e pouco abonatória do líder da SIC pelo facto de se tratar de um ex-1º. Ministro! É disso que se trata.
Pessoalmente, não consigo avaliar nada por modinhas ou por influencias pueris. Então, se falamos de pessoas com cargos de alta responsabilidade, nem pensar. Daí, ser inaceitável para mim, repugnante mesmo, que alguém a quem um dia foi conferida a responsabilidade de governar um país democrático, faça desse privilégio, dessa oportunidade sublime, um trampolim para mais tarde se lançar no mundo dos negócios, beneficiando de influências que outros cidadãos não podem obter. Essa é outra forma de concorrencia desleal, mais vil ainda, mas ainda assim lhe sobrou lata para se queixar da RTP!
Por isso escrevi que Pinto Balsemão era a pessoa menos indicada para criticar a RTP e falar de programas de qualidade, etc., etc.! Não pode, não tem estatuto moral para isso, bolas! E desculpe meu amigo, sobre o seu (dele) status económico e social estou-me eu a borrifar. Esse não me interessa. Ele foi 1º Ministro! É desse ponto de partida que estruturo a minha opinião, mais nada.
Se um dia chegarem a ser "normalizadas ou decretadas"(está a caminhar para isso, é verdade) estas condutas, então torno-me anarquista e passarei a orientar a minha vida de acordo com as minhas próprias regras. Mas, enquanto tal não acontecer por natureza espontânea ou por "Decreto-Lei" e cada um possa livremente defender os seus próprios valores (se os tiver), exigirei sempre que um Primeiro Ministro e um Presidente da República sejam pessoas acima de qualquer suspeita e de idoneidade impoluta (se é que ainda isso existe).
Entretanto, enquanto tal não estiver garantido ou não me parecer que o esteja, resta-me continuar a usar do único valor que ainda nos resta para o reclamar: a Liberdade.
28 setembro, 2008
Comentário/resposta do amigo b).
Prezado Rui Valente
Desde já lhe agradeço a amabilidade da publicação do meu post e da educada resposta que me forneceu. O seu blog faz parte das minhas visitas diárias e é com prazer que dou a minha pequena contribuição para um blog que leio com prazer.
Se bem compreendi a sua tese, você defende que deveria haver uma espécie de contenção da parte das estações de TV por forma a moderar os conteúdos e contribuir assim para a educação da população. Avança que a minha tese do livre mercado não isenta a SIC de culpa em função de uma "responsabilidade social" da empresa.
Compreendo a sua posição e dou-lhe até toda a razão. De facto, uma vez que o mercado televisivo não é livre em Portugal (dado que as emissoras carecem de alvará, que são atribuídos por motivos políticos) também não poderemos deixar o funcionamento do mercado ao jogo das forças da oferta e da procura. Por outro lado, tendo em conta o impacto dos media na sociedade actual, dou-lhe inteira razão na responsabilidade social que estas empresas têm de promover certos objectivos sociais - nomeadamente a educação do povo - no seu escopo lucrativo. Aliás, até se costuma dizer que antigamente as pessoas apareciam na TV porque eram importantes e hoje são importantes porque aparecem na TV.
Todavia, mantenho a minha divergência da sua opinião em alguns pontos, nomeadamente: (1) o papel da RTP: a RTP deve, a meu ver, ter essa função de contrapreso, de educação do povo. Deve ser a RTP a mostrar a alternativa a esses canais de TV. Para isso é que existe um serviço público de TV. Aliás, vou mesmo ao ponto de defender que não deveria poder passar publicidade lucrativa na RTP, para demarcar ainda mais a distância da estação relativamente aos grupos económicos.(2) o papel da ERC: por muito louvável que seja a ERC, não a poderemos transformar numa moderadora de conteúdos sob pena de a querermos transformar numa espécie de Diácono Remédios que surge nas alturas abusivas a promover a moral e os bons costumes.
Daqui a pouco regressamos ao tempo da "velha senhora", onde os serviços de censura vetavam toda a literatura que "não merecesse ser lida" por perturbar a moral pública lusitana. Acredite que prefiro ser bombardeado todos os dias com programas rascas até à saturação em vez de ter um bando de iluminados a controlar o que devo ver. Até porque a saturação pode ter efeitos pedagógicos.
Se me permite fazer um paralelismo com a Internet, durante anos a palavra mais procurada foi "sexo"; hoje em dia foi substituída por "hi5" e "FCP" e outros termos semelhantes. Isso deveu-se à saturação dos utilizadores dos conteúdos sexuais - que durante mto tempo foram proibidos em Portugal. Quando era miúdo lembro-me de toda a gente ter ficado escandalizada por causa de um filme onde uma actriz mostrava as mamas. Não quero regressar a esse tempo. Mas apontar problemas é facil: qual é a alternativa. A meu ver, a alternativa consiste em virar o feitiço contra o feiticeiro e usar as armas deles. Uma agência independente deveria promover um código de conduta voluntário sobre os conteúdos televisivos e os limites do entretenimento.
Esse codigo deveria resultar de uma negociação tripartida entre os agentes do sector, a ERC e a agência. As estações que colaborassem com ele e não se desviassem mereceriam um selo de qualidade; as que não colaborassem seriam denunciadas como TVs sem qualidade. Neste caso, todos poderiam saber o que escolher e o que ver. E acredite que o peso da sanção social (ser marcado como TV sem qualidade) pode ter efeitos muito mais eficazes do que uma multa da ERC: dado que estas TV dependem da publicidade, as marcas não quererão ser associadas a TVs sem qualidade e as suas receitas ficarão em perigo. Creio que esta é a maneira mais adequada de regular o sector.
Atenciosamente,
b).
CAMARA MUNICIPAL DE LISBOA-Tudo dentro dos conformes...
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E os corruptos estão no Porto (e no Futebol Clube do Porto), excelências? Não se arranja mais uma faquinha para espetar nas costas do Sr. Pinto da Costa? Agora também dava jeito. Com um pouquinho de paciência, talvez se consiga, não é... Nós ja vimos que ele tem as costas largas, mas não imaginamos que possam chegar tão longe... Quem sabe? Já assistimos a nanobras mais escabrosas...
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