Em termos de trabalho individual, limito-me a destacar o sempre incansável Lisandro e a estreia de Tomás Costa em grandes palcos, no desgraçado jogo de hoje.
O FCP (já sabemos) não tem o dinheiro do Arsenal para comprar diamantes já lapidados como fazem quase todos os clubes ingleses. Se tivesse, outro galo cantaria. O que explica os êxitos do FCP a nível nacional e sobretudo internacional, tem sido uma hábil gestão realista dos seus recursos, tanto a nível de aquisição de jogadores como de filosofia de jogo.
Nós portistas, gostaríamos de ver o FCPorto a brindar-nos sempre, com um futebol de 1ª. água e com jogadores que o soubessem desenvolver, mas como isso não é possível, ainda assim, lá temos conseguido bater-nos com colossos do futebol europeu com um lote de jogadores interessantes, raçudos, e com um futebol nem sempre espectacular mas muito realista e objectivo, chegando até a vencê-los e a vencer algumas competições europeias, entre as quais duas Ligas dos Campeões Europeus. Tudo isso, foi conseguido, com bons treinadores (mas, nem sempre), com os bons jogadores possíveis para o orçamento do clube, e com uma grande capacidade para colmatar os pontos frágeis (o aspecto financeiro) em relação a outros clubes infinitamente mais poderosos .
Acontece, que Jesualdo Ferreira não é um bom treinador, é apenas um treinador mediano. Considero que, apesar do excelente comentador Freitas Lobo o tentar proteger, penso que o grande derrotado foi ele. Sinceramente, já esperava isto (a cabazada), e tivemos, dentro do azar, muita sorte à mistura, senão, seria uma goleada super-histórica. É preciso não esquecer que, apesar do FCP não se poder dar ao luxo de comprar de empreitada uma série de jogadores de top já feitos, o clube consegue quase sempre descobrir alguns promissores para depois burilar e mais tarde vender com grandes margens de lucro.
Decididamente, o que me parece, é que Jesualdo Ferreira não conseguiu chegar a esta fase das provas (campeonato+Liga europeia), com dinâmicas de jogo já assimiladas, quer técnica, quer tácticamente. Nota-se, e isso independentemente da qualidade individual dos novos jogadores, que eles nem sempre sabem como movimentar-se e os níveis de concentração são muito inconstantes. Ora, este ponto é da exclusiva responsabilidade do treinador. Jesualdo não está a transmitir grande confiança, tanto para si mesmo, como para os jogadores e adeptos. E isso é um péssimo sinal. O seu discurso ambíguo e titubeante também.
Quanto à valia de alguns jogadores que foram contratados este ano, se todos passaram pela sua avaliação e anuência, a responsabilidade também lhe pertence.
A nível europeu, os portistas podem bem deixar de sonhar com a repetição de outras façanhas europeias, e quanto ao campeonato nacional também tenho as minhas dúvidas, embora, como já disse há poucos dias, a procissão ainda tenha acabado de sair à rua. Veremos.

