30 setembro, 2008

UM PORTO À JESUALDO FERREIRA

Em termos de trabalho individual, limito-me a destacar o sempre incansável Lisandro e a estreia de Tomás Costa em grandes palcos, no desgraçado jogo de hoje.

O FCP (já sabemos) não tem o dinheiro do Arsenal para comprar diamantes já lapidados como fazem quase todos os clubes ingleses. Se tivesse, outro galo cantaria. O que explica os êxitos do FCP a nível nacional e sobretudo internacional, tem sido uma hábil gestão realista dos seus recursos, tanto a nível de aquisição de jogadores como de filosofia de jogo.
Nós portistas, gostaríamos de ver o FCPorto a brindar-nos sempre, com um futebol de 1ª. água e com jogadores que o soubessem desenvolver, mas como isso não é possível, ainda assim, lá temos conseguido bater-nos com colossos do futebol europeu com um lote de jogadores interessantes, raçudos, e com um futebol nem sempre espectacular mas muito realista e objectivo, chegando até a vencê-los e a vencer algumas competições europeias, entre as quais duas Ligas dos Campeões Europeus. Tudo isso, foi conseguido, com bons treinadores (mas, nem sempre), com os bons jogadores possíveis para o orçamento do clube, e com uma grande capacidade para colmatar os pontos frágeis (o aspecto financeiro) em relação a outros clubes infinitamente mais poderosos .
Acontece, que Jesualdo Ferreira não é um bom treinador, é apenas um treinador mediano. Considero que, apesar do excelente comentador Freitas Lobo o tentar proteger, penso que o grande derrotado foi ele. Sinceramente, já esperava isto (a cabazada), e tivemos, dentro do azar, muita sorte à mistura, senão, seria uma goleada super-histórica. É preciso não esquecer que, apesar do FCP não se poder dar ao luxo de comprar de empreitada uma série de jogadores de top já feitos, o clube consegue quase sempre descobrir alguns promissores para depois burilar e mais tarde vender com grandes margens de lucro.
Decididamente, o que me parece, é que Jesualdo Ferreira não conseguiu chegar a esta fase das provas (campeonato+Liga europeia), com dinâmicas de jogo já assimiladas, quer técnica, quer tácticamente. Nota-se, e isso independentemente da qualidade individual dos novos jogadores, que eles nem sempre sabem como movimentar-se e os níveis de concentração são muito inconstantes. Ora, este ponto é da exclusiva responsabilidade do treinador. Jesualdo não está a transmitir grande confiança, tanto para si mesmo, como para os jogadores e adeptos. E isso é um péssimo sinal. O seu discurso ambíguo e titubeante também.
Quanto à valia de alguns jogadores que foram contratados este ano, se todos passaram pela sua avaliação e anuência, a responsabilidade também lhe pertence.
A nível europeu, os portistas podem bem deixar de sonhar com a repetição de outras façanhas europeias, e quanto ao campeonato nacional também tenho as minhas dúvidas, embora, como já disse há poucos dias, a procissão ainda tenha acabado de sair à rua. Veremos.

6 comentários:

  1. Caro Rui,

    Lamento muito mas considero que foi, para o FCPorto, um jogo miserável como há muito não se via!

    E se há culpados, um deles é o senhor professor!

    Veja-se o caso dos reforços! Benitez? Guerin?Fernando? Tomás Costa?

    Então não tinhamos cá outros jogadores, que foram dispensados, que nos davam outras garantias (João Paulo,Postiga,Vieirinha,Adriano)e o Fucile que foi titular o ano passado, já não é convocado? Algum dos lá estão é melhor do que o Fucile?

    Palavra que não entendo a contratação de tantos jogadores medianos, penso que com o sim de Jesualdo, e que nos dão este espectáculo!!!

    Já muitos estavam a prever esta debacle, só que no nosso subconsciente esperamos sempre que não aconteça. Os jogos têm sido pobres. Os jogadores(alguns) não servem para uma equipa que se quer competitiva. Não é preciso gastar fortunas. Então com o Mourinho não tinhamos uma equipa mais barata?

    Este ano gastou-se mais dinheiro na contratação de jogadores, para quê?

    Oxalá eu me engane, mas não me está a cheirar lá muito bem a equipa(e a equipa técnica) que o FCPorto tem este ano. Foi-se embora o Prof. Azenha e parece-me que um dos erros está aí! Jesualdo fazia muito a conselho do prof.Azenha!

    Foi uma vergonha, não só o resultado como também o triste espectáculo que o FCPorto, deu!!!

    E, sinceramente não sei o que aí vem!

    Abraço

    Renato Oliveira

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  2. E para além de tudo isso, não transmite convicção, raça, vontade de vencer...há treinadores que podem estar todos borrados, mas têm crença, alma e conseguem transmiti-la. Jesualdo não!
    Tudo bem que o Arsenal é superior, mas meu Deus, aquilo foi um pesadelo. Um aequipa que quando sofreu o 1º golo se desmoronou como um castelo de cartas é uma equipa psicologicamente muito frágil. Mas também o que se pode esperar de uma equipa, treinador incluído, que vem fazer queixinhas só porque é assobiada?
    Um abraço

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  3. Não sou apologista dos despedimentos de treinadores à 1ª.brisa de más prestações, mas se isto continuar assim (e eu estou convencido que sim)o FCP vai ter de o fazer se não quiser hipotecar toda esta época.

    O que se viu ontem foi miserável.

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  4. Jesualdo não sabe o que é ser treinador do F.C.PORTO, se quiser-mos ter aspirações a ganhar o campeonato e taça mandem este senhor Prof. embora, tragam já Carlos Azenha esse sim pode ser um novo Mourinho e já conhece bem os cantos à casa, acreditem era o melhor para o F.C.PORTO

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  5. Como portista, sócio há mais de 30 anos, estou habituado, volta e meia, ver a equipa ser reconstruída. Há que lapidar as pedras brutas para ter diamantes.
    Todavia, cada ciclo que passa as pedras são mais impuras. A SAD tem culpa porque compra ultimamente pela comissão e menos pela qualidade. Atenção sr. Presidente! Entretanto, o treinador não me parece que seja o ideal para a renovação desejada. Por outro lado, onde pára o ESPÍRITO DO DRAGÃO. É que desculpando os "tenrinhos" de ontem, faltou ali essencialmente ATITUDE. Estou deveras preocupado...

    (p.s.: aquele ar de gozo de Wenger é que doi mais que a derrota!)

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  6. Se bem conhecemos a forma de actuar de PdC nestas ocasiões, vai continuar a apoiar o treinador, o que, como princípio até se louva.

    O problema, é quando o treinador não faz o feed-back que se espera, e compromete toda uma época!

    A arte está em saber quando é que esta filososfia "de aguentar as marés baixas" se deve levar à letra, e se percebe que o problema é mesmo do comandante da tripulação (treinador)...

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...