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O grito de Ipiranga |
Prefiro equivocar-me se disser que não espero nenhuma alteração de relevo à postura contemplativa do Presidente do FCPorto dos últimos anos, no que concerne à defesa do FCPorto.
Se tal acontecer, e se o poder político e judicial continuarem empenhados em proteger o Benfica das graves acusações de que são alvo, poupando-o a castigos merecidos, então será inútil continuarmos a competir na próxima época. Será mais digno abdicar de uma competição viciada à partida, como tem sido evidente. E se digo que é imperioso defender o FCPorto, refiro-me naturalmente à defesa jurídica, mesmo sabendo quão duvidosa anda a credibilidade do sistema judicial deste obsceno pedaço de terra. E nem vale a pena falarmos da justiça desportiva, porque essa, não só não existe, como é parte do problema.
O FCPorto tem gente devidamente qualificada para propor soluções, e se preciso fôr, fora do país, no quadro da União Europeia. Enquanto o regime continuar a discriminar os portugueses, a afirmar que vivemos numa democracia, sem disso fazer prova cabal, creio que temos o direito de explicar à Europa (à fracção mais credível), como está a ser tratada a segunda cidade portuguesa, assim como o clube que melhor a representa.
Há uns anos para cá que os dirigentes do FCPorto, particularmente o Presidente, estão longe de corresponder à expressão dos slogans que melhor caracterizaram o clube e que ainda hoje são cantados pelos adeptos. Agora, o grito "Somos Porto" é quase mítico, pertence mais ao passado do que à realidade actual. O "Contra tudo e contra Todos" nunca foi tão pertinente como agora! E nem por isso se acentuou a nossa luta. Agora, estamos a ser amesquinhados por políticos de duvidosa integridade, e somos incapazes de lhes transmitir a mensagem que já há muito precisam de ler, que é: "nós não confiamos em vocês, porque não têm a independência necessária para representar Portugal" ! "Vocês (de todos os partidos), foram mesmo aprisionados por um reles clube de futebol, logo, colocaram-se num plano inferior de autoridade"!
Estou muito decepcionado, não com a cidade urbana, que adoro, mas com a timidez dos portuenses. Está-lhes a faltar a alma de outros tempos. Anda o Joel Cleto a refrescar a memória histórica do Porto (para a qual, desportivamente, o FCPorto muito contribuiu), para agora nos comportarmos como passarinhos inofensivos. Obviamente, é isso que aqueles cobardes querem, é calar-nos! Todas as atitudes deles vão nesse sentido, e se a polícia não é capaz de defender-nos, então, teremos de ser nós a fazê-lo. Ajoelhar, é que nunca!
Assim sendo, não estou disposto a dar mais para este peditório de calimero. O momento é de revolta e de justificada indignação. A exigência tem de ser grande! O momento, não é para acatar ordens de gente desqualificada, colaboradores de um regime notoriamente dominado pela corrupção, que ainda por cima apoiam a olhos vistos! E sem vergonha! O momento é para desobedecer! O poder político, como presidencial, não têm qualquer moral ética para o exercer, porque silenciando uns crimes, ou encobrindo outros, limitam-se a passar por cúmplices.
Portuenses, adeptos, sócios ou não, abram os olhos de uma vez, por favor. Não deixem que os corruptos continuem a toldar-nos o carácter. Os corruptos têm de prestar contas à lei, não nós, nem os outros clubes que jogam limpo (se os houver).
Finalmente, sem sarcasmo, recomendo àqueles que ainda olham para a política como quem olha para um clube, "não" se esqueçam de ir votar em massa nas eleições que se avizinham, porque de facto os partidos "merecem-no".
Todos! Como é simples de constatar...
PS 1-Para os cartilheiros, cobardolas, que enchem o blogue de porcaria, já sabem, ninguém vos vai ler. Nem eu. O vosso lugar é o caixote de lixo. Como merecem.
PS2-Perguntas inocentes:
para que serve o Governo de Lisboa? Para governar, o quê? Quem governa o futebol (não estou a falar de clubes)? Que Associações, que Ligas e que tipo de gente? Se as respostas forem as que todos sabemos e alguns não querem dizer, ficamos com a noção correcta do reles país que nos calhou.