14 maio, 2011

RTP e similares


Que resposta daria a Administração/Direcção da RTP [e também a dos canais generalistas privados de televisão], se alguém lhes dissesse seca e frontalmente que andam há anos a desempenhar um trabalho sujo e d-e-s-o-n-e-s-t-o? Á imagem dos políticos, manteriam a postura do vígarista e  "chutavam para canto", com  um sorriso cínico de indiferença nos lábios, ou faziam teatro e indignavam-se? Que argumentos teriam guardados para justificar o injustificável, ou para nos provar que estávamos enganados? 

A RTP e a sua administração não é de facto séria, nem goza de boas práticas democráticas. Se alguém tiver dúvidas, valerá a pena perder algum tempo para observar as opções informativas a nível desportivo. Isto, já nem sequer é novidade, é mesmo um costume antigo, mas hoje, terminada a última jornada do Campeonato Nacional, a RTP, empresa sustentada com o dinheiro dos contribuintes, incluindo dos portistas, não considerou prioritário marcar presença na Madeira para assistir ao derradeiro jogo do já Campeão Futebol Clube do Porto e proceder à cobertura do evento. Não! Preferiu dedicar o prime-time aos segundos, terceiros e quartos classificados...

É este o protagonismo que acham dever atribuir ao mérito, aos vencedores. Ou seja, os primeiros não são relevantes, são quem eles acham que deve ser. Democrático...

Que país é este?


O que significa este símbolo?
Que país é este, que após a condenação por um Tribunal Arbitral de uma decisão tomada ilegalmente por um grupo de membros do Conselho de Justiça F.P.F., permite que, logo no dia seguinte, se encham os telejornais com novas conspirações sobre as entidades lesadas?

Que país é este, que continua orfão de uma voz autorizada, capaz de refrear os ímpetos sensacionalistas dos órgãos de comunicação social?

Que país é este, que consente que qualquer pessoa, sem escrúpulos, acuse outra, ou uma instituição, impunemente, dando lastro a novos escândalos, e sobrecarregando a Justiça com não casos?

Que país é este? Não! A culpa não é do país, mas das metástases malignas de uma democracia doente, desregrada e vulnerável, que se permite à manipulação fácil de qualquer canalha, deixando no ar a ideia que o crime compensa mesmo!

Não será antes: que democracia é esta?

Movimento Pró Partido do Norte

O Movimento Partido do Norte (MPN) nasceu a 29 de Maio de 2010. Este movimento surgiu como uma necessidade de defender o Norte e a Regionalização.

Com a queda do governo e a antecipação das eleições legislativas a legalização do MPN ainda não se encontra concluída. No entanto, a crise e o estado do país mais do que nunca apontam para a necessidade de um modelo e uma visão diferente para o país. O centralismo não pode continuar a ser a solução.  Os membros do MPN vão concorrer como independentes às próximas eleições legislativas unicamente nos círculos eleitorais de Viseu, Aveiro, Braga, Bragança, Guarda, Porto, Viana do Castelo e Vila Real, integrando as listas do PDA (Partido Democrático do Atlântico).

Aveiro: Dénis Sousa (Psicóloga); Ricardo Fonseca (Profissional Seguros) e Pedro Miguel Tavares de Almeida Besteiro (Engenheiro).
Braga: José Manuel Lopes Cordeiro (Historiador – Univ Minho); António Manuel Almeida Alves (Maquinista Técnico) e Maria Luísa Ferraz Matos Gonçalves (Médica).
Bragança: Nuno Gomes Lopes (Arquitecto); Maria Zulmira Afonso Cordeiro (Administrativa) e Silvia Patrícia Lopes Santos (Coord. Marketing)
Guarda: Pedro Miguel Ribeiro Boa-Nova Pereira; Marco António Pereira de Oliveira e Ana Lúcia Ferreira Gomes.
Porto: Pedro Luís da Rocha Baptista (Escritor e Investigador); Paulo Mendes Pereira (Engenheiro); Maria Luísa Rodrigues Gradim Santos (Jurista); Jorge Eduardo Fernandes Freitas Monteiro (Jurista) e Alexandre Jorge Rodrigues Ferreira (Arquitecto).
Viana do Castelo: José Carlos Ferraz Alves (Economista); Fernando José Monteiro Marques Beato (Empresário) e Maria da Conceição da Silva Ribeiro (Consultora)
Vila Real: António Pinto Bernardo (Gestor); Nuno Miguel Cardoso Teixeira e Maria Isabel Fernandim Fernandes (Professora).
Viseu: Eurípides Costa (Vinicultor); Cipriano Figueiredo (Operador Cirúrgico) e Sónia Miranda (Fisioterapeuta), 

Os candidatos preconizam como síntese das suas Linhas Programáticas 10 medidas urgentes e imediatas para Portugal:


10 medidas imediatas para Portugal 2011
 1 – Redução para metade do número de ministérios,secretarias de estado, direcções gerais, gabinetes, assessorias, institutos públicos, empresas municipais e regionais.

 2 – Redução de 230 para 180 do número de deputados que devem representar os eleitorados que os elegeram, não os directórios partidários. Criação de Regiões autónomas sem acréscimo de custos, com transferência dos actuais organismos regionalizados para a tutela das Regiões, com excepção da Defesa, Negócios Estrangeiros, Justiça e Administração Interna. Extinção imediata dos governos civis. Fusão da GNR e PSP.

 3 – Tecto máximo de salários em todo o sector público alargado igual ao do Presidente da República. Proibição de pareceres, estudos e consultorias privadas. Admissão por concurso público para todos os cargos dirigentes, sem excepções, acabando com nomeações politicas que não sejam de cargos do governo.

 4 – Reestruturação da Caixa Geral de Depósitos tornando-a um Banco de Fomento para a Indústria, Agricultura, Pescas e Turismo, com departamentos autónomos em todas as regiões. Deslocação das sedes operativas de Institutos, Tribunais Superiores e outros organismos pelas diversas regiões do país.

 5 – Privatização ou extinção da RTP 1 e redução em 80% dos subsídios públicos de forma a manter os serviços da RTP Internacional e RTP África.

 6 – Redução de 25% a 50% da Taxa Social Única e do IRC para as empresas industriais, agrícolas e de pescas que aumentem o número de empregados no país e a produção em cada ano, em proporção com o aumento de emprego e da produção atingida por cada uma. Proibição do aumento de impostos, especialmente os que incidam sobre as famílias de rendimento baixos e médios.

 7 – Alargamento do regime da ADSE a todos os beneficiários da Segurança Social, mantendo os custos por utente iguais ao do Serviço Nacional de Saúde. Substituição do“Rendimento Mínimo” por um Subsídio de Emprego Temporário, colocando esses cidadãos em trabalhos a tempo parcial junto de entidades públicas ou de solidariedade social e de empresas.

 8 – Implantação de um regime de criatividade, concentração, rigor e esforço nas escolas do ensino básico e secundário; redução da dimensãodas turmas. Responsabilização das direcções das escolas e dos professores pelos resultados obtidos, em cada contexto sócio-educacional, nas provas de aferição nacional.

 9 – Alargamento do número de escolas com contrato de associação, com acesso não discriminatório, de forma a dar mais liberdade de escolha no ensino básico e secundário, a custos idênticos ao das escolas públicas.

10 – Tecto nas reformas em 3500 euros em máximo acumulado e devolução das contribuições em excesso em títulos do tesouro.

 

12 maio, 2011

Jornal de Notícias mais amigo do Porto? Ou, um bluff?

Manuel Taveres e Joaquim Oliveira
O futuro director do Jornal de Notícias, Manuel Tavares, disse, esta quarta-feira, que quer consolidar o diário como "marca popular e de qualidade", apostando numa "relação de proximidade" com a população do norte do país.

No dia em que o Conselho de Redacção do JN deu parecer favorável à nomeação do ainda director d'O Jogo para assumir a direcção do título da Controlinveste, Manuel Tavares explicou à Lusa que quer atrair as pessoas que "deixaram de comprar ou que nunca compraram um jornal diário em papel" para que o comprem agora "por verem nele reflectidos os problemas da sua rua, da sua cidade, da sua região".

O Conselho de Redacção do jornal deu parecer favorável por maioria, com uma abstenção, depois de ter ouvido o director cessante, José Leite Pereira, e o nomeado pela administração.

O texto, ao qual a Lusa teve acesso, indica que foram obtidas garantias de que o programa do futuro director, assente na lógica de "jornal popular de qualidade e de proximidade", "não representa uma deriva tabloidizante" nem a "descaracterização" da publicação.

O Conselho de Redacção do jornal encara o programa apresentado como "um esforço de valorização do capital de ligação do JN aos problemas e anseios das populações, especialmente da sua área geográfica de maior influência".

"Eu acho que não há jornais nacionais, isso é uma ficção", afirma Manuel Tavares, que acrescenta não querer dar detalhes sobre projectos e ideias concretas por ainda não ter a equipa da direcção formada e por ainda não ter tomado posse, evento sem data marcada.
[JN]


Nota RoP
Não estou muito optimista [que querem, estou farto de falsas promessas], quanto a grandes mudanças no rumo editorial do jornal. As garantias, e o parecer favorável do Conselho de Redação do jornal, podem querer significar, "se prometeres portar-te bem, damos o nosso aval à tua nomeação" ...   

Esta frase presta-se igualmente a várias interpretações: "não representa uma deriva tabloidizante" nem a "descaracterização" da publicação. Pergunta-se: então o que é que vai mudar? Mais notícias regionais sobre o assalto à gasolineira do burgo, ou uma efectiva assunção de proximidade em termos sócio-políticos? Que a edição Sul é para terminar? Que o JN vai funcionar como contra-balança à imprensa centralista?

Vamos ver. Gostaria muito que o meu "pessimismo" fosse contrariado por um alinhamento editorial mais regionalista. De mansinho...  

Petição por manutenção do projecto na Escola da Fontinha com quase 1000 assinaturas

A petição já existia há 2 semanas, por decisão do grupo de ocupantes da antiga Escola da Fontinha, mas em menos de 2 dias o número de signatários duplicou e cifrava-se em mais de 900 no final da tarde desta terça-feira. A razão é simples: a onda de solidariedade com o projecto que se gerou depois da acção de despejo de terça-feira, que acabou com 7 detidos e o emparedamento da escola.

A petição, dirigida à Câmara do Porto, é uma “ferramenta política” e surgiu por proposta dos vizinhos da antiga escola, diz ao P24 Nuno Carvalho, membro do movimento.

O grupo, que organizou várias actividades na escola e reparou parcialmente o edifício, que tinha sido roubado e vandalizado pouco tempo antes da ocupação, vai participar na próxima Assembleia Municipal do Porto, marcada para segunda-feira, e haverá uma acção de protesto antes da mesma.

Nuno Carvalho diz que o movimento já esperava, em parte, a solidariedade que se gerou, visível em vários sites, nas redes sociais, no bairro e também no discurso de líderes políticos da oposição camarária.

“Imaginávamos isto porque na altura antes de ocuparmos o edifício sabíamos de antemão que este tipo de projecto só seria viável se fosse para os moradores e tivesse o apoio deles. Não estaríamos era à espera de tanto”, diz. Uma teoria para a solidariedade da vizinhança: “É um bairro esquecido da cidade, as pessoas têm revolta”.

O movimento organizou esta terça-feira uma assembleia geral no Largo da Fontinha (que é, para já, o espaço onde continuam a realizar actividades) e decidiu avançar com queixas contra a actuação da polícia. “Houve 2 pessoas agredidas e pessoas que ficaram sem material”, acusa Nuno Carvalho. Em causa, dizem, está a legalidade da acção policial, que, dizem, deveria ter sido precedida de uma notificação.

Pedro Rios [Porto24]

11 maio, 2011

Tribunal considera inexistente deliberação que suspendeu Pinto da Costa


Pinto da Costa, o Líder
O Tribunal Administrativo de Lisboa considerou inexistente a segunda parte da reunião do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) de 4 de Julho de 2008, em que este órgão confirmou a suspensão de dois anos do presidente do FC Porto e a descida divisão do Boavista, ambos no âmbito do processo Apito Final, relativo a alegados casos de corrupção no futebol.

Em causa está a polémica reunião do Conselho de Justiça da FPF, a 4 de Julho de 2008. Às 17h55 desse dia, o então presidente Gonçalves Pereira, depois de ter declarado o impedimento do vogal João Abreu para avaliar os recursos em causa, encerrou a reunião.

Já sem o presidente e o vice-presidente na sala, os restantes membros do CJ decidiram continuar a reunião, nomeando Álvaro Baptista novo presidente, e apreciaram os recursos de Pinto da Costa e do Boavista, confirmando a suspensão de dois anos ao primeiro e a descida de divisão ao clube “axadrezado”.

É esta segunda parte da reunião que o Tribunal Administrativo de Lisboa vem agora considerar “inexistente”.

No acórdão a que o PÚBLICO teve acesso, o tribunal declara “a eficácia das decisões do presidente do Conselho de Justiça registadas na acta da reunião de 4 de Julho de 2008 desse conselho e a legalidade da decisão de encerramento dessa reunião pelas 17 horas e 55 minutos”.

Por outro lado, o tribunal declarou “inexistente a pretensa decisão de continuação da mesma reunião, proferida pelos vogais do Conselho de Justiça, conselheiros Francisco Mendes da Silva, Álvaro Baptista, Eduardo Santos Pereira, João de Abreu e José Salema dos Reis, e, em consequência, inexistentes as deliberações por estes tomadas depois do encerramento da reunião” pelo presidente do órgão.

“Na prática, este acórdão gera uma situação complexa, porque em bom rigor o tribunal diz que a reunião terminou legalmente às 17h55”, disse ao PÚBLICO José Manuel Meirim, professor de Direito do Desporto.

“É como se nunca tivessem existido as deliberações de confirmação dos castigos”, aponta Meirim, acrescentando que “uma das hipóteses é o CJ voltar a avaliar estes recursos.”

José Manuel Meirim afirma ainda que este acórdão do Tribunal Administrativo se refere apenas ao recurso de Pinto da Costa, mas que “pode ser aproveitado pelo Boavista” para eventualmente tentar a sua reintegração na I Liga de futebol. Não é, no entanto, ainda muito claro até que ponto fica em causa a despromoção do Boavista.

O professor de Direito do Desporto sublinha ainda que a “decisão do tribunal é totalmente contrária ao parecer do professor Freitas do Amaral”.

A Federação Portuguesa de Futebol tem agora a possibilidade de recorrer desta decisão para o Supremo
Tribunal Administrativo. 

[in Público]


Nota do RoP
Adorava saber o que vai acontecer com os autores deste grande imbróglio. Se serão, ou não, responsabilizados por todos os prejuízos causados ao Boavista e ao FCPorto e à imagem dos seus dirigentes.

Como escrevi no post anterior, uma Democracia de verdade não pode sobreviver a excessos, sejam eles de poder, sejam de liberdade. Ricardo Costa, ex-dirigente do Conselho de Disciplina da Liga, abusou de ambos, tornando-se o rosto vísivel da tramóia infame e persecutória contra os dois clubes portuenses, conseguindo, inclusivé, a despromoção do Boavista para o terceiro escalão do futebol português e a supressão de 6 pontos na pontuação classificativa do FCPorto na época transacta. A acompanhar os próximos episódios...

Um burro incendiário chamado Laurentino!

O Grande Burro Laurentino

Tenho denunciado, com a persistência que a gravidade da situação me parece  justificar, que os valores da Democracia precisam de ser urgentemente reformulados. Não o faço por gostar de criticar gratuitamente o regime, ou por acaso, os resultados, estão bem à vista. Já nem  falo da crise económica e social, que resulta também da degradação do sistema económico-financeiro internacional, mas antes, da baixíssima qualidade intelectual e política dos governantes que este modelo de democracia permite ascenderem ao poder.

O Secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, é apenas um dos maus exemplos que atrás citei. Vou hoje referir-me a ele na esperança de convencer quem me lê, da pertinência das minhas críticas quando, por mais de uma vez, me insurgi contra a participação de políticos em programas desportivos. Antes porém, queria excluir um caso excepcional, que é o do Dr. Pedro Baptista que, como devem saber também colabora num desses programas, e é simultaneamente líder do Movimento Pró Partido do Norte.

Podendo correr o risco de aparentar alguma contradição, este caso específico do Dr. Pedro Baptista, é para mim aceitável e compreensível, levando em conta os baixos recursos financeiros do Movimento para se promover, bem como a total indiferença com que os media generalistas [não] o têm acompanhado. Ao jogo sujo produzido por uma imprensa sectária e de uma televisão alheia a "movimentos" regionalistas, só é possível contrapor usando os mesmos argumentos, ou semelhantes... Por isso, não só apoio a estratégia de Pedro Baptista, como estarei disposto a votar no Movimento do Norte, caso venha a concorrer nas próximas eleições. E resumo em poucas palavras porque o farei.

Numa primeira análise, porque todos os partidos do arco do Poder tiveram 37 anos para mostrar o que valiam, e foram incapazes de provar que valiam grande coisa. Segundo, porque os partidos de oposição revelaram-se acomodados ao bate-papo parlamentar e tornaram-se inaptos para se afirmarem como alternativa aos maus governos. Por último, e em razão dos pontos anteriores, por me parecer razoável dar o benefício da dúvida a quem o merece e ousou avançar com a Regionalização, um tema tornado tabu e repetidamente manipulado por motivos eleitoralistas, tanto pelo PS como pelo PSD. Para estes partidos o meu voto acabou! Ponto.

De volta a essa figurinha [grande em tamanho, e pigmeu em inteligência], que é Laurentino Dias, típico político aparelhista, preguiçoso e incompetente, chamo a atenção dos leitores para as tristes declarações que decidiu fazer sobre a final da Liga Europa que FCPorto e Sporting de Braga vão disputar no próximo dia 18. Com ar de santinho, de quem diz a coisa mais natural do mundo, este abjecto espantalho, resolveu colocar-se ao nível do adepto mais fundamentalista, para dizer que apoiava os bracarenses, sem sequer se preocupar com a sua condição de governante! Depreendam agora, como podem políticos desta envergadura ter a menor ideia do que é o sentido de Estado! De mais a mais, num momento raro para o futebol português, onde pela primeira ocasião na história, se vão encontrar duas equipas nacionais na final da segunda competição mais importante da Europa! 

Com estas afirmações diarróicas, Laurentino Dias, procurou destruir [ou, pelo menos, tentou] o ambiente de paz e fair play que adeptos e dirigentes de ambos os clubes têm sabido criar, mesmo em vésperas de um troféu tão importante!

Agora, digam lá se é exagerada a baixíssima estima em que tenho a classe política. Digam-me, se é a estes protagonistas, a quem temos o dever de respeito e estamos dispostos a conferir poderes para zelar pela nossa segurança! 

Pois é, cá para mim, o lugar desta gente não é na política, nem sequer num lugar público. É na cadeia. Mas isso, sou eu, que sou um democrata sem medo da Lei e que dá valor à ordem.

10 maio, 2011

Vícios e virtudes no centro histórico

Com alguns meses de atraso, a Porto Vivo, SRU volta a ter presidente. Rui Moreira sucede, por cooptação, a Arlindo Cunha. Prevaleceu a vontade do líder da autarquia junto do accionista maioritário - o governo. Mas a escolha do presidente da Associação Comercial do Porto não ocorre por simpatia política de qualquer das partes com poder de decisão, porque Rui Moreira é, consabidamente, crítico das políticas urbanísticas da cidade e das opções do poder central no que se refere ao Grande Porto e ao Norte, designadamente quanto ao TGV, ao Aeroporto Sá Carneiro e à aplicação de fundos provenientes de Bruxelas. Rio, Sócrates e... Manuel Pizarro (secretário de Estado da Saúde, presidente da concelhia socialista portuense e putativo candidato do PS à edilidade tripeira) consensualizaram posições favoráveis ao interesse do Porto e da reabilitação do Património da Humanidade. Na discreta posse ocorrida na passada sexta-feira (na qual esteve presente Rui Rio), ganharam as três partes: o governo de gestão, o presidente do executivo camarário e... Pizarro. Por sua vez, Rui Moreira obriga-se a:

1. demonstrar que não se esquece das pessoas que vivem nas freguesias do centro histórico e que, como sempre defendeu, devem ser parte interessada na existência da SRU, independentemente de novos moradores;

2. atrair investimento estrangeiro;

3. fazer com que a SRU seja um instrumento de facilitação para quem quiser ir viver ou desenvolver negócios na Baixa;

4. usar a sua independência financeira e política para desburocratizar uma empresa com vícios de procedimentos que poderiam levá-la à sua extinção e a destruir um projecto fundamental da afirmação universal do Porto.

Alfredo Barbosa
Docente da Universidade Fernando Pessoa
[Fonte: i]

09 maio, 2011

Escola de negócios da Universidade do Porto entra para a lista das melhores do mundo

Financial Times

A EGP – University of Porto Business School entrou este ano directamente para a lista das melhores escolas para formação de executivos do “Financial Times”. A escola de negócios da Universidade do Porto figura na posição 65 no ranking de instituições com formação para executivos do jornal britânico logo no primeiro ano em que concorre a esta distinção.

“Estamos muito satisfeitos com a nossa entrada, à primeira tentativa, o que nos permite reforçar a nossa estratégia de internacionalização e dar continuidade aos objectivos que temos vindo a definir no que toca a acreditações e rankings internacionais”, afirma, em comunicado, o presidente da direcção da EGP, Nuno de Sousa Pereira.

Mais do que estas distinções, importa à instituição a “qualidade comprovada” dos seus programas, o que, segundo Nuno de Sousa de Pereira, é reconhecido pela “ligação única às empresas” – em 2010, a escola recebeu mais de 800 alunos de cerca de 25 empresas.

O ranking de formação para executivos do “Financial Times” é um dos indicadores internacionais da qualidade das escolas de negócios. A lista é liderada, pelo terceiro ano consecutivo, pela Duke Corporate Education (com instituições nos Estados Unidos, Reino Unido, África do Sul e Índia), seguindo-se a HEC Paris e a Fundação Dom Cabral.

A EGP – University of Porto Business School mantém com esta escola brasileira de formação de executivos uma parceria designada de Programa PAEX – Parceiros para a Excelência, destinado a empresas de pequena e média dimensão.
[in Porto24]


OBS. do RoP
Há qualquer coisa de inexplicável com o Porto e o Norte. Foi, e continua a ser, prejudicado e discriminado negativamente por sucessivos governos centralistas. Delapidado, económica, social e culturalmente, e apesar disso, recebe prémios e distinções de todo o género e de todo o mundo. Não tarda, ainda vão dizer que tantos elogios se devem à acção governativa... Querem apostar?

É caso para pensar: não vivería o Norte melhor sem Lisboa, sem as amarras do Estado e sem este tipo de governantes?  Adianto a resposta: vivia! Mas, por que raio nem sequer se decidem a desamparar-nos a loja?  E os nossos "inimigos" de estimação são os espanhóis? Eram! Agora, são outros... Que inconsciência.

Marinho Pinto, será assim tão populista?

Marinho Pinto tem vindo a ser acusado por parte do sector mais conservador da sociedade [incluindo o referente à sua área profissional], de excesso de protagonismo, e de fazer declarações polémicas e populistas. Dentro desses ataques, há que procurar conhecer bem quem os faz, e porque os faz.

Talvez por não ser muito sensível ao ruído produzido por certa ala ultra-conservadora da vida pública, que é por natureza pouco dada ao aprofundamento das verdades, o certo, é que depois de ler e ouvir Marinho Pinto, não consigo descobrir nada que me pareça falso, ou sequer exagerado. O que me surpreende e estranha em Marinho Pinto, é sim, criar conflitos com quem muitas vezes aparenta pensar como ele, como sucedeu recentemente com Manuel António Pina. Mas, esse é um mal que se estende a outros protagonistas, mesmo no seio dos próprios partidos e que [desiludam-se os que já tinham a resposta na ponta da língua] nada tem a ver com a conversa fiada da democraticidade interna. Terá a ver, talvez, com querelas pessoais mantidas nos segredos dos deuses, dos quais o público nem sempre se dá conta.

Não sei, portanto, porque haveria de ficar escandalizado com o que o bastonário dos advogados escreveu ontem no JN, se estou totalmente de acordo com ele, se nem vejo qualquer demagogia no seu conteúdo. Marinho Pinto disse, por exemplo, que não vai votar nas próximas eleições, e explica porquê. E a primeira explicação é esta: "nestas eleições não haverá uma efectiva possibilidade de escolha porque não há alternativa a nada e tudo ficará na mesma depois delas". Alguém com plena maturidade duvidará disto? Depois, acrescenta: "Praticamente todos os actuais partidos já estiveram no governo desde o 25 de Abril, mas os resultados foram sempre os mesmos..." Ou: "são muitos os que exploram inescrupulosamente os recursos públicos, desde os gestores e as «aristocracias laborais» das empresas públicas, até aos grandes grupos económicos privados cuja riqueza tem aumentado escandalosamente à custa de negócios leoninos com o Estado". Alguma destas declarações foge da realidade que conhecemos? Outra coisa: o facto destas declarações serem proferidas por um bastonário, obriga-o a ter de fazer delas prova, apesar de termos a percepção de corresponderem à realidade? Por que será então, que certas pessoas tanto se incomodam com elas? Essa reacção, isso sim, pode inspirar a desconfiança popular sobre quem as manifesta... 

Tal como ele, também penso que "nunca umas eleições serviram para tão pouco, nunca a desinformação e a alienação foram tão grandes como hoje". Mas, já discordo de Marinho Pinto quando diz que "a culpa deste estado de coisas não é da democracia mas dos democratas que se apresentam às eleições", porque vê a Democracia como um regime quase sagrado, correcto, onde nada há para melhorar e aperfeiçoar! É um erro em que muita gente continua a laborar, só faltando saber se por ingenuidade ou por pérfida conveniência sócio-política!

Antes de atacar os "democratas" que se candidatam às eleições, Marinho Pinto devia interrogar-se sobre a forma como os eleitores votam, ou seja, que segurança e conhecimento têm os eleitores sobre a personalidade e o real valor dos diversos candidatos. A resposta é simples, retirando a propaganda dos aparelhos partidários, esse conhecimento é: zero! E a história, como só é possível fazer-se de trás para a frente, diz-nos que, afinal, os governantes a quem confiamos o país foram todos incompetentes, e em certos casos [muitos], mesmo oportunistas. E, paradoxalmente, em lugar do devido castigo, alguns, até enriqueceram... Inventaremos, ou estamos apenas a reconhecer  factos?

Começa assim, logo no momento de votar, a sucessão de outras debilidades da democracia. Uma delas, é a obrigatoriedade dos eleitores terem de assistir passivamente ao incumprimento das promessas eleitorais dos candidatos eleitos até ao mandato seguinte,  sem disporem de mecanismos legais para se livrarem deles em tempo útil, de modo a evitar descalabros de toda a ordem, como os que conduziram o país ao actual  fundo do poço! Não é sério nem justo, que sabendo do labirinto de interesses que entretanto se foi instalando em todas as áreas da sociedade, incluindo as da Justiça, continuemos a assobiar para o lado, dando como inevitável o percurso de uma democracia repleta de buracos e armadilhas que podem levá-la [como já levou] ao descrédito total.

Insisto na ideia que mantenho desde sempre, principalmente desde que me apercebi da praga de abusos cometidos à Liberdade: não acredito de todo numa democracia onde o respeito pela legalidade não é levado à letra. E ainda acredito menos numa democracia cujos cidadãos se demitem do dever de a reabilitar.

Deixando a democracia à mercê de uma fraca casta de políticos sem escrúpulos, o povo deixará também de ter qualquer razão no dia em que, sem disso se aperceber, sejam eles exclusivamente a determinar o seu futuro.