01 outubro, 2016

Habemos finalmente uma equipa?

Foi sem dúvida a exibição mais conseguida em todos os sentidos do FCPorto, com a vantagem de termos descoberto o jogador que dinamizou este FCPorto: Diogo Jota.

Uma equipa à Porto! Esperemos que seja para nunca mais voltar ao passado recente.

Parabens aos jogadores, parabens ao Nuno Espírito Santo.

29 setembro, 2016

As coincidências não acontecem por acaso

Lendo as declarações de Júlio Magalhães publicadas no Jornal de Notícias de hoje percebemos a força do título deste post.

O director do Porto Canal parece ter-se especializado na arte de fazer seus, sucessos alheios, ou na melhor das hipóteses, de grande parte deles. Não é a primeira vez que, servindo-se das audiências ocasionadas seguramente por uma maioria de adeptos portistas, decide transformá-las de forma aleatória em audiências do canal, o que não corresponde integralmente à verdade. Esta visão, é tanto mais distorcida quanto incoerente, se atendermos às suas próprias afirmações de considerar o Porto Canal "generalista", e não um canal misto como é, dado a sua forte componente desportiva. São aproveitamentos desta natureza que fazem abortar a melhor das ideias. Se adivinhasse esta salada russa, nunca teria concordado com a opção de canal generalista/desportivo.

A cisma (ou complexo de inferioridade) de J. Magalhães querer separar o Porto Canal da celagem regionalista pode transformá-lo num canal demagógico. Se por um lado reconhece - sem nunca proferir a palavra - a macrocefalia dos canais lisboetas, por outro, persiste em dar-lhes palco, chama-os a si com muita honra (como costuma dizer), qual menino bem comportado. Se quisesse ser coerente, não desperdiçava tempos de antena com figurinhas da capital que nem sequer gostam do Porto, e que até têm contribuído para a sua discriminação, e ocupava-o prioritariamente com gente do interior nortenho, do Minho a Trás-os-Montes, e... do Porto.

O director do Porto Canal age como um meio-Cristo, tolerante com quem não o quer, e pouco cooperante com quem devia. Não foi por dar a outra face que Pinto da Costa (seu actual patrão) chegou onde chegou. Talvez seja por agora ter perdido essas características que o clube está como está, triste e indefeso. Talvez seja também este o modelo que Júlio Magalhães pretende implantar no Porto Canal para o afundar.

Há notoriamente uma ideia poética de fazer televisão que não se coaduna com o país real. Ele não deve ler jornais. Se o fizesse, verificaria que estão todos sediados em Lisboa e que actuam com o mesmo espírito centralista e egocêntrico das televisões. Espírito esse que o Jornal de Notícias resolveu agora imitar, traindo a memória dos seus fundadores, reforçando a cobertura a sul e à capital, numa clara atitude de subalternidade à sombra de um pluralismo que Lisboa não pratica.  

Que serventia poderá objectivamente prestar ao Porto uma televisão acrítica, não reactiva, incapaz de promover debates sérios e contínuos para desmascarar os impostores, tendo de mais a mais, uma componente social desportiva, quando não quer tirar partido dela para defender o FCPorto de arbitragens fraudulentas? Que lugar terá afinal o Porto nos critérios do seu director? E quem quererá um canal passivo, e contemplativo com os seus inimigos?  Não bastará o exemplo comprovadamente falhado de Pinto da Costa com resultados miseráveis para o FCPorto (e humilhantes para os portistas) desde que optou pela via cobarde (sim, cobarde!) do silêncio? Pretenderá também ele contribuir para esse peditório, em vez de o combater? Mas que raio de lutadores são estes? De que massa serão feitos? Tencionará também dar cobertura  aos nossos rivais lisboetas (porque não também promover) quando diz que "tenciona dar mais voz ao desporto nacional" e nos lembra que o FCPorto "não joga sozinho"? Desconfio sempre deste tipo de linguagem, para mim, é como uma premonição para mais cedências ao centralismo.

Lá diz o povo, e é verdade, que quanto mais nos baixámos, mais se nos vê o traseiro. Não será este o exercício prático que o Porto Canal nos reserva?

Não queria acabar sem dedicar umas linhas de justiça e reconhecimento a quem tem contribuído pela positiva para o sucesso relativo do Porto Canal.

Ponho à frente do pequeno plutão o Joel Cleto e o seu excelente programa "Caminhos da História", o "Mentes que Brilham", o "Consultório" (de utilidade pública), e o"Mundo Local".  É possível escapar-me mais um ou outro. Para o caso, é irrelevante.

O fundamental, quanto a mim, está por fazer, e pelos sinais de fumo que nos chegam, não é para amanhã.


28 setembro, 2016

Estou farto

Sempre acreditei mais na força da competência que na competência da força. Foi com esse espírito que alimentei aquilo a que muitos chamam optimismo, ou confiança. Era assim que via cada jogo do FCPorto, porque acreditava no savoir-faire de quem dirigia este clube. Por isso desvalorizava o mau feitio de Pinto da Costa, porque sabia que era por aí que os seus adversários podiam atacá-lo, explorando-lhe as contradições, vasculhando-lhe a vida privada à lupa, promovendo investigações, violando o segredo de justiça, publicando escutas e pressionando as instituições judiciais até parirem o "processo Apito Dourado", que se revelou inconsequente. Inconsequente na acusação, mas eficiente nos efeitos secundários, ao que parece...

A verdade é que nunca imaginei que o mau feitio de Pinto da Costa se virasse contra os próprios adeptos e chegasse a ponto (agora falo por mim) de não suportar ouví-lo. Na actualidade, cada vez que abre a boca parece-me uma provocação. Só que, ao contrário de antigamente, que mexia com a dor de cotovelo dos clubes da capital do império, agora, provoca os portistas com frases ambíguas que os deixa à beira de um ataque de nervos. Ainda há pouco o ouvimos no Porto Canal (sempre, tarde e a más horas), a reconhecer que o FCPorto tinha batido no fundo, que estava a trabalhar para termos de novo uma equipa à Porto, e agora sai-se com a conversa de estarmos num período de transição, que mais não é que uma desculpa para a eventualidade de uma nova época de angústia e humilhação. Nestas condições, as probabilidades do insucesso se estenderem às modalidades e aos escalões da formação são muitas. O contágio negativo resultante de uma liderança fraca, é o inverso de uma liderança forte que motiva e empolga, costuma é ser mais rápido.

Por tudo isto, não vou perder o meu tempo nem manter a minha confiança a quem já não a merece. A partir do momento em que Pinto da Costa desistiu de liderar, sem o assumir, e sem perceber os danos terríveis que está a causar ao FCPorto, que são os seus adeptos, tudo o que vier a acontecer para o bem e para o mal, é mero totobola. Fazendo figas para que nos calhe a chave da sorte, não serei eu a felicitar Pinto da Costa. Ele é o principal problema do clube. Ser  grato pelo que ele fez no passado sou, o que não penso é que a gratidão deva  sobrepôr-se ao FCPorto, nem que navegar serenamente na sua decadência seja a melhor forma de continuar a merecê-la. 


26 setembro, 2016

Como se avalia um treinador?

A qualidade de uma marca só pode ganhar prestígio após muitos anos de testes, dependendo do produto. Alguns desses produtos, como sapatos e vestuário, podem ser os próprios consumidores a reconhecer-lhes a qualidade, usando-os.  Numa fábrica de calçado, por exemplo,  a produção passa sempre por vários sectores, começando previamente pela qualidade das matérias-primas, passando pelo design, pelo operário e finalmente pelo controle de qualidade. Já com o produto futebol a coisa não é tão simples. É talvez o único artigo que o consumidor não pode testar pelos seus próprios meios, a não ser no final de cada época, o que diga-se de passagem, é demasiado tarde para se precaver... Além de que, se o consumidor de calçado sempre pode mudar de marca, o adepto de futebol normal nunca muda de clube. E por que será?

Porque, se em cada início de época não conhece o valor do treinador e de uma grande parte dos jogadores, também não tem meios para avaliar as suas respectivas competências, excepto nos dias de jogo. Se jogam bem e ganham, não há problemas nem lugar para os porquês, apenas confiança no futuro. Quando não jogam bem e fazem maus resultados, levanta-se a suspeita e a curiosidade de conhecer as causas, instala-se. É o meu caso. E nem sequer estou a referir-me especificamente ao plantel da equipa principal do FCPorto. Refiro-me a todos os escalões de futebol, desde a formação aos profissionais, baseado nos muitos jogos que venho acompanhando.

Não devia dizer o que vou dizer, mas como há sempre quem confunda a crítica construtiva com óperas e ballets, adianto desde já que não a publicaria se visse o contrário daquilo que vejo. Portanto, como quero o melhor para o FCporto não me parece estimulante contentar-me com o sofrível. E o que é que mais critico nos nossos jovens atletas da formação que porventura devia ser extensível aos treinadores?

Primeiro: evolução com bola. O uso e abuso, de toques e mais toques na bola, depois da recepção até esbarrarem nos adversários e perderem-na, em vez de a passarem ao companheiro livre de marcação e melhor colocado.

Segundo: gestão da velocidade. Por que é que em Portugal a velocidade de jogo é tão lenta, e tardia? Por que é que só se aceleram os jogos quando já pouco tempo resta para o seu fim?

Terceiro: remates. Neste capítulo, sucede o mesmo que na evolução com bola. Contam-se às dezenas as situações em que os jogadores optam por "preparar" a bola quando esta devia ser rematada espontâneamente. O que acontece na maioria dos casos é nem sequer terem tempo para chutar, por terem-no oferecido à defesa contrária para se reorganizar, gorando assim a oportunidade de marcar.

Quarto: concentração. Quantas e quantas vezes os jogadores que têm bola são surpreendidos e desarmados pelas costas por não se darem ao cuidado de olhar com atenção para a zona periférica em que se encontram? A lentidão dos movimentos, tem também estes inconvenientes...

Quinto: desmarcações. Este aspecto está muito pouco desenvolvido. Não são raros os momentos em que o jogador que ganha a bola e desencadeia um contra-ataque, não tem a quem a passar por não haver quem se desmarque para a receber.

Sexto: força muscular/remate fraco. É outro ponto a reflectir. Grande parte dos jogadores nacionais são fracos nesta vertente. Raramente vemos jogadores com boas características para chutar e não me parece que seja um problema genético.

Enfim, se o que acabo de expôr fosse a excepção e não a regra, estas seis observações não fariam qualquer sentido nem me atreveria a cità-los, porque não tenho vocação para ficcionista. O que gostava de esclarecer de uma vez, e não vejo como - porque não sei com que convicção os treinadores corrijem e ensinam os jogadores da forma mais útil a toda a equipa -, era saber qual é efectivamente a sua influência, ou a falta dela,  nos treinos.

No futebol, só no fim do campeonato podemos avaliar a sua eficácia. No entanto, durante o seu longo percurso podemos ver as "amostras" através das exibições, sem contudo podermos saber com exactidão onde estão os erros. É estranho que tenha de ser assim, porque hoje em dia o futebol é uma indústria cara. Não pode pois, dormir em serviço, como paradoxalmente vem dormindo o patrão do FCPorto.


“Porto, nosso conforto”

Imagem de perfil de André Rubim Rangel
André Rubim Rangel

“O Porto é uma cidade de cores inclinadíssimas; podes ler debaixo de qualquer sombra – e nada encontrarás debaixo da aparente claridade. No Porto, como numa câmara escura, só o que é nocturno revela; e eu gosto disso” (Gonçalo M. Tavares, in «em torno de camélias, com um porto»).
Ao nono mês em que colaboro e escrevo, com agrado, para este jornal digital diário, é-me vislumbrado ir buscar ao baú das recordações – de textos meu antigos – uma crónica que publiquei em ‘O Primeiro de Janeiro’, por sinal coincidente a nona que fiz nesse jornal, igualmente portuense e regional. Já lá vão 10 anos e 7 meses. Mas a data não importa, mantém-se atual e serve para o que pretendo aqui reiterar. E o título dessa antiga e renovada crónica
empresta o mesmo nome a esta que aqui assino. Por três razões muito simples:
I) Fazer memória de algo passado que seja bom é ainda melhor quando não se quer esquecer, mas reviver; por isso, nem sempre é mau quando se reedita algo, não sendo portanto sinónimo de não se ter nada mais para dizer ou acrescentar.
II) Porque o sentimento sobre este meu e nosso Porto é o mesmo de há uma década que o escrevi ou de algumas décadas que nele nasci e nele sempre vivi e aprendi, embora agora esse sentimento seja cada vez mais sólido e consolidado, mais amado e revigorado.
III) E já que a ideia de reavivar esta partilha sobre o pulsar e o compulsar da sempre mui nobre e leal cidade Invicta é, assim também – em dias que Lisboa e certos deputados voltam a espicaçar o Porto (IMI.tando outras situações pretéritas) – o de reafirmar o meu apoio, estima e amizade por quem a governa, pelo presidente Rui Moreira – principalmente – e pela sua vereação ativa e pelo povo portuense, que continua a “fazer das tripas coração”.
Já diz a letra da música, com bom canto e encanto, que «o Porto é o altar da nossa fé e será eternamente orgulho da nossa gente; é minha saudade, é meu conforto e eu sinto vaidade em dizer que sou do Porto». Sinto-a como se fosse realmente minha herdade, minha identidade.
O Porto tem muito de si, uma carga medonha de História, de tradição, de cultura, de princípios e de paixão. Note-se a quantidade de letristas (poetas, músicos, escritores e pensadores) e artistas que representam e retratam o Porto nas suas obras-primas e, cada um, com seu cunho pessoal. É também esta pluralidade e diversidade que lhe dá mais riqueza e maior mérito.
Já na época Salazarista, no pós 25 de Abril – e actualmente –, encontram-se grandes e agraciadas personagens provenientes do Porto e do Norte (entidades, políticos, empresários, …). Portanto, a idoneidade sobre a capital não pode ser fora da diferença e absoluta paridade do Porto, que tem o que fez e o que construiu.
Nada lhe foi nem pode ser furtado, muito menos desbravado! De facto, o Porto precisa de uma maior centralização de poder, sem ficar estigmatizado pela regionalização e passando pela descentralização lisboeta.
O Porto é cidade e concelho, distrito e diocese demarcado de certezas, apesar do núcleo da antiga cidade pautar-se pela incógnita ainda hoje debatida: Cale (séc. II d.C.) e/ou ‘Portucale’? Eis a questão. O prefixo ‘Portus’, que surgiu ‘a posteriori’, veio reforçar a nossa nomenclatura. Tornou-se uma redundância (Porto-porto).
Enfim, é mais uma no meio de outras já obstinadas a subsistir, como “Sé Catedral” ou “Senhor Dom”. Se ambas as palavras significam o mesmo porque se emparelham? Escolha-se e diga-se uma ou outra e nunca as duas em simultâneo!
Como diz o outro: “não havia necessidade!”. E não havia mesmo.
Embora o Porto possa ser uma cidade cinzenta, caótica no trânsito, com muitas casas abandonadas, com zonas denotadas e inexistentes de planeamento urbano, não perde o sentido, nem o destino lhe é torto. Pois, o Porto é sempre o Porto!
Cidade Invicta que nos alegra e prestigia com destreza convicta! Tem um humanismo próprio, um acolhimento peculiar, uma capacidade de iniciativa determinante. Valor incessante.
Amor e labor são os dois ventrículos de ser portuense com ardor, são entrega generosa de epíteto “tripeiros”, são dois escudos que nos defendem com fulgor e sem dor!
André Rubim Rangel 
(Porto 24)

25 setembro, 2016

FCPorto conquista a 20ª Supertaça de Hóquei A. Livramento

FCPorto 13 - Centralismo - 7

Hélder Nunes, com quatro golos, Gonçalo Alves e Reinaldo Garcia, com três cada, Vítor Hugo, com dois, e Rafa assinaram os tentos "azuis e brancos", enquanto Carlos Nicolia, com três, João Rodrigues e Miguel Rocha, com dois cada, marcaram para os "encarnados".

O F. C. Porto sucede ao Sporting no historial da competição, que não vencia desde 2012/13



Nota de RoP

Foi um show de hóquei o que o FCPorto deu ontem na Mealhada. Houve garra, muita garra mesmo, técnica, velocidade, pressão e portismo a sério. 

Deu-me especial prazer ouvir os comentadores desonestos da TVI a engolir sapos atrás de sapos, cada vez que o FCPorto desmentia com golos geniais a verborreia de louvores ao clube do regime.