Não sei, não tenho como saber, o que é que os pais de hoje entendem como educar bem os filhos. Se, tendo possibilidades para lhes dar formação académica privilegiam esse sector específico, sem prejuízo das boas maneiras e do respeito pelos outros, ou se apenas se interessam pelo chamado «canudo» dos filhos. Não tendo como certa a prevalência de uma ou outra preferência, resta-me a intuição alicerçada no que posso observar nos jovens adultos dos nossos dias. Ressalvo, com a melhor compreensão, o papel proteccionista dos pais de quererem garantir-lhes um melhor futuro, mas já não corroboro na ideia de que uma coisa tenha forçosamente de anular a outra.
A verdade, é que olhando para a sociedade que nos rodeia, e apesar de termos hoje mais gente com formação académica intermédia, ou superior, do que há 40 anos atrás, a educação regrediu a olhos vistos. Não será casual o facto de sabermos quão mal educados são muitos dos jovens que enveredaram pela carreira política, não obstante o grau de instrução escolar elevado, mas também adulterado, o que ainda é mais preocupante.
Assim, dá que pensar como é que os jovens de hoje absorvem os programas alienantes, desportivos, ou de outro tipo, transmitidos pelas televisões, onde invariavelmente impera a libertinagem sem terem um progenitor por perto a recomendar-lhes outros caminhos. Caminhos esses que a televisão não tem para oferecer.
A indústria cinematográfica dos EUA (chamam-lhe cultura...) é poderosa, influente e cada vez mais global. Domina o planeta e os povos que o habitam. Podemos dizer, sem risco de errar, que 80% das temáticas dessa indústria são bélicas. Armas, morte, sangue, e sexo, têm de estar sempre presentes. Ninguém de bom senso acredita que sendo esses quatro itens parte real da nossa existência aconteçam com a frequência perversa com que são transmitidos. Felizmente que ainda não é assim em todo o lado. Diariamente, os telejornais seguem pelo mesmo diapasão, contam-se por dois dedos de uma mão as notícias factualmente positivas, a maioria são deprimentes.
Terá mesmo de ser sempre assim, pergunto? Que bondade se pode extrair desta opção quase generalizada de fazer cultura e jornalismo? Ou, se acharmos mais adequado, de explorar a condição humana? É a vida que temos? É o seu retrato nu, e cru? Talvez.
Então, que tal fazer alguma coisa para a mudar, em vez de a constatar sadicamente.
Alô, Porto Canal? Terás tu estofo para fazer a diferença?
Alô, Porto Canal? Terás tu estofo para fazer a diferença?
Já sei, sou um sonhador. Esqueçam.