12 julho, 2008

"Apito Final" ainda pode envolver Benfica e Vieira

Liga. O processo 'Apito Final' ainda não está fechado. A Comissão Disciplinar da Liga de Clubes deixou em suspenso dois processos e aguarda agora as conclusões do inquérito que a Procuradoria-Geral da República instaurou tendo como base o 'dossier' 'Apito Encarnado'. A Liga de Clubes ainda aguarda mais dados da PGR. O "Apito Final" ainda não acabou.
A Comissão Disciplinar da Liga de Clubes tem dois processos suspensos aguardando os resultados de um inquérito aberto pelo procurador-geral da República com base no dossier "Apito Encarnado". O documento tornado público em Agosto de 2007, foi entregue à PGR (e também à Liga, Federação e Polícia Judiciária) e pode colocar o Benfica sob a alçada da justiça desportiva no âmbito do processo "Apito Final". Alegadamente elaborado "por um conjunto de funcionários de investigação" da Polícia Judiciária, o dossier denuncia uma suposta dualidade de critérios da investigação do processo "Apito Dourado", e refere "factos" a que " por esquecimento não terá sido dado o devido tratamento".
Algumas das denúncias dizem respeito à época 2004/2005, ano em que o Benfica conquistou o campeonato. "Reuniões secretas entre Luís Filipe Vieira e José Veiga com dirigentes da arbitragem" , "reuniões num restaurante de Penafiel entre José Veiga e vários árbitros e árbitros assistentes", "reuniões entre o dr. João Rodrigues com o sr. Pinto de Sousa num hotel de Lisboa" , " a promessa da contratação de um jogador do Estoril antes do "famoso" jogo Estoril-Benfica, no Algarve", são algumas das denúncias feitas no documento anónimo que mereceu a Pinto Monteiro, no entanto, a decisão de abrir um processo de inquérito.
Sabendo disso, a Comissão Disciplinar da Liga de forma a evitar a prescrição que poderia resultar da abertura de um novo inquérito, tomou a decisão de suspender dois processos. Os processos de inquéritos 02-06/07 e 13-06/07 , apesar do arquivamento dos autos na parte respeitante à matéria de facto da deliberação final mantêm-se suspensos por um período de dois meses, a contar da data de publicação do respectivos acordãos - 6 de Maio de 2008 - ( no dia 6 do próximo mês de Julho a situação será revista), conforme se pode ler nas páginas 38/39/ 40 e 110/ 111 dos respectivos documentos.
"O prosseguimento do processo visa investigar e aferir do relevo jusdisciplinar da factualidade que possa resultar da informação remetida a esta comissão disciplinar pela procuradoria geral da República".
O DN tentou contactar o Presidente da Comissão Disciplinar da Liga, mas sem sucesso. Ricardo Costa, que ontem esteve reunido com o Procurador Geral da República, manteve durante todo o dia o telefone desligado.
O DN também não conseguiu chegar à fala com Luís Filipe Vieira . No entanto, em Agosto de 2007, quando o documento foi tornado público, o líder do Benfica foi claro na reacção: " se a PGR recebeu esse documento, que investigue. E que nada fique por investigar. O Benfica confia e sempre confiou na Justiça".
Alexandra Tavares Teles e
Sílvia Freches (do DN)

Homens com "carácter"!!!

Benfica e Vitória em conluio na UEFA contra o F.C. Porto
Mesmo que toda esta tramóia contra o FCP tivesse alguma sustentabilidade legal, o comportamento destes dois clubes, incluindo o Paços de Ferreira, deixa a descoberto o oportunismo dos respectivo dirigentes. É a imagem dos clubes quem sai mais consporcada com estas atitudes.
Se atacam o FCP por hipotéticos e pouco fundamentados processos ilícitos, o lastro que os dirigentes destes clubes deixam vincado não revela qualquer pingo de dignidade. Esta forma de actuar é própria dos vigaristas, dos homens sem escrúpulos nem palavra, mas tem a virtude de ficarmos a saber com quem podemos contar.
Oxalá que este insólito casamento de conveniência com os benfiquistas perdure e sejam felizes para sempre, mas palpita-me que ainda nos vamos rir a bandeiras despregadas. É só uma questão de tempo.

11 julho, 2008

Mail de Renato de Oliveira

De: Renato Oliveira [mailto:renato_oliveira@tele2.pt] Enviada: sexta-feira, 11 de Julho de 2008 22:06Para: 'leitor@jn.pt'; 'csantos@jn.pt'Assunto: Página do Leitor


PARECER PARA A F.P.F.

Gostaria de apelar ao Dr.Gilberto Madail, no sentido de informar o povo português,
o porquê de ter solicitado um parecer ao Prof. Freitas do Amaral sobre o acontecido na célebre
reunião do Conselho de Justiça da FPF.

Acontece que no passado domingo esse parecer foi oferecido (gratuitamente) pelo
Prof.Marcelo R.Sousa e o Dr.Madail nem agradeceu.

Ou estarão à espera que o parecer seja outro ? Pergunto eu.


Renato Oliveira

O inquilino indesejável

Há uma meia dúzia de anos que deixei de ser eleitor no Porto, o que não me impede de ser um observador atento e interessado daquilo que é a minha cidade, por muito que tivesse estado ausente durante longos anos.

O anúncio da recandidatura de Rui Rio é, no meu entender, uma péssima notícia para a cidade. O seu consulado tem sido marcado por inúmeros aspectos negativos, em contra-ponto a poucos positivos. Agrada-me a presença da Red Bull Race e agrada-me sobretudo o circuito automóvel da Boavista. Estes dois eventos, curiosamente, contrastam com a gestão normal de RR, que comparo à gestão doméstica de um patriarca temente a Deus, cauteloso, cinzentão, sem uma ponta de fantasia e sem a coragem de sair da mais entorpecente das rotinas. Isto, numa cidade, dá o triste resultado que deu no Porto e que está à vista de toda a gente.

Mas, dirão os seus apoiantes (que os tem, curiosamente!), RR foi eleito em sufrágio universal. Realmente foi, mas em que circunstâncias? Nas primeiras eleições o PSD ganhou "empurrado" pelo PS, que os eleitores entenderam castigar em todo país. Na segunda, tinha como opositor um não-candidato graças à inépcia e incapacidade da distrital dos socialistas, que assim ofereceu a vitória a RR de mão beijada. Não tem havido mérito de RR, apenas demérito dos adversários.

E agora, no próximo ano? RR, depois de anos de submissão ao poder central de Lisboa, sobretudo quando o governo era do seu partido, está agora transformado em paladino das ideias regionalistas que até aqui tinha combatido. Sinceridade? A mim cheira-me mais a posicionamento estratégico oportunista. Nunca me convenceria a votar nele.

RR faz-me lembrar um inquilino a viver num apartamento alugado, sabendo que não ficará lá muitos anos. Conservar, alindar, melhorar o apartamento, está fora de questão. Acho que é o que ele sente em relação ao Porto. Eu quero um presidente que sinda a cidade como coisa sua, que a trate com o orgulho e o carinho com que que uma pessoa normal trata a propriedade que é sua e que pretende transmitir aos seus herdeiros em melhores condições do que as iniciais.

Se RR conseguir um terceiro mandato à frente da Câmara, pedirei licença aos caros amigos Rui Valente, Renato Oliveira e Dragão Vilapouca para me juntar a eles na sua fuga a este país!

NESSUN DORMA, sempre!

Por respeito aos portuenses, exponho de seguida um link de um post da minha autoria, datado de 14 deDezembro de 2007, onde caricaturava a figura do filhote do "insuspeito" Diogo Freitas do Amaral, sem sequer imaginar o grau de parentesco que poderia existir entre ambos. Fi-lo na altura, por achar insultuoso para o Porto e para os portuenses, o conteúdo de um artigo por ele publicado no Diário Económico, que também transcreverei na íntegra, para terem uma ideia da independência da prole de Freitas do Amaral.
O post era este
O artigo deste improvável candidato ao Nobel de literatura, rezava assim:


“A Chicago dos anos 30”
É como se o Porto se estivesse a tornar numa arena de bandidos que um dia já foram mais poderosos, e hoje perderam o tino e a razão. Aqui há uns anos, quando regressou ao Porto já como treinador do Chelsea, José Mourinho trouxe uns seguranças com ele. Tinham existido uns problemas com alguns adeptos do FC Porto, um deles cuspiu-lhe durante um jogo em Inglaterra, e Mourinho temia que as coisas pudessem dar para o torto. Quando lhe perguntaram porque é que trazia seguranças, Mourinho respondeu simplesmente: “quando vou a Palermo tenho de tomar cuidado”. Assim, sem tirar nem pôr. O homem que durante dois anos e meio treinara o FC Porto, levando-o a dois títulos de campeão nacional, uma Taça de Portugal, uma Taça UEFA e uma Liga dos Campeões, um palmarés nunca antes conseguido por nenhum treinador, esse mesmo homem, que conhecia muito bem o Porto (cidade), referia-se à Invicta como Palermo!
Palermo…As associações com a mafia eram evidentes. Mourinho estava bem consciente do que se passava nos ‘bas fonds’ da cidade, e sabia que esses ‘bas fonds’ se tinham aproximado em demasia do poder no FC Porto. Na época, os SuperDragões andavam de braço dado com Pinto da Costa, e também com Carolina Salgado, com quem o presidente do FC Porto vivia. Os homens fortes da claque tinham assento na tribuna de honra do Dragão e jantavam com o presidente. Contudo, toda a gente, incluindo Mourinho, sabia que essa tropa de choque era composta por gente perigosa, gente que andava armada, cometia crimes, e não tinha qualquer tipo de escrúpulos.
Os tempos passaram, e agora, ao examinar a longa lista de assassinatos que têm acontecido na “noite” da cidade do Porto, é inevitável mas lá estão as relações aos SuperDragões. Alguns dos mortos, e alguns dos supeitos, pertencem ao mesmo grupo que rodeava o presidente do FC Porto na época em que ele foi chamado ao tribunal de Gondomar e levou os SuperDragões para intimidar os juízes. A sensação que fica é que estas proximidades são perigosas, e que um dia ainda acabam mal. Entretanto, as mortes sucedem-se no Porto. Primeiro foi um segurança, depois um porteiro, depois um dos mais conhecidos empresários da noite, e por aí fora tem continuado a matança. Seis são já os corpos, crivados de balas, de pistola, ‘shotgun’ ou metralhadora. Sim, leu bem, metralhadora. À porta de casa, à porta das discotecas, no meio da rua, grupos armados param carros, ajustam a mira e matam quem desejam matar, com violência. Fala-se em “ajustes de contas”, em “guerras da noite”, mas a verdade é que a lista de mortos não pára de aumentar.
Alguém mais inspirado, julgo que do PSD, veio dizer que o Porto parecia “a Chicago dos anos 30”. A metáfora não é totalmente desajustada. Palermo, Chicago, tudo lugares míticos do crime, o que significa que para a psicologia do Porto isto é algo de traumatizante. Para mais, a PJ parece não querer intervir. Até agora, ainda ninguém foi preso. Seis meses depois de começarem os homicídios, a PJ não se decidiu ainda a intervir. A mensagem que passa é “deixem-nos matar-se uns aos outros”. É como se a PJ soubésse que o que se está a passar é uma guerra dentro dos ‘gangs’ pela supremacia na noite do Porto e preferisse estar sentada no alto do monte, observando a guerra à distância, enquanto os ‘gangs’ se matam entre si.
É verdade que, até agora, os crimes ainda não atingiram o público. O alarme social é mais distante. Ninguém que frequente a “noite” do Porto teme pela sua segurança ou pela sua vida, porque os ‘gangs’ não querem gerar o caos social, mas apenas lutar entre si. E, sendo assim, o perigo é menor. Não se trata de gente que mate indiscriminadamente, ou que queira pôr o negócio da noite em risco. Bem pelo contrário. Os assassinatos são cirúrgicos, operações especiais cujo único objectivo é eliminar mais um membro de um ‘gang’ e não assustar a malta que vai à discoteca.
Seja como fôr, fica uma ideia de um Porto criminoso, um Porto perigoso. É como se a cidade se estivesse a tornar numa arena de bandidos que um dia já foram mais poderosos, e hoje perderam o tino e a razão.
Domingos Amaral,
Director da revista “Maxmen”
Nota:
Pressinto que aqueles senhores que escrevem nos jornais e que entram pela nossa casa, através da TV ou da rádio, garantindo-nos que trabalham para nos informar, vão ignorar esta circunstância. De repente, a bisbilhotice que os caracteriza vai fazer greve. Apostam? Aqui está, mais uma amostra da diferença entre a independência da blogoesfera e a dos media tradicionais.

Links do dia

Eles já têm um iPhone3G

A única vez que consultei o Renovar o Porto na minha curta estadia em Nova York, foi com esta pequena maravilha (atenção, não recebo comissões da marca) , numa loja da Apple.
Fachada da Câmara renovada
Tão parcimonioso era o "nosso" Presidente da Câmara com "promiscuidades" que até comprou uma guerra com o clube mais popular da cidade. Mas, lá diz o ditado, mudam-se os tempos...
E os tempos mudam mais abruptamente quando há eleições à porta. Então, lá se vão os pergaminhos. A SONAE, paga a factura das obras? Então, que se lixe, venha a SONAE! Qual promiscuidade qual carapuça, isto é negócio. Transparente, digo eu.
É alarmante o crescendo deste tipo de crimes no Porto. Parabéns senhores governantes. Quanto mais desprezarem o indíce de pobreza da região mais responsáveis serão pela profusão da criminalidade. O que é de lamentar, é que a Justiça só tenha olhos para as consequências. E as causas, meus senhores? Fecha-se os olhos, não é?
São estes detalhes requintados que me fazem ter uma "admiração" indescritível por Rui Rio e perceber a "lucidez" dos seus fãs. É um monumento ao respeito o cuidado de Rui Rio para com a hiper suceptibilidade centralista. A "gentileza" que teve em informar o Big Brother de Lisboa que o futuro oceanário do Porto será de menor dimensão que o de Lisboa... É uma ternura. É assim mesmo, um portuense "sem" complexos, século XXI! Precisamos de mais assim. A cidade fala por ele.

Duvidar de tudo e de todos

Duvido muito que, depois do prolongado carnaval em que o país tem vivido estes últimos anos, José Sócrates faça uma pequena ideia da confusão e insegurança que se instalou nos portugueses.
Ele, tal como todos aqueles para quem a crise pouco mais significa do que uma pacífica corrente de ar, está a uma distância assustadora dos reais problemas por que passam as populações. Nesta matéria, só o povo e apenas o povo é soberano e sábio. Por isso, nesta altura, ouvir os políticos falar do Estado da Nação, é mais intediante e risível do que fazer a apologia do Fado como canção "nacional".
Alguém acredita que, face ao triste espectáculo que os mais altos responsáveis da Nação estão a proporcionar aos cidadãos, o país ainda tenha futuro? Saia daí um optimista a garantir-me que sim, sem antes nos propôr esta condição: fazer passar pela peneira toda esta gente que jura perante a Constituição, cumprir e fazê-la cumprir. A passagem pela peneira, já compreendemos, será muito mais fiável do que as juras dos políticos à Constituição, porque teria de se submeter, obviamente, a uma prévia e cuidadosa selecção, enquanto que a palavra jurada (ou não) dos políticos não vale literalmente nada.
E assim mesmo, teríamos de saber escolher bem a "peneira", porque tal como a Lei, pouco vale se não fôr bem e criteriosamente usada. Ora, é exactamente isso que não acontece nunca, neste país: o hábito de cumprir.
E, tal como disse (e bem) aqui o Rui Farinas, estamos a passar por uma versão diferente do PREC (Processo Revolucionário em Curso), para pior, porque este está completamente desenquadrado dos 34 anos de democracia já vivida. À luz do tempo, o PREC do pós 25 de Abril, até se compreende, dada a imaturidade política dos portugueses à época e à mordaça da censura que os impediu, durante quase 50 anos, de votar. Agora, em 2008, esta pouca vergônha, num Estado de Direito? Mas que Direito? O Direito dos acomodados, dos beneficários directos? Ou, o Direito de Marinho Pinto? E, Marinho Pinto? E ele, será de confiar? E aqueles que o rejeitam, serão mais confiáveis?
Meus amigos, eu não sei dar-vos a resposta, porque em boa fé, não sei mesmo. Até prova em contrário, o melhor é desconfiarmos de tudo e de todos, se possível, sem fechar as portas a nada, nem a ninguém. Utopia, isto? Pode ser. Mas, o que nos resta?
PS-Ah, ia-me esquecendo. Cautela! Antes de entrar e sair de casa, do carro, do metro, ou (abrenúncio!) da casa de banho, olhe para a frente, para trás, para cima, para baixo, para os lados. Nunca se sabe, se não estará um funcionário da Liga ou da FPF, com escutas, para saber se o amigo pertence à sacro-santa família benfiquista, ou aos mafiosos do FCP... Veja bem, porque arrisca-se a perder o emprego.

Música que alimenta a alma

Começa-se a fazer "LUZ"...

Primeiras pistas sobre esse "fenómeno" chamado Domingos Amaral...

Biografia

Melhor que Prozac???



O PÓDIO



Para quê fazer "peritagens" sobre o golpe de estado da Federação Portuguesa de Futebol? Esta caricatura vale muito mais do que mil investigações feitas for encomenda.

10 julho, 2008

O inesperado regresso do PREC

NOTA PRÉVIA - O facto de ter estado "fora do ar" durante uma dezena de dias, levou-me a não poder comentar a actual pouca vergonha do futebol português, logo no seu início. Hesitei sobre se deveria, agora, acrescentar comentários a um assunto já super-comentado. Decidi-me por, mesmo tardiamente, exprimir algumas rápidas opiniões dada a gravidade e importância de tudo o que se está a passar. Não li o que se escreveu entretanto na blogosfera (excepto o Renovar o Porto) por isso poderei estar a repetir argumentos já publicados. Se assim for, as minhas desculpas, mas trata-se de coincidência de ideias e não de plágio.


Sinto-me rejuvenescido! Voltei aos tempos pós-25 de Abril. Os condimentos estão aí: o PREC, os saneamentos selvagens, as empresas em auto-gestão. Foi isto, sem tirar nem pôr, o que se passou no CJ da FPF. Toda esta situação é vergonhosa, mas que os "intelectuais" anti-futebol não embandeirem em arco dizendo que é mais uma prova de que o futebol é um pântano. Não, pântano é a Justiça em Portugal. A justiça desportiva não é mais do que uma emanação da justiça civil. Àqueles que digam que a raíz dos problemas é o facto dos conselheiros do CJ serem indicados pelos clubes e, consequentemente, sentirem maior compromisso com quem lá os pôs do que com a JUSTIÇA (eu partilho desta opinião) eu lembro a esses que também no Tribunal Constitucional ( a mais alta instância da Justiça portuguesa) os seus membros são nomeados mais por interesses partidários do que pelo seu conhecimento da Constituição ( concedo no entanto que a categoria intelectual dos juízes, num e noutro caso, é bem diferente). O problema não está então no futebol, está no país. No futebol a situação agrava-se pela falta de nível de muitos dos dirigentes que conseguiram subir aos diferentes poleiros. Administrativamnte, fora das quatro linhas, o futebol é o que forem os dirigentes. Quando estes, na sua maioria, são o que são, espera-se o quê?

O presidente da Liga, na sua enorme vacuidade e comprovada incapacidade, diz que "começou uma nova era no futebol português". Porquê, será que o senhor pensa em demitir-se? Por seu lado o presidente da FPF, esse monumento vivo aos "rolhas" deste país, como habitualmente mais interessado na sua sobrevivência do que na saúde do futebol, assobia para o lado e lava as mãos como Pilatos, argumentando que o CJ é um órgão autónomo, confundindo propositadamente a real autonomia do ponto de vista de administração de justiça, com uma total e absoluta autonomia sem limites e sem regras que o transformaria num organismo inimputável. O CJ é um orgão da Federação portanto o presidente desta não pode abstrair-se dos seus disparates, caso contrário pergunta-se a quem presta contas o CJ. Ao Presidente da República, ao Menino Jesus?

Mas a irresponsabilidade do Sr.Madail vai mais longe. Ele sabe pertinentemente que há um problema jurídico para resolver, que consiste em decidir se houve uma ou duas reuniões e se a segunda é legal ou ilegal, pois esta decisão condiciona a validade ou a nulidade das pretensas sentenças tomadas na reunião do orgão, nessa altura já em "auto-gestão revolucionária". O senhor presidente da FPF decide no entanto enviar aos envolvidos ( Boavista e PdC) os acordãos da chamada "segunda reunião". Isto só quer dizer uma coisa: o senhor presidente considera que esta segunda reunião, efectuada depois do saneamento do Dr.Gonçalves Pereira, é legal e as suas decisões são para cumprir. Por outras palavras, o Sr.Madail, que proclama insistentemente a sua "imparcialidade absoluta", tomou formalmente partido por um dos lados. Exemplar! Como se não bastasse, enviou o mesmo acordão acusatório à UEFA, não ignorando os problemas que vai causar indevidamente ao seu filiado FC Porto.

Um último apontamento para lembrar, se necessário fosse, que tudo isto é mais uma
batalha na guerra que o Benfica desencadeou com o intuito de ganhar na secretaria aquilo que não conseguiu dentro das quatro linhas.

Eu quero acreditar que ainda há Justiça em Portugal, apesar de todos os sinais emitidos que indicam que ela está gravemente enferma. Se houver, e agora com a questão no âmbito dos Tribunais Administrativos, nem Pinto da Costa nem o Boavista serão condenados. Digo-o com honesta convicção, sem qualquer parcialidade clubística ou bairrista.

Cheira mal, cheira a Lisboa...


Começa bem, começa, a escôlha de Gilberto Madail para "apreciar" a bronca na F.P.F. Não tenho elementos que me possam garantir que Domingos Amaral é filho de Freitas do Amaral, mas que existem semelhanças, lá isso existem. Só temos é que fazer votos que o pai não seja como o filho: sectário e benfiquista assumido. Nesse caso, já não sei que mais dizer, a não ser que me apetece mudar de país. A vergônha de ser português aumenta de dia para dia e apesar de já não ser nenhum menino, ainda sou capaz de um dia pegar nas malas e zarpar para bem longe.
Nunca se sabe...
Quem escreve o que ele escreve, é tudo menos independente, e, se é verdade que o pai não é o filho, não é menos verdade que os laços de família podem ter influência no parecer sobre o golpe de Estado no Conselho de Justiça da FPF.
Quer-me parecer que o circo não vai ficar por aqui. Quando entrarem os tigres e os elefantes avisem-me, por favor, porque essa é a única parte do circo que realmente aprecio. A dos animais. Dos animais não rastejantes, claro.

Portuenses e portistas: que "ninguém durma"!!!





PUCCINI COMPÔS, PAVAROTTI CANTOU, EU ACONSELHO: nessun dorma

Hélder Pacheco, à Porto!

Clicar sobre a imagem para visualizar o texto.

O choro de Rui Rio (link)

Rui Rio: "Lisboa tem 400 milhões para a marginal e Porto tem ideias"

Chora, chora, Rui Rio, mas baixinho, porque o "menino" pode acordar... Sobretudo, não berres.

09 julho, 2008

Metamorfoses cinéfilas




Há diferenças?
Aqui o fenómeno é semelhante, a única diferença é que este leiriense não diz que é adepto do União de Leiria, embora prefira omitir as origens. Se calhar, com medo que o rotulem de provinciano...

Metamorfoses de um pasquineiro




« ---- Isto, não se parece com isto? ----»

Links do dia

Freitas do Amaral vai liderar averiguação ao CJ
De que côr secreta vestirá o Prof. Freitas do Amaral??? Seria conveniente que todos soubessem, antes de lhe darmos o benefício da dúvida. Se suspeitam de uns por causa das suas preferências clubísticas, nós temos o direito de suspeitar de outros...
Concordo com o Manuel Serrão, chamar palhaçada ao espectáculo circense em que a capital do Império está a transformar o país é um insulto para os profissionais do riso e um rótulo demasiado suave para os seus responsáveis.
Ricardo Bexiga na entourage de Eisa Ferreira? É brincadeira, ou querem precipitar a derrota da militante socialista à Câmara do Porto?

08 julho, 2008

Música para amaciar a revolta

Répteis. Os da foto não são os piores...

Afinal, quem terá sido o inventor-fabricante da famigerada guerra, Norte-Sul? Pinto da Costa, dirão logo todos, aqueles que o invejam.
E por que será que o odeiam tanto? Por ser, de facto, um "mafioso"? Por ter levado o clube que dirige a patamares de excelência e de sucesso nunca antes visto, num clube de "província"?
Diria que é pelos dois motivos, sendo que só o segundo, é real. O outro, o tal "sistema mafioso", não passa de uma sórdida ficção que os conforta e na qual gostam de acreditar para lhe conferir algum sentido e também para influenciar a opinião pública. Enquanto isto, disfarçam insuficiências próprias. No íntimo, e se em perfeito juízo, eles sabem muito bem e não acreditam que Pinto da Costa tenha conseguido o que conseguiu por processos duvidosos herméticos e sofisticados de soborno a árbitros.
Eles sim, é que forjaram toda esta encenação, anos a fio, num trabalho de sapa com armadilhas de todo o tipo e a colaboração fiel dos media, que pouco a pouco redundou nesta pouca vergônha a que agora temos de assistir. A guerra Norte-Sul foram eles que a criaram, tanto no verbo como na substância, mas o que certamente não esperavam era encontrar um "General" à altura de resistir a tantos ataques e a tantas traições. E ainda bem que lhes soube resistir, ainda bem que o "General" se chama Pinto da Costa, porque se fosse feito da mesma massa de alguns portuenses simulados que por aí há, o Futebol Clube do Porto já não existia, estava nas mãos destes verdadeiros facínoras.
Ontem, na RTPN, deu para ver como aquele senhor a quem o Rui Moreira amavelmente (mas, imerecidamente, quanto a mim) chama de meu amigo tem jeito para representar. Seria melhor aplicado o talento, se em vez de realizador, José Pedro Vasconcelos tivesse decidido ser actor. O ar cínico de espanto e de falsa indignação como reage aos comentários de Rui Moreira revelam bem o faccionismo do seu carácter. Deturpa, manipula, com o ar mais cândido do mundo. Estará esta tendência na génese natural dos benfiquistas, ou é uma questão de contágio?
Aquele realizador mal realizado, convenceu-se que é dono de tudo, até das ideias dos outros. Enquanto o Rui Moreira apresenta os seus argumentos de modo contundente mas cortês, ele não resiste a dirigir-lhe alguns mimos pessoais pouco simpáticos, mas pouco depois passa-lhe a mão pelo pêlo para o amansar dizendo que o considera muito, etc., etc. É um asco!
Pois este senhor, ele sim, é que pertence à família dos artífices das guerras. É useiro e vezeiro a falar da guerra Norte-Sul (nunca sul-norte,claro) para a anexar rapidamente à figura de Pinto da Costa e intensificar mais e mais a ideia de que é nele e em mais ninguém (até ver) que reside o pecado original da rivalidade extremada entre Porto e Benfica. Deles, dos benfiquistas, que tão maus e prolíferos exemplos dão ao país de fair-play e civismo, é que não vem mal ao mundo, são todos inofensivos meninos de coro ou cavaleiros andantes da paz. Nota-se, no estilo e na essência...
Bem, mas esta história os leitores já conhecem de cor e salteado. Mais; conhecem-na tão bem, como uma outra que estes grandes hipócritas do alto dos seus escrúpulos de galinha hormonada não gostam de lembrar. É que, esta ganância louca de usurpadores não lhes permite reconhecer (ó reconheces!) que a comunicação social anda com eles ao colo, que é arbitrária, desonesta e submissa. Isso, não dizem eles, apesar de saberem que é verdade. Mas com essas verdades, não gostam eles muito de lidar, porque é incómoda e corresponderia à visão de um filme (real) de bandidos em que eles são os principais e piores protagonistas.
Mas, cá está outra vez a história da tosquia e das ovelhas... É terrivelmente difícil ser-se honesto em causa alheia, mas talvez seja essa a forma mais elevada de testar a honestidade de cada um.
Não se lhes pede tanto. O que não só se pede como exige, é que o senhor Procurador Geral da República o seja. Pelo menos ele, não pode nem deve ter clube, e muito menos influências. Caso contrário, é chegado o momento de saber se Cavaco Silva serve para mais alguma coisa do que para nos dar conselhos paternalistas. É chegado o momento de sabermos se temos Presidente.

07 julho, 2008

NOJO

Cada vez que escrevo e manifesto o desgosto pelo palco de espectáculos deprimentes em que Portugal se tornou, sinto que já não existem palavras no dicionário capazes de traduzir o que me vai na alma. Tenho a certeza, que é esse, também, o sentimento de muitos e muitos portugueses.
Provavelmente, uma maioria, sem compromissos político-partidários. Só pode fechar os olhos a esta salada russa de pérfidas vulgaridades, quem beneficia, directa ou indirectamente, com ela, ou quem ensandeceu por razão de causalidade.
O meu desprezo - quase repugnância -pela classe política tem cada vez mais razão de ser. Esta, é talvez a única coisa em que preferia nunca ter tido razão. Mas tenho, e não ganho absolutamente nada com isso. Mas, ganharia seguramente ainda menos se calasse a minha revolta ou mesmo se (como alguns parvalhões que por aí há) se me atrevesse a pôr paninhos quentes nesta barafunda contaminável a que o país chegou. Tão insidiosamente, que até para dizer "país", começo a sentir o desconforto e a vergônha de um apátrida.
Se me dissessem que a Democracia era isto, nunca teria apoiado o 25 de Abril. Detestava Salazar, mas hoje, face a estes incapazes, até consigo contemporizá-lo. Esta gente que nos vem v-i-g-a-r-i-z-a-n-d-o, dia após dia, ano após ano, até chegar aos 34 anos de idade adulta em perfeita impunidade, não faz mais do que qualquer criminoso faria, continuar alegremente a tirar partido e a governar o mais que pode a sua vidinha. É assim, nada mais! A sua vidinha não sofre a corrosão das crises, sejam elas conjunturais ou não. Uma - ou mais do que uma - confortáveis
reformas pessoais são eles sempre capazes de preparar, o mesmo, já é impossível de garantir no que respeita às reformas do país e do povo.
O discurso é tão enfadonho como indignante, mas não sofre qualquer alteração, limita-se a mandar apertar o cinto. Nunca o cinto deles (isso é demagogia...), sempre o dos outros. E o cinto dos outros que gostam de mandar apertar (em nome da Nação) pertence, invariavelmente, sempre à mesma cintura: à do povo. Mas estas palavras não são reais, são demagógicas, e é com esta manipulação da própria realidade que estes sacanas vão governando a sua vida. Lixando o povo.
E o mais grave, é que costuma ser por estas alturas e ambiências que ficam criadas as condições óptimas para o ressurgimento de Ditadores. Normalmente surgem quando a sociedade está podre de corrupta, e normalmente os ditadores levam a melhor. O povo ama a liberdade, mas odeia passar fome. E entre uma coisa e a outra, às vezes opta pela última, sacrificando a primeira.
Tudo, porque a Democracia, sem respeito pelas regras e pela Lei, é um alfobre fértil para oportunistas e grande parte deles não estão só no futebol, estão no Poder e na política. Que ninguém duvide disso.