Não vale a pena bater no ceguinho, a equipa do Futebol Clube do Porto anda presa por arames. Os problemas já foram por demais escalpelizados. Se quisermos acompanhar a confiança dos mais optimistas, há que acreditar que ainda está tudo em aberto, bastando vencer os dois últimos jogos que faltam. Gostava que fosse esse o prognóstico, e não o da minha convicção "pessimista".
Não é para espantar, um pormenor importante. Independentemente da qualidade do plantel, que está longe de se comparar a outros de há 4/5anos atrás, podemos concluir, definitivamente, que é o modelo de jogo de Sérgio Conceição que não encaixa no perfil dos jogadores. Marega e Aboubakar eram dos mais possantes fisicamente. Se juntarmos Danilo, Alex Telles e (agora) Pepe a estes dois, teremos um total de cinco, sendo que desses cinco, apenas Pepe, Alex Teles e Aboubakar reúnem as qualidades que faltam aos restantes; pujança física, técnica e inteligência.
Por isso, continua a surpreender-me que Sérgio Conceição continue a mater a braçadeira de capitão no braço de Danilo, jogador ainda sem grande experiência, nem perfil para o cargo. Feita esta apreciação (pessoal) e sem pretender desvalorizar todo os jogadores que sobram, porque todos têm as suas qualidades específicas, incluindo o próprio Marega, a conclusão que tiramos é que todos eles (ou quase) foram gravemente lesionados durante mêses. Creio mesmo que foi o clube mais prejudicado (também) por este motivo, até por todos sabermos que é neles que os adversários do FCPorto estão mais autorizados para "entrar a matar", como ninguém pode negar. Estes últimos jogos, incluindo mesmo o jogo com o Famalicão (que vencemos), em que produzindo um futebol simples, muito agradável de ver - que até nos surpreendeu -, não foram suficientes para ficarmos com a garantia que a equipa estava a dar sinais de estabilizar. Tínhamos razão. Isso, ontem, ficou mais uma vez provado. O único aspecto positivo do jogo com o Glasgow Rangers, foi a grande pressão que fizemos sobre os escocêses durante meia hora (+ ou-), mas sem quaisquer resultados objetivos. Tirando um, ou outro caso pontual, não fomos capazes de elaborar uma jogada de pé para pé até a endossar ao rematador que nunca chegou a aparecer. Voltamos a ter de lembrar uma história antiga no futebol português. Que conste (repito), nenhum treinador foi cabaz de melhorar essa lacuna: a qualidade de remate.
Nesta matéria, a minha conclusão pessoal, assenta apenas em dois pressupostos: ou os (poucos) jogadores portugueses que sabem chutar eficazmente conseguem este feito por habilidade própria, ou aqueles que não sabem, não são treinados devidamente para o efeito. Não tem outra explicação. Vejam quantas vezes vários jogadores do FCPorto rematam às balizas adversárias sem olharem sequer para os espaços abertos. O resultado acaba por ser previsível, ou acertam nas pernas dos adversários, ou chutam para fora da baliza, para o lado, ou para cima da trave.
Danilo é um jogador esforçado, mas chuta mal. Corona é mais competente a driblar (quando quer) do que a rematar, mas tem técnica. Podia falar de outros, mas não é esse o meu objectivo, só quero dar alguns exemplos. Sem precisar de entrar em pormenores está provado que só a posse de bola não basta para chegar ao golo, é preciso gostar de aprender a chutar, ou aperfeiçoar esta técnica se não forem naturalmente dotados para isso. Há erros que podem ser corrigidos, mas para isso é preciso que o treinador saiba e queira ensinar.
Custa-me ter de dizer isto, mas é uma verdade, os escocêses no que concerne rematar são N vêzes melhores que nós. Quem diz os escocêses, diz todos aqueles países ligados à Grã Bretanha. Eles apuram o acto de rematar, e não é só com a bolinha pousada no chão, eles adoram rematar de primeira, o que é fantástico, porque além de acrescentarem beleza aos golos têm a vantagem de não dar tempo aos adversários para cortarem o lance. Aqui, não. Dão toques, e mais toques, de tanto quererem fazer tudo certinho, que acabam de ficar sem a bola, e não acertarem na baliza. Se há uma coisa que me irrita em certos diplomados em futebol portugueses, é terem a mania que o futebol português é mais tecnicista que o dos nórdicos e ingleses. É um complexo há muito lançado pelo nacional-lisbonismo, Aquela parolada muito lisboeta que tornou parolos muitos portuguêses. O Glasgow, ganhou e muito bem.
PS-Quanto ao pénaltie, foi um erro do árbitro, que nos tornou a vida difícil. Foi lamentável que o Pepe se tivesse lesionado, porque é o melhor jogador actual do FCPorto. O Alex Telles não anda bem, mas não creio que seja por negligência. Ele foi durante jornadas a fio o jogador mais utilizado
por Sérgio Conceição e o que mais e esforçou. Não nos esqueçamos disso, seria injusto.
Outra razão, além da péssima qualidade de passe e de remate, o FCPorto deste Sérgio Conceição não tem um sistema de jogo ofensivo, com desmarcações bem treinadas. O jogo deste FCPorto, de SC baseia-se na pressão alta (e nem sempre), em não deixar jogar os adversários (enquanto as pernas aguentam) mas sem qualquer profundidade. Os jogadores têm medo de avançar porque não são treinados para isso. Sérgio C., não sabe mais do que isso, está perdido. É a conclusão que retiro.
Outra razão, além da péssima qualidade de passe e de remate, o FCPorto deste Sérgio Conceição não tem um sistema de jogo ofensivo, com desmarcações bem treinadas. O jogo deste FCPorto, de SC baseia-se na pressão alta (e nem sempre), em não deixar jogar os adversários (enquanto as pernas aguentam) mas sem qualquer profundidade. Os jogadores têm medo de avançar porque não são treinados para isso. Sérgio C., não sabe mais do que isso, está perdido. É a conclusão que retiro.