...não fiquei propriamente surpreendido. Os sinais que vinham dos lados do Dragão, ou talvez a falta deles, indiciavam que Paulo Fonseca ia manter-se no comando técnico da equipa principal. Isto, é Pinto da Costa no seu melhor estilo de líder.
Não obstante a saída prematura da Champions, com os danos financeiros que isso implicou, e a saída do primeiro lugar no Campeonato, a verdade é que ainda há uma segunda volta e a diferença para o 1º. classificado é apenas de 3 pontos, portanto perfeitamente recuperáveis. Isto, se Paulo Fonseca souber aproveitar a oportunidade de estar num clube como FCPorto e com um presidente-líder, como é, indiscutivelmente Pinto da Costa. Acresce, como referi alguns posts atrás, que ainda estamos com tudo em aberto nas outras provas (Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga).
Tenho de ter muito cuidado com o que escrevo, embora me esforce por fazê-lo, porque há determinado tipo de leitores que só tem olhos para ler a parte dos textos que lhes convém, ainda que tenham à frente do nariz a resposta para as suas "dúvidas" se os lerem atentamente até ao fim, sem discriminações de ordem gramatical (que também as há...). Percebo que é desconfortável ler aquilo que não gostamos, pela singela razão de sabermos que o que lemos é verdade. Vai daí, sentir-me obrigado a realçar que, apesar dos elogios que fiz a Pinto da Costa uns parágrafos acima, não partilho da sua confiança nas qualidades do treinador, a não ser que entretanto se produza uma metamorfose de estilo e de métodos. Se assim for, tudo ainda é possível. Aliás, a parte que Pinto da Costa reservou ontem às arbitragens seria desnecessária se Paulo Fonseca a tivesse assumido nas conferências de imprensa após os jogos em que o FCPorto foi prejudicado. Nunca para justificar as más exibições, mas para marcar posição, de modo a não deixar a ideia que esteve distraído, ou que os árbitros não tiveram influência nos resultados. Paulo Fonseca já devia saber que o FCPorto é discriminado pela comunicação social sectária de Lisboa. Portanto, calar estas coisas não é propriamente a melhor estratégia. Assim mesmo, embora não acredite em milagres, pode ser que as palavras de confiança que Pinto da Costa lhe dirigiu os consigam... É um risco, mas o Presidente portista é mesmo assim.
Faltou porém à entrevista um tema muito importante: o futuro próximo do Porto Canal. Não para abordar os detalhes sigilosos da empresa, mas para dar uma explicação aos portuenses e nortenhos sobre os imensos "tempos mortos" do canal, bem como para falar dos projectos a curto médio prazo que há para realizar (se é que os há...). Pinto da Costa é Presidente do FCPorto mas não é pessoa estranha ao Porto Canal, pelo contrário, é um dos seus maiores responsáveis no momento.
A vertente da comunicação está a ser o grande calcanhar de Aquiles do FCPorto, sobretudo com a informação desportiva (não me refiro aos conteúdos), nos directos, e nas áreas de debate desportivo. O que agora se faz, é consensual, mas acrítico. Não se entende que não exista uma maior aproximação e articulação entre o Canal e as audiências-alvo (que deviam incidir preferencialmente no Norte), porque é aí que se encontra o mercado mais fiável, mas um mercado pouco aberto a deslealdades e novelas do género "Perdoa-me". Por isso considero extemporânea a ideia de "dar o passo maior que a perna", de cativar público a Sul antes mesmo de adquirida a adesão maciça a Norte, sobretudo quando a justificação para as aberrações dos programas repetidos, uns em cima de outros, gira à volta da falta de recursos (e dinheiro).
A vertente da comunicação está a ser o grande calcanhar de Aquiles do FCPorto, sobretudo com a informação desportiva (não me refiro aos conteúdos), nos directos, e nas áreas de debate desportivo. O que agora se faz, é consensual, mas acrítico. Não se entende que não exista uma maior aproximação e articulação entre o Canal e as audiências-alvo (que deviam incidir preferencialmente no Norte), porque é aí que se encontra o mercado mais fiável, mas um mercado pouco aberto a deslealdades e novelas do género "Perdoa-me". Por isso considero extemporânea a ideia de "dar o passo maior que a perna", de cativar público a Sul antes mesmo de adquirida a adesão maciça a Norte, sobretudo quando a justificação para as aberrações dos programas repetidos, uns em cima de outros, gira à volta da falta de recursos (e dinheiro).
Em suma: foi uma entrevista para serenar os ânimos dos adeptos portistas, não foi uma entrevista abrangente ao universo nortenho. Em que ficamos? Será possível ter um canal do Porto para o Norte e para o Mundo (como o Juca gosta de dizer) auto-estigmatizando o Porto Canal? Os dois temas (FCPorto e Porto Canal) não podiam ser discutidos no mesmo programa? Só faltava agora dizer que para Pinto da Costa falar sobre televisão teria de ir "na qualidade" de Pinto Balsemão"...