Quando são os detentores do poder os primeiros a prevaricar, seja em que plano for, o que é que se pode esperar da Federação Portuguesa de Futebol e da selecção? Então, o que é que essa gentinha que alguns eleitores fiéis e críticos ferozes dos abstencionistas, levaram ao poder [através do voto], tem andado a fazer senão mentir-nos e a dar péssimos exemplos de integridade e boas maneiras? O que queriam? Milagres?
Talvez pelo estigma herdado de Hitler, não simpatizo com os alemães, mas não foi com milagres que eles conseguiram convencer os xenófobos EUA a importar BMs, Porches, Mercedes e outras marcas mais simples, relegando mesmo os produtos americanos para um patamar de qualidade inferior. Não foi com milagres não. Goste-se ou não, foi com muito trabalho e uma mentalidade de rigor muito vincada, ao contrário de nós que só sabemos invejar o sucesso dos outros e arranjar pretextos para esconder as nossas incapacidades inventando sistemas e frutas. Para o caso em apreço, nem era necessário pedir que nos esforçássemos por seguir padrões organizativos tão elevados como os dos alemães, bastava que quiséssemos muito fazer bem e melhor e escolher para a selecção o melhor dirigente, o melhor treinador, e os melhores jogadores, independentemente dos clubes de origem e das simpatias... Só que por cá, Lisboa manda, e o resto do país obedece e aplaude (sim há por cá quem aplauda). Se manda política e economicamente, como não havia de mandar no futebol e decidir quem deve ou não ser seleccionado?
Entretanto, os clubes sul americanos brilham em pleno neste Mundial, sem precisarem para isso do folclore e do trabalho paranóico das televisões, nem dos penteados amaricados de Ronaldos e Meireles, centrando as energias físicas e psicológicas naquilo que interessa: no bom futebol. Neste Mundial [enfim, e noutros) em termos de futebol, Portugal é do terceiro Mundo. Uma vergonha! Como podemos nós sentir orgulho por tamanha mediocridade? É assim, elogiando quem não merece que queremos evoluir? Que raio de povo este.