27 junho, 2014

O rei Ronaldo não faz milagres, agora segue-se a tesoura dos bajuladores

Quando são os detentores do poder os primeiros a prevaricar, seja em que plano for, o que é que se pode esperar da Federação Portuguesa de Futebol e da selecção? Então, o que é que essa gentinha que alguns eleitores fiéis e críticos ferozes dos abstencionistas,  levaram ao poder [através do voto], tem andado a fazer senão mentir-nos e a dar péssimos exemplos de integridade e boas maneiras? O que queriam? Milagres? 

Talvez pelo estigma herdado de Hitler, não simpatizo com os alemães, mas não foi com milagres que eles conseguiram convencer os xenófobos EUA a importar BMs, Porches, Mercedes e outras marcas mais simples, relegando mesmo os produtos americanos para um patamar de qualidade inferior. Não foi com milagres não. Goste-se ou não, foi com muito trabalho e uma mentalidade de rigor muito vincada, ao contrário de nós que só sabemos invejar o sucesso dos outros e arranjar pretextos para esconder as nossas incapacidades inventando sistemas e frutas. Para o caso em apreço, nem era necessário pedir que nos esforçássemos por seguir padrões organizativos tão elevados como os dos alemães, bastava que quiséssemos muito fazer bem e melhor e escolher para a selecção o melhor dirigente, o melhor treinador, e os melhores jogadores, independentemente dos clubes de origem e das simpatias... Só que por cá, Lisboa manda, e o resto do país obedece e aplaude (sim há por cá quem aplauda). Se manda política e economicamente, como não havia de mandar no futebol e decidir quem deve ou não ser seleccionado?

Entretanto, os clubes sul americanos brilham em pleno neste Mundial, sem precisarem para isso do folclore e do trabalho paranóico das televisões, nem dos penteados amaricados de Ronaldos e Meireles, centrando as energias físicas e psicológicas naquilo que interessa: no bom futebol. Neste Mundial [enfim, e noutros) em termos de futebol, Portugal é do terceiro Mundo. Uma vergonha! Como podemos nós sentir orgulho por tamanha mediocridade? É assim, elogiando quem não merece que queremos evoluir?  Que raio de povo este. 

24 junho, 2014

Nem o S. João consegue unir os portuenses



Ninguém pode ficar indiferente à guerra pelo poleiro entre os Antónios da família PS. Família? Por que não? As famílias de sangue serão assim tão diferentes das famílias partidárias? Humm... cheira-me que não.

Já disse por mais que uma vez, que como cidadão eleitor não voltarei a votar para as legislativas enquanto os candidatos não me derem garantias pessoais sobre a sua idoneidade, e que essas garantias terão obrigatoriamente de ter cobertura patrimonial. A palavra de honra não conta para este "campeonato", porque está mais que provado que na política o património da palavra há muito que faliu. 

Posto isto, e voltando à triste figura dos dois Antónios do PS, direi que se fosse militante e tivesse de tomar partido por algum nesta contenda, mandava-os dar uma volta ao bilhar grande e proporia a expulsão de ambos do partido. Seria uma decisão temperamental é certo, mas quando são os próprios líderes do partido a cuspir nos estatutos teria outra alternativa? Pentear macacos, talvez?

Mário Soares, pai da incoerência política tem culpas neste cartório. Agora que está velho e quase gágá, anda a fazer apelos aos militantes para não se esquecerem que o PS é um partido de esquerda, e volta a tratá-los por camaradas, quando foi ele mesmo quem meteu o socialismo na gaveta e que esvaziou a democracia de uma coisa fundamental para o seu bom funcionamento: autoridade.

Não, não leram mal: autoridade sim. A autoridade é o respeito absoluto pela Lei. Não me importo de ser mal interpretado (já estou habituado), porque se pensarem bem é aí que reside o maior problema do país. Sem respeito pela Lei não há respeito por nada, em nenhum lugar. E para haver autoridade tem de haver rigor e isso não tem nada a ver com totalitarismos. São os oportunistas, os corruptos, que gostam de regimes com sistemas de justiça "flexiveis", são esses os principais defensores de democracias amputadas da sua alma mãe que é a Justiça.

Não quero com isto afastar-me do tema de momento, portanto regresso e termino com o S. João. Continua a ser evidente o amuo, mais ou menos silencioso, algo enigmático, estranho, incompreensível mesmo,  entre o Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e Pinto da Costa do FCPorto. Ontem, P. Costa esteve em Gaia com o edil da cidade Eduardo Victor, e do lado do Porto, Rui Moreira preferiu juntar-se a Manuel Pizarro e ao convidado de honra António Costa, um dos contendores  da família PS...  

Mas o que é que se passa meus senhores? Quando é que ganham juízo? Que sombrios rancores estarão a toldar-vos o cérebro? Acham por acaso que o S. João faz milagres tão bem feitos capazes de esconder tanto azedume?  Nâo, não faz!

E o Norte, como fica? Onde está o vosso espírito combativo, a vossa solidariedade? E o Porto e Gaia? Essas cidades que todos dizem amar? Peguem num alho-porro e chafurdem-se com ele, mas resolvam as vossas guerrinhas de  uma vez. Olhem para o Porto!

22 junho, 2014

Gosto de futebol não gosto de histerismo


Anda burrinho, vamos apoiar a selecção!

São 18H00 de domingo, dia em que a selecção portuguesa vai jogar com a congénere do Estados Unidos da América. 

O jogo será transmitido para Portugal mais logo, às 23 horas, por isso não sei qual será o resultado, mas algo me diz que vamos perder e ser recambiados prematuramente de regresso à terra... Terra essa que não se chama Entroncamento como aquela localidade próxima de Torres Novas, mas que se calhar devia chamar-se, porque os fenómenos acontecem por todo o país. 

Posso enganar-me, tudo é possível, mas não vejo a equipa portuguesa com aquele espírito, com aquela determinação e qualidade que caracteriza os vencedores. Nem tão pouco creio nas artes milagreiras de Ronaldo  para resolver aquilo que compete a toda uma equipa. O futebol é um desporto de equipa constituída por onze jogadores, não por um, por mais fantástico que ele seja. 

Logo, talvez precisemos mesmo de um milagre para continuarmos na competição.

Mas o fenómeno que verdadeiramente me intriga é não conseguir saber por que é que um povo que anda a ser causticado por um grupo imberbe de governantes, catraios amadores sem currículo de relevo, que lhe rouba os salários e lhe rapa as reformas, consegue ainda assim encontrar num cantinho do coração, uma ponta de orgulho pátrio por uma selecção concebida por centralistas e para centralistas. Resumindo: como pode sentir orgulho por uma selecção feita à moda e às conveniências de Lisboa, como se fosse a selecção de Portugal... 

Claro que a comunicação social é a principal responsável por este cíclico folclore de euforia e histerismo, mas mesmo assim adorava descobrir a racionalidade do argumentário que o fundamenta quando o povo é tão maltratado e escorraçado para  longe do seu país por quem o devia proteger. A menos que o orgulho de ser português se tenha tornado numa espécie de amor platónico onde a racionalidade não tem lugar. 

Convenhamos, que se assim fôr, será caso para pensar se este povo além de burro, não será sádico.

PS-O jogo terminou e o que pressentia consumou-se. Não perdemos, empatamos, mas é como se tivéssemos perdido, o empate afásta-nos praticamente da prova. 

Em termos de espectáculo, foi o pior jogo a que assisti, e já assisti a muitos. Portugal não merece continuar, não tem categoria. Fez-se justiça. Ah, e o choradinho do costume já se faz ouvir. Isto é fado, impuro e choradinho...