22 junho, 2014

Gosto de futebol não gosto de histerismo


Anda burrinho, vamos apoiar a selecção!

São 18H00 de domingo, dia em que a selecção portuguesa vai jogar com a congénere do Estados Unidos da América. 

O jogo será transmitido para Portugal mais logo, às 23 horas, por isso não sei qual será o resultado, mas algo me diz que vamos perder e ser recambiados prematuramente de regresso à terra... Terra essa que não se chama Entroncamento como aquela localidade próxima de Torres Novas, mas que se calhar devia chamar-se, porque os fenómenos acontecem por todo o país. 

Posso enganar-me, tudo é possível, mas não vejo a equipa portuguesa com aquele espírito, com aquela determinação e qualidade que caracteriza os vencedores. Nem tão pouco creio nas artes milagreiras de Ronaldo  para resolver aquilo que compete a toda uma equipa. O futebol é um desporto de equipa constituída por onze jogadores, não por um, por mais fantástico que ele seja. 

Logo, talvez precisemos mesmo de um milagre para continuarmos na competição.

Mas o fenómeno que verdadeiramente me intriga é não conseguir saber por que é que um povo que anda a ser causticado por um grupo imberbe de governantes, catraios amadores sem currículo de relevo, que lhe rouba os salários e lhe rapa as reformas, consegue ainda assim encontrar num cantinho do coração, uma ponta de orgulho pátrio por uma selecção concebida por centralistas e para centralistas. Resumindo: como pode sentir orgulho por uma selecção feita à moda e às conveniências de Lisboa, como se fosse a selecção de Portugal... 

Claro que a comunicação social é a principal responsável por este cíclico folclore de euforia e histerismo, mas mesmo assim adorava descobrir a racionalidade do argumentário que o fundamenta quando o povo é tão maltratado e escorraçado para  longe do seu país por quem o devia proteger. A menos que o orgulho de ser português se tenha tornado numa espécie de amor platónico onde a racionalidade não tem lugar. 

Convenhamos, que se assim fôr, será caso para pensar se este povo além de burro, não será sádico.

PS-O jogo terminou e o que pressentia consumou-se. Não perdemos, empatamos, mas é como se tivéssemos perdido, o empate afásta-nos praticamente da prova. 

Em termos de espectáculo, foi o pior jogo a que assisti, e já assisti a muitos. Portugal não merece continuar, não tem categoria. Fez-se justiça. Ah, e o choradinho do costume já se faz ouvir. Isto é fado, impuro e choradinho... 
  

3 comentários:

  1. Para além da CARTA dos 18(sobre a energia) da entrevista de Mira Amaral a TVI24 merece destaque a ultima cronica do Daniel Deusdado no JN.

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  2. Péssima condição física de vários jogadores.....

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  3. Mas para a Besta o Burro somos nós...

    Costa do Castelo

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...