02 dezembro, 2016

As frases ôcas de Pinto da Costa são a sua nova imagem de marca

"No último jogo, eles deram um exemplo fantástico do que é o amor ao clube. Quem gosta do FCPorto, tem de apoiar, mas nós sabemos que nem toda a gente que vai ao estádio do Dragão é do FCPorto. É por isso que se ouvem assobios ao primeiro passe errado, mas os SuperDragões abafam-nos imediatamente com o seu apoio".

Foram estas, entre outras, as palavras que Pinto da Costa usou na festa dos 30 anos da claque SuperDragões. Palavras merecidas, porque é um facto que os SD têm sido inexcedíveis no apoio ao clube, deslocando-se incansavelmente para todo o lado, dentro e fora do país, para darem força e moral às equipas do FCPorto. Contra isso, nada, tudo a favor. Só que, o senhor presidente do FCPorto, ultimamente, fala muito do que lhe convém, e pouco, ou nada, do que interessa a todos os portistas, incluindo os SuperDragões. 

Por exemplo, devia explicar-lhes seriamente o que se passou durante estes últimos 3 anos para que a equipa principal não tenha produzido o rendimento a que estávamos habituados, quer em termos qualitativos, quer classificativos. Todos nós sabemos que não se pode vencer sempre, porque os nossos rivais directos têm as mesmas pretensões. Mas, três anos sem ganhar um campeonato, com grandes probabilidades de chegar ao quarto, já justificariam uma outra postura no relacionamento com os adeptos que não o silêncio, a indiferença, ou processos de mudança pouco convincentes. E quando falo em adeptos, falo dos sócios, dos não sócios, dos superdragões, dos colectivo-ultras 95, enfim, de todos os que amam efectivamente o FCPorto.  

Um clube com a dimensão do FCPorto alberga todo o tipo de simpatizantes, não sendo portanto de estranhar que alguns tragam consigo as limitações intelectuais que a natureza lhes deu. Estão neste grupo, os assobiatores de combustão acelerada que, antes mesmo dos jogos começarem já estão a afinar a melodia. A mim, também me irritam, mas dizer que eles não são do FCPorto, é deitar areia para os olhos dos portistas, é dividí-los. É o mesmo que insinuar que só pode haver um modo de amar as coisas, mesmo que essa "coisa" se chame FCPorto.  

Também eu posso estranhar o modo como o senhor Pinto da Costa assume os seus compromissos amorosos, mas isso não me dá o direito de afirmar que não os leva a sério. Cada um tem a sua maneira própria de viver e manifestar afectos, ninguém tem o direito de se achar melhor que os outros. E a ser verdade o que disse, que os assobiadores não são portistas, que o prove, e os afaste do Dragão, pois nós não queremos ter inimigos dentro de casa.

É que, às tantas, esses assobiadores podem ser sócios pagantes. E das duas, uma: ou decidem identificá-los, e os aconselham a alterar o comportamento, caso sejam mesmo portistas (P. da Costa disse que sabia que não eram), ou se não forem, expulsam-nos e abdicam das cotas que indevidamente receberam de sócios que sabiam ser falsos portistas.

Não podemos é andar a fazer estas tristes figuras, de falar só para não estar calado. Não é assim que se unem os portistas, não é assim que se apoia o clube. E já agora senhor Presidente, porque anda tão calado com a roubalheira de que o FCPorto tem sido vítima? Terá voz para responder a isto?

PS-Pensando melhor, acho que estou a perder o meu tempo. O senhor presidente disse que não lia blogues (tal como o Julio Magalhães do Porto Canal), mas a verdade é que alguém o(s) anda a influenciar... Agora (talvez já seja tarde), começam a fazer debates no Porto Canal sobre as arbitragens. 

Se não somos nós a influenciá-los, quem será? Os jornais?! As redes sociais? Humm, não sei como.

30 novembro, 2016

Centro Hospitalar do Porto é o melhor do país



O Centro Hospitalar do Porto voltou a ser distinguido como o melhor hospital entre os maiores do país.


O Centro Hospitalar Póvoa de Varzim / Vila do Conde, os hospitais de Cascais e de Braga e a Unidade Local de Saúde de Matosinhos completam o "TOP 5" dos melhores hospitais do Serviço Nacional de Saúde.

Os prémios do "Top 5'16 - A Excelência dos Hospitais" atribuídos pela multinacional IASIST foram entregues, ao final da manhã desta terça-feira, em Lisboa, na presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo.

À exceção do Hospital de Cascais, todos os outros vencedores são da região de saúde do Norte.
O Centro Hospitalar do Porto - do qual faz parte o Hospital de Santo António, o Centro Materno - Infantil do Norte e o Joaquim Urbano - e o Hospital de Braga, gerido em parceria público-privada pela José de Mello Saúde, consolidam o reconhecimento, repetindo o primeiro lugar dos respetivos grupos.
Na avaliação da IASIST, empresa que se dedica à realização de estudos de benchmarking na área da Saúde, os hospitais são divididos em cinco grupos, definidos segundo critérios da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), e comparados com outros de mesma dimensão e nível de diferenciação.

Em cada grupo são nomeados três finalistas, entre os quais é escolhido o vencedor.
O estudo avalia o desempenho dos hospitais em 2015, analisando indicadores de qualidade assistencial (índices de mortalidade, de complicações, de readmissões e de cesarianas) e indicadores de eficiência (índices de demora média, de cirurgia ambulatória, número de doentes por médico e por enfermeiro e custos operacionais por doente padrão).

No grupo das maiores e mais diferenciadas unidades do país, o Centro Hospitalar do Porto bateu-se na final frente ao Centro Hospitalar de São João e ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.
O Hospital de Braga voltou a destacar-se diante dos finalistas Centro Hospitalar Tondela - Viseu e Hospital Espírito Santo, em Évora.

A Unidade Local de Saúde (ULS) de Matosinhos destronou a ULS do Alto Minho, que tinha ficado em primeiro lugar no ano passado e este ano estava novamente nomeada para a final. Neste grupo das Unidades Locais de Saúde estava também nomeada a ULS do Nordeste.

O Centro Hospitalar Póvoa do Varzim / Vila do Conde venceu os finalistas Hospital de Santa Maria Maior, em Barcelos (vencedor 2015) e o Hospital de Vila Franca de Xira.

O Hospital de Cascais conquistou o lugar que no ano passado tinha sido ocupado pelo Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa. Neste grupo tinha sido também nomeado o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

Todos os hospitais do Serviço Nacional de Saúde aceitaram participara no estudo "Top 5 - A excelência dos hospitais portugueses".

Apesar de a ACSS definir um grupo dos institutos de oncologia (Porto, Coimbra e Lisboa), o desempenho dos IPO não são analisados neste estudo da IASIST.

Do futebol deprimente para as modalidades brilhantes

Acho que já não vale a pena falar do futebol sénior do FCPorto, tal é a desorientação da equipa e do treinador. De qualquer maneira, é inevitável destacar os pontos mais fracos que o futebol de Nuno Espírito Santo revela. 

Aqui vão:
  • Sector ofensivo do meio campo sem rotinas de movimentos consolidadas nas desmarcações
  • Extremos impreparados para cruzar para a área adversária com regularidade (acontece uma vez por outra). A qualidade dos centros também nem sempre é a melhor.
  • Pouca velocidade nos lances de ataque, inviabilizando os contra-ataques, facilitando assim a vida ao sector defensivo dos adversários
  • Chuta-se muito pouco, fraco, mal, e sem convicção. Tudo indica que há um défice de confiança tremendo nesse aspecto, a baliza torna-se um pesadelo para os avançados. Mesmo com espaço para chutar, preferem endossar a bola a um colega marcado de perto por um defesa.
  • Pressão alta inócua e casual
Exceptuando a decadência da SAD, são estes, quanto a mim, os principais problemas do FCPorto que me parecem caber ao treinador corrigir. Duvido que o NES seja a pessoa certa para dar a volta à situação, mas acho que não devemos esquecer que esta inconsistência de jogo já vem de trás, pelo menos, dos tempos de Paulo Fonseca, Lopetegui e Peseiro, porque na verdade nenhum conseguiu acabar definitivamente com vícios que ainda persistem, entre os quais pontuam os passes para trás e para o lado.  Podemos alegar que nos falta um ponta de lança com créditos firmados, e é verdade, mas a jogar desta maneira decerto não teria muitas chances para marcar golos. Tudo isto resumido, está preparado o caldo ideal para colocar em causa a qualidade de todosos jogadores, incluindo os defesas. O sector recuado tem tido o mérito, mas também a sorte, de não sofrer muitos golos, mas bastaria aos adversários marcar apenas um para ser todo posto em causa.

Ora, aceitando que haverá meia dúzia de jogadores no plantel sem perfil técnico e psicológico para jogar no FCPorto (dos bons tempos), outros há (a maioria) que o têm, por isso daqui concluo que os treinadores de hoje já não perdem muito tempo a preparar e rectificar individualmente os pontos fracos dos atletas, o que leva a admitir estar instalada uma uniformização dos métodos de treino insuficiente para solucionar estes problemas. Estas conclusões podem ser imprecisas, admito, mas sem podermos ver com os nossos próprios olhos como treinam os técnicos, é impossível avaliar melhor.

Para terminar, gostaria apenas de dizer que lamento que o andebol, e o hóquei em patins, não rendam tantos euros como o futebol, porque estaríamos bem de finanças. Ao contrário do que sucede no futebol, tanto o Hóquei como o Andebol do FCPorto possuem excelentes planteis. Dá gosto ver como têm evoluído os jogadores de uma e outra modalidade, e a qualidade de espectáculos que proporcionam aos adeptos. Ambos os treinadores têm-se revelado extraordinários (Ricardo Costa, e Guillem Cabestany). Oxalá não se deixem infectar pelo vírus depressivo instalado no futebol sénior... Seria o caos. Para eles, os meus parabéns e votos de felicidade. Merecem-no. Isto, independentemente do que possa acontecer no futuro, porque não será por falta de qualidade que não serão campeões nacionais e talvez (quem sabe?) mais qualquer coisa...
Plantel de Hóquei em Patins do FCPorto

Plantel de Andebol do FCPorto


  

29 novembro, 2016

NORTE FOI O GRANDE MOTOR DA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA DE PORTUGAL


A região Norte foi o “principal motor de crescimento da produtividade” no país durante o período de recuperação económica, concluiu uma análise aos resultados de 10 anos do relatório Norte Conjuntura da CCDR-N.
“Dada a dimensão económica da região do Norte, esta região foi o principal motor de crescimento da produtividade em Portugal”, indica em comunicado a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), responsável pelo relatório trimestral que completa 10 anos, assinalados com um ciclo de conferências que termina esta quarta-feira.
Numa análise aos dados estatísticos, reunidos durante os 10 anos do relatório, “conclui-se que a produtividade aparente do trabalho era na Região do Norte a quarta maior em Portugal em 2015 e cresceu 6,5 por cento entre 2008-2015, acima da média nacional”.
“O setor das indústrias transformadoras destaca-se claramente com um contributo relativo de 7,3 por cento. Sem este contributo, a produtividade total das empresas da região do Norte teria tido um decréscimo em vez dos +6,5 por cento verificados”, indica o relatório.
Já no chamado período de recuperação económica, entre 2012 e 2015, a produtividade na região “cresceu 8,0 por cento, bem acima da média nacional (5,2 por cento) e da NUTS II de Lisboa (1,8 por cento)”, acrescenta a CCDR-N.
Comparando indicadores estatísticos, nos 10 anos em causa o Norte perdeu pouco mais de 1.300 empresas (uma diminuição de 0,3 por cento entre 2008 e 2015), o que compara com as mais de 100 mil (8,3 por cento) que se extinguiram a nível nacional no mesmo período.
Já em termos de pessoal ao serviço, entre 2008 e 2015 o Norte registou uma redução de 80 mil trabalhadores, uma taxa de variação de -6,3 por cento, a menor quando comparada com outras regiões e mesmo a nível nacional.
No período de recuperação económica, a variação acumulada de pessoal ao serviço nas PME foi de 72.524 em Portugal e de 55.891 no Norte, de onde se conclui que “a Região do Norte contribuiu com 77,1 por cento para esse acréscimo nacional”, indica o relatório que junta 10 anos de indicadores económicos.
Em termos setoriais, os setores de atividade que mais contribuíram para a redução do pessoal ao serviço no Norte entre 2008 e 2015 foram o da Construção (-5,4 por cento), o das Indústrias Transformadoras (-3,0 por cento) e do comércio.
Quanto a gastos com pessoal por pessoa empregada (que inclui remunerações, contribuições para a segurança social, fundo de pensões, entre outros) os verificados na região do Norte só foram superados pela região de Lisboa em 2015.
Já numa análise a 10 anos, entre 2008-2015, estes gastos cresceram 8,4 por cento no Norte, contra 6,2 por cento em Portugal.
Em matéria de exportações, conclui a CCDR-N que “as empresas nortenhas demonstraram que foram capazes de reagir rapidamente à diminuição de atividade sentida em 2009, como consequência da crise internacional”.
“Logo em 2010, as empresas do Norte voltaram a exportar mercadorias num valor relativamente próximo do de 2008 e em 2011 voltaram a ter um crescimento muito acentuado”, destaca.
Estes e outros indicadores relativos à “resiliência e à capacidade exportadora” que as empresas do Norte de Portugal demonstraram nos últimos 10 anos de Norte Conjuntura serão apresentados pela CCDR-N esta quarta-feira, pelas 15h, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos.

28 novembro, 2016

O Porto votou SIM à Regionalização no referendo de 1998



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As 5 regiões teriam simplificado as coisas
Há um livro, chamado Constituição da República Portuguesa, ao abrigo do qual, todos os governantes e presidentes da República, nos respectivos actos de posse, prestam juramento de defender, cumprir e fazer cumprir, o que lá vem exarado.

A Constituição de 1976 foi lavrada dois anos após o 25 de Abril, data que  marca oficialmente a época da democracia em Portugal, vindo substituir a Constituição do Estado Novo de 1933. Quarenta e três anos de ditadura depois, parecem não ter sido suficientes para que os redactores da constituição democrática de 1976, tivessem plena consciência da importância de lá inserirem o Artº. 256º, do Capítulo IV, com estes três simples pontos:
  1. As regiões administrativas serão instituídas simultaneamente, podendo o estatuto regional estabelecer diferenciações quanto ao regime aplicável a cada uma.
  2. A área das regiões deverá corresponder às regiões plano.
  3. A instituição concreta de cada região dependerá do voto favorável da maioria das Assembleias municipais que representem a maior parte da população da área regional.
Como disse anteriormente, 43 anos de centralismo salazarista, com tudo o que isso teve de retrógrado, não bastaram para tirar as dúvidas aos políticos "democráticos" do pós Abril de 1974, com uma proposta referendária à regionalização (em 1998) desde logo envenenada, não fosse o próprio texto um convite ao fracasso. A saber:
  • «Concorda com a instituição em concreto das regiões administrativas ?»
  • «Concorda com a instituição em concreto da região administrativa da sua área de recenseamento eleitoral ?» (pergunta apenas colocada aos cidadãos recenseados em Portugal Continental)
Num país onde, apesar do referendo, se continua a não querer esclarecer a população sobre as vantagens da regionalização, dando como exemplo a maioria dos países evoluídos da Europa, tal reforma só terá sucesso se forem os próprios cidadãos a exigirem-na, em vez de a questionarem. Mas para isso, têm de se interessar pela causa, não podem ver no futebol a solução para os problemas políticos e sociais. Porque, está visto e provado que os políticos de todos os partidos não querem a regionalização, dado que isso ia obrigá-los a governar melhor, a terem de apresentar serviço junto dos eleitores, enquanto assim, como as coisas estão, sempre podem governar-se dentro dos partidos, movendo influências aqui e ali, pulando da política para os Bancos, ou grandes empresas, dos ministérios para a UE  (sempre apunhalando o povo), até à cadeira de sonho da Goldman Shachs (só um pequeno e vergonhoso exemplo)... 

É no entanto falso que os portuenses tenham votado NÂO no referendo à regionalização. O SIM, venceu no Porto, em Matosinhos e Gondomar. Obtiveram muito bons resultados Gaia, Maia e Valongo (e Vila do Conde). O NÂO prevaleceu no distrito de Braga e na Beira Litoral. As regiões de Trás-os-Montes e Alto Douro e Beira Interior conseguiram melhores resultados que  Entre Douro e Minho e Beira Litoral. No Algarve, houve um empate entre o SIM e o NÂO, e só o Alentejo respondeu SIM às 2 perguntas, bem como no distrito de Setúbal partilhado com Lisboa e Alentejo.

Portanto, sem negar a incompreensível indiferença dos nortenhos em geral por estas importantes causas (sobretudo entre Douro e Minho, com Braga à cabeça), mesmo assim houve muita gente a votar SIM. Não foi suficiente para ganhar, mas a pergunta devia ter sido mais simples e com mapas mais englobantes (5 regiões). Depois, houve a abstenção... Como devem intuir a essas eleições não me furtei, compareci, e comparecerei sempre que fôr preciso. Mesmo assim, ainda alimento a esperança que a pouca vergonha das arbitragens contra o FCPorto, bem como a despudorada e prostuída comunicação social "nacionalista", tenham aberto os olhos aos eleitores portistas e respectivas famílias por forma a que, se houver novo referendo (o que duvido), dessa vez, votem em massa no SIM.

Independentemente destas malabarices constitucionalistas, de consultas referendárias oportunistas, a Constituição permite revisões pontuais aos seus articulados, mas sempre no sentido evolutivo, não o contrário. O referendo, foi para mim, o maior atestado de desonestidade que a classe política passou a si mesma. Depois, os Dias Loureiros, os Relvas, os Sócrates, os Coelhos, os Duartes Limas, os Barrosos desta vida, estão aí para confirmar a tendência para a traição (e não só...).

Obs,- Depois da Constituição de 1976, fizeram-se 7 revisões (1988/1989/1992/1997/2001/2004 e 2005)