22 janeiro, 2016

Rui Moreira não quer "TAP alfacinha"

Para o Porto não "serve" existir uma TAP pública "que seja alfacinha". Mas se a empresa sempre for privatizada, o mercado tratará de preencher as lacunas deixadas no Aeroporto Francisco Sá Carneiro


Rui Moreira

Ou seja, serão os privados a fazer as ligações Porto-Madrid, Barcelona, Milão e Roma que a TAP tenciona cancelar a partir da Páscoa. Esse foi o aviso feito, nesta manhã de terça-feira, pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

"Estamos a ver se encontramos soluções alternativas ao serviço público", revelou Rui Moreira, em declarações aos jornalistas, na Câmara do Porto. O autarca adiantou ainda que reuniu, na quarta-feira, em Madrid, com um operador privado para apurar se teria interesse em substituir a TAP na ligação Porto-Milão, uma das quatro que serão canceladas pela operadora pública, a partir da Páscoa. Rui Moreira escusou-se, contudo, a especificar que operador contactou.
"Se a TAP abandona o Porto, o Porto abandona a TAP", avisou o autarca independente.

No entanto, o recurso ao mercado privado para garantir que, no Porto, continuem a existir ligações diretas com as principais cidades europeias, para Rui Moreira, só faz sentido se a TAP sempre for privatizada. Caso se concretizem aquelas que parecem ser as intenções do atual Governo de manter a empresa na esfera pública, o autarca portuense vai exigir que seja cumprido o "serviço público".

"Aí teremos que perguntar se o interesse público é só Lisboa. Aí exigimos serviço público e que a TAP não seja alfacinha, seja TAP Portugal", afirmou Rui Moreira, convicto de que o reforço das ligações Porto-Lisboa e a criação de uma ligação direta Vigo-Lisboa significa dizer "que querem que os passageiros da Galiza viagem para África ou para a América Latina através de Lisboa".

As preocupações de Pinto da Costa não são as dos adeptos

Pinto da Costa arrasa Lopetegui!
(se não é título de pasquim, o que é?)

  1. Pinto da Costa finalmente falou, porque... houve mudanças
  2. Disse não querer falar do passado
  3. Fez exames clínicos e está apto para se recandidatar a um novo mandato
  4. Percebeu, no jogo com o Rio Ave, que Lopetegui não tinha condições para continuar
  5. Convidou os sócios a candidatarem-se à Presidência do clube
  6. Disse que não gostava de ver um candidato apoiado pelo Correio da Manhã (eu também)
  7. Explicou as contratações falhadas (Adrian Lopez, Tello,Imbula, etc.)
  8. Não liga às redes sociais
  9. O problema das arbitragens é do Conselho das Arbitragens e de um tal Ferreira Nunes
  10. Está muito satisfeito com o actual Presidente da Liga, o senhor Dr. Pedro Proença
Resumindo e concluindo:

Pinto da Costa, não quis falar do passado, mas falou, e não acrescentou nada para o futuro (a não ser do seu). Não falou - também porque não lhe foi perguntado -, do problema comunicacional com os adeptos, excepto com as claques, a quem fez grandes elogios. Não gostou (como eu), que Victor Baía falasse para o Correio da Manhã, mas não abriu a boca (nem Júlio Magalhães ajudou), para dizer o que pensava do actual Jornal de Notícias, que todos os dias o honra com casos relacionadas com a criminalidade, o que significa que o considera um jornal respeitável...

Nada de novo, como se previa. A culpa é nossa, que damos demasiada importância ao futebol. Ó José Peseiro, tira-nos deste sufoco, se puderes.

PS-
Se o Jornal de Notícias não merece comentários da parte do Presidente do FCPorto, e se o Porto Canal usa esse jornal como guia para os noticiários, só falta mesmo a Júlio Magalhães incluir a página de justiça do JN e convidar Nuno Miguel Maia para os comentar... 

Júlio Magalhães seria despedido, ou promovido? Da forma como estão as coisas, acho que era promovido a administrador do canal.


21 janeiro, 2016

Sê feliz, José Peseiro!

Em qualquer organização, o princípio de aferir responsabilidades genéricas começa sempre de cima para baixo, e não ao contrário. Inverter esse sentido, é negar o secular princípio das competencias. Em qualquer organização é assim. No futebol, a regra é a mesma. Pinto da Costa foi, durante a maior parte do tempo que esteve ao leme do FCPorto, um líder de corpo inteiro e por essa razão mereceu a primazia da admiração e o respeito dos portistas, antes mesmo de treinadores e jogadores. Isto, é muito raro ver-se em qualquer outro clube do mundo. Ainda hoje é tratado carinhosamente pelos adeptos como o NGP (o Nosso Grande Presidente), e é também por isso que a sua decepção com a actual gestão do clube é maior.
Todos os dias o JN criva o nome do FCPorto
e de Pinto da Costa na página da Justiça
[Clicar na imagem para ampliar]

Uma vez mais, Pinto da Costa chega atrasado. Tem sido assim nos últimos anos. Ironicamente, numa fase de tempo em que pode disfrutar de um canal de televisão para falar à vontade, longe dos ambientes poluídos dos estúdios de Lisboa, decidiu remeter-se quase ao anonimato. A inversão de procedimentos em relação ao passado é radical, tudo agora funciona ao contrário.

Estou à vontade a falar assim. Tão à vontade que me dou ao desplante de (mais uma vez ) adivinhar o que ele (não) vai dizer logo à noite, no Porto Canal. Como agora vem sendo hábito, quando PC decide falar, é tarde. Uma coisa, é reparar tardiamente acções erradas, outra, é constatar factos que toda a gente já conhece. Não me parece que a sua opção seja a primeira. Bom seria que soubesse agir antes que os factos se consumassem, que tivesse obstado à transformação da principal equipa do clube, num grupo de homens psicologica e tecnicamente confusos.  

Isto, era o que Pinto da Costa não permitia que sucedesse há poucos anos atrás. Ai de quem se atrevesse a prejudicar o FCPorto! Com árbitros, adversários e as próprias equipas técnicas, tudo tinha que entrar nos carretos. Hoje, podem fazer-lhe tudo, continuar a colar o seu nome (e o do clube) a redes mafiosas (como faz diariamente o nosso "querido" JN), usar de critérios prejorativos nas arbitragens e na comunicação social, que ele não reage. Tudo isto é estranho, tão estranho que nem a idade, nem a saúde podem justificar. Serão resquícios do Apito Dourado? Aconselhamentos de quem o rodeia? Ficamos assim, prisioneiros dos especuladores.

Nestas condições, considero extremamente complicado o trabalho de Peseiro para o que resta da temporada. É de um bom, de um excelente banho terapeutico de psicologia, que toda a equipa precisa. O resto virá por acréscimo.   

20 janeiro, 2016

Democracia e Liberdade. Quo vadis?

Isto de se falar de democracia e de liberdade (com minúsculas) só para sermos bons meninos, para passarmos por cidadãos normais, é das coisas que mais me incomodam, e que mais têm contribuido para a estagnação geral do país. 

Há quem, imaginando-se enquadrado numa área comum de preferências, pelo facto de gostar do mesmo clube de futebol, pensa que tudo o resto os pode aproximar. Mentira. Nem tudo o futebol congrega. Nem sempre o nosso clube comum funciona como moderador ideológico. Há antes de tudo o carácter, e depois o estatuto social, financeiro e intelectual, a afastá-los. 

Cada dia que passa me capacito que no FCPorto há um grande fosso de Liberdade. Mais. Pelo que vejo: nem Pinto da Costa pode afirmar-se como um homem livre. 

Ainda ontem, no Porto Canal, Bernardino Barros dizia a propósito das correntes conspiratórias dos media contra o FCPorto, que o JN já não é o que era (descobriu tarde...), e no entanto, Pinto da Costa ainda não fez nada para eliminar o seu nome da lista do Conselho Editorial. Provavelmente, nem lê o JN, o que é de estranhar... Sobre isto, não pode haver dúvidas, o JN de agora, é mais um tentáculo do centralismo lisboeta na cidade que o fundou. O Porto deixou de ter voz activa. O seu testa de ferro chama-se Afonso Camões, um tipo de Castelo Branco, sem qualquer histórico social ou sentimental ligado ao Porto. Apareceu aqui de pára-quedas, e os portuenses consentem...

Em circinstâncias normais, se Pinto da Costa, ou alguém por ele, lê-se o JN, não permitiria que esse jornal publicasse dias, e semanas a fio, a mesma notícia, sem que nada o justificasse, apenas com o intuito de ligar o seu nome e o do FCPorto a um caso de polícia, quando afinal o principal protagonista é um ex-segurança do presidente. Ao descrever estas situações desagradáveis, sinto-me um pouco pateta por ficar sem saber se Pinto da Costa consegue distinguir a crítica construtiva, de uma notícia maliciosa. Sou levado a admitir que, além do seu estado de saúde, algo de mais grave lhe condicona a liberdade de acção... Mas só ele, saberá dizer o quê.

Vivemos todos num charco de profunda hipocrisia onde a força das palavras há muito se ausentou. Na política, como no desporto, seriedade, democracia e liberdade, são débeis ecos de intenções sem pingo de autenticidade. O artigo do JN que hoje publiquei antes deste, prova que há jornalistas que se esforçam por denunciar casos socialmente perturbantes, e no entanto, todos eles se resignam a trabalhar para jornais cuja orientação ultrapassa de longe a demagogia dos próprios políticos. Dizem, que precisam de ganhar a vida, como se fosse lexívia para a consciência, ou argumento para levar a sério de quem tantas vezes apregoa a desfesa da Liberdade e da Democracia. 

Pessoas assim, sabem perfeitamente que nenhuma destas duas condições corresponde à magnitude que deviam comportar, mas preferem fingir que acreditam, para se sentirem úteis.

PS-Vejam se tudo isto faz sentido. No clipping do JN - acima, à direita -, pode ler-se o nome de Domingos Andrade, como Director-executivo. Como devem lembrar-se, trata-se do anterior Director de Programas do Porto Canal, que entretanto foi substituído no cargo pela Ana Guedes (ex-TVI). 

Não dá a ideia que foi lá colocado para contornar eventuais reacções à nomeação do ilustre desconhecido Afonso Camões? O que terá levado a actual Administração de Proença de Carvalho & Ca., a escolher o albicastrense senão a intenção de lisboetizar o jornal, como foi logo visível?

Subvenção para a vida

PEDRO IVO CARVALHO
O centrão, esse fantasma que António Costa jurara ter guardado de vez no armário, juntamente com a roupa velha e bafienta dos invernos de má memória, voltou a assomar à janela do regime. Desta vez, para nos mostrar quão sagazes e coordenados conseguem ser os representantes dos dois maiores partidos quando chega a hora de acautelar os seus direitos e de cobrar à nação os sacrifícios que tão patrioticamente fizeram em seu nome. PS e PSD conseguem entender-se sobre mercearia. Sobre economia é que é mais difícil.
Recuemos a novembro de 2014. Depois de apresentarem e aprovarem na especialidade uma proposta para repor o pagamento das subvenções vitalícias a antigos políticos, Couto dos Santos (PSD) e José Lello (PS) decidiram retirá-la. "Em nome do bom-senso", justificaram. Da decência. Basicamente, e para sermos menos românticos, porque havia muita gente dentro e fora dos dois partidos a não entender as ¬- vamos chamar-lhes assim - urgência e justeza do pedido. Sobretudo quando tão violentos golpes tinham sido aplicados nos bolsos de quase todos os portugueses. Ainda assim, houve quem, em particular na bancada socialista, tivesse engolido em seco este desfecho e prometido avançar para o Tribunal Constitucional (TC). Assim foi.
Pouco mais de um ano depois, ficou a saber-se que 30 deputados (21 do PS e nove do PSD), entre os quais Couto dos Santos e José Lello, para quem o bom-senso é, afinal, um bocado de plasticina, pediram a reposição da atribuição daquele apoio financeiro sem limitações de rendimentos. Invocando uma parafernália de razões jurídicas e acobertando a imoralidade política que lhe está subjacente.
A alteração ao regime imposta em janeiro de 2014 era ponderada: os ex-deputados com rendimentos superiores a dois mil euros (excluindo a subvenção) perderiam essa prestação. Nos restantes casos, o rendimento ficaria limitado à diferença entre os dois mil euros e o rendimento (subvenção excluída).
Mas isso não chegava. Porque trabalhar 12 anos como deputado deixa marcas para a vida em qualquer um e fecha, como todos sabemos, demasiadas portas profissionais. Como, de resto, é evidente no percurso de vida dos 30 deputados para quem não ser prejudicado pelo exercício de um cargo público só é aceitável se isso significar ser beneficiado pelo exercício de um cargo público.
De um lado, PCP, BE e CDS. Do outro, PS e PSD. Provando que as notícias sobre a morte do Bloco Central foram manifestamente exageradas. Não só não está morto, como ainda por cima vai ter direito a uma pensão vitalícia. 
Nota de RoP:


Depois digam que não tenho razão, quando para votar ponho, como primeira condição aos  candidatos  garantias pessoais. As únicas condições que eles "respeitariam", mas não aceitam, claro, eram as de ordem pecuniária, ou patrimonial. A palavra de honra não funciona, porque para funcionar tinham de saber o que isso é, e está provado que não sabem, nem querem sequer pensar nisso.
A propósito, vi ontem na RTP1 aquela fantochada a que chamam debate. Uns, tiveram direito a 8 minutos, outros a 12 ou 15... Curiosamente, Paulo Morais que apontou baterias para o problema mais sério da actualidade (a corrupção), foi tratado como se estivesse a falar de ovnis, ou de tremoços. Acho é piada à tese dos comentadores que enchameiam a cabeça dos eleitores com a credibilidade do Marcelo, sem a conseguirem fundamentar minimamente. Podem-me dizer: então, por que não votas no Paulo Morais? A resposta já a conhecem, mas eu repito: porque não posso certificar a genuidade das suas intenções. Senão, votava. Porque sei que nada do que ele afirma é surreal, infelizmente para nós. Haverá alguém que tenha dúvidas?  
Ah, e que ninguém me venha com a treta do costume, que ele precisa de provar o que diz. Não é a ele que compete provar, é à polícia de investigação e ao Ministério Público. Ele denuncia, e isso já não é pouco. O duplo-problema, é que se calhar (para não dizer, decerto), também essas autoridades têm os rabinhos entalados...






19 janeiro, 2016

José Peseiro, é o novo treinador do FCPorto

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Depois de um turbilhão de especulações, conduzidas pela comunicação social sobre o nome do substituto de Lopetegui, foi José Peseiro o treinador eleito para orientar o FCPorto no que resta jogar do Campeonato, e das restantes competições em que ainda está envolvido.

Subscrevo portanto a opinião de muitos portistas, que é, apoiar este treinador e os jogadores, independentemente da nossa opinião pessoal. Só espero, é que assim pense também a estrutura directiva do FCPorto, a começar por Jorge Nuno Pinto da Costa, porque, ninguém se iluda, a discriminação ao nosso clube vai continuar. Foi assim que sempre procedi, com Lopetegui ou qualquer outro. Quem tiver dúvidas, que se dê ao trabalho de procurar nos posts mais antigos e ficará esclarecido. A diferença entre apoiar cegamente, ou apoiar confiadamente (como prefiro), consiste numa série de factores que a partir de determinado momento deixei de ver reunidos, para me manter optimista. Já os citei noutras ocasiões, e portanto, não preciso de me repetir.

O que digo - porque nunca é demais fazê-lo -, é que se José Peseiro não fôr apoiado nas situações em que a sua equipa seja manifestamente lesada, dentro ou fora do campo, teremos a segunda série do caso Lopetegui, agora na versão portuguesa. Como disse, acho que não foi apenas isso que impediu que a equipa desenvolvesse um futebol mais vistoso e objectivo, mas que contribuiu muito para a desestabilizar, disso não tenho a mínima dúvida. Não me interpretem mal. Não pretendo dar-me ares de sabichão, apenas digo o que as experiências do passado recente me ensinaram, embora o mesmo não possa garantir da parte de quem deve.

Não foram poucos os jogos a que assisti em que me apeteceu bater nos jogadores, de criticar A, ou B, pelas asneiras primárias que faziam. Mas sempre me custou admitir que não tinham qualidade, ou que faziam de propósito, e que não se aplicavam porque não queriam. Houve efectivamente um, ou outro, que não confirmou os créditos de que gozavam, mas isso também pode ter sido potenciado pelo apagamento da liderança do Presidente.

É impossível que os jogadores não tenham sentido essa "orfandade" da parte da Directoria, no que concerne a defesa do treinador e do próprio clube, e que não pensassem para si mesmos que se entrassem mais virilmente a uma jogada, o melhor era levantar o pé, senão eram expulsos. Os casos do Imbula e do Aboubakar, que sempre foram de uma correcção exemplar, são paradimáticos, independentemente de fazerem falta, ou não. Da primeira vez que decidiram ser mais "durinhos", lá vai cartão, e... a implacável expulsão.

É contra esta discriminação que os jogadores pouco ou nada podem fazer. Têm de ser outros a fazer esse trabalho. E quando à discriminação se alia a falta de confiança, não há garra nem portismo que resista. Pelo que leio por essa blogosfera dentro, há muitos adeptos que não querem pensar nisto, que desatam a bater nos jogadores, a atribuir-lhes responsabilidades sem compreender que mentalmente estão feitos num farrapo. Depois, com alguma infantilidade, acham que as coisas se resolvem com slogans, com coisas como "até os comemos", ou "somos Porto", como se estas dificuldades se superassem sem a garantia de uma liderança administrativa forte e um treinador idêntico.

É este o difícil desafio que Peseiro tem pela frente. Se Lopetegui não foi o único responsável pelo que se passou até aqui, não será certamente também qualquer outro treinador. Chame-se ele Peseiro, ou Mourinho.

Off the record:

Li há instantes que Victor Baía voltou a dar um tiro no pé. Pelo que pude perceber descascou em Pinto da Costa e na SAD. Independentemente do que tenha dito, ele não devia esquecer-se que foi um jogador que, se chegou onde chegou, deve-o muito ao FCPorto. Transitou do FCPorto para o Barcelona por mérito seu, mas também do clube que o vendeu. Ele não pode comportar-se como um comum adepto, porque ganhou a vida num FCPorto em que Pinto da Costa brilhava. 

Mas, o pior nem é isso. É ele escolher o pasquim mais ordinário do país, o que mais odeia o seu antigo clube, para falar de Pinto da Costa. Se é assim que ele pensa conquistar os portistas para o apoiar numa eventual candidatura à Presidência do FCPorto, talvez os pipoqueiros gostem, mas pela minha parte, bem pode tirar o cavalinho da chuva, porque nem para relações públicas o queria, tal é o seu défice de inteligência. 

Mal, por mal, prefiro um Pinto da Costa abúlico... Nunca daria o prazer aos adversários do FCPorto de me puxarem pela língua para os ajudar a vender jornais. Aqui, digo o que penso (bem ou mal), mas não ganho um tostão por isso.  

18 janeiro, 2016

Entre o pragmatismo e a gratidão há incompatibilidades

Por mais que queiramos separar a conduta política do povo da conduta clubística, é difícil negar as afinidades que as unem. Mas, já lá chegaremos.

Pinto da Costa foi sem dúvida o presidente  mais bem sucedido da Europa, se comparado com outros dirigentes de clubes economicamente mais poderosos. Foi a sua astúcia e combatividade que guindaram o FCPorto ao patamar mais alto do futebol mundial. Foram muitos anos, sempre a subir na ambição, no prestígio e nos êxitos. A isto, chama-se perseverança e competência. Havendo competência, há o direito legítimo ao reconhecimento público. Foi o que eu e milhões de portistas fizeram, e bem.  

Os tempos entretanto mudaram, e esse homem que outrora fora competente, começou a dar sinais indicadores que algo nele estava a mudar, para pior. Dos mais relevantes, destaca-se a perda de combatividade na defesa do clube e a nula comunicação com a massa associativa e adeptos. A estas mudanças, seguiram-se contratações precipitadas de treinadores sem currículo, desajustadas às novas exigências do clube. A última verdadeiramente bem sucedida foi com André Vilas Boas na época brilhante de 2010/2011. Seguiram-se as épocas de 2011/2012 e 2012/2013 treinadas por Victor Pereira, a última das quais ganha no fim da linha e com muita contestação à mistura. Desde então,  as escolhas de Paulo Fonseca e posteriormente de Lopetegui confirmaram que as coisas estavam a mudar, e o FCPorto nada ganhou.

É aqui que encontro certas semelhanças entre a política e o futebol. Para as presidenciais que se aproximam há quem dê Marcelo Rebelo de Sousa como vencedor antecipado. A comunicação social, como sempre, é responsável por esta propaganda, mas haverá dúvidas quanto à influência que isso poderá ter nas eleições? Na forma infantil como o povo se deixa contagiar? Alguém quer saber da seriedade, da integridade, do perfil do candidato? Alguém tratará de vasculhar o currículo deste e doutros candidatos para votar? Votam porque é simpático, porque fala bem, enfim, por uma infinidade de frivolidades que pouco contam para a eleição.

No futebol, no caso, o FCPorto, é quase a mesma coisa, com uma diferença: Pinto da Costa tem um currículo que fala por si, e só isso explica, embora não justifique, a confiança excessiva que o próprio tem nesse currículo e o leva a afastar-se de forma quase provocante dos adeptos.  Esses, os adeptos, sofrem, revoltam-se (com carradas de razão), criticavam o treinador, os jogadores, e agora até criticam a SAD e Pinto da Costa, mas por consideração ou gratidão passam ao lado, não ousam contestá-lo. Custa-lhes aceitar que o Presidente que tanto admiraram (eu fui um deles) atingiu o famoso princípio de Peter, que começa a ser mais prejudicial que útil ao clube e não dá sinais de perceber isso.

A questão que se coloca é a seguinte: estarão os portistas dispostos a tolerar a decadência do Presidente com a decadência do FCPorto? Estará ele à frente dos interesses do clube? Como na política, cedemos ao sentimentalismo, em vez de privilegiarmos a competência? E Pinto da Costa, estará ele preocupado com os nossos sentimentos? O seu comportamento connôsco nos últimos tempos terá revelado isso, ou antes uma indisfarçavel indiferença, para não dizer quase dresprezo? Dantes, quando havia "fumaça" no ar, sabíamos que Pinto da Costa trataria de nos sossegar sem perdas de tempo. Agora, por que é que se esconde, porque não assume as suas responsabilidades por inteiro se ainda é pago como presidente?

Nestas coisas não tenho contemplações, o FCPorto está em 1º. lugar. As relações têm de ter reciprocidade na consideração e no respeito, mesmo que não nos conheçamos pessoalmente. Se assim não fôr, não são boas relações, independentemente do estatuto de cada um. E, como já aqui disse em várias ocasiões, Pinto da Costa está a inverter toda a admiração pessoal que tinha por ele. Está a colocar-se numa poltrona de arrogância que contrasta com aquilo que sempre preconizou: o respeito pelos portistas.

E se a arrogância nos passa ao lado quando a competência se faz sentir, é um sentimento insuportável no fracasso.

17 janeiro, 2016

A culpa é do Casillas?

Fim de carreira desastroso e lamentável

Ou, será dos árbitros? Ou, do Corona? Será do Brahimi? Talvez do Aboubakar, não? Deixemo-nos de tretas!

A culpa vai todinha para Pinto da Costa, que contratou um treinador incompetente que tornou o FCPorto irreconhecível na sua categoria, alma e qualidade. Fez do FCPorto o clube mais vulnerável do campeonato nacional a quem todos perderam o respeito.

A culpa é de Pinto da Costa porque não quis reconhecer, em tempo útil, que Lopetegui não era treinador para o Porto, e que, pelo contrário, lhe reforçou a confiança, pouco tempo antes de se ver obrigado a despedí-lo.

A culpa, é sim, de Pinto da Costa, por ter desistido de defender o clube e o próprio treinador quando os árbitros beneficiavam os nossos adversários e prejudicavam ostensivamente o FCPorto. A culpa é toda dele, por não se dignar comunicar com os portistas, sócios e simpatizantes, provando que não os merece. E finalmente, a culpa é também dos sócios que não têm coragem para obrigar Pinto da Costa a dar-lhes as explicações a que eles têm direito, no sítio próprio.

Uma vergonha! Não para o clube, mas para o currículo de Pinto da Costa. No melhor pano cai a nódoa. Pinto da Costa deixou cair a sua. A porta das traseiras é o que o espera se não abrir os olhos.

PS I:


Deixar Rui Barros a cozer em lume brando, é uma injustiça para um jogador que tanto deu ao clube. 

PS II:

Ponto 1 - Não retiro uma vírgula ao que acima comentei.

Ponto 2 - O FCPorto é uma estrutura desportiva eclética, com modalidades distintas.

Ponto 3 - Sendo certo que as modalidades e os escalões de formação júnior mantêm alguma estabilidade com resultados desportivos positivos, é, e sempre foi o futebol sénior, a alavanca motriz do grosso das receitas do clube e a principal fonte de motivação dos adeptos.

Ponto 4 - É indiscutivelmente no  futebol sénior actual que se concentram os maiores problemas e a fonte de descaracterização do FCPorto.