16 maio, 2013

Unanimidade no Parlamento Galego para que Galicia "aproveite" a lusofonía


"Este é o día en que Galiza en rompemos unha fenda histórica ou volvemos unir o que a historia separou", así celebrou Xosé Morell, voceiro dos promotores da ILP Valentín Paz Andrade, a toma en consideración por unanimidade no Parlamento da proposta para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos coa lusofonía, que pide a implantación dese idioma nos currículos escolares.
Os catro grupos da Cámara deron o seu apoio a unha iniciativa que se compromete "co aproveitamento das potencialidades" da lingua do país e que agora debe levar as autoridades a "valorizar o galego como unha lingua con utilidade internacional", tendo en conta que o achegamento ao portugués implica facelo a un "idioma de traballo de vinte organizacións internacionais, incluída a UE, e lingua oficial de nove países" entre os que figuran "potencias económicas como o Brasil".
Foi un si rotundo a unha ILP apoiada por máis de 17.000 sinaturas e que Xosé Morell defendeu como a ocasión "de faceren ver non só ao empresariado, senón a todos os galegos galegas, aos nosos fillos e fillas" a existencia dunha "lingua extensa e útil, cunha dignísima historia de séculos e un inmeso futuro por diante , como o que ten este país". E foi unánime, aínda que o PP quixo deixar claro o carácter "estranxeiro" do portugués e a súa negativa a revisar calquera aspecto da normativa do galego.

(Blogue Regionalização)

Adeptos do FC Porto pernoitaram à porta do estádio do Paços de Ferreira

Cerca de duas centenas de pessoas, algumas delas concentradas desde a noite passada, aguardaram pela abertura das bilheteiras em Paços de Ferreira, para o jogo que poderá consagrar o FC Porto tricampeão da I Liga de futebol.
FC Porto
As bilheteiras no Estádio Capital do Móvel, em Paços de Ferreira, abriram às 09:00 de quarta-feira, altura em que começaram a ser disponibilizados entre 600 e 800 ingressos, numa operação que está a ser acompanhada pela GNR local.

Os bilhetes para o público em geral variam entre os 12 (bancada topo norte), os 24 (bancada lateral) e os 30 euros (bancada central).

As imediações do Estádio Capital do Móvel fazem lembrar dias de jogos grandes, com dezenas de viaturas e um movimento pouco habitual, numa romaria que teve início na noite de terça-feira.

Foram vários os adeptos do FC Porto que passaram a noite à porta do estádio, para garantirem um bilhete para o jogo de domingo.

Os sócios do Paços de Ferreira vão poder assistir ao jogo da decisão do título 2012/13 com a quota número quatro e um bilhete suplementar de três euros.

O FC Porto, que passou a liderar o campeonato depois da vitória de sábado sobre o Benfica (2-1), entra domingo na última jornada com mais um ponto que os “encarnados”, que recebem no mesmo dia o “aflito” Moreirense.
Todos os jogos da 30.ª e última jornada estão marcados para as 18h30 de domingo.

[de Porto 24]

15 maio, 2013

Viva o Chelsea!

Tal como assume aqui o Manuel Serrão, com a frontalidade que o caracteriza, eu logo vou querer que o Benfica perca com o Chelsea. E não se iludam aqueles que, como diz Serrão, são muito portistas em privado, e porreirinhos da silva à frente de um microfone, ou de uma camara de televisão, porque no que me diz respeito, não sinto minimamente beliscado o meu patriotismo por não rever no Benfica o símbolo da portugalidade. Mais. Se a avaliação do meu portuguesismo tivesse o Benfica como barómetro, talvez muitos portuenses e nortenhos ficassem a saber, de uma vez, o quanto esse clube está ligado ao centralismo, que tanto nos tem discriminado negativamente. Sei, quão inútil é fazer-lhes ver a realidade, pois as doses maciças de benfiquismo já vêm do antigo regime, e continuam a ser-lhes injectadas precisamente com a intenção de os dividir. Se perguntarem à maioria dos benfiquistas se querem a regionalização, podem ter a certeza que respondem não. Mas, infelizmente, há também portistas que não se mostram muito interessados na regionalização, e ainda hoje não perceberam que os "Apitos Dourados" não foram apenas processos criminais de índole desportiva. Benfica e centralismo são símbolos paralelos, com significado semelhante e representam o mesmo: dividem o país, e discriminam-no. 

Alguém acreditará que os próprios benfiquistas não se dão conta do proteccionismo que é dado ao seu clube pela maioria da comunicação social? Ainda hoje, pela manhã, ouvi uma mulherzinha que entrava no café onde me encontrava, a queixar-se pela televisão não parar um segundo de falar no Benfica! Com o FCPorto, as notícias e reportagens são bem mais sóbrias, não há dúvidas! E contudo, o Benfica passa o tempo a pressionar toda a gente: árbitros, jornalistas, políticos, tribunais, tudo!

Nasci no Porto, amo o Porto como nenhuma outra cidade do Mundo, e podem crer que já conheço algumas magníficas lá fora e cá dentro, mas nenhuma me apaixona tanto como o Porto. Porque para se amar o Porto como deve de ser, é importante sair e conhecer um pouco de mundo...No entanto, houve um tempo - estava eu a viver no estrangeiro -, curiosamente ainda em plena ditadura, que apesar de portista, senti alegria pelas victórias do Benfica na antiga Taça dos Campeões Europeus.  

Agora, apesar de nos dizerem que estamos numa Democracia [e não estamos, estamos sim num regime liberal semelhante ao da Alemanha pré-nazi onde havia liberdade para votar], só apoiaria o Benfica se tivesse enlouquecido, ou me tivesse transformado num masoquista doente. Eu não me esqueço do que se tem passado estes últimos 20/30 anos em Portugal, e das sacanices com que o fanatismo benfiquista/centralismo nos vem brindando! Tem sido mau  e frequente de mais para ser esquecido. Eu detesto o Benfica e tudo o que ele representa.

Mas gostava de um dia de me orgulhar do país. Por enquanto, não posso afirmar uma coisa dessas. Só se fosse, como dissa o Manel Serrão, para dar uma imagem de bonzinho e agradar à dita nação vermelha. Estou-me nas tintas para essa nação. Ah, oxalá perca. Assim espero, ao menos. Viva o Chelsea!  

13 maio, 2013

A falência da democracia



Estará a democracia representativa em falência? Estarão os alicerces da democracia política corroídos por degenerescências que ameaçam a sua própria sustentação? Seja qual for a resposta uma coisa é certa: a democracia representativa está doente, muito doente - pelo menos em Portugal.

O que, verdadeiramente, distingue um sistema democrático de qualquer outro regime político é o respeito pela vontade popular. Por isso, nunca será verdadeiramente democrático um sistema político cujos titulares se desvinculam da vontade dos que dizem representar. As piores ameaças à democracia política são protagonizadas por aqueles que se acham superiores ao comum dos cidadãos ou então que se julgam portadores de verdades inquestionáveis. Os exemplos mais recentes são os totalitarismos da primeira metade do século XX, alguns dos quais ainda hoje persistem como fósseis de um passado de terror, enquanto outros só desapareceram depois de cataclismos bélicos cuja memória nos interpela como a terrível pergunta: "Como foi possível?".

Os ditadores suprimem a auscultação da vontade popular através da imposição dos seus axiomas políticos e exploraram com desbragado oportunismo as imperfeições dos regimes democráticos. 

Aproveitam-se inescrupulosamente das suas fragilidades e transformam algumas das virtudes das democracias em defeitos tenebrosos. Para qualquer ditador, real ou em potência, o povo nunca está preparado para exercer em plenitude as liberdades ou para escolher em consciência os seus próprios dirigentes. O povo deve apenas obedecer porque mandar é tão difícil que só homens superiores estão aptos a fazê-lo. As liberdades - dizem - conduzem à anarquia social e, por isso, o povo não deve ser chamado a decidir o seu próprio destino, antes deve ser conduzido pelas suas elites, sejam elas iluminadas vanguardas políticas ou simplesmente um caudilho de ocasião. Para eles, o conjunto dos cidadãos constitui uma massa ignara que serve apenas para aplaudir e aclamar as decisões dos seus dirigentes mas nunca para as questionar e muito menos para pôr em causa quem está nas ingratas funções do mando. Os ditadores garantem sempre que as suas medidas são as melhores ou as únicas viáveis, mas como o povo quase nunca percebe isso elas têm de ser impostas.

Esta "cultura" está hoje subjacente à atuação de muitos dirigentes políticos das democracias formais, os quais se consideram, igualmente, portadores de verdades que o povo não aceitaria se fosse consultado. Por isso é que as suas verdades ou os benefícios que nos oferecem têm de nos ser impostos para o nosso próprio bem ou para o bem geral.

Nas democracias formais já não é o uso da força que garante a emergência e subsistência desses iluminados, mas antes o ardil, o engano, o logro e a mentira. Esses criptoditadores recuperaram um dos mais emblemáticos paradigmas das tiranias, ou seja, a distinção entre a vontade e o interesse do povo ou, se se preferir, entre o interesse geral da governação (a que também chamam nação) e os interesses dos governados. E, tal como qualquer ditador, dizem que a sua ação é sempre em favor do interesse geral ainda que contra a vontade dos seus beneficiários, ou seja, de quem os elegeu. E porque o povo raramente aceitaria a preponderância do interesse geral é que surge essa casta de esclarecidos sempre com a missão de cumprir um grande desígnio patriótico.

Por isso é que o mais importante para eles é a conquista do poder, pois sabem que a seguir tudo é permitido, tudo se legitima por si próprio sem qualquer responsabilização. Os benefícios do poder são tão grandes para os seus titulares (e para as suas clientelas) que vale tudo para o alcançar e para o manter. Depois, perde-se todo o sentido da honradez e da ética política, bem como todo o respeito pela verdade e pela vontade dos eleitores. Aliás, para eles, a ética política está exclusivamente nas leis que eles próprios fazem à medida dos seus interesses. São estas situações que levam ao apodrecimento da democracia e à descrença de muitos cidadãos nas suas virtudes. É neste ambiente de degradação ética da política e de degenerescência moral da democracia que as serpentes costumam pôr os seus ovos.

Nota de RoP:

Em Portugal, pessoas com a coragem e a seriedade de Marinho e Pinto, são uma minoria, o que traduz o baixo nível moral e intelectual das nossas elites. Quando ele fala, saem logo da toca, quais lobos  em alcateia, os situacionistas do regime, tentando descredibilizá-lo, pensando que dessa forma regeneram a sua própria credibilidade. É mentira! Assim, apenas permitem que a máscara lhes caia. 

12 maio, 2013

E Victor Pereira pôs-se fino [Acto I]. Vamos ao II Acto!

 Vítor Pereira chorou de alegria, Jorge Jesus ajoelhou-se no relvado



Nunca escondi o meu desagrado pelos métodos técnico-tácticos de Victor Pereira, mas  sempre tive
o cuidado de salvaguardar a seriedade que faz parte integrante do seu carácter. Mais. Se me perguntassem o que aprecio mais nas pessoas, sejam elas homens ou mulheres, é o carácter. Só a seguir é que considero as aptidões e respectivas competências profissionais. Dito isto, não é por hoje estar ainda debaixo do efeito da victória do FCPorto sobre o Benfica [que nos pode revalidar o título de Campeões Nacionais], que vou mudar a minha opinião. Já escrevi sobre isso e expliquei porquê, mas para que não hajam dúvidas sobre a justiça das minhas críticas vou fazê-lo de novo, esperando que desta feita não deixe dúvidas a ninguém, inclusivé a pessoas minhas amigas que possam ainda tê-las.

A comunicação pode não ser o aspecto mais importante de um treinador de futebol, mas para se realizar enquanto tal, suponho não ser despiciendo. Há coisas que só podem ser bem explicadas com um vocabulário expressivo, e se a este incluirmos alguma alma, ainda melhor. Regra geral, os jogadores não só apreciam, como precisam disso. Ora, este é um dos problemas de Victor Pereira. Comunica mal. Por outro lado, acreditando que o seu trabalho e a sua ideia de jogo possam ser bem estruturados e eficientes, falta-lhe acrescentar a qualidade técnica. E é aqui que levanto uma questão, porque não sei se haverá alguém capaz de lhe dar uma resposta categórica, e que é a seguinte: além dos aspectos físicos e técnico-tácticos do grupo de trabalho, não caberá ao treinador optimizar as qualidades individuais dos jogadores, principalmente dos mais jovens? Se sim, por que será que na comunidade portista é quase consensual as dificuldades dos jogadores portistas no controlo da bola, na qualidade do passe e na execução do remate? Se alguns chegaram ao FCPorto conotados de craques, por que razão terão perdido essas faculdades?

Na minha modesta opinião de treinador de bancada, a explicação, pode ser a seguinte: sendo fiel à concepção muito portista de que uma equipa se começa a construir de trás para a frente, tal como Jesualdo Ferreira fazia, Victor Pereira privelegia a defesa e aí ele é bom, pois não é essa a zona de jogo onde a técnica individual dos atletas é mais necessária, dado ser mais vocacionada para tarefas defensiivas. Nesse sector, o posicionamento e a capacidade física dos jogadores são fundamentais, e se a isso acrescentarem valias técnicas individuais, tanto melhor. Por outro lado, o rigor do posicionamento a que o sistema de jogo de Victor Pereira obriga, com o tempo, pode inibir a qualidade técnica inata dos jogadores e levá-los a cometer erros que noutro sistema poderiam não acontecer. Se não for bem gerida, a criatividade natural dos jogadores pode ser hipotecada e os aspectos físicos tornam-se mais exigentes. Daí pensar que para o sistema de jogo de Victor Pereira ser mais agradável e produtivo, seria também necessário recuperar e, se possível, reforçar os aspectos técnicos individuais.

No jogo de ontem, imperou [e ainda bem que assim foi], a vontade, a garra dos jogadores que acreditaram até ao fim, embora, salteado de momentos menos bons, mas a victória foi justíssima. Os imediatistas dirão: ah, é? então Victor Pereira não foi brilhante nas substituições [Liedson passou a bola a Kelvin que viria a marcar o golo da victória]? Correu bem, e se correu, já podemos dizer categoricamente que foi brilhante? Terá isso sido suficiente para, mesmo no rescaldo da fantástica noite de ontem, esquecermos as muitas jornadas de angústia, onde aquilo que acabei de referir atrás saltou à vista, e nos podia custar o campeonato? Para tudo, é preciso ter sorte, e se houve mérito, também não nos fica mal admitir que ontem também houve uns pingos de sorte.

Mas, atenção! Por tudo o que antes foi feito e dito pelos media centralistas, que já davam como garantido o Campeonato ao Benfica, o prazer da victória saiu redobrado para todos os portistas, e por isso se tolera a alegria efusiva de ontem. Mas, convirá não entrarmos em euforias e festejos prematuros, porque foi também por isso, que os benfiquistas ontem saíram com a "beiça" caída, e a fazer contas à vida...

Ó Victor, está ganho o 1º acto. Os meus parabéns. Agora, por favor, não me deixes fugir o 2º. e derradeiro. É que esse, vale mesmo um campeonato, é definitivo.

PS-A propósito de Victor Pereira, a comunicação social cita-o muitas vezes, como sendo um treinador mal amado. Nada mais errado. O facto de um treinador não colher a unanimidade dos afectos desportivos dos adeptos, não obriga a concluir que seja "um mal amado". O "desamor" é outro. Os jornalistas, é que precisam de criar melodramas para vender papel ou audiências. Em futebol, o amor, o desamor e o ódio, estão ligados a uma série de factores nem sempre objectivos. 

Continuo convicto, independentemente do modo fanático de ver futebol de alguns adeptos, que não deva haver um só, que não goste de assistir a um bom espectáculo de futebol. Naturalmente que os resultados são importantes, mas alguém terá dúvidas que o que todos querem são as duas coisas juntas?