03 novembro, 2012

Quero mais!

VarelaGol
Ontem, os portistas que tiveram o privilégio de se deslocar ao Estádio do Dragão, não viram ópera, nem ballet,  não senhor [como costumam dizer os adeptos mais tolerantes aos que reclamam maior empenho da equipa], viram futebol do melhor, como há muito não se via naquele maravilhoso espaço. É para isso que servem os estádios de futebol. Para assistir a ópera ou a ballet existem o Scala em Milão e o L´Opera de Paris.

A noite de ontem é para louvar e recordar, nem deixou lugar para criticas, porque os jogadores desta vez praticaram um futebol de alta qualidade a lembrar a espaços o fabuloso tic-tac do Barcelona. Como tudo parece simples, quando os jogadores entram concentrados e com evidente vontade de jogar! Ontem, os adeptos não passaram pelo calvário de outros jogos porque a equipa não afrouxou logo após o primeiro golo, continuou a trocar a bola com clarividência com passes muito bem medidos e deslocações inteligentes deleitando o ego dos espectadores. Se o Victor Pereira for capaz de os convencer a repetir a gracinha, com mais regularidade, não só podemos estar a construir uma grande equipa, como a assistir à  derradeira afirmação de mais um grande treinador. Nem o facto do FCPorto ter jogado contra uma equipa de categoria inferior deslustra a boa exibição e o  resultado volumoso, porque é assim, se não com o mesmo brilho, ao menos com igual empenho, que os jogadores devem procurar jogar, qualquer que seja o adversário.  

Como andamos há muito tempo a assistir a exibições intermitentes, é natural que sintamos necessidade de mais alguns jogos desta categoria para assimilarmos a convicção de que a equipa se está realmente a consolidar, e a  liderança de Victor Pereira também.

No jogo de ontem tive a prova daquilo que sempre pensei sobre o futebol: as qualidades técnicas individuais dos jogadores são muito mais evidentes e produtivas quando a equipa joga enquanto tal. Como uma equipa. Falar da bomba em arco de Silvestre Varela, já se falou. Da jogada soberba que originou o 1º. golo de Jackson também. E do jogão produzido por esse magnífico jogador que é James Rodriguez, idem aspas.

Ontem, todos foram uns verdadeiros craques! E o Victor Pereira também. Só espero, é que tudo o que vimos [e gostamos], seja o início de uma grande temporada. Vamos lá Victor,  impõe-te de vez!

PS-Já sei que nem sempre podemos ter ballet, mas ontem vimos futebol [que não lhe fica atrás]... 

PS-1-Faltou-me falar do mau estado do relvado que talvez possa ter estado na origem das lesões de Fernando, Maicon e Lucho. Recordo-me que quando li que o relvado ia ser substituído por uma empresa portuguesa ter pensado: oxalá não se arrependam... Se a memória não me falha a empresa que fez o trabalho anterior era, creio que holandesa. Urge reparar este problema, caso contrário podemos aumentar a lista de lesionados.
  

02 novembro, 2012

Justiça para os pobres, prescrição para os ricos

Já terão notado que sou leitor regular do JN e que não me privo de fazer críticas à sua política editorial e a algumas cronicas que lá são publicadas. Além disso, não gosto muito de ler aquelas páginas das rubricas relacionadas com a "Polícia" e a "Segurança", sobretudo agora que o país atingiu sem dúvida o ponto mais alto da ingovernabilidade, desde que me conheço. Mas também é verdade [e os leitores são disso testemunhas], que publico imensas crónicas de variados articulistas, mesmo daqueles a quem pontualmente critiquei, o que significa que procuro ser justo em ambos os casos. Li durante alguns anos o jornal "Público", porque gostava mais do formato e da qualidade dos cronistas que lá colaboravam, e dos próprios jornalistas. Só deixei de o ler, quando comecei a dar-me conta que, sendo o Público um jornal com sede e propriedade no Porto, pouco escrevia sobre a nossa cidade. O Jornal de Notícias, apesar de algumas desconexões com a ética [promove diariamente a prostituição] e com a defesa do Norte, sempre lhe dedica mais espaço. Daí a minha preferência.

A circunstância de não gostar de ler as páginas das desgraças nos jornais, não invalida a sua importância,  até porque é também através delas que podemos medir o nível de estabilidade económica e social do país, facto que o Governo, pelo que se vê, irá continuar a ignorar, enquanto nenhum dos seus elementos sofrer directamente e na pele as suas consequências... Foi precisamente numa dessas páginas, que após ter lido o caso de uma mulher detida por assaltos a agências bancárias [com uma pistola de plástico], desempregada, mãe de família, e com grandes dificuldades financeiras, que me lembrei de outra classe de marginais, muito mais perigosos e com elevado estatuto de responsabilidade pública, que continuam a "penar" no aconchego das suas faustosas residências [dentro e fora do país] com a "condescendência" da Justiça, e como esta vai ser seguramente célere e implacável com a inofensiva "Viúva Negra" para mostrar ao mundo dos pacóvios que ninguém brinca com a Lei. Mas, brinca, senhores magistrados, nas vossas barbas, e V. Exas. permitem-no [o que não os honra em nada] !

Gostava mesmo, era de ver igual empenho e rapidez, no julgamento dos casos BPN, Portucale, Submarinos, Freeport, Magalhães, Face Oculta, Duarte Lima, Vale e Azevedo, Dias Loureiro, e tantos outros similares, para poder finalmente acreditar que existe efectivamente um JUSTIÇA igual para todos em Portugal. Mas para isso, seria fundamental investigar e julgar [em caso disso]  todas as pessoas envolvidas nestes processos e suspeitas, com sanções proporcionais aos respectivos crimes, aos seus estatutos sociais e políticos, usando exemplarmente de discriminação negativa, dado os lugares de altíssima responsabilidade que ocupam [e ocuparam]. 

Será que algum dia os portugueses terão uma Justiça alheia ao estatuto social dos arguidos? Eu duvido, mas talvez.... Só que antes seria imprescindível desparasitar muito bem os anti-corpos que minam a sociedade portuguesa de alto a baixo. Mas para que tal empreitada venha a ter sucesso, o recurso à força é quiçá a única solução, porque este modelo de democracia, como é público e notório, ninguém respeita, mas as armas sim. Infelizmente, sou levado a acreditar nessa opção, ainda que preferisse métodos genuinamente democráticos. 
   

31 outubro, 2012

O Dragão de Honra, Pinto da Costa e Durão Barroso

Sobre a hipocrisia, que, dependendo dos casos, tão proveito faz a uns, e mais prejuízo provoca a outros, vou aqui recordar um episódio ocorrido num pub da Foz, já lá vão uns anitos, onde me encontrei com um grupo de amigos [e amigas] para beber um copo.

A determinada altura do convívio, um fulano, visivelmente embriagado, abordou a nossa mesa, e com a descontracção típica dos copofónicos, dirigiu-se a um dos meus amigos e disse-lhe: "não vou com a sua cara, não gosto de si"!   Como podem imaginar ficámos atónitos com tanta "sinceridade", mas não pudemos evitar um certo constrangimento que foi prontamente sanado com a intervenção sensata e oportuna do barman que nos disse baixinho: peço-lhes desculpa pelo incómodo, mas este senhor é o meu patrão. Não liguem.   Entretanto, o homem lá se afastou e o incidente morreu ali mesmo. Escusado será dizer que nunca mais lá voltamos, não é...

Esta cena veio-me à memória quando tentava descobrir o que motiva a falsidade de certas pessoas nas suas relações com os outros, e cheguei à conclusão que além do binómio simpatia/antipatia que todos nós sentimos naturalmente por alguém, existe um outro bem mais mesquinho, que é o interesse e o desinteresse. Para sermos cordeais e bem educados com estranhos também não precisamos de ser extremistas e seguir o exemplo de "frontalidade e boa educação" do homem do bar, porque há coisas que não se devem dizer, principalmente se não conhecemos bem a pessoa que temos pela frente. Já me sucedeu algumas vezes [poucas, é certo] antipatizar com pessoas que vieram a revelar-se excepcionais, e o contrário também, embora deva dizer que o instinto raramente me traiu . Por isso, nada de exageros. 

Mas foi a entrega do Dragão de Honra a Durão Barroso por Pinto da Costa que me incomodou e inspirou para a história que vos contei.  É que, em certos aspectos, não tenho nenhuma afinidade com Pinto da Costa, embora o admire em muitos outros. Pessoalmente, não fui capaz de encontrar uma razão plausível e de justa objectividade para ele, ou se preferirem, para o FCPorto, brindar Durão Barroso, um ex-1º.Ministro banal, que abandonou literalmente o cargo para ir ocupar outro mais atractivo na União Europeia. Dir-me-ão que não trocou um cargo importante por outro qualquer, é verdade. E daí? É assim que se credibiliza a responsabilidade política? E o que é que os portugueses ganharam com isso? Prestígio? Não, está claro!. Se prestígio houve, foi para ele, mas não deixa de ser um prestígio meramente formal, de fachada, sem qualquer benefício prático para nós ou para a própria União Europeia, excepto para Angela Merkel, a quem obedece com invulgar fidelidade... Prestígio, quem o teve - porque soube fazer por merecê-lo - foi Jacques Delors, que teve um papel fundamental na realização do Tratado de Mastricht que esteve na origem da actual União Europeia, e que agora está, como sabemos, sob a presidência de Barroso...  

Mas voltando a Pinto da Costa, que é bem mais importante. Eu não gostei do que vi, é verdade, mas eu não tenho o mesmo temperamento que ele, nem a mesma aptidão para negociar adversidades. Ele tem-na, e nisso supera qualquer um, tanto cá dentro como no estrangeiro. Todavia, continuo a pensar que, depois dos vexames públicos a que foi submetido, com a comunicação social em coro a perseguí-lo, a acusá-lo de toda a espécie de ilegalidades, sem que se ouvisse claramente da parte dos governantes uma palavra de repúdio contra a situação, achei despropositada a ideia de distinguir Durão Barroso, só porque esteve presente nas finais de Sevilha e Gelsenkirchen. Vejamos:  não terá sido antes Durão Barroso que procurou colar a sua imagem à carreira de sucesso de FCPorto, ou terá sido por simples respeito ao clube e a Pinto da Costa? Por que não apareceu ele então quando o presidente portista foi tratado abaixo de cão? São estas "tolerâncias" de Pinto da Costa que me fazem impressão.

É claramente neste tipo de terreno, meio pantanoso, que PC se mexe como poucos. No fundo, é próprio de alguém com um enorme talento para se adaptar a uma sociedade cínica, que não valoriza a frontalidade, que hoje abraça e amanhã já está a enganar, que explica em parte o seu êxito como dirigente supremo do FCPorto. Ele tem a perfeita noção de que, para atenuar tensões e ultrapassar os obstáculos que certos adversários lhe montam, não pode criar rupturas definitivas [sobretudo com gente politicamente poderosa]. Pinto da Costa, ao contrário dos presidentes dos clubes de Lisboa, nunca teve a comunicação social a apoiá-lo, e muito menos o(s) Governo(s), que como estamos fartos de saber, é o mais centralista e castrador da Europa.

Neste ambiente de constante perseguição e suspeita [que incrivelmente ainda se mantém, embora de forma menos descarada, e depois de PC já ter sido julgado e ilibado da maioria dos crimes de que era acusado], não sei se outra pessoa, mesmo com créditos firmados, com uma personalidade diferente de Pinto da Costa, teria capacidade para lidar com tanta adversidade, tanta ratoeira e tanto ódio.

É também por essa razão que, embora discorde de algumas das decisões que tomou ao longo da sua gloriosa carreira, que continuo a sentir uma grande admiração por Pinto da Costa e que estarei sempre contra os autores destes embustes. Até porque, a nível regional não conheço ninguém que defenda a sua dama [o FCPorto] e o Norte como ele. E mais: creio que lá no fundo, até deve ser um gajo porreiro. Difícil,  talvez, mas Pinto da Costa é mesmo um tipo fixe!




30 outubro, 2012

Ter estatuto não pode chegar

Não sei quanto tempo mais será possível manter a fraude e a mentira como forma de exercer a política, e até a própria justiça, o que sei, é que algo vai ter de mudar. Perpetuar estas situações de absoluta discriminação e impunidade é que não pode ser.  

O artigo do bastonário Marinho e Pinto, abaixo publicado, revela bem o estado a que a política chegou, e a dualidade de critérios usada por pessoas que deviam ser as primeiras a servir de exemplo, mas que fazem exactamente o contrário. É portanto "compreensível" o ódio de estimação que alguns magistrados e a própria Ministra da Justiça devem votar ao actual bastonário da O.A. Estão fartos dele, nota-se, e a pedir aos Deuses que o seu mandato chegue depressa ao fim, para ver se lá colocam mais um aldrabão bem falante, com máscara de sábio, igual ou pior aos que o antecederam, e tudo voltar à (a)normalidade.

A manutenção das regalias e direitos dos magistrados [mesmo depois da aposentação] é, à luz do discurso de austeridade usado pelo governo, uma autêntica aberração. Tanto para o Governo, que  mantém essas regalias [e se põe a jeito para suspeitarmos das suas verdadeiras intenções], como também para os próprios beneficiados, que parecem não ter ideia da dignidade do lugar que ocupam. E a propósito de dignidade, convém que isto fique dito e cravado na cabeça de muita gente: a dignidade de um magistrado, ou de um sapateiro, não são mensuráveis pelas regalias que se tem, ou não se tem, e sim pela seriedade e pelo zêlo com que desempenham os respectivos ofícios. Só à posteriori é que as benesses e o prestígio se outorgam, se forem merecidas... Assim é que terá de ser. Tanto para uns, como para outros. 

A maior indignidade que se pode conceber é aceitar-se como naturais as discrepâncias salariais escandalosas entre diferentes actividades, como acontece principalmente neste país. Há gente que apesar de mortal é tratada como se o não fosse, ou como se produzisse paraísos para a sociedade.

Um médico, ou um juíz, são de facto profissões com características e sensibilidades muito próprias, e por isso justificam vencimentos e tratamento privilegiados, mas para isso é preciso que  sejam os próprios cidadãos a reconhecer que o "fato" que vestem assenta bem nos seus corpos, e sobretudo nos seus valores morais e intelectuais. Estamos fartos de ver incompetentes em todas as profissões, isto já para não falar de corrupção, que é o que mais há.

Portanto, senhores governantes, vejam se acabam com essa treta da "dignidade" que reclama para vós carros topo de gama, mas  manda para a fome ou para a emigração os governados, porque tais mordomias deviam dar passaporte directo para  prisão a quem as apregoa. Terão percebido a mensagem, ou precisam de um desenho?            

29 outubro, 2012

Apesar da hora tardia, é importante ler


Austeridade e privilégios

 
Logo após surgir na Comunicação Social a informação de que as escutas de conversas telefónicas entre o primeiro-ministro e um banqueiro suspeito de envolvimento em graves crimes económicos tinham sido remetidas pelo Ministério Público ao presidente do Supremo Tribunal de Justiça para validação processual a ministra da Justiça entrou em cena com a subtileza que lhe é peculiar. Primeiro declarou que era preciso mexer na legislação sobre o segredo de justiça (quando as vítimas das violações do segredo de justiça eram outras ela dizia que a impunidade acabou) e logo de seguida "solicitou" à Procuradoria-Geral da República que viesse ilibar publicamente o primeiro-ministro e líder do seu partido, o que a PGR prontamente fez garantindo não existir contra ele «quaisquer suspeitas da prática de ilícitos de natureza criminal».

Sublinhe-se que, nos termos da lei (artigo 87, n.0º 13 do CPP), "a prestação de esclarecimentos públicos pela autoridade judiciária" em processos cobertos pelo segredo de justiça só pode ocorrer a "pedido de pessoas publicamente postas em causa" ou então para "garantir a segurança de pessoas e bens ou a tranquilidade pública". Uma vez que nenhum dos escutados (PM e banqueiro) solicitou tais esclarecimentos, os mesmos só podem ter sido "solicitados" e prestados com o nobre intuito de garantir a "segurança" e a "tranquilidade" de todos nós. Mas a PGR foi mais longe e informou que também "foi instaurado o competente inquérito, tendo em vista a investigação do crime de violação de segredo de justiça". Não há como ser zeloso!...

Num segundo momento, a ministra da Justiça (que não chegou a vice--presidente do PSD pela cor dos olhos ou dos cabelos) tratou, no maior sigilo, de tomar outras medidas mais eficazes, prometendo aos magistrados que continuarão a usufruir do privilégio de poderem viajar gratuitamente nos transportes públicos, incluindo na primeira classe dos comboios Alfa. Para isso garantiu-lhes (sempre no maior segredo) que o Governo iria retirar da Lei do Orçamento a norma que punha fim a esse privilégio. O facto de o Orçamento já estar na Assembleia da República não constitui óbice, pois, para a ministra, a função do Parlamento é apenas a de acatar, submisso, as pretensões dos membros do Governo, incluindo os acordos estabelecidos à sorrelfa com castas de privilegiados.
Mas, mais escandaloso do que esse sigiloso acordo político-judicial é a manutenção para todos os magistrados de um estatuto de jubilação que faz com que, mesmo depois de aposentados, mantenham até morrer direitos e regalias próprios de quem está a trabalhar. E ainda mais vergonhoso do que tudo isso é a continuidade de privilégios remuneratórios absolutamente inconcebíveis num regime democrático, sobretudo em períodos de crise e de austeridade como o atual.

O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e - pasme-se - no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar- -se nem fazer a sua higiene pessoal.

O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, ao seus locais de trabalho.

Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.