15 agosto, 2014

FCPorto, 2 - Marítimo, 0

Bom jogo do FCPorto para início de época. De positivo a qualidade do passe e a circulação de bola. Para uma equipa praticamente renovada, já se viram boas movimentações, embora ainda sem a correspondente objectividade. A nível particular o destaque vai todo para o jovem Ruben Neves, não só pela maturidade revelada dentro do campo como pelo golo que marcou (à germânico). 

Quaresma agradou-me na primeira parte por ter jogado mais para a equipa que para ele. Aborreceu-me na segunda,justamente por se ter esquecido do que fez bem na primeira. Brahimi foi o jogador que mais me agradou, a par de Oliver pela soberba visão de jogo, e finalmente pela classe denunciada por Tello. 

Na defesa, nada de significativo a observar. Bom começo, portanto.


14 agosto, 2014

Cuidado com os simplórios



Experimente o leitor dar uma espreitadela no Google Earth no modo vista de pássaro  e compare o ordenamento territorial do nosso país com o da França ou da Alemanha, por exemplo. O que irá ver, é o mais sério e conclusivo testemunho do nosso constante atraso em relação a todos os outros países da União Europeia comunitária, e mesmo de muitos da Europa extra-comunitária. 

Contrariando de modo arrasador a tese dos nossos optimistas de serviço, em Portugal as zonas insdustriais invadiram um pouco por todo o lado as zonas urbanas e rurais, provando ad aeternum a nossa atracção pela bagunça. Para os portugueses, a Lei só é respeitável se for para nos beneficiar, se a mesma Lei beneficiar outrem, é porque não presta. E porque haviam de ser os portugueses diferentes se são os próprios governantes quem lhes ensina a missa? Quantas vezes, desde o 25 de Abril, quiseram os governos sucessivos alterar a Constituição de1976? Inúmeras! Desde então, já conseguiram alterá-la sete vezes, e não foi - como se vai confirmando - para melhor.

Em teoria, rever 7 vezes em 40 anos a Constituição, não é muito, até porque a Assembleia da República foi constitucionalmente dotada de poderes para o fazer, o que se torna chocante, é vermos o caminho que lhe querem dar, ou seja, o regresso ao passado, à lei do mais "forte" (traduza-se: endinheirado). E o certo é que vão-no conseguindo...

Por ser assim, é que não sou muito adepto dos unanimismos, porque pensar como a maioria, num país como o nosso, pode querer significar pensar errado, pensar de forma a deixar tudo como está. Pensar para trás.

11 agosto, 2014

De volta ao país do faz de conta

De volta à realidade nacional, onde os poderosos e gangsters da banca e da política, continuam a ser tratados pela Justiça como se fossem pessoas altamente respeitáveis, confesso que já me cansa esta inutilidade que é ser "livre" e dizer o que penso, só para fingir que vivo numa democracia.  A verdade é que há muito que percebi que esta "liberdade" é a única maneira confortável de exercer a ditadura na Europa comunitária do século XXI, até porque de comunitária já tem pouco... Se a isto juntarmos a vergonha genocida de dois países recém libertos da cortina de ferro, entre a Ucrânia e os separatistas pró Moscovo, é caso para mandarmos definitivamente à merda todos os optimistas do planeta e perguntarmos se não serão eles também um pouco responsáveis pelo que de pior está a acontecer à humanidade. 

Então, o que nos resta dizer? Se tudo isto ao menos servisse para despertar os portugueses da longa letargia de maturidade cívica em que mergulharam, do mal o menos. Mas não. Apesar de continuar a ser enganado, a ser despojado dos seus bens mais básicos, este povo continua pateticamente a manifestar-se orgulhoso com a vida cor de rosa de Ronaldo e Mourinho, como se incorporasse em si o cérebro de uma criança de 5 anos de baixo coeficiente intelectual.

Como dar a volta a isto, se nem o futebol, ou melhor, o amor ao clube, os ajuda a perceber a discriminação com que a sua região ou cidade é tratada em relação aos clubes da capital? Como é possível transmitir "miolo" a um cérebro que abdica de o usar para seu próprio bem?  Alguém duvida que se perguntássemos agora a alguns portuenses portistas, que dos clubes grandes, são seguramente os adeptos que mais razão de queixa têm para se sentirem discriminados, se eram a favor da regionalização ainda havíamos de ver muitos a repetir - tais papagaios desmiolados - a lengalenga dos centralistas, que eram contra por não querem "dividir" o país?  E outros, nem sequer respondiam, por desprezível ignorância. 

Um país onde prevalecem os gostos por programas do tipo "Portugal no coração",  por Gouchas e Teresas Guilhermes, um país que não "dá" tempo ao povo para se divertir pensando, é um país formatado para gerar a imbecilidade. E desengane-se quem pensa que isso é por acaso. Não é.