14 agosto, 2014

Cuidado com os simplórios



Experimente o leitor dar uma espreitadela no Google Earth no modo vista de pássaro  e compare o ordenamento territorial do nosso país com o da França ou da Alemanha, por exemplo. O que irá ver, é o mais sério e conclusivo testemunho do nosso constante atraso em relação a todos os outros países da União Europeia comunitária, e mesmo de muitos da Europa extra-comunitária. 

Contrariando de modo arrasador a tese dos nossos optimistas de serviço, em Portugal as zonas insdustriais invadiram um pouco por todo o lado as zonas urbanas e rurais, provando ad aeternum a nossa atracção pela bagunça. Para os portugueses, a Lei só é respeitável se for para nos beneficiar, se a mesma Lei beneficiar outrem, é porque não presta. E porque haviam de ser os portugueses diferentes se são os próprios governantes quem lhes ensina a missa? Quantas vezes, desde o 25 de Abril, quiseram os governos sucessivos alterar a Constituição de1976? Inúmeras! Desde então, já conseguiram alterá-la sete vezes, e não foi - como se vai confirmando - para melhor.

Em teoria, rever 7 vezes em 40 anos a Constituição, não é muito, até porque a Assembleia da República foi constitucionalmente dotada de poderes para o fazer, o que se torna chocante, é vermos o caminho que lhe querem dar, ou seja, o regresso ao passado, à lei do mais "forte" (traduza-se: endinheirado). E o certo é que vão-no conseguindo...

Por ser assim, é que não sou muito adepto dos unanimismos, porque pensar como a maioria, num país como o nosso, pode querer significar pensar errado, pensar de forma a deixar tudo como está. Pensar para trás.

1 comentário:

  1. Boa tarde Rui:
    Concordo consigo e até adianto outro elemento, se reparar na partilha dos terrenos rurais, então é qualquer coisa de labiríntico!

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...