É inacreditável o que está a acontecer ao Porto, e aos nortenhos em geral. Nunca como agora - pelo menos nos meus anos de vida - o Porto foi tão desprezado pelos governantes. O artigo de David Pontes que publiquei anteriormente traduz apenas uma suma de muitos episódios lamentáveis, cada qual o mais humilhante. Mas, apesar das muitas lamurias dos autarcas regionais, não há um só que se atreva a romper com a muralha castradora das conveniências políticas para afirmar sem rodeios que a hora de exigir a regionalização chegou. É agora, ou nunca! Os argumentos para a obrigação de o fazerem muito antes nunca faltaram (desde 1976), até por se tratar de um dos princípios fundamentais da Constituição mais desdenhados pelos governos desde a sua aprovação (2 de Abril de 1976), e também porque o reservatório dos argumentos que os sustentam corre o risco de um dia explodir de cansaço e revolta.
É tempo para avançar de vez com a implantação das regiões. Provem que amam a democracia, que respeitam a soberania popular. Agora, acabem com esta continuada e desprestigiante (ouviu sr. Cavaco?) afronta à Constituição Portuguesa porque não o fazendo, darão também o direito moral aos cidadãos de afrontarem e desrespeitarem qualquer representante do Estado, seja ele 1º. Ministro ou Presidente da República. Não há soberania quando se trai por omissão ou propósito o seu documento maior, a sua Carta Magna.
É tempo para avançar de vez com a implantação das regiões. Provem que amam a democracia, que respeitam a soberania popular. Agora, acabem com esta continuada e desprestigiante (ouviu sr. Cavaco?) afronta à Constituição Portuguesa porque não o fazendo, darão também o direito moral aos cidadãos de afrontarem e desrespeitarem qualquer representante do Estado, seja ele 1º. Ministro ou Presidente da República. Não há soberania quando se trai por omissão ou propósito o seu documento maior, a sua Carta Magna.
A Regionalização nunca foi para mim a panaceia para todos os males do nosso país, nem é qualquer termo mágico que uma vez proferido tudo resolve. Não. A imperiosidade da competência governativa mantém-se, mas é mais controlável. A grande virtude (quiçá a única) da Regionalização consiste na aproximação do poder aos cidadãos, com os seus problemas específicos. Para funcionar, é fundamental que goze de alguma autonomia política, caso contrário é mais um embuste. A promessa de descentralizar, como o tempo o confirma, é apenas uma forma cínica de conservar o centralismo, a discriminação, o racismo entre regiões e povos do mesmo país. Não colhe, nunca colheu para mim, o suposto argumento que regionalizar é dividir, que é ferir a coesão nacional. Quando leio, ou oiço, este tipo de argumentação, não penso coisas nada boas sobre quem a apresenta. Pelo contrário, o centralismo, a macrocefalia do poder concentrado na capital é que está a fazer esse triste e miserável papel, e quem não o reconhece, é quem está irresponsavelmente a semear cisões, injustiças e revoltas. Quem defende este regime é um traidor, é um português falhado. Esses sim, são os verdadeiros apátridas, aqueles que querem moldar o cérebro de um transmontano ou minhoto ao "patriotismo" veiculado pelo cobarde poder dos media da capital.
Os media, sempre eles... Repararam bem no estilo do actual JN? Então, que tal? Tinha, ou não tinha razão quando deixei de o comprar? Cada vez se parece mais com o Correio da Manhã (hoje a capa saiu com a foto de L.Filipe Vieira, imaginem)... Por que será? Sonhei? Vi fantasmas? Não! É mais uma pata centralista no nosso pescoço, assim mesmo, nas nossas barbas e com o nosso miserável consentimento.
E o Porto Canal o que faz? Que serventia real tem para nós? Que trabalho de vulto, que objectividade podemos vislumbrar naqueles embalados de cópias, de programação, com horários part-time? Lisboa agradece. Não só o revigorar do fado (muito presente agora), como as honrarias vip que continuam a dar aos lisboetas mais fúteis. Esquecem os Germanos Silvas, ou então convidam-no para falar do seu FCPorto, como se fosse essa a sua maior virtude, ignorando as suas esplêndidas qualidades de historiador, das quais nunca se lembraram. O Hélder Pacheco, outra figura culturalmente rica do Porto, só lá foi uma vez, nem mereceu uma entrevista, ou até mesmo um programa. Rui Moreira, é simplesmente assunto tabu. O Presidente da Câmara do Porto não comparece no único canal da região, porque sim. Não precisam de dar explicações aos portuenses. Para quê? Dá-se-lhes injecções de portismo, fala-se-lhes do Museu, que o futuro pode esperar e eles acham que para quem é bacalhau basta. Muito respeitáveis, sim senhor...
E o Porto Canal o que faz? Que serventia real tem para nós? Que trabalho de vulto, que objectividade podemos vislumbrar naqueles embalados de cópias, de programação, com horários part-time? Lisboa agradece. Não só o revigorar do fado (muito presente agora), como as honrarias vip que continuam a dar aos lisboetas mais fúteis. Esquecem os Germanos Silvas, ou então convidam-no para falar do seu FCPorto, como se fosse essa a sua maior virtude, ignorando as suas esplêndidas qualidades de historiador, das quais nunca se lembraram. O Hélder Pacheco, outra figura culturalmente rica do Porto, só lá foi uma vez, nem mereceu uma entrevista, ou até mesmo um programa. Rui Moreira, é simplesmente assunto tabu. O Presidente da Câmara do Porto não comparece no único canal da região, porque sim. Não precisam de dar explicações aos portuenses. Para quê? Dá-se-lhes injecções de portismo, fala-se-lhes do Museu, que o futuro pode esperar e eles acham que para quem é bacalhau basta. Muito respeitáveis, sim senhor...
Agora, Pinto da Costa zanga-se com as pessoas erradas e escolhe mal os amigos...Mas que raio, que estranha doença, dominará a sua cabeça ?
Nota do RoP:
Antes que seja tarde, que alguém saque argumentos maliciosos para ver se me apanha em contra-mão, faço questão de explicar (se fôr caso disso) que o facto de continuar a publicar alguns artigos do JN não retira nenhuma coerência às minhas convicções sobre o reforço do seu alinhamento aos valores centralistas. Deixei de o comprar diariamente, logo, não ganham mais um cêntimo comigo.
Os jornais, todos eles, mascaram a sua falta de independência permitindo a publicação de uns artigos avulsos como o de David Pontes. Eles (administradores e directores) sabem como enganar a plebe: vendem o peixe que querem vender (o centralismo), e depois apresentam na montra uns camarõezitos inofensivos para poderem dizer que são democratas. Mas não são.
Compare-se agora em baixo, o Artº.256º da Constituição de 1976 sobre as regiões administrativas, com este outro já à medida dos eternos manipuladores da Lei, com a abstracta revisão constitucional de 2005 (Artºs. 255º e 256ºs, aqui...
Nota do RoP:
Antes que seja tarde, que alguém saque argumentos maliciosos para ver se me apanha em contra-mão, faço questão de explicar (se fôr caso disso) que o facto de continuar a publicar alguns artigos do JN não retira nenhuma coerência às minhas convicções sobre o reforço do seu alinhamento aos valores centralistas. Deixei de o comprar diariamente, logo, não ganham mais um cêntimo comigo.
Os jornais, todos eles, mascaram a sua falta de independência permitindo a publicação de uns artigos avulsos como o de David Pontes. Eles (administradores e directores) sabem como enganar a plebe: vendem o peixe que querem vender (o centralismo), e depois apresentam na montra uns camarõezitos inofensivos para poderem dizer que são democratas. Mas não são.
Compare-se agora em baixo, o Artº.256º da Constituição de 1976 sobre as regiões administrativas, com este outro já à medida dos eternos manipuladores da Lei, com a abstracta revisão constitucional de 2005 (Artºs. 255º e 256ºs, aqui...
Decreto de Aprovação da Constituição nº CRP 1976 de 10-04-1976
PARTE III - Organização do poder político
TÍTULO VIII - Poder local
CAPÍTULO IV - Região administrativa
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Artigo 256.º - (Instituição das regiões)
1. As regiões serão instituídas simultaneamente, podendo o estatuto regional estabelecer diferenciações quanto ao regime aplicável a cada uma.
2. A área das regiões deverá corresponder às regiões-plano.
3. A instituição concreta de cada região dependerá do voto favorável da maioria das assembleias municipais que representem a maior parte da população da área regional.
Início de Vigência: 25-04-19762. A área das regiões deverá corresponder às regiões-plano.
3. A instituição concreta de cada região dependerá do voto favorável da maioria das assembleias municipais que representem a maior parte da população da área regional.