Caros leitores e amigos, hoje, escrevo exclusivamente para vocês. Para todos aqueles que me honram com a sua presença neste simples espaço de cidadania e de Liberdade. Sim, Liberdade com L maiúsculo, porque aqui falámos sem medos, sem mordaças, sem pressões chantagistas. Nós somos mais livres e democratas que todos os media juntos. E não precisamos de um massacre do tipo Charlie Ebdo para afirmarmos o nosso apego à Liberdade. Aqui, não damos como adquirida a conquista da Democracia. Aqui, não se faz da Democracia uma couraça intocável para refúgio de oportunistas, corruptos, e anti-democratas. Para nós, a Democracia é encarada como um processo de aperfeiçoamento permanente, nunca será tida como obra acabada. Porque, é por muitos a acharem terminada, que ela está doente e tarda a reabilitar-se.
Se hoje disse que escreveria para os amigos, é por uma razão muito simples: para dizer o que penso, sem preocupações de elegância, politicamente correctas. Estou farto, e cansado de gajos e gajas politicamente correctos. Essa gente não presta.
Começo por vos dizer, que tantos anos decorridos (41) do 25 de Abril, dia em que imaginei que o nosso país ia finalmente sair do cinzentismo salazarento, me sinto profundamente traído. Porque foi por gostar do meu país, que deixei o meu "asilo" de aventureiro no estrangeiro, para regressar e alistar-me no exército e cumprir o serviço militar que me levou para a guerra colonial (Moçambique). Hoje, enquanto português de Portugal (não é pleonasmo, porque há quem tenha a portugalidade centrada em Lisboa), sinto a consciência tranquila, mas se fosse agora, não voltava a fazê-lo. Os "democratas" do pós 25 de Abril que ocuparam lugares distintos demais para a sua categoria, não mereciam tamanho sacrifício. Sabendo do que esta gente é capaz, que é bem pior que foi Salazar (e Salazar não se dizia democrata), ter-me-ia deixado estar onde estava, e não me arriscava a morrer por um país com tão medíocres governantes.
Mas, se tivesse de me disponibilizar de novo para combater, só uma causa me movia: a descentralização/regionalização. Mesmo com armas, porque pela vontade política, está provado, nada conseguimos. Hoje, abomino, tenho uma empedernida repulsa por tudo o que fale do Terreiro do Paço e por todos aqueles que o bajulam, sem terem sérios motivos políticos para isso. As suas motivações são de mero oportunismo pessoal. Para qualquer nortenho esclarecido, apoiar as políticas centralistas, é um verdadeiro acto de traição à sua região.
Não cometerei o erro de separar o Terreiro do Paço dos cidadãos lisboetas e dos nortenhos que lhes alimentam a soberba, porque são também responsáveis por este clima de discriminação e despudor. O fanatismo instalado no futebol, onde o Benfica é uma espécie de offshore do regime, é aproveitado politicamente sem olhar a meios para atingir os fins mais abjectos. Toda esta bagunça tem passado ao lado da indiferença dos cavalheiros que ocupam os mais altos cargos do país. Como é possível sobrar simpatia por esta gentinha? Como é possível que os nortenhos se sintam bem representados por esta garotada? Como? Só há uma forma: a submissão. E quem se submete, não merece respeito.
Estou certo que, se dissesse estas coisas num estúdio de televisão, a seguir teria de enfrentar montes, carradas de moralistas, patrioteiros e afins escandalizados por ouvirem um gajo dizer o que sente e não ter medo de o dizer. Foi essa a razão porque comecei esta crónica dirigindo-a exclusivamente aos amigos.
Pouco me importa revolver-lhes as sobras de dignidade, o amor próprio, porque até o que sentem me é indiferente. Tão indiferente, como eles têm sido connôsco todos estes anos, com os nossos afectos, os nossos valores, a nossa pronúncia, os nossos costumes, os nossos clubes, a nossa dignidade, o nosso respeito e nossa liberdade. Eles têm-nos mesmo ódio, porque só o ódio explica a discriminação permanente que nos fazem, e não se escusam a escondê-lo. A comunicação social é o maior posto avançado desse ódio... E não vale a pena tentarem trocarem-nos as voltas com o cinismo do costume, alegando que estamos a misturar as coisas, que confundimos o futebol com o resto. O futebol não é tudo, mas faz parte desse "resto". Só que o futebol, tem a vantagem de desmascarar muitos cavalheiros, que noutros "palcos" gostam de passar por grandes estadistas, grandes humanistas, grandes políticos e grandes comentadores. O palco do futebol, mais do que o da política, fá-los despir o verdadeiro carácter. Não, nós não confundimos as coisas, e eles sambem-no bem. Por isso, e enquanto prosseguirem nesta vaga ignóbil de rapinagem étnica, social, cultural e económica, olhando para o umbigo da capital como se outro território não houvesse, nunca mais me sentirei integrado numa verdadeira nação. E são eles, só eles, os únicos responsáveis por esta situação.
Estes últimos dias escrevi coisas pouco abonatórias do Jornal de Notícias, e fundamentei os motivos. Estou a pensar seriamente fazer um ultimato ao actual Director Geral, para lhe comunicar que tudo farei para desacreditar o Jornal de Notícias se o rumo que lhe está a dar fôr aquilo que parece. Se tomar essa decisão, será menos um leitor que o JN perderá. Não um leitor ocasional, um leitor diário, de jornal/papel, comprado. Chega de golpadas!
PS - Ainda não escrevi ao Afonso Camões - esse perfeito desconhecido albicastrense dos nortenhos que Proença de Carvalho escolheu para Director do JN - , a anunciar-lhe o fim da minha ligação ao jornal, na qualidade de leitor/modalidade papel, que dura há mais de 30 anos. Mas já comecei a dar os primeiros passos nesse sentido. Ontem e hoje, apliquei os 2,80 € dos dois jornais, em coisas mais credíveis. Depois, é como deixar de fumar, a gente habitua-se e os pulmões agradecem...
Não cometerei o erro de separar o Terreiro do Paço dos cidadãos lisboetas e dos nortenhos que lhes alimentam a soberba, porque são também responsáveis por este clima de discriminação e despudor. O fanatismo instalado no futebol, onde o Benfica é uma espécie de offshore do regime, é aproveitado politicamente sem olhar a meios para atingir os fins mais abjectos. Toda esta bagunça tem passado ao lado da indiferença dos cavalheiros que ocupam os mais altos cargos do país. Como é possível sobrar simpatia por esta gentinha? Como é possível que os nortenhos se sintam bem representados por esta garotada? Como? Só há uma forma: a submissão. E quem se submete, não merece respeito.
Estou certo que, se dissesse estas coisas num estúdio de televisão, a seguir teria de enfrentar montes, carradas de moralistas, patrioteiros e afins escandalizados por ouvirem um gajo dizer o que sente e não ter medo de o dizer. Foi essa a razão porque comecei esta crónica dirigindo-a exclusivamente aos amigos.
Pouco me importa revolver-lhes as sobras de dignidade, o amor próprio, porque até o que sentem me é indiferente. Tão indiferente, como eles têm sido connôsco todos estes anos, com os nossos afectos, os nossos valores, a nossa pronúncia, os nossos costumes, os nossos clubes, a nossa dignidade, o nosso respeito e nossa liberdade. Eles têm-nos mesmo ódio, porque só o ódio explica a discriminação permanente que nos fazem, e não se escusam a escondê-lo. A comunicação social é o maior posto avançado desse ódio... E não vale a pena tentarem trocarem-nos as voltas com o cinismo do costume, alegando que estamos a misturar as coisas, que confundimos o futebol com o resto. O futebol não é tudo, mas faz parte desse "resto". Só que o futebol, tem a vantagem de desmascarar muitos cavalheiros, que noutros "palcos" gostam de passar por grandes estadistas, grandes humanistas, grandes políticos e grandes comentadores. O palco do futebol, mais do que o da política, fá-los despir o verdadeiro carácter. Não, nós não confundimos as coisas, e eles sambem-no bem. Por isso, e enquanto prosseguirem nesta vaga ignóbil de rapinagem étnica, social, cultural e económica, olhando para o umbigo da capital como se outro território não houvesse, nunca mais me sentirei integrado numa verdadeira nação. E são eles, só eles, os únicos responsáveis por esta situação.
Estes últimos dias escrevi coisas pouco abonatórias do Jornal de Notícias, e fundamentei os motivos. Estou a pensar seriamente fazer um ultimato ao actual Director Geral, para lhe comunicar que tudo farei para desacreditar o Jornal de Notícias se o rumo que lhe está a dar fôr aquilo que parece. Se tomar essa decisão, será menos um leitor que o JN perderá. Não um leitor ocasional, um leitor diário, de jornal/papel, comprado. Chega de golpadas!
PS - Ainda não escrevi ao Afonso Camões - esse perfeito desconhecido albicastrense dos nortenhos que Proença de Carvalho escolheu para Director do JN - , a anunciar-lhe o fim da minha ligação ao jornal, na qualidade de leitor/modalidade papel, que dura há mais de 30 anos. Mas já comecei a dar os primeiros passos nesse sentido. Ontem e hoje, apliquei os 2,80 € dos dois jornais, em coisas mais credíveis. Depois, é como deixar de fumar, a gente habitua-se e os pulmões agradecem...