20 fevereiro, 2019

Uma Lisboa corrupta domina o país!

Lamento dizer isto, mas este entusiasmo um tanto infantil de acreditar que o F.C.Porto pode vencer campeonatos com a mesma regularidade que vencia num passado pouco distante,  não é uma questão de fé portista, é não ter capacidade para avaliar o contexto dos momentos e de quem os administra. 

Como já disse, e repeti em várias ocasiões, o meu apreço pelo trabalho de Sérgio Conceição advém do facto de ter herdado um plantel apenas razoável que acabava de viver épocas pouco auspiciosas, orientado por outros técnicos que nunca souberam como rentabilizá-lo. Tal como agora, era uma mistura de jogadores de qualidade quanto baste para jogar no FCPorto, e de outros de qualidade muito duvidosa (e caros). Ora, foi essa bipolaridade qualitativa e assimétrica (que nenhum treinador do mundo deseja para si), que Sérgio Conceição à sua maneira transformou numa equipa coesa, forte e competitiva.

A juntar a isto Sérgio aceitou o desafio numa altura eticamente miserável, em que a corrupção de um clube adversário dominava como nunca o futebol português e que não estava (como continua a não estar) a ser devidamente combatido pelo Presidente portista e restantes dirigentes. Só por isso, Sérgio Conceição não merece ser criticado, mesmo que nem sempre o seu sistema de jogo seja brilhante. Mais do que jogadores de futebol, estes rapazes, dentro dos seus condicionalismos particulares, tornaram-se guerreiros, sujeitaram-se e continuam a sujeitar-se à violência usada contra eles pelos adversários e que com uma frequência inconcebível lhes têm provocado lesões gravíssimas. Estranho é que alguns portistas se conformem com a frequência desta violência que arrasa os nossos atletas como se o jogador à Porto tivesse de tolerar esta pouca vergonha que além de anti-desportiva é pouco respeitável. Jogo duro sim, faz parte de muitos desportos (o andebol o hóquei também o são) mas estamos a falar de jogo violento, de lesões que levam os jogadores aos hospital com uma frequência inusitada. Leio critícas sobre a gestão do esforço com alguns jogadores que não está a ser feita como devia - e de certa maneira até concordo - , mas não vejo reacções do Presidente portista a quem de direito contra esta grave situação. Por que será?

Se não acreditam nas instituições desportivas denunciem-nas ao Governo, obriguem-no a assumir as suas responsabilidades! Que têm a temer? Se acham que não vale a pena, porque não confiam nele, então qual é a alternativa? Competir até onde fôr possível?  Ou, comer e calar? É essa a força do FCPorto?

Não vou-me incomodar mais com isto, estou enojado demais com este país e com a falta de honestidade de quem o governa. O Presidente da República não passa de um actor do tempo da outra senhora que já deu sinais de não ser homem para as grandes causas. Pedrogão foi uma tragédia para muitos portugueses, mas não é um palco para "líderes" de circunstância. Conseguiu dar a volta ao povo porque este povo é assim, deixa-se levar facilmente por habilidosos.

Enfim, deu-me dó ver ontem o Francisco J. Marques e o Pedro Bragança no Universo Porto a falarem com a moral nitidamente em baixo. Já se lamentam sem grande fé na Justiça, já lhes falham as palavras porque se sentem impotentes para mais. Não os censuro, não são eles que mais ordenam.

Entretanto parece que andam todos muito entusiasmados com a recandidatura de Pinto da Costa, como se ele tenha feito tudo para defender o FCPorto contra esta autêntica invasão mafiosa  do clube do regime. Pinto da Costa deixou o  papel de queixoso à responsabilidade de um homem que não é mais do que um funcionário com poderes limitados. Isto não é próprio de um líder (como ele já foi, mas já não é).

Que país! Que desonra é para mim ter tanta lixeira humanóide a mandar neste país! Imagino o que dirão de Portugal os jogadores estrangeiros (sobretudo os espanhóis) quando regressarem às suas casas! Será que não sobra nenhum político, mesmo reformado (um Ramalho Eanes por ex.) que ponha em sentido esta corja (agora digo eu) de governantes?       

19 fevereiro, 2019

O que é e o que não é preciso

Pedro Baptista
Não sei o que Rui Moreira pensa sobre a regionalização, sei que não sendo de raiz um paladino, tornou-se seu defensor, ao identificar os tumores do país e procurar as soluções.
Moreira foi contra o mapa das regiões em 1998, mas pôde perceber o que foi o país desde que a Constituinte de 1976 consagrou a regionalização, e sobretudo, desde que um projeto de regionalização chumbou no referendo de 1998.
Temos a experiência funesta do centralismo sem regionalização, mas ninguém pode acusar uma regionalização de que ninguém tem experiência no continente, sendo um sucesso absoluto nas ilhas. Para eles e para o país.
Ora o referendo foi imposto, em 1977, in extremis, por uma revisão constitucional, que foi um golpe ignóbil para tornar a Constituição impraticável.
O acordo secreto foi urdido entre Rebelo de Sousa e Guterres com o primeiro, em troca, a viabilizar o último ano de governação do segundo, e entre os líderes parlamentares Mendes e Lacão, com o primeiro a ofertar ao segundo uma inutilidade, para este fazer figura de constitucionalista...
A regionalização foi boicotada porque os dirigentes do PSD e do PS conspiraram, acoplando-lhe um referendo impossível de vencer, para mais com o instrumento de dissensão das rivalidades locais, fazendo mudar a opinião pública de favorável, para desfavorável.
O que já tinha acontecido com os avatares do PS e do PSD: Soares foi sempre contra a regionalização, nomeadamente na sua presidência inconstitucional por omissão, tendo jurado fazer cumprir a lei fundamental, tal como Cavaco, depois de aprovar, em 1991, a sua lei-quadro, renegando-a em 1994...
Não conheço, pois, muito bem, o projeto de Rui Moreira sobre a regionalização mais do que necessária há muito e que temo já venha tarde se alguma vez vier, pois não sei o que haverá, em breve, para regionalizar... Mas espero que siga caminhos até agora não trilhados...
Porque do que tenho a certeza é que o país não precisa de algo à espera da dinâmica do Parlamento onde quase ninguém a quer, ou do PR, seu inimigo figadal. Muito menos, de algo vindo dos dirigentes do PS ou do PSD que, durante estes anos, agitaram a bandeira da regionalização para fazerem pouco de nós e continuarem a afundar o país, nem valendo a pena dizer em proveito de quem.
Mas valerá a pena pensar em que condições foi possível à Madeira e aos Açores se tornarem regiões autónomas!...
MEMBRO DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DO PORTO                
Fonte: (JN)

Nota de RoP: Inteiramente de acordo com o teor desta crónica de Pedro Baptista. Podem pensar o que entenderem de Pedro Baptista, o que ninguém pode, nem deve, sob pena de difamação, é dizer que Pedro Baptista não é coerente. Alguns dos leitores do Renovar o Porto devem lembrar-se que foi ele, juntamente com Narana Coissoró, que há uns anos atrás criaram um Movimento (Movimento pró Partido do Norte) a favor da Regionalização. Eu próprio, a par de outros amigos da blogosffera e um ex-colaborador do Renovar o Porto, Rui Farinas (já falecido) fizemos parte desse movimento que infelizmente não teve condições para vingar.

PS-Um desses colaboradores foi o administrador do blogue Kosta de Alhabaite. Sei que posso mencioná-lo sem problemas. Já não sei se posso citar os nomes dos outros. Se fôr afirmativo agradeço que me informem.  

18 fevereiro, 2019

Porto sentido, ou Porto permissivo Carlos Tê?



Sou apenas um portuense arrebatado, que mistura a cidade onde nasceu com o clube que adoptou o seu nome. Não podia ter feito melhor escolha. Não troco esta cidade por nenhuma outra, nem este clube, por nenhum clube do mundo. Dos demais clubes portugueses, não existe um que me agrade, mas há um em particular que me envergonha demais, por estar implantado neste país, e por ter tantos adeptos com a honra manchada de tão infeliz escôlha. São eles, e todos os que o apoiam (governantes incluídos), os principais responsáveis pela sustentabilidade da corrupção em Portugal.

Mentem, caluniam, vigarizam, desrespeitam a ordem pública e ainda por cima se orgulham de ser assim. Isto identifica-lhes a índole, arruína-lhes a noção de carácter, torna-os cúmplices e ao mesmo tempo corruptores e corruptos.  De forma irremediavel. Da chancela corrupta nunca mais se livram.

Só lamento é que a nossa gente ainda não tenha percebido que estamos a dar-lhes demasiadas oportunidades para se redimirem das barbaridades que estão a causar, não só ao FCPorto, como ao próprio país. Lamento que o FCPorto continue a fazer do silêncio a força destes marginais. Não aprovo, nem nunca aprovarei comportamento tão passivo. Se viermos a perder este campeonato nenhum dos elementos da SAD, nem o próprio Presidente podem alegar que fizeram tudo o que podiam para evitar que sucessos alheios continuem a ser alimentados por trafulhices.

Alguns dos acusados já estão à solta! Os E-toupeiras, paralelamente acusados e funcionários do MP, foram "castigados" com o regresso ao trabalho. É caso para perguntar se lhes está a ser facultada outra oportunidade para se safarem da Justiça.