31 março, 2012

FCPorto - Olhanense - A derradeira oportunidade?

Quero ver hoje esta imagem depois do 3º. golo e a 1 minuto do fim

Parafraseando a adepta que publicou no JN uma carta aberta aos jogadores do FCPorto, repetiria: pela última vez, ganhem os jogos que faltam. Sejam campeões! Se não for pelo dinheiro, pelo clube, pelo treinador, ou pela fama, façam-no por nós adeptos!

E recomendaria ao treinador Victor Pereira, caso as coisas se tornem muito complicadas, que não cometesse o mesmo erro de outros jogos, de hipotecar os primeiros 45 minutos sem fazer alterações no plantel. Mais: que consiga encontrar arte e engenho para convencer os jogadores a procurar tenazmente o segundo golo depois de obterem o primeiro, como fazia e bem, o saudoso Boby Robson.

Finalmente, que os persuada também a demonstrar aos adeptos que a concentração competitiva é para manter até aos últimos minutos do prolongamento, se o houver.  

  

29 março, 2012

A Regionalização que os desastrados governantes não querem


Li no Relatório da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa sobre a Regionalização, de 14/09/2007, da autoria do espanhol Lluís Maria de Puig, o seguinte:  "alguns dos estados membros da UE foram confrontados com reinvindicações linguísticas, culturais e de identidade, relacionadas com grupos étnicos, comunidades históricas e minorias nacionais, que procuraram fazer valer o direito de ter uma palavra a dizer em assuntos políticos e culturais."

Se pensarmos que estas iniciativas acontecem em países que já deram os primeiros passos na regionalização e que outros mais avançados fazem frequentes adaptações estatutárias para aperfeiçoar o processo de regionalização, enquanto em Portugal os governos se preocupam mais em adiá-lo para não o concretizar, podemos ter uma ideia realista do fosso regressivo de desenvolvimento em que nos continuamos a afundar.

Nesse relatório é também dito algo curioso, que devia fazer corar de vergonha os nossos governantes e que é o seguinte: é irrealista supor que estes movimentos de identidade irão diminuir ou extinguir-se. Pelo contrário, a globalização tem acentuado nas pessoas a vontade de retorno às raízes, de promover um sentimento de pertença a uma comunidade ou grupo mais próximo do local ou da região.

Depois de ouvirmos este tipo de declarações, ficamos com a sensação de viver noutro planeta, e com uma ideia mais clara do atraso em que se encontra a nossa população das coisas da cidadania e da cegueira dos nossos políticos, o que explica de certa maneira, o desprezo e o completo desrespeito que os sucessivos governos têm dedicado aos nortenhos.

Nos próximos posts farei pequenos apontamentos sobre a especificidade da regionalização dos vários países, de modo a criar nos leitores uma melhor percepção do nosso atraso neste domínio em relação ao resto da Europa.

Para começar, apresentamos o conjunto de países que fazem parte da UE e de outros que estão a negociar a adesão:

EstadosNa língua local*
 AlemanhaDeutschlandDE
 ÁustriaÖsterreichAT
 BélgicaBelgië / Belgique / BelgienBE
 BulgáriaБългарияBG
 ChipreΚύπροςCY
 DinamarcaDanmarkDK
 EslováquiaSlovenskoSK
Eslovénia EslovéniaSlovenijaSI
 EspanhaEspañaES
 EstóniaEestiEE
 FinlândiaSuomi / FinlandFI
 FrançaFranceFR
 GréciaΕλλάδαGR
 HungriaMagyarországHU
 IrlandaÉireIE
 ItáliaItaliaIT
 LetôniaLatvijaLV
 LituâniaLietuvaLT
 LuxemburgoLuxembourgLU
 MaltaMaltaMT
 Países BaixosNederlandNL
 PolóniaPolskaPL
 PortugalPortugalPT
 Reino UnidoUnited KingdomGB
 República ChecaČeská republikaCZ
Roménia RoméniaRomâniaRO
 SuéciaSverigeSE
Em negociação
 CroáciaHrvatskaHR
 IslândiaÍslandIS
República da Macedónia MacedóniaМакедонијаMK
 TurquiaTürkiyeTR

UE-EU-ISO 3166-1.png
Sobre esta imagem
Região ultra-periférica da União Europeia
FrançaGuiana Francesa (GF ) - Guadalupe (GP) - Reunião (RE) - Martinica (MQ)
PortugalMadeira (Mad) - Açores (Azo)
EspanhaIlhas Canárias (Can)
(*)= ISO 3166-1



Porto "melhor destino"


O Porto foi eleito por 212 mil turistas como o melhor destino europeu e entre todos estes votos online está lá o meu. Há uns tempos surgiu na Internet uma onda que dizia: vota no Porto! E eu votei. Não é batota: acho mesmo que o Porto é um dos melhores destinos europeus, sobretudo depois de olhar para as cidades que se classificaram nos lugares seguintes - Viena, Dubrovnik, Praga e Bruxelas. De todas só não conheço a capital da Croácia, mas acho que o Porto é atualmente uma cidade inesperada e jovem, romântica e simples, barata e afetuosa, onde se podem passar dias estupendos com coisas para ver e fazer, animação para as noites e até sol nas praias! Claro que a "European Consumers Choice" é apenas uma instituição entre muitas que fazem esta eleição, mas as repercussões em guias de turismo como o importantíssimo "trip advisor" não são de desprezar. Sublinhe-se que, se a Ryanair mantiver o padrão de "hard-selling", não custa crer que pode colocar a promoção do Porto como destino recomendado no seu website mundial e, dessa forma, encher ainda mais os aviões. A verdade é que o prémio, reconheçamos, premeia as low-cost que apostaram no Porto, principalmente a Ryanair, Air Berlin, Easyjet e Transavia.

2. Há um facto importante nesta vitória: a extraordinária rede social dentro da região que gerou uma parte da corrente de votos. Informação é poder. Quem sabe mais aproveita melhor o tempo, a vida, viaja com menos custos, torna-se mais qualificado. Portanto, não se trata apenas de uma vitória da cidade como "destino turístico" mas também da confirmação que os portuenses/nortenhos estão cada vez mais preparados para a economia digital. Duplo prémio.

3. O Porto seria ainda uma melhor porta de entrada em Portugal se um dia tivesse aqui comboios rápidos para ligar a Invicta a Braga em 15m, à Galiza ou Salamanca numa hora, Lisboa em 1.30h, Évora e Faro em 2.30h, etc.... Para os novos comboios serem mais baratos não precisariam de ser TGV. Bastariam ser de velocidade elevada, como o Alfa, que podem fazer viagens em velocidade de cruzeiro de 220 km/h. Mas, então, por que não anda o Alfa sempre a 220 km/h? Depois das centenas de milhões de euros gastos na Linha do Norte, a viagem Porto-Lisboa demora hoje apenas menos 15m entre Campanhã e Santa Apolónia que o velhinho Foguete dos anos 70. A razão é a Linha do Norte ter um percurso e um urbanismo em redor que não permite refazer a linha nos troços mais críticos (o pior de todos é entre Ovar e Porto). O primeiro-ministro, o dr. Portas e os ministros Álvaro e Gaspar deviam ser 'obrigados' a fazer a viagem junto de um maquinista do Alfa numa das próximas viagens ao Norte (até poupavam dinheiro ao Estado e CO2 ao planeta...).O maquinista explicaria como é impossível andar mais depressa, que sinalização falta, o que está a cair, porque há ainda passagens de nível à moda antiga, etc.. Percebo que não se queira fazer o TGV - é política. Parece-me é que um desses dias vai ser mais caro "modernizar a linha do Norte" do que fazer uma linha nova... E até quando é que ela aguenta?

4. Para rematar, uma perplexidade. Como é possível a ministra da Agricultura permitir a alimentação não biológica dos animais "bio"? Pode sair mais barato ao Estado demitir-se de apoiar os agricultores nesta adversidade através, por exemplo, da negociação em Bruxelas de um apoio à suplementação biológica do gado. Infelizmente, com esta atitude a ministra destrói anos de credibilização dos produtos "bio". Quem acreditará que vale a pena pagar mais caro para adquirir um produto alimentar certificado, com regras exigentíssimas, que da noite para o dia podem ser quebradas? A culpa, evidentemente, não é de Assunção Cristas, que nunca esteve ligada à agricultura, mas de quem lhe dá indicações por controlo remoto. Os gabinetes do Ministério da Agricultura ficam muito muito longe do campo...

28 março, 2012

Tão «populista» que é, este Manuel António Pina...


Um "negócio" surreal



A história trágico-financeira-política do BPN atravessa dois governos e é assustadoramente surreal (ou talvez antes neo-abjeccionista): "nacionalizado" por um Governo PS, isto é, nacionalizadas as suas dívidas, a maior parte resultante de trafulhices, e detido o seu guru-mor, Oliveira Costa, enquanto os demais responsáveis continuam a andar por aí de cabeça despudoradamente erguida e como se não fosse nada com eles, coube a um Governo PSD/CDS "privatizá-lo" de novo.

Os jornais publicaram há dias a notícia de um grupo norte- -americano que se disporia a dar 600 milhões pelo BPN. Parece que, apesar de repetidas tentativas, nunca conseguiu chegar à fala com o Governo. E o Governo, não tendo melhor oferta, acabou por vendê-lo a um banco, o BIC, de Isabel dos Santos, filha de Eduardo dos Santos, e de Américo Amorim, pela módica quantia de 40 milhões de euros.

Entraram, pois, 40 milhões nas contas do Estado? Não: saíram (mais) 600 milhões, pois o Governo PSD/CDS comprometeu-se, para que o BIC fizesse o favor de "comprar" o BPN por 40 milhões, a dar-lhe... 600 milhões. Parece que para o "viabilizar". E ainda a emprestar- -lhe outros 300 milhões a 0% de juros. E a ficar com o encargo de metade dos seus trabalhadores.

Não foi um negócio da China, foi um negócio de pôr os olhos em bico. E, como em negócios assim há sempre um otário, adivinhe o leitor a que bolsos irão parar os seus subsídios de férias e de Natal.

[In JN]

Nota de RoP:
Vou dizer uma coisa que alguns preferiam não ouvir. Sim, sim,  aqueles fidalgos que habitualmente aparecem a defender estas roubalheiras indecentes, como se estivessem na igreja a pregar a missa aos crentes: uma coisa destas justifica uma revolução, mas com balas nas culatras, em vez dos cravos de Abril nos canos.  Balas, selectiva e justamente dirigidas, aos alvos...

Porto eleito "Melhor Destino Europeu 2012" entre 20 cidades


Porto eleito "Melhor Destino Europeu 2012" entre 20 cidades




O Porto foi eleito o "Melhor Destino Europeu 2012" entre 20 cidades selecionadas por um júri da Associação dos Consumidores Europeus.

A votação online decorreu nas últimas três semanas no sítio da Internet do European Best Destination, tendo sido contabilizados mais de 212 mil votos.

Em 2.º lugar ficou Viena, na Áustria, e em 3.º Dubrovnik, na Croácia, tendo Lisboa ficado em 8.º lugar no ranking.
À frente da capital portuguesa ficaram Praga (República Checa), Bruxelas (Bélgica), Berlim (Alemanha) e Budapeste (Hungria).

Em 2010, Lisboa foi a cidade eleita pela Associação dos Consumidores Europeus para o "Melhor Destino Europeu 2010" e, em 2011, a vencedora foi Copenhaga, na Dinamarca.

O Porto -- vencedor do título "Melhor Destino Europeu 2012" - vai poder incluir a utilização do logótipo "Escolha do Consumidor Europeu", durante um ano, em toda a comunicação do turismo oficial.

Nota de RoP:
Pois, é... Este Porto e este Douro, que tão mal tratados são, valem mais pelo labor das suas gentes e pelo que a natureza lhes deu, do que pela solidariedade dos nossos governantes, que comprovadamente não os merecem. Bem podem orgulhar-se os centralistas por mais esta distinção que a cidade do Porto oferece a todo o país. Desta vez, tenham pelo menos a humildade de fechar o "o", porque este, é um orgulho  com forte pronúncia do Norte.

27 março, 2012

Vá lá, vá lá, desta vez só durou 4 sorteios o jackpot...


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 024/2012 - Sábado Data do sorteio: 24/03/2012
Chave:1471832+7Ordem Saída:1321874+7
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte1€ 1.904.235,92 
2.º Prémio5 Números3€ 10.808,45 
3.º Prémio4 Números342€ 118,51 
4.º Prémio3 Números12.421€ 3,26 
5.º Prémio2 Números141.858€ 1,71 
Nº da SorteNº da Sorte274.132Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes629.427
Nº de Apostas1.819.606
Receita ilíquida apostas€ 1.637.645,40

Porto Canal, somos mesmo Porto?

Penso não se perder grande coisa, se aliviarmos a pressão de negativismo económico e social instalada no país pelo mão suicida do(s) govern(s), e nos focarmos de novo nos assuntos que nos estão mais próximos. Vou então voltar à carga com a situação do Porto Canal.

Dizia-me hoje o amigo e companheiro de blogue e tertúlias, Rui Farinas, que o FCPorto, actual co-proprietário do Porto Canal, parece alheado do respectivo planeamento programático e informativo. Tenho a mesma impressão, e como já tive oportunidade de dizer, não entendo por que é que o director Júlio Magalhães ainda não foi instado pela SAD do FCPorto a apresentar uma explicação/informação aos espectadores sobre as razões pelo atraso a que aparentemente se chegou. Seria um singelo gesto público de consideração, que só lhes ficava bem e que podia servir eventualmente para tranquilizar as potenciais audiências. 

Além da má imagem que esse estranho silêncio transmite, o Porto Canal arrisca-se a perder a confiança dos espectadores que dele perspectivam, mais do que um canal de televisão, uma plataforma de comunicação importantíssima, para o Porto, o Norte e o FCPorto se afirmarem, e se defenderem do ostracismo, da indiferença, e diria mesmo, do desprezo, a que têm sido votados, a todos os níveis, pelo intratável centralismo.  

Em termos programáticos, o que de bom ainda há no Porto Canal, vem da anterior administração. Dos poucos programas entretanto criados, suponho que pela actual direcção, alguns, como o que ontem foi transmitido [com o nome "O Parlamento da Região"], com a participação de deputados conhecidos que pouco mais fazem que defender a partidarite trauliteira do costume, não se vislumbra originalidade nem vontade de dar voz a gente mais credível, que podia muito bem fugir do quadro político-partidário, principalmente do  chamado arco do poder [PS/PSD/CDS]. 

O Norte e o Porto, precisam, em primeira instância, de um canal ousado, honesto, frontal; que saiba distanciar-se q.b. de protagonistas gastos e sem credibilidade, chamando a si,  de preferência, pessoas sem rabos de palha, com ideias novas, combativa, sem aquele medo irritante de provocar rupturas necessárias. Trazer os amigos do "politicamente correcto" ao canal, será mais uma forma de repetir o embuste de outros projectos que também muito prometeram, e nada cumpriram, acabando engolidos pelos capangas do centralismo [NTV e RTPN]. 

Falando nisto, lembrei-me de Pedro Baptista, líder do Movimento do Partido do Norte, e do seu aparente afastamento do Porto Canal. Terei de lhe perguntar, se foi ele que se afastou, ou se é o Porto Canal - ou alguém em seu nome -, que recomendou o seu afastamento, talvez inspirado naquele enigmático argumento de ser portador de alguns "anti-corpos"...

Pessoalmente, considero que no contexto político e social da actualidade, todos os anti-corpos são necessários para fazer frente a um outro corpo, esse sim, monstruoso, chamado centralismo que, paradoxalmente, parece não provocar alergias a ninguém, embora alguns passem a vida a queixar-se dele, só e quando, vão ao Porto Canal...

Tem a palavra o FCPorto. E, seria bom que a palavra do FCPorto fosse a do Jorge Nuno Pinto da Costa irreverente, dos bons velhos tempos.

E o Oscar vai para...


Nestes nove meses, nós no Governo temos cumprido aquilo que prometemos", garantiu Passos Coelho aos correligionários e ao país durante o Congresso do PSD do passado fim-de-semana. Podia tê-lo dito pondo pudicamente a mão à frente da boca e rindo para dentro como Muttley, mas não: conseguiu dizê-lo com o ar mais sério deste mundo.

Foi aplaudidíssimo. E mais que justificadamente: todo a gente sabe que, como Passos Coelho prometeu, nestes nove meses os portugueses não ficaram sem o 13.oº mês; nem subiu o IVA; nem aumentaram os impostos sobre o rendimento, mas apenas os impostos sobre o consumo; nem "quando [foi] preciso apertar o cinto, não [ficaram] aqueles que têm a barriga maior a desapertá-lo e a folgá-lo"; nem foram "impostos sacrifícios aos que mais precisam" (a Comissão Europeia é que fez mal as contas ao concluir que, em Portugal, "nestes nove meses", as medidas de austeridade exigiram aos pobres o dobro (6%) do esforço financeiro pedido aos ricos (3%); além disso, amigos como Eduardo Catroga, seu braço-direito nas negociações com a "troika", Paulo Teixeira Pinto, autor da sua proposta de revisão constitucional, ou Ilídio Pinho, seu antigo patrão, colocados na EDP, para não falar dos colocados na CGD e em tudo o que é empresa pública, podem testemunhar que, como prometeu, Passos Coelho "não [deu] emprego aos amigos".

Só não se sabe se os aplausos foram para a interpretação se para o despudor.

[In JN]

26 março, 2012

Quem quer afinal o insucesso do FCPorto?

Como é possível, a pretexto dos nossos afectos clubistas, ver uma equipa que o ano passado ganhou praticamente tudo que podia ganhar, interna e externamente, a praticar um futebol miserável, durante quase toda esta época, e imaginar que isso não está relacionado com a competência do treinador? Como é possível observar, jornada após jornada, o mau desempenho colectivo de uma equipa, espelhado no rosto impotente de um treinador, sem lhe apontar o dedo?  Só porque matematicamente ainda não perdemos o campeonato? Mas que masoquismo é este! Nem no futebol conseguimos ter sentido crítico? E o balanço do que entretanto já se perdeu esta época, não interessa? Será essa a melhor forma de darmos apoio ao nosso clube? 

Caros amigos, continuo a pensar que num espectáculo [e o futebol, é sobretudo um espectáculo], há os actores, e se uns, por serem bons, merecem ser aplaudidos, os maus não raramente justificam uns assobios. Caso contrário, deixa de fazer sentido a interactividade do público. Tudo isto, claro, não pode nem deve levar os espectadores a excessos, porque esses são sempre contraproducentes, mas entre uma assobiadela relaxante e o arremesso de pedras, ou very-lights, vai uma distância muito grande. A propósito, seria importante tentar perceber por que é que, agora, exceptuando as claques, muitos espectadores se tornaram aburguesados e tristonhos, para depois não nos queixarmos da falta de alegria no futebol.

Vão-me desculpar aqueles que não aceitam críticas objectivas a um treinador, só porque sim. Mas, por mais que a paixão ao clube nos possa tolher o espírito, antes de sermos adeptos somos pessoas, independentes, e não uma multidão acéfala de fanáticos da IURD. Todos os portistas querem o melhor para o clube, e tem de existir sempre essa premissa para aceitarmos as diferentes reacções. No que me diz respeito, nem Victor Pereira passará a ser um bom treinador, caso venha a ganhar este campeonato, nem quem o apoia perderá o estatuto de bom adepto, caso o perca. 

No final da época, ninguém gozará de privilégios especiais ou merecerá severas censuras pela forma como avalia as prestações do técnico do clube. Há quem não saiba quando deve criticar o clube e quando o deve apoiar incondicionalmente. Eu nunca o farei para dar trunfos aos nossos adversários. Esses, estarão sempre do lado de fora das minhas prioridades. As nossas críticas, têm de ser para o clube e para o bem do clube. No caso Victor Pereira, só me resta esperar que não afunde mais o "barco" FCPorto, porque confiar nas suas capacidades, francamente, já não confio há muitas e angustiantes jornadas. E não me interessa nada saber que o tempo me está a dar razão. Enquanto portista, ter razão neste contexto, é sempre uma perda.