03 setembro, 2016

Apoiar o clube não é apoiar a SAD, é puxar pelos jogadores

Tinha-o dito aqui e a quem comigo priva, que esta época ia ser muito complicada para o FCPorto. O desleixo combinado com o medo, nunca dão bons resultados. Tem sido esse o perfil de gestão da SAD dos últimos anos e do seu principal timoneiro, Pinto da Costa. Sem victórias, não há prestígio, e sem prestígio, não há jogadores cobiçados pelos grandes clubes europeus dispostos a pagar bem por eles. Logo, não há receitas relevantes. Logo, o dinheiro começa a escassear... É precisamente isso que está a acontecer no FCPorto esta época. E, já nem estou a falar das modalidades que também têm custos...

Até o endeusado Brahimi, com as qualidades técnicas que se lhe reconhessem, não teve mercado à altura do que custou e das expectativas que criou. É impressionante a imaturidade com que alguns avaliam jogadores. Brahimi (tal como o Quaresma, mas para pior) é um jogador talentoso, mas que não tem sabido explorar esse talento e colocá-lo ao serviço da equipa. Custa-me a acreditar que Lopetegui não o soubesse, e que não lho tivesse transmitido, a verdade é que não conseguiu moldà-lo nesse sentido. A questão que se coloca agora, é saber se Nuno Espírito Santo o conseguirá, uma vez que já não contava com ele... E nesse caso, se o incluir na equipa principal, podemos estar a restaurar um problema já meio resolvido que é retomar um estilo de jogo afunilado decorrente da sua pouca vocação ofensiva para evoluir no terreno com objectividade, ou de não passar a bola rapidamente aos companheiros de equipa melhor posicionados. Veremos se desta vez aprende, veremos...

A SAD, e Pinto da Costa já não têm mais margem de manobra para brincar com os adeptos. Foi algo que também antecipei quando ainda me queriam convencer dos super-poderes de Pinto da Costa e do seu eterno domínio sobre a massa associativa. Sempre disse, que era uma questão de tempo, que a continuar pelo mesmo caminho, Pinto da Costa acabaria por sucumbir na sua própria teimosia e arrogância. Ainda não saiu, mas já foi derrotado. Hoje, já são poucos os que resistem aos factos. A realidade é sempre mais forte. Tão forte, que na hipótese remota de ganharmos este ano alguma coisa ninguém de seu perfeito juízo terá coragem para lhe entregar os louros. Ele, foi o único responsável pela degradação do seu prestígio, da sua credibilidade.

Não tem desculpa.

02 setembro, 2016

A oportunidade da RTP3



A RTP3 vai passar em breve a ter emissão em sinal aberto. É uma boa notícia, ainda que não seja do agrado dos operadores privados. Precisamos de projetos descentralizados, que promovam outra agenda informativa e que criem renovadas elites. E isso é uma obrigação do operador público.

Em Portugal, a informação jornalística faz-se maioritariamente com factos e fontes de Lisboa. Em consequência, o espaço público por onde circulamos revela-se cada vez mais rarefeito, de tão asfixiado que está por um restrito grupo de elites que se vai perpetuando em diferentes palcos do poder também graças a uma lógica monocórdica que se instalou nos média. Ao nível da Imprensa, o "Jornal de Notícias", com a sua Redação central no Norte, rasga o domínio de uma Imprensa pensada a partir da capital, mas é o operador público de média quem tem mais responsabilidades na promoção da diversidade informativa e isso vai acentuar-se com a integração da RTP3 na televisão digital terrestre (TDT). Sendo emitido em sinal aberto, o canal público de informação tem de apresentar uma identidade distintiva dos seus congéneres do cabo e isso passa, acima de tudo, por uma informação diferenciada, mas que procure em permanência a audiência.

Alterando a plataforma de emissão, a RTP3 vai precisar de ajustar a sua filosofia de programação e apurar a linha editorial de informação. E isso consegue-se pela qualidade do serviço, pela diferenciação relativamente à concorrência e pela promoção de um valor internacionalmente invocado em matéria de serviço público de média (SPM): a diversidade. Que, neste caso, poderá assentar em três eixos: o da programação, o da agenda informativa e o dos convidados chamados aos plateaux.

Uma grelha de programação de um canal de informação público tem de ser ousada nos formatos que emite, rigorosa nos noticiários que produz e criativa na forma como concebe cada produto. A RTP3 será de imediato confrontada com a dúvida acerca da integração de programas que falem de futebol. Não é por serem âncoras de audiência que esses formatos aí se legitimam (ainda que o SPM tenha a obrigação de reter audiências), mas porque reúnem interesse público e conquistaram créditos nos últimos anos. No entanto, a oferta do canal de informação não se pode esgotar aí, principalmente em horário nobre. Todos sabemos que as grelhas televisivas são conservadoras, mas a RTP3 tem obrigação de arriscar. Convém lembrar que a história da televisão portuguesa mostra que o risco compensa...

A agenda informativa dos média vive hoje um gravíssimo problema de saturação e de mimetismo. Em Portugal, as redações seguem uma estrutura circular de informação, concentrada em acontecimentos que ocorrem em Lisboa. Há um país que está longe da capital e que é invisível para todos, porque não é mediatizado. Ora, tendo várias delegações no país e no estrangeiro e centros de produção descentralizados, a RTP está numa posição privilegiada para promover uma agenda diversificada. O "Jornal da Tarde", na RTP1, e o "Jornal 2", na RTP2, são projetos que todos os dias ganham forma a partir do Centro de Produção do Norte e é graças a isso que esses noticiários integram uma agenda de acontecimentos diferenciada e com indiscutível interesse (do) público. Há que reforçar esses formatos (alargando equipas e promovendo-os mais) e criar outras réplicas na RTP3. Para que os públicos se revejam numa TV informativa que pertence a todos.

Tendo desenvolvido estudos académicos sobre os convidados dos plateaux informativos da TV portuguesa desde o início dos anos 90, tenho constatado invariavelmente que apenas a RTP consegue quebrar o domínio absoluto de Lisboa. E isso acontece porque o operador público emite em determinadas franjas horárias a partir do Norte. Essa descentralização da emissão, que deveria ser mais acentuada, é o elemento mais diferenciador da TV pública portuguesa. E essa variável deve ser mais explorada nos próximos tempos no canal de informação que passa a ser acessível a todos. Portugal precisa de novas elites, de ter acesso a outros modos de pensar o país e o Mundo. E não atirem o argumento de falta de massa crítica fora de Lisboa. O "Jornal 2" prova diariamente que é possível criar um estúdio informativo diversificado. É preciso renovar as elites da TV cujo pensamento vai fossilizando. Eis aqui uma oportunidade que a RTP3 não pode perder.


Felisbela Lopes (JN)




31 agosto, 2016

Do centralismo político e desportivo

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José Maria Pedroto, o que resta do verdadeiro portismo

Digam o que disserem, no universo portista há pelo menos dois tipos de adeptos: os que amam verdadeiramente o FCPorto, e se sacrificam para o acompanhar e defender, e os que, a coberto do portismo, corroboram no jogo sujo dos seus inimigos na qualidade de comentadores. Por favor, não esperem de mim outro tipo de expressão. Quando digo inimigos, é mesmo isso, inimigos. Afirmo-o, com a mais profunda convicção. 

É preciso acabar de uma vez com a cínica demagogia de manipular as palavras. Os clubes rivais de Lisboa não são adversários, são inimigos. Não estamos em Inglaterra! Para serem só adversários, teriam antes de mais, de integrar um país civilizado, amigo  do civismo, e das boas normas de integridade.  Esse modelo de país não existe em Portugal, porque - como já diziam os romanos quando por cá andaram -, é um povo que não se governa, nem se deixa governar. Provam-no, a 1ª República (1910/1926), o Estado Novo (1933/1968) e a impoluta "Democracia" (1974/2016), o que desmente em parte o mito habitual de responsabilizar os regimes políticos pelo nosso baixo índice de urbanidade. 

Pode sempre argumentar-se que o país é constituído por outras cidades, logo, também com os respectivos clubes de futebol, e que portanto  são todos igualmente incivilizados, só que há uma razão muito forte que desmonta este argumento, é que Portugal é dominado por uma cidade/capital/governo, exorbitantemente centralista, diria mesmo imperialista. Lisboa não governa o país, governa-se a si própria mas parasitariamente, dominando e influenciando o resto do país. A diferença é que,  para os lisboetas esta situação convem-lhes, para eles está tudo bem, preferem desprezar a justiça das nossas objecções, a olhar para nós como parte integrante de um todo, com o tal sentido patriótico que muito apregoam mas não praticam.

Os problemas do FCPorto não são a minha única preocupação neste momento, as coisas são mais sofisticadas do que parecem. Claro que não ajuda nada a levantar a moral dos portistas a postura submissa do seu Presidente e as constantes demonstrações de incompetência dos últimos anos. Preocupa-me sim, e muito, as consequências. Os media lisboetas aproveitam o momento para intensificar a propaganda centralista, sem quaisquer pruridos de fair play, ignorando o FCPorto e privilegiando os clubes da capital para através disso dominarem tudo o resto.  O Jornal de Notícias é um exemplo desse domínio, tem cada vez há mais sul, e menos norte. Devagarinho, assim como quem não quer a coisa, o Benfica começa a ter o mesmo protagonismo que tem em todos os jornais de Lisboa, e não falo sequer dos desportivos... Na página "Nacional", Odivelas surge com mais regularidade que Gondomar, é assim que se lisboatiza um jornal do Porto e se amansa a cidade e uma região. 

Por isso, não dei grande importância à ideia de homenagear a Selecção Nacional na nossa cidade. Para mim, Marcelo já deve ter percebido que os portuenses, sobretudo portistas, não vão muito à missa da selecção. O histórico de discriminações da FPF e da Liga a vários níveis contra o FCPorto  é vasto e antigo. Esta homenagem pode ser uma forma de testar, para depois habituar os portuenses no seu próprio terreno aos interesses centralistas. A selecção está-lhes a servir de catalizador para nos reprimir a revolta que nos vai na alma e que não deriva apenas da situação actual do clube ou da abdicação activa do nosso presidente. As causas são mais profundas e graves. Lisboa está neste momento a tentar colonizar o Porto. Agora, que começaram a perceber que a nossa cidade é elogiada lá fora, começam a invadi-la e a adquirir espaços para negócios e imóveis para especular. 

Em circunstâncias normais, repito normais, diria: venham, cooperem connôsco, invistam, criem emprego, mas respeitem-nos. Se chegam aqui para impôr as vossas preferências, os vossos hábitos e gostos, então deixem-se estar na vossa terrinha. Nós somos um povo de tradição hospitaleira, mas amámos o Porto antes de tudo. Isto não é coutada de ninguém. Fiquem com o vosso benfiquismo no coração mas deixem o nosso FCPorto em paz, senão serão malvindos. Sim, porque em Lisboa é "natural" ouvir certos jornalistas a enganarem-se frequentemente nesse português alfacinha muito giro que nunca troca os vês pelos bês, mas troca (inocentemente, sempre), os tês pelos pês. Conhecem o Futebol Clube do Porco? Eu não, mas a existir só pode ser em Lisboa, no eucalipto-mor do país. 


Bernardino Barros, o menos mau dos comentadores do Porto Canal



Só hoje, tive oportunidade de ver o programa Universo Porto, transmitido pelo Porto Canal e ouvir os comentários de Bernardino Barros sobre a escandalosa arbitragem de domingo passado.

Embora não me reveja totalmente na dupla personalidade de Bernardino, muito soft nos estúdios da TVI24, e muito hard no Porto Canal, no contexto actual, onde o universo portista se deixou contaminar por uma estranha praga de temor, sinto-me tentado a elogiar-lhe a atitude. Basta olhar para as imagens do vídeo para os restantes comentadores e ver a diferença... 

Tal como me conheço (e aqui, arrisco-me a ser acusado de soberba) no lugar dele - sem sequer me interessar quanto pagam em Lisboa aos comentadores -, teria tentado usar na TVI24 o mesmo discurso que usei no Porto Canal e matado 2 coelhos de uma só cajadada. Teria falado para a oposição (o inimigo) e ao mesmo tempo para casa (os dirigentes do FCPorto). É bem possível que, nem me deixassem acabar de falar, mas pelo menos tentava. Se me cortassem a palavra, só tinha uma coisa a fazer: levantava-me, e abandonava os estúdios assim que me apercebesse que as câmeras estavam apontadas para mim, louvando-lhes o forte sentido de democracia... Mas as primeiras palavras seriam minhas, nada doces, seriam suficientemente sintéticas para dizer ao que ia sem precisar de grandes discursos...

Sei bem que os actuais conceitos de inteligência foram adulterados por outros que parecendo semelhantes são bastante diferentes. O chico esperto, usa os neurónios preservando a oportunidade do lucro, o inteligente sacrifica-os em nome da integridade, que é o alicerce mais sólido para a liberdade extrema. Hoje, a inteligência anda muito mal cotada, é sinónimo de lorpice, já o chico-esperto colhe materialmente os louros da inteligência, mas perde parte importante da sua liberdade e coerência. A vida está difícil, eu sei. Mas que diabo, há coisas que não têm preço. Nem fazem ideia o gozo que me dava dizer na cara daqueles escroques azeiteiros aquilo que ainda ninguém lhes disse publicamente. Afinal, ainda seria pouco, pelo muito mal que nos têm feito, actualmente... com a cumplicidade de Pinto da Costa & Companhia.

30 agosto, 2016

O FCPorto, o Porto Canal e o Medo

Por mais evidentes que sejam os factos e procure aceitar a realidade, tenho muita dificuldade em assimilar o comportamento de Pinto da Costa. Para quem se habituou a ver nele um homem sagaz, lutador e inteligente, não é fácil compreender esta mudança sem levantar suspeições. Porque, quem fez o que ele fez pelo FCPorto, e a forma como o defendeu, pode duvidar de tudo, menos do seu amor ao clube. Todavia, confrontando essa devoção quase sagrada, com o distanciamento arrogante com que agora tem brindado os portistas, manifesto  por uma capa incompreensível e  irritante de silêncio, só resta a decepção.

Pessoalmente, fiquei muito mal impressionado, quando há uns tempos atrás, no Porto Canal, afirmou que não lia blogues, provando que não se adptou aos novos tempos e que para ele o contacto com os adeptos se circunscreve aos dias de futebol no Dragão, ou às recepções nos hoteis e aeroportos, ou seja, a uma minoria. A serem verdadeiras essas palavras, percebe-se um pouco a causa da sua mudança, o afastamento pelas coisas que o deviam aproximar para seu próprio interesse e segurança. A sua mudança é igualmente notória relativamente ao Porto Canal. Além dos conteúdos desportivos, a transmissão de jogos das modalidades e do futebol junior e meia-dúzia de programas interessantes, há um desleixo irracional em termos de comunicação que também não se compreende. Tal como está, a sua utilidade é praticamente nula. 

 Por mais que o FCPorto publique protestos via newsletter no Dragões Diário, nunca fará ouvir a sua voz sem o recurso ao Porto Canal  (que é maioritariamente propriedade do FCP) e se não fôr a voz do presidente a corporizà-la. As mesmas imagens que testemunharam a roubalheira do árbitro no jogo com o Sporting teriam um impacto público incomparavelmente maior do que poderá ter tido a newsletter. Os próprios órgãos desportivos, os árbitros, os nossos adversários, começariam a olhar para o Porto Canal e para o FCPorto com mais respeito. Com o tempo, e uma contínua vigilância ao trabalho dos árbitros sempre que se justificasse, seguida de protestos claros, lá para a capital, começavam a ter um bocadinho mais de respeito por nós e inevitavelmente a desacelerar a dinâmica da roubalheira.

Pedir aos árbitros, abstractamente, para não inclinarem o campo, é um acto de subalternização humilhante, sobretudo quando o pedido é dirigido a entidades pouco respeitáveis e comprovadamente comprometidas com a ditadura centralista. O FCPorto não tem que pedir, não deve pedir, tem de EXIGIR! Pedir, é para os fadistas. Nós exigimos seriedade, não pedimos! Fazê-lo é como perguntar a um ladrão por que é que não é honesto.

No pós-jogo de Domingo, foi curiosa a influência que Rita Moreira (irmã do Presidente da Câmara) teve no ambiente habitualmente sensaborão de Cândido Costa e José Fernando Rio. Curiosa, porque foi preciso uma mulher raçuda e sem papas na língua para contagiar positivamente todos os outros. De repente, soltaram-se, pareciam estar em casa com os amigos, protestavam, riam, ironizavam com uma descontração pouco usual sobre o trabalho miserável do árbitro.

Que desperdício este Porto Canal...

Por que será que esta gente fala do Porto com aparente orgulho, quando no sangue que lhe corre nas veias parece não existir o ADN que  empresta o carácter de tripeiro?     

29 agosto, 2016

Intolerável!!!



Tem a palavra o Presidente do FCPorto, e já agora, se não se importam, também os cavalheiros que o assessoram na SAD.

Estas imagens parecem-me não oferecer dúvidas quanto ao trabalho do árbitro do jogo com o Sporting.

São suficientemente elucidativas para justificar um veemente protesto de repúdio nas instâncias desportivas nacionais (Liga e Federação) com responsabilidade na escolha destes árbitros.

Mais. Considerando o que tem acontecido nas últimas épocas, o FCPorto devia já estar já preparado para recorrer à UEFA no caso (mais que provável) de nada acontecer internamente. Estamos num país miserável, onde a seriedade não faz parte dos hábitos de quem manda. Se nem isto serve para Pinto da Costa reagir, para que servem as imagens? Se assim fôr, é caso para dizer: a porta da rua é a serventia da casa. 

O clube, é dos sócios.

28 agosto, 2016

E o circo recomeçou



Mais uma vez, repito, mais uma vez, entre muitas outras que seguramente nos esperam, o árbitro foi um ajudante precioso para a victória do Sporting. Estamos em Portugal, num país cujo povo continua a pensar (se é que este povo pensa) que a qualidade de um país se mede pelo pontapé na bola ou pelas carícias e abraços dos políticos. Pena é, que pessoas como algumas que aqui comentam, tenham de pagar uma enorme factura por serem excepções à regra da mediocridade de um povo que é também o seu mas com o qual têm poucas afinidades. O português típico é oportunista, egocentrico e com pouca vocação para a solidariedade. Critica os políticos mas só não faz as mesmas vigarices aos conterrâneos se não puder. E quanto à solidariedade, só se lembram dela quanto há uma câmera de televisão por perto. Grosso modo, são assim a maioria dos portugueses. 

Dito isto, e uma vez que o árbitro do jogo foi o protagonista principal, como aliás vem sendo hábito nestes últimos anos, com prejuízo para o FCPorto, nem tenho muita vontade de comentar o jogo da nossa equipa, mas é inevitável fazê-lo por uma questão de rigor. É que esse protagonismo traduziu-se numa série de erros, alguns  dos quais originaram dois golos irregulares (precedidos de mão na bola) que deram a victória ao Sporting. 

O FCPorto até entrou bem, pressionou alto baralhando por completo os jogadores do Sporting, criando várias oportunidades de golo, uma das quais acabou por ser concretizada pelos pés (uma vez mais) de Felipe (um defesa).  Assim mesmo, considero que não jogando mal - nota-se uma grande evolução em pouco tempo em relação à época passada - também não jogamos como contra o Roma. Há ainda muitas arestas por limar. A rapidez de execução tem de melhorar e a qualidade do passe também. Nuno E. Santo tem de ensiná-los a olhar para trás, antes de recepcionarem a bola, porque isso é fundamental para evitarem que os adversários a roubem e partam para o contra-ataque. Danilo, André André e Herrera, foram várias ocasiões surpreendidos pelas costas por não terem esse hábito enraizado. Urge fazê-lo. Numa grande equipa, a garra é importante, mas a astúcia e a inteligência dos jogadores também o são. Nós temos de ser mais "ratos" e velozes que os adversários. Jé melhoramos, sem dúvida alguma, e isso só valoriza o novo treinador que conseguiu praticamente com o mesmo plantel fazer o que Lopetegui e Peseiro não conseguiram: praticar um futebol mais ofensivo e pressionante. O FCPorto perdeu esta noite. Ainda estamos nas primeiras jornadas da nova época, temos muito tempo pela frente, e conquanto a derrota me tenha caído mal, considero que quem esteve mal foi mesmo o árbitro. Como expectava... Basta imaginar o que seria se os lances que antecederam os golos dos verdes fossem cometidos pelos jogadores portistas dentro da sua área...

Ora aqui está a primeira oportunidade (entre muitas outras que se hão-de seguir) desta época para Pinto da Costa provar que está bem vivo e que me precipitei quando concluí que já não sabe liderar. Deve começar já a falar no que é importante, ou seja, denunciar o árbitro por ter tido influência directa na classificação geral e pressionar os órgãos federativos, que não é mais do que os clubes de Lisboa fazem impunemente, na maior parte das vezes sem razão. O Nuno, limitou-se a ser cauteloso porque não lhe cabe a ele pôr as mãos no fogo por alguèm que tem essa obrigação, e fez muito bem.

Meus caros, não se esqueçam do que acabei de vos dizer, porque não é mais do que previ no fim da época passada. Não sou bruxo, nem sinaleiro, limito-me a ler sinais com realismo...

Off topic:


dispensado pelo Manchester City, Eliaquim Mangala continua à procura de uma porta de saída antes do fim do mercado. Cortejado pelo Tottenham e pelo FC Porto, é igualmente pretendido pelo Milan AC. Mas segundo as probabilidades, não seria para se juntar à Serie A. A sua entrada estava condicionada pelo departamento de Alessio Romagnoli para o Chelsea. Tal não irá a acontecer, como informou o mítico clube da Lombardia.  O internacional françês poderá em contrapartida ser de novo emprestado ao FC Porto, como vos explicamos em 14 de Agosto último. A participação do clube português na fase final da Champions dá ainda mais crédito a esta possibilidade ao antigo defesa do Standard de Liège.