26 setembro, 2009

Keith Jarrett-Concerto a solo



Para ajudar a reflectir...

Reflexão

Como hoje é dia de reflexão e [ainda] não me é proibido partilhar os meus pensamentos, tenho estado a reflectir como seria importante para a Democracia poder votar para demitir de funções governativas alguns políticos que conheço [e são tantos!]...

25 setembro, 2009

Incompetências...

Um gestor incompetente que chega de novo a uma empresa e que não tem ideia nenhuma sobre o que há de fazer, mas querendo disfarçar a sua incompetência e dar-se ares de grande reformador cheio de ideias inovadoras, adopta normalmente a solução clássica. Consiste ela em "baralhar" tudo. Muda o organigrama, altera as designações dos departamentos, muda a localização física dos diferentes sectores. Em suma, cria o caos na empresa e não melhora em nada o seu funcionamento, dado que mudou apenas por mudar, para mostrar serviço aos seus patrões.

Recordo-me deste tipo de situações quando vejo novas designações de organismos oficiais, criadas pelos incompetentes governantes - a vários níveis - que pretendem dirigir este país. Alguns exemplos.

- Subsídio de Inserção Social. Era chamado Rendimento Mínimo Garantido. Alguém vê alguma vantagem na mudança, a não ser enviar para o lixo todo papel timbrado que existia com a designação, juntamente com o software existente?

- Instituto dos Museus e da Conservação. Conservação de quê? Se é dos museus, não era preciso enfatizá-lo.

- Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade. A biodiversidade não é Natureza?

- Instituto da Mobilidade e dos Transportes. Os transportes não dizem respeito à mobilidade?

- Quadro de Referência Estratégico Nacional ( o célebre QREN). Esta designação tão comprida e rebuscada, descreve porventura aquilo de que se trata, ou é um pretenciosismo irrelevante?

- Estrutura de Missão do Douro. Qual missão? E porquê "estrutura"?

Haveria mais, a começar por uma Direcção-Geral que trata da Energia e da Geologia(!), ou pelos exames nacionais do ensino secundário, onde na mesma prova se examina sobre Biologia e sobre Geologia, matérias que devem ter profundas afinidades que escapam aos leigos do "eduquês".

Incompetência e pesporrência, na minha opinião, não vejo outra causa.

A sapiência de um "animal político"...

«Sempre fui contra a Regionalização, porque não vai em nada beneficiar o país. É uma opinião pessoal e toda a gente conhece a minha posição sobre o assunto. Não é por causa de uma eleição que a vou mudar».
Estas palavras foram proferidas pelo monstro sagrado da imprensa nacional, Sua Exa. o Dr. Mário Soares, na cerimónia dedicada ao empresário do Norte Luís Portela, da Bial, e extraídas do semanário Grande Porto. Ora aqui está outro exemplar do visionário político.
O Dr. Mário Soares, tem um ar bonacheirão e de pessoa bondosa, mas já tem idade para perceber que há quem não se contente com as aparências e quem goze de boa memória. Começou por se enganar na nomenclatura do partido que ajudou a fundar, chamando-lhe socialista, coisa que verdadeiramente nunca foi. Primeiro logro. Depois, afundou-se nas contradições doutrinárias desse mesmo partido e nas suas. Pertence a uma casta de políticos que têm de si mesmo uma ideia de valor sobredimensionada. Um confortável sofá numa sala recheada de livros e os óculos a penderem-lhe do nariz são o cenário perfeito para representar o papel de grande estadista mas não chega para convencer alguns [como eu] que tudo o que diz faz lei.
Teria muito mais utilidade, se em lugar de se afirmar anti-regionalista fosse capaz de explicar como é que o Centralismo quase despótico praticado pelo seu partido [e pelo PSD/CDS], é forma de unificar um país e distribuir a riqueza nacional quando os resultados provam rigorosamente o contrário.
Mas, mais do que explicar, seria importante que fundamentasse alguma razão prestável para continuarmos a acreditar na descentralização que foi sempre prometida e nunca concretizada. Já lá vão 35 anos, sr. Mário Soares! Não lhe estou a falar de maturidade democrática porque isso daria pano para mangas, falo-lhe tão só de descentralização! Será capaz de nos informar quantas mais dezenas de anos [já vai para a 3ª], é que "nós" teremos de esperar até que os senhores políticos, classe à qual V. Exa. se orgulha de pertencer, se disponham a ser sérios e a respeitar os eleitores?
Pensando bem, depois de rebobinado o filme da história da sua actividade política, das suas amplas contradições, sou até capaz de acreditar na eventualidade de V. Exa. se ter constituído num péssimo exemplo para a actual classe política e para a boa saúde da própria democracia...

24 setembro, 2009

Primeiro o respeito, depois a Democracia

Não vou votar. Sim, é justamente isso que tenciono fazer. Eu não vou votar. E digo isto sem falsa valentia, mas com um sentimento misto de decepção e respeito. De decepção, por me sentir compelido a afastar-me de um direito democrático importante como devia ser o acto de votar, por não confiar na classe política. De respeito, por ter o prazer solitário, mas firme, de confiar mais em mim próprio, do que naqueles que se candidatam e recandidatam a «governar» o país. Desculpem a aparente arrogância, mas eu sou muito mais respeitável que todos estes actos eleitorais. E por quê?
Bem, primeiro porque nunca me candidatei a nenhum lugar público para fazer promessas ao povo sem, sistematicamente, as cumprir. Segundo, e por inerência da razão anterior, por não repetir o logro, como costumam fazer os políticos. E terceiro porque como cidadão do Porto me sinto duplamente traído.
O desprezo que estes velhacos têm dedicado ao Porto, incluindo alguns desta mui nobre cidade, é talvez a maior das razões. Por isso, agora é a minha vez de os desprezar a eles. Serei só eu? Talvez. Agora, já imagiaram qual seria o futuro destes incapazes se todos fizessem o mesmo? Estariam talvez numa empresazita à altura da sua mediocridade a lutar pela vida, com as habilidades que usam na política. No Governo é que nunca teriam lugar.
Mas, há cordeiros, ou gente com excesso de boa fé, ou simples bondade [para não lhe chamar outra coisa, nem ofender ninguém], que apesar de estar a ser tratada como cidadãos de nível inferior, continua disposta a dignificar uma democracia sem dignidade nenhuma. Recorda-me, o medo do pecado que os padres antigamente inculcavam na mente dos crentes, quando alguém ousava raciocinar pela sua própria cabeça, ou apenas contestava a existência de Deus. Hoje, com a política, há muita gente que vai votar por votar, ou porque ainda sentem o zumbido no ouvido dos banhas da cobra a estigmatizar o direito de abstenção.
O voto em branco, é um voto idiota, serve para uma contabilidade inútil e é um acto de subserviência para com um Estado que não merece o respeito dos cidadãos. E eu, tenho o terrível hábito de só respeitar quem me respeita a mim. Que hei-de fazer...

Atractividade desperdiçada

Num país uno e coeso [como os teóricos da política gostam de dizer], aos resultados deste estudo devia corresponder uma atenção acrescida para com o Porto e toda a região Norte.
Num país de governantes inaptos, e anti-patriotas, faz-se exactamente o contrário: centraliza-se tudo em Lisboa para dividir.
Isto, é o que fazem os teóricos da União Nacional... Queria dizer, unidade nacional, desculpem-me a confusão...













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23 setembro, 2009

Economia trapalhona

É a isto que os panegiristas de Rui Rio chamam de rigor e boa economia?

Castas

JORGE MAIA

Há quem goste de separar os jornalistas em castas, mantendo os que trabalham em jornais desportivos afastados dos restantes, assim como se fossem "intocáveis", para não lhes macular a superioridade ética e a firmeza deontológica que lhes sustenta o ar grave e afectado com que desdenham o jornalismo que se faz por aqui. Ora, todo este lamentável caso das alegadas escutas em Belém, mais as respectivas notícias alegadamente encomendadas e devidamente plantadas tiveram o condão de quebrar o feitiço, revelando aquilo que, deste lado, sempre soubemos: a seriedade do jornalismo e dos jornalistas não depende do carimbo que lhes colam. Claro que os jornalistas ditos desportivos não falam com assessores do Presidente da República, mas, bem vistas as coisas, talvez seja melhor assim. Quer para os jornalistas desportivos, que evitam passar vergonhas; quer para os assessores do Presidente da República, que se lidassem com jornalistas desportivos talvez ainda o fossem.


Nota:

Transcrição de um artigo publicado no jornal O Jogo de hoje. Digam lá, se não tenho razão, quando recomendo uma purga urgente para esta classe . É um jornalista a falar de outros. Ele tem razão, mas não chega, é preciso separar o trigo do joio e afastar as más companhias...

Mitos que a história tece

Para surpresa de muitos, e para esvaziarem as dúvidas sobre as ficções criadas por alguns historiadores, seria interessante ler o que Camilo Castelo Branco escreveu sobre o mito chamado Marquês de Pombal. Entre outros "galanteios", Camilo dizia de Pombal o seguinte:
«Foi um espancador distinto e um estremado trocista. A sua mocidade agitou-se em tempestades que hoje chamaríamos canalhas e a polícia castigaria a espadeiradas. O seu intelecto não era acessível às ideias de Liberdade mental e política.»
Sobre o seu papel, no terramoto de 1755 que tão heroicamente a história tem propagado, Camilo escreveu isto:
«Pretendem convencer-nos de que sem Sebastião de Carvalho e Melo, a terça parte de Lisboa arrasada pelas convulsões e pelo incêndio, nunca mais se levantaria. Não fugiu de Lisboa? Nenhum dos seu colegas fugiu. De resto, ele ficou-se sentado, de luneta no olho a dar ordens, enquanto os frades e demais padres andavam pelos escombros procurando salvar os feridos e sepultar os mortos enquanto os fidalgos como D. João de Bragança Lafões e os filhos bastardos de D. João V recolhiam nos seu palácios e jardins centenas e até milhares de desgraçados, albergando-os e alimentando-os à sua custa, durante meses, coisa que ele não fez, pois não albergou nem alimentou ninguém no seu Palácio».
Só transcrevi estes trechos de Camilo sobre a figura do Marquês [havia imensos], para dar uma pequeno exemplo de como os historiadores, quando querem, subvertem o rumo dos acontecimentos e transformam um crápula num herói nacional. Isto para lembrar que neste momento preciso está a acontecer história que daqui a uns anos será também seguramente desvirtuada.
Foi essa trafulhice histórica que fez de Francisco Sá Carneiro um mito. Estivesse hoje ele vivo, presumivelmente, ou já nos teria decepcionado, ou já tinha sido silenciado pelos malandros do regime.
Com Mário Soares, apesar de algumas intervenções importantes na vida nacional, nomeadamente no contributo que deu à nossa integração europeia, vai acontecer o mesmo. Vão dizer dele muito mais do que aquilo que vale. Enquanto político e governador, foi o que se viu... Já há até alguns jornalistas a tratá-lo por "dinossauro", por "animal político", seja lá o que isso for na mente ficcionista desses analistas.
Estou farto desta política, deste folclore de fingidores com o qual nos "obrigam" a viver. Os debates, são meras discussões, simples manifestações de invejas e ambições pessoais. Nada do que dizem tem substância, nada é verdadeiramente sério. Já nem vontade tenho para os criticar. São simples animais, tenho de me conformar a deixá-los viver. Coitados.

20 setembro, 2009

Olha para o que eu digo...

Confesso não ter lá muito talento para fazer comentários de caixa. Os comentários, de preferência, querem-se breves e precisos, coisa que poucos sabem fazer e eu pertenço a esse grupo de "desajeitados". É por essa razão que quando a confusão se estabelece sobre um qualquer assunto, prefiro postar calmamente procurando não descurar todos os pontos de vista mesmo aqueles com os quais possa não estar de acordo.
Ora o assunto de momento, chama-se jornalistas e, a contundência com que os tenho criticado tem despoletado reacções nalguns dos leitores do Renovar o Porto. Uns concordam, outros não. É normal. O que não é normal é que alguns se esqueçam das proporções que alguns casos tomam e de outros que, sendo da mesma importância, são praticamente silenciados.
Não fui eu, nem a maioria dos leitores deste espaço de opinião, quem se lembrou de repente de querer convencer os portugueses que o "Mundo" era um lugar perfeito, cheio de gente afável e séria. Não fui eu quem insinuou ou pretendeu fazer acreditar que há um único canto da terra, onde não entram as cunhas, as influências, os favores, e em última análise a corrupção. Foram os senhores que inventaram o Apito Dourado, cuja guarda avançada contou com a colaboração preciosa dos senhores jornalistas.
Durante todo esse processo [que ainda não deram por terminado, apesar das decisões reprovatórias dos Tribunais Superiores], esperei que do meio desses trafulhas despontasse um forte movimento de jornalistas a rejeitar com veemência o que se estava a fazer ao Futebol Clube do Porto e respectivo Presidente. Enganei-me. Li, é verdade, artigos de opinião de alguns jornalistas bem identificados [ que não esqueço] de repúdio à conspiração instalada, mas como foram tão poucos e não tinham grande visibilidade pública, quase ninguém deu por isso. Na televisão, os opositores à saga anti-porto, praticamente não se viram. E o teatro ainda continua...
Como não fui eu quem inventou o Paraíso em Portugal, nem afirmou - como o Dr. Rui Rio -, que apoiar um clube da cidade de cuja Câmara é presidente era uma accção promíscua, não sei porque raio, depois de tão longa campanha moralista, havia eu agora de achar "normal" que os senhores "jornalistas" Carlos Daniel e Hélder Conduto [que também deram para esse peditório] combinem jantares com treinadores do clube que mais responsabilidades teve [e continua a ter] nesse acto ignóbil e cobarde de conspiração, como foi o Benfica.
É só por isso, pela bazófia do discurso da "seriedade" que acho intolerável que não haja uma única autoridade a insurgir-se contra estes hábitos [que outrora condenaram] de alguns gajos, quando eles eram praticados por pessoas ligadas ao FCPorto. De resto, é a vida. Não há clube, empresa ou pessoa que, num país onde o rigor nunca casou com os hábitos do povo e dos governantes, não tenha alguma vez sido forçado a conviver com alguém de quem teoricamente seria pouco recomendável fazê-lo, incluindo com árbitros...
O país e o Mundo estão cheios desses "bons costumes", mas em Portugal só se lembraram do Futebol Clube do Porto para moralizar e tentar condenar. Por quê? Porque havemos nós de aceitar esta arbitrariedade tão desavergonhada, se agora os acusadores fazem o mesmo? Alguém á capaz de mo explicar? Não, eu não me esqueço dos pulhas. E os que aqui nomeei, são-no!

Jesualdo Ferreira

Há já muito tempo, talvez mais de um ano, que não faço quaisquer comentários sobre futebol e em particular sobre o meu clube - o FCPorto. Não por desinteresse, mas porque sendo frequentador assíduo de blogues portistas, penso que a blogosfera azul e branca está bem servida de comentadores e eu possivelmente nada de válido acrescentaria. Deste modo as minhas opiniões sobre o meu clube têm ficado restringidas a conversas informais em grupos de amigos. Se hoje fujo a esta regra é porque penso que a equipa de futebol do FCP vive uma situação que pode tornar-se complicada, e em consequência não consigo ficar calado.

Já estou a ouvir os optimistas profissionais: então a equipa ganha quatro campeonatos seguidos, tem tido boas prestações na Champions, vem de um jogo muito razoável em Londres, e lá porque asneou em Braga, já tocam os sinos a rebate? Pois é, mas esquecem-se do resto. Estes "apagões" da equipa têm ocorrido nos últimos anos com uma frequência inusitada, e se quisermos ser rigorosos não podemos deixar que os falhanços sejam apagados da memória colectiva pelas vitórias alcançadas, vitórias que, diga-se de passagem, foram em grande parte facilitadas pelas "ofertas", nos últimos campeonatos, dos nossos principais rivais.

Chama-se Jesualdo Ferreira a figura central das discussões sobre o momento do FCPorto. Há muito que penso que ele é parte do problema mas não é parte da solução. Não o conheço pessoalmente mas tenho por ele enorme consideração. Normalmente gosto de o ouvir, considero-o uma pessoa equilibrada, sensata, inteligente e honesta. Acho no entanto que está no lugar errado. Parece-me mais um teórico do que um prático. Penso que falha muito na apreciação dos jogadores, nas táticas a adoptar, na escolha e oportunidade das substituições durante o jogo. JF daria um óptimo e esclarecido comentador, e com a sua capacidade de exposição, conhecimentos e sentido crítico, seria com certeza um óptimo professor. Porque não um óptimo treinador? Porque estou perfeitamente convencido que um treinador, seja de que modalidade colectiva for, deve ser basicamente um condutor de homens, e é aqui que reside o problema. Táticas, métodos de treino, preparação física, etc, etc, aprendem-se no livros, no contacto com os mais velhos, na experiência da vida. Capacidade de liderança, pois é disto que falo, ou se nasce com ela, ou então... É como um futebolista, se não tiver nascido com "aquele" dom, pode ter os melhores treinadores que nunca passará da mediania, e estará condenado a não jogar em clubes de topo. O mesmo acontece com os treinadores, e JF em minha opinião é uma demonstração prática do princípio de Peter: atingiu no FCP o seu nível de incompetência. Por isso digo que ele é parte do problema: acho que JF não consegue ser um lider e esta é uma insuficiência insanável que não pode ser ignorada.

Aceito sem reservas que o meu diagnóstico possa estar errado, mas o que é certo é que uma longa e variada carreira profissional levou-me a trabalhar subordinado a líderes competentes e a líderes incompetentes, e a diferença de ânimo, entusiasmo, e dedicação dos subordinados, é abissal entre um caso e outro.

Conjecturas à parte, façamos votos para que os problemas, sejam quais forem, sejam ultrapassados, os jogadores se trascendam e o penta possa ser uma gloriosa realidade.