26 setembro, 2009
Reflexão
25 setembro, 2009
Incompetências...
A sapiência de um "animal político"...
24 setembro, 2009
Primeiro o respeito, depois a Democracia
Atractividade desperdiçada
23 setembro, 2009
Castas
JORGE MAIAHá quem goste de separar os jornalistas em castas, mantendo os que trabalham em jornais desportivos afastados dos restantes, assim como se fossem "intocáveis", para não lhes macular a superioridade ética e a firmeza deontológica que lhes sustenta o ar grave e afectado com que desdenham o jornalismo que se faz por aqui. Ora, todo este lamentável caso das alegadas escutas em Belém, mais as respectivas notícias alegadamente encomendadas e devidamente plantadas tiveram o condão de quebrar o feitiço, revelando aquilo que, deste lado, sempre soubemos: a seriedade do jornalismo e dos jornalistas não depende do carimbo que lhes colam. Claro que os jornalistas ditos desportivos não falam com assessores do Presidente da República, mas, bem vistas as coisas, talvez seja melhor assim. Quer para os jornalistas desportivos, que evitam passar vergonhas; quer para os assessores do Presidente da República, que se lidassem com jornalistas desportivos talvez ainda o fossem.
Nota:
Transcrição de um artigo publicado no jornal O Jogo de hoje. Digam lá, se não tenho razão, quando recomendo uma purga urgente para esta classe . É um jornalista a falar de outros. Ele tem razão, mas não chega, é preciso separar o trigo do joio e afastar as más companhias...
Mitos que a história tece
20 setembro, 2009
Olha para o que eu digo...
Ora o assunto de momento, chama-se jornalistas e, a contundência com que os tenho criticado tem despoletado reacções nalguns dos leitores do Renovar o Porto. Uns concordam, outros não. É normal. O que não é normal é que alguns se esqueçam das proporções que alguns casos tomam e de outros que, sendo da mesma importância, são praticamente silenciados.
Não fui eu, nem a maioria dos leitores deste espaço de opinião, quem se lembrou de repente de querer convencer os portugueses que o "Mundo" era um lugar perfeito, cheio de gente afável e séria. Não fui eu quem insinuou ou pretendeu fazer acreditar que há um único canto da terra, onde não entram as cunhas, as influências, os favores, e em última análise a corrupção. Foram os senhores que inventaram o Apito Dourado, cuja guarda avançada contou com a colaboração preciosa dos senhores jornalistas.
Durante todo esse processo [que ainda não deram por terminado, apesar das decisões reprovatórias dos Tribunais Superiores], esperei que do meio desses trafulhas despontasse um forte movimento de jornalistas a rejeitar com veemência o que se estava a fazer ao Futebol Clube do Porto e respectivo Presidente. Enganei-me. Li, é verdade, artigos de opinião de alguns jornalistas bem identificados [ que não esqueço] de repúdio à conspiração instalada, mas como foram tão poucos e não tinham grande visibilidade pública, quase ninguém deu por isso. Na televisão, os opositores à saga anti-porto, praticamente não se viram. E o teatro ainda continua...
Como não fui eu quem inventou o Paraíso em Portugal, nem afirmou - como o Dr. Rui Rio -, que apoiar um clube da cidade de cuja Câmara é presidente era uma accção promíscua, não sei porque raio, depois de tão longa campanha moralista, havia eu agora de achar "normal" que os senhores "jornalistas" Carlos Daniel e Hélder Conduto [que também deram para esse peditório] combinem jantares com treinadores do clube que mais responsabilidades teve [e continua a ter] nesse acto ignóbil e cobarde de conspiração, como foi o Benfica.
É só por isso, pela bazófia do discurso da "seriedade" que acho intolerável que não haja uma única autoridade a insurgir-se contra estes hábitos [que outrora condenaram] de alguns gajos, quando eles eram praticados por pessoas ligadas ao FCPorto. De resto, é a vida. Não há clube, empresa ou pessoa que, num país onde o rigor nunca casou com os hábitos do povo e dos governantes, não tenha alguma vez sido forçado a conviver com alguém de quem teoricamente seria pouco recomendável fazê-lo, incluindo com árbitros...
O país e o Mundo estão cheios desses "bons costumes", mas em Portugal só se lembraram do Futebol Clube do Porto para moralizar e tentar condenar. Por quê? Porque havemos nós de aceitar esta arbitrariedade tão desavergonhada, se agora os acusadores fazem o mesmo? Alguém á capaz de mo explicar? Não, eu não me esqueço dos pulhas. E os que aqui nomeei, são-no!
Jesualdo Ferreira
Já estou a ouvir os optimistas profissionais: então a equipa ganha quatro campeonatos seguidos, tem tido boas prestações na Champions, vem de um jogo muito razoável em Londres, e lá porque asneou em Braga, já tocam os sinos a rebate? Pois é, mas esquecem-se do resto. Estes "apagões" da equipa têm ocorrido nos últimos anos com uma frequência inusitada, e se quisermos ser rigorosos não podemos deixar que os falhanços sejam apagados da memória colectiva pelas vitórias alcançadas, vitórias que, diga-se de passagem, foram em grande parte facilitadas pelas "ofertas", nos últimos campeonatos, dos nossos principais rivais.
Chama-se Jesualdo Ferreira a figura central das discussões sobre o momento do FCPorto. Há muito que penso que ele é parte do problema mas não é parte da solução. Não o conheço pessoalmente mas tenho por ele enorme consideração. Normalmente gosto de o ouvir, considero-o uma pessoa equilibrada, sensata, inteligente e honesta. Acho no entanto que está no lugar errado. Parece-me mais um teórico do que um prático. Penso que falha muito na apreciação dos jogadores, nas táticas a adoptar, na escolha e oportunidade das substituições durante o jogo. JF daria um óptimo e esclarecido comentador, e com a sua capacidade de exposição, conhecimentos e sentido crítico, seria com certeza um óptimo professor. Porque não um óptimo treinador? Porque estou perfeitamente convencido que um treinador, seja de que modalidade colectiva for, deve ser basicamente um condutor de homens, e é aqui que reside o problema. Táticas, métodos de treino, preparação física, etc, etc, aprendem-se no livros, no contacto com os mais velhos, na experiência da vida. Capacidade de liderança, pois é disto que falo, ou se nasce com ela, ou então... É como um futebolista, se não tiver nascido com "aquele" dom, pode ter os melhores treinadores que nunca passará da mediania, e estará condenado a não jogar em clubes de topo. O mesmo acontece com os treinadores, e JF em minha opinião é uma demonstração prática do princípio de Peter: atingiu no FCP o seu nível de incompetência. Por isso digo que ele é parte do problema: acho que JF não consegue ser um lider e esta é uma insuficiência insanável que não pode ser ignorada.
Aceito sem reservas que o meu diagnóstico possa estar errado, mas o que é certo é que uma longa e variada carreira profissional levou-me a trabalhar subordinado a líderes competentes e a líderes incompetentes, e a diferença de ânimo, entusiasmo, e dedicação dos subordinados, é abissal entre um caso e outro.
Conjecturas à parte, façamos votos para que os problemas, sejam quais forem, sejam ultrapassados, os jogadores se trascendam e o penta possa ser uma gloriosa realidade.