05 agosto, 2017

Hugo Miguel...

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Será para isto que foi escolhido?

Tudo indica que é Hugo Miguel o árbitro nomeado para o jogo FCPorto-Estoril...

Este mundo do futebol não deriva muito dos outros mundos, mas amiúde parece destoar do resto da sociedade, cada vez mais dominada pelas redes sociais e pelos media. As más notícias saem, e repetem-se, mesmo antes de acontecerem. Mas quando se trata do Benfica emudece.

Se não conhecesse bem o projecto de país em que vivo, era capaz de estranhar esta nomeação. Talvez não acreditasse na existência de televisões especializadas em cartilhas, nem em pasquins boateiros, capazes de tudo para prejudicar o FCPorto.

Mas como tenho uma ideia realista e pouco fantasista do Portugal que temos hoje, tenho a certeza que quem nomeou este árbitro para o primeiro jogo do FCPorto, não o fez com a melhor das intenções. Sim, porque não acredito que quando escreveu no Facebook esta pérola, não estava seguramente a referir-se ao Benfica.

Já não falta muito para tirarmos a prova dos nove, é já 4ª feira...

04 agosto, 2017

"Continuamos a fingir que está tudo bem, é isso?"


Foi com estas palavras que Pedro Marques Lopes terminou o seu artigo habitual no jornal A Bola (li-o na blogosfera). Se o contexto fosse outro, se esta singela expressão estivesse relacionada com arrufos entre clubes, fruto das típicas rivalidades, ou por causa de uma ocasional má arbitragem, não vinha daí mal ao mundo. O caso, é outro. Trata-se de assuntos demasiado graves, da demissão pública do poder político pelo cumprimento da Lei. É o Estado, representado por um secretário de Estado, a fugir às suas obrigações, e a dar um péssimo exemplo aos cidadãos. Não é isso que reza na Constituição. Ora, como é sabido, trata-se de Luís Filipe Vieira, das suas vigarices, e da flagrante cumplicidade entre ele e várias figuras públicas com altas responsabilidades políticas!  

Considero portanto ser já altura de não nos ficarmos pelas denúncias, porque embora louvável, é assunto das autoridades [e dos jornalistas] depois de apuradas as investigações. Além de outras denúncias que possam vir a ser apresentadas, é imperioso acelerar a nossa indignação junto das figuras mais representativas do país e desafiá-las a provar-nos que a lei é mesmo para ser cumprida, sem excepções. E provar, nunca poderá passar por fechar os olhos [e refazer a lei] se o infractor fôr persona grata ao poder. Foi exactamente isso que fez o Secretário de Estado do Desporto, que para todos os efeitos se auto-desautorizou perante o governo e país ao irrelevar a lei permitindo a realização do próximo jogo na Luz entre o Benfica e o Braga! O 1º. Ministro devia tê-lo demitido, e não o fez. Perdeu uma boa oportunidade para atenuar os efeitos negativo dos incêndios, provando ao país [e não a um clube de futebol corruptor] que não se inclui no grupo imenso e pluri-partidário de cartilheiros.

Não gosto mesmo nada de continuar a ouvir este tipo de expressões simplórias como a de Pedro Marques Lopes. É demasiado suave face à gravidade do(s) caso(s). Não estamos a lidar com birras de crianças nem temos de a elas reagir como paizinhos "tolerantes".  Pedro Marques Lopes é um grande portista e nem sequer é isso que está em causa. Gosto das suas opiniões e da sua maneira de ser, mas este discurso assertivo parece-me demasiado tolerante e nada condiz com as exigências que tanto ele como todos os portistas fazemos aos nossos jogadores. Garra e valentia não é deixar a bola ao adversário só porque jogou com a mão, ou nos fez uma careta... Dizer-lhe: "ó pá, jogaste a bola com a mão, é assim?", não é grave, mas é pouco natural.

O caso Vieira/Benfica/Cartilheiros, envolve ocorrências da maior gravidade, exige outro tratamento, outra reacção da nossa parte. Mais duro, mais categórico. Senão, ninguém nos leva a sério, e vão continuar a olhar para nós com a soberba descrita aqui abaixo pelo senhor Embaixador...

O resto é paisagem


Francisco Seixas da Costa*
Tornei-me lisboeta pela vida. Meio século na capital, preservando as raízes nortenhas e mantendo-me como viajante obsessivo pelo país, acabou por me tornar um nativo diferente: olho os lisboetas com uma mirada algo exterior, julgo que lhes topo bem as reações, os não-ditos - para ser mais claro, os preconceitos.

Assumindo o risco de todas as generalizações, diria que o lisboeta médio, por muito que disfarce, dá razão íntima ao dito macrocéfalo de que "Portugal é Lisboa, o resto é paisagem". A sua curiosidade pelo resto de Portugal, salvo se tiver família numas berças a que, às vezes, vai por exercício folclórico-antropológico, é muito escassa. Arrumado abril, o Alentejo passou a ser, para o cidadão de Lisboa, o seu sinónimo de "campo", muitas vezes apenas visitado a caminho do Algarve, para um "fossado" gastronómico ou uma curta vilegiatura num monte "confortabilizado".

O Norte, para muito ulissipo-dependente, é um mistério que não chega sequer a mobilizar a sua curiosidade. Tenho amigos para quem chegar a Leiria significa atravessar uma fronteira psicológica que os coloca já às portas do Porto, mesmo na vizinhança da Galiza - dessa Espanha onde conhecem "de ginjeira" Barcelona ou Córdoba, Toledo ou Valência. Mas não Viseu, a Guarda ou Bragança - como há dias me confessava um amigo com décadas de mundo e cosmopolitismo.

No cume dessa geografia do desconhecimento está o Porto. O cinzento da pedra, o intrincado das rua, a reserva das famílias, as cumplicidades quase (e às vezes) maçónicas do círculos de amigos tornam o Porto praticamente ilegível para o lisboeta. Como resposta, usa a sobranceria, o olhar arrogante sobre uma "província" que o sotaque ajuda a caricaturar, ajudado pelo agravar das rivalidades do futebol. Para o cidadão da capital, a menor reivindicação do Porto surge como um ato de despeito, revela uma impotência feita reação. O lisboeta olha com risota o ar façanhudo com que alguns portuenses clamam contra a falta de atenção à sua especificidade, à dimensão nacional dos seus interesses.

Lembrei-me disto há dias, a propósito da Agência Europeia de Medicamentos. Sabe-se que António Costa, que tem do país uma visão menos "lisboeteira", expressou a ideia, desde o primeiro momento, de que esse era um tema em que importava envolver o Porto. Não foi esse o parecer de alguma vontade central, que sempre tem Lisboa como sinónimo óbvio do país. E as coisas deram no que deram. Se e quando o Porto vier a perder a candidatura, um certo centralismo lisboeta, agora derrotado, sentir-se-á vingado. Lisboa não admite que possa haver um oásis na paisagem.
* EMBAIXADOR (do JN)

03 agosto, 2017

A tarefa não é fácil, mas é possível. Há bons sinais no horizonte portista

Sérgio Conceição
A uma semana do início da nova época, não importa escalpelizar demasiado os contras do 4x4x2 de Sérgio Conceição. Prefiro destacar os prós, comparando este sistema de jogo com o de Nuno E. Santo e deixar que sejam os olhos a decidir qual é o melhor. No que cabe aos meus, e aconteça o que acontecer, a decisão já está tomada. Dando como garantida a impossibilidade da perfeição, admito, sem me chatear muito, que o FCPorto tenha de ganhar alguns jogos sem jogar bem, mas confesso que prefiro o modelo dois em um: ganhar,  vendo bom futebol...

Não é novidade para ninguém que este sistema de jogo exige uma preparação física superior, e uma melhor gestão da mesma. Quanto a mim, será essa a tarefa mais complexa que Sérgio Conceição tem pela frente: gerir o físico do plantel, sem lhe afectar a ambição. Além disto, vai ter de explicar muito bem aos jogadores o timing dessa gestão, ou seja, a importância de marcar cedo e de ampliar a vantagem para um resultado confortável (2, ou 3 golos) e só depois reduzir a intensidade ofensiva. 

Ao contrário de NES, Sérgio não faz afirmações fictícias, não diz publicamente que a equipa joga bem, quando não joga ou não corresponde às directrizes estabelecidas com os jogadores. Sérgio fala e vê como um adepto, com autenticidade. Tem muito pouco de político (o que é uma virtude). É exigente, sem ser postiço. Terá de moderar q.b. a impetuosidade que lhe é peculiar, sobretudo com os jogadores, sem nunca abdicar de lhes dizer o que fôr preciso, inclusive metê-los na ordem se eventualmente descambarem para birras de meninos mimados. Camaradagem, união e ambição, é o mais importante, o resto será a inteligência do grupo a decidir. 

Acredito que Sérgio vai cumprir a missão com sucesso. Paralelamente, há o outro lado do campeonato que já não depende dele, que é o da liderança do CLUBE. Já foram dados os primeiros passos, através do director de Comunicação Francisco J. Marques. Agora, é preciso ir até ao fim. E ir até ao fim significa não descansarmos enquanto não vermos, com atitudes, e não com promessas, a ordem e a lei restabelecidas. Permitir que o clube do regime repita as cenas aviltantes dos últimos anos, seria o maior erro da história que o FCPorto podia cometer.

02 agosto, 2017

Centralismo, não! Isto, é racismo!



Quem tem de si mesmo a certeza da sua própria integridade intelectual, não precisa de provas nem argumentos, para convencer quem quer que seja da malignidade do centralismo.  Ele é tão tão óbvio, tão imoral, tão provocador e injusto, que para melhor ser percebido, devia simplesmente chamar-se racismo.

Em Portugal, falar apenas de centralismo é uma ingenuidade. Hoje, usar esta palavra significa o mesmo que acariciar um cancro, em vez de o aniquilar, é perpetuar o branqueamento de um crime e dos seus autores.   

Por isso, caros amigos, ficam já a saber, a partir de agora vou chamar os bois pelo nome. Acabou-se essa abstração geométrica chamada centralismo. Não estamos a falar de pontos cardeais, ou de mapas, nem do local onde colocar um bibelot, trata-se do respeito devido a cidadãos do mesmo país, com deveres e direitos iguais.  Assim esclarecidos, podemos ser mais precisos na adjectivação: Portugal é um país onde se fomenta o racismo!

A primeira página do JN espelha o que acabo de dizer e confirma as suspeitas que logo aqui expus quando passou para a administração de Proença de Carvalho e para a Direcção de Afonso Camões (um gajo que ninguém do Porto conhecia). Eles bem se ginasticam para disfarçar as suas  reais intenções que é, paulatinamente, assim como quem não quer a coisa, tornar o JN mais um pasquim de Lisboa.

Honra seja feita a um dos poucos jornalistas que respeito, o Luís Costa actual director da RTP Internacional, (que naturalmente tem andado escondido das câmaras) que condenou energicamente a forma como foi dada a notícia associando a tragédia ao cadastro da vítima. Que necessidade, que interesse tinha dizer que o rapaz pertencia às claques dos Super Dragões e que já tinha sido detido?  Pensando bem, talvez entenda. 

Como o Director do JN é benfiquista, talvez tenha interesse em lançar fumaça para os olhos do grande público desviando-os da Benfica Central de Corrupção para um desgraçado que acabava de morrer e cometeu o crime de pertencer a uma claque legalizada, como é a do FCPorto. 

Ao contrário da do seu clube, e do seu  boçal presidente, o ex-presidiário Luís Filipe Vieira.

PS:
A  questão, é esta: como continuar a impôr a lei a uns, e a gozar de impunidade outros, sem perder toda a autoridade, senhores aprendizes de governantes? 
    

31 julho, 2017

Um Porto de pré-época com aroma Vintage

Ambiente relaxado no banco do FCPorto
É sempre o mesmo por esta altura, após assistirmos aos primeiros jogos de preparação que antecedem a época que se avizinha. Temos de ser muito cautelosos a dar a nossa opinião, de contrário lá temos de aturar os puristas com os seus avisos providenciais: "não podemos embandeirar em arco!", "não deitemos foguetes antes do tempo!".  Estas recomendações não deixam de ser sensatas, porque não falta quem se entusiasme demais e depois, quando começa o campeonato a sério, ao primeiro deslize, entram em depressão e começam a criticar tudo e todos. Mas, não há como contornar isto. As impressões que temos dos jogos nesta fase são apenas sinais momentâneos do que pode ser o futebol praticado na época que se segue.

Lembro-me muito bem de no ano passado por esta altura a pré-época não ter sido estimulante, mas mesmo assim, ficou uma reserva de esperança que fosse o tempo a burilar o que parecia estar menos bem, e que a adaptação recíproca entre o técnico e os jogadores fizesse o resto. Só que, para o bem e para o mal, nem sempre é isto que acontece.

Por mais que queiramos negar, o futebol de Nuno Espírito Santo era - desportivamente falando - mais resultadista que tecnicista. E, sejamos francos, muito pouco espectacular. Mas, mantenho a opinião de sempre: num campeonato são os resultados que contam, mas o espectáculo é a essência do futebol, sem ele, não há adeptos. Não foi por termos estado muito perto de vencer o campeonato passado, nem mesmo por termos sido manifestamente lesados pelas arbitragens que podemos dizer que praticamos um futebol espectacular. Longe disso.

A verdade  é que, repito, apesar de ser uma opinião momentânea, os sinais que a equipa agora comandada por Sérgio Conceição deixou foram extremamente positivos, considerando que estamos em pré-época. Deixemo-nos de tretas, Sérgio está a conseguir fazer precisamente aquilo que muitos de nós dizíam que NES não era capaz, que era dar mobilidade à equipa em pressão alta. O sistema de jogo ultra-cauteloso de NES com a equipa sempre muito recuada com trocas de bola lentas, lateralizadas e atrazadas, tornava ineficiente a pressão da sua equipa  porque obrigava os jogadores a percorrerem grandes distâncias para chegarem aos adversários, dando-lhes tempo de sobra para fugirem às marcações e contra atacarem. Se é certo que jogando desta maneira [com o bloco recuado] os adversários tinham alguma dificuldade em progredir no terreno, também é verdade que as dificuldades para a nossa equipa criar perigo eram tremendas. Foram muitos os jogos sem marcar um único golo nas primeiras partes!

Naturalmente, Sérgio Conceição terá de se precaver com a defesa, porque este sistema de jogo pede uma boa condição física, e sendo muito mais agradável [e produtivo], é também mais arriscado, e Sérgio já percebeu isso. Além de mais, esta forma de jogar, mais solta, mais subida, mais veloz e mais pressionante tem outros predicados que é revelar o verdadeiro talento dos jogadores que é muito melhor do que o sistema de NES fazia supor.

Já se ouvem por aí, nos programas do costume, com os comentadores do costume, muitos encómios a NES que antes nunca foram audíveis, nem legíveis, numa manifesta intenção de não (para já...) reconhecer o bom trabalho de pré época de Sérgio Conceição. É bom sinal:  é porque "gostam" do que vêem, sem querem assumí-lo...

Pela parte que me toca, o que os meus olhos têm visto de momento, dizem-me que há algumas coisas a afinar e muitas outras a melhorar. Mas dizem-me também que os jogos que vi, praticamente todos, não bastando para esquecer o sofrimento da época transacta, agradaram-me imenso e reabilitaram a minha confiança no futuro próximo. Sei que não estou só neste sentimento.

Que sejas feliz Sérgio!