"Quando me fazem convites para almoçar, ou jantar, ou mesmo convites profissionais, nunca digo Não. Não gosto de desiludir as pessoas. Às vezes tenho 3 reuniões quase à mesma hora, ou 3 jantares marcados para o mesmo dia. Ainda por cima detesto burocracias. Não anoto nada. A minha secretária é que sofre."
Estas, foram parte das respostas que Júlio Magalhães, Director Geral do Porto Canal deu à revista "Notícias Magazine" sob o tema da dificuldade que algumas pessoas têm de dizer Não. Numa primeira avaliação, e se não levarmos em conta o contexto da referida entrevista, esquecendo a actividade profissional do entrevistado, provavelmente, a tendência dos leitores inclina-se para pensar que Júlio Magalhães é "um gajo porreiro" . Eu próprio, acho que sim, que deve ser um tipo de contacto fácil, independentemente do que pensamos do "porreirismo". Mas se juntarmos às respostas que ele deu à revista, o modo e a escassez de rigor como gere o Porto Canal, perceberemos facilmente por que é que isso acontece. E nesse caso, já não achamos piada nenhuma à sua forma demasiado blasée de dirigir uma empresa de televisão, que nem sequer é sua. O "porreirismo" pode transforma-se em anarquia.
A culpa, não é dele, é de quem o contratou, e também parece estar a borrifar-se para o sucesso do Porto Canal. Para não deixar aqui uma ideia demasiado crítica de Júlio Magalhães, cito de memória os poucos canais de cultura que aprecio e gostaria que fossem poupados a repetições exaustivas que em nada beneficiam os autores: "Caminhos da História", "Nota Alta", "Mentes que Brilham" , "A Falar é que a Gente se Entende" . A área desportiva também podia melhorar, sobretudo a programação criada para debater e (defender) o FCPorto. Está bem a transmissão dos jogos das modalidades. E é tudo.
A culpa, não é dele, é de quem o contratou, e também parece estar a borrifar-se para o sucesso do Porto Canal. Para não deixar aqui uma ideia demasiado crítica de Júlio Magalhães, cito de memória os poucos canais de cultura que aprecio e gostaria que fossem poupados a repetições exaustivas que em nada beneficiam os autores: "Caminhos da História", "Nota Alta", "Mentes que Brilham" , "A Falar é que a Gente se Entende" . A área desportiva também podia melhorar, sobretudo a programação criada para debater e (defender) o FCPorto. Está bem a transmissão dos jogos das modalidades. E é tudo.
Os programas referidos, já não são novos, mas não sou contra a sua continuidade, pelo contrário. Agora, o que está a falhar é a continuidade de outros, a aposta na qualidade informativa sobre a Regionalização. Ainda há poucos mêses éramos informados pelo Porto Canal que tencionavam intensificar esta temática, mas de repente deixaram-na morrer, e é isso que tem falhado. A continuidade regular de certos programas não é levada a sério, e assim é mais complicado gerar audiências.
Foi já a 7 de Maio que vimos o único programa de jeito, ou melhor, uma interessante entrevista feita por Tiago Girão ao Presidente da CCDR-N, Fernando Freire de Sousa, onde se debateu o ardil das sedes fictícias de instituições que vieram para o Porto, mas que tinham os administradores e a maioria do pessoal em Lisboa. Foi mais uma entrevista que um debate, mas mesmo assim, um bom, um utilíssimo programa. Mas, foi o único verdadeiramente interessante. A partir daí, voltou tudo ao mesmo. Assim, não vale a pena. Seria fundamental convidar gente seriamente empenhada na causa, e evitar a presença de políticos que andam há anos a fingir o seu regionalismo, que não acrescentam nada ao tema, e só servem para baralhar e desestabilizar. Seria fundamental que o critério qualificativo dos protagonistas, a sua autenticidade de regionalistas não fosse negligenciado, sob pena de voltarmos a perder tempo.
É surpreendente como os representantes do principal accionista (FCPorto) andam tão distantes do Porto Canal e do seu bom funcionamento. Um deles até lá tem uma filha a ganhar a vida... Nunca é demais lembrar a quem de direito que o FCPorto é uma associação desportiva cotada em bolsa. É que, às vezes, o silêncio misturado com a ausência parece provocar amnésia.