Pensando sério, o currículo de Portugal, no que concerne a educação e à aceitação natural dos regulamentos, não é nada edificante. Além da ingenuidade, ou a burrice de certos indivíduos, só os políticos se sentem confortáveis com esta realidade. Eles bem tentam dourar a pílula com apelos avulsos ao nosso sentido pátrio, mas pouco fazem para o fundamentar, quando são os primeiros a prevaricar em praticamente tudo em que se metem. É uma perda de tempo tentarem convencer-nos que sem os partidos não há democracia, porque isso vale tanto como dizer que sem gangues não há crime organizado. Para os políticos, só contam as alegorias simpáticas, as realistas, essas, são demagógicas. Percebe-se, mas isso não credibiliza a classe. Como não credibiliza as frequentes alterações à Constituição, para tão fracos resultados.
É com muito desgosto que faço estas afirmações, mas prefiro reconhecer a realidade do que fingir que vivo noutro país, como certos patriotas de circunstância fazem para purgar a consciência do seu contributo pessoal para a péssima reputação de que o país goza.
Após os primeiros anos de ensaio do regime democrático, o tempo suficiente para perceber o rumo confuso que lhe estavam a dar, fui prevenindo alguns amigos avessos ao futebol que, ao contrário do que pensavam, o futebol talvez os ajudasse a perceber coisas que os seus preconceitos de intelectuais e a política não deixam ver. Pelo contrário, até as encobre, como acontece com o escândalo dos emails benfiquistas.
O preconceito intelectual presume conviccções frageis, e uma delas é não querer olhar para determinadas áreas simplesmente por parecer mal. Se alguns levaram tempo a saber que o centralismo existe, talvez o tivessem detectado mais cedo se olhassem para o futebol com outros olhos. Por exemplo, o Pacheco Pereira, que gosta de comentar política, e a quem reconheço alguma honestidade intelectual, não se coibiu de falar da promiscuidade entre a política e o futebol e dar apoio ao Rui Rio por ter virado as costas ao FCPorto quando chegou à Câmara do Porto. No caso do Benfica que é infinitamente mais grave, já não fez o mesmo, deixando cair a máscara da integridade. Depois, queixam-se de serem incompreendidos. Para mim, a honestidade só tem um rosto, e não pode comportar excepeções para ser respeitada.
Após os primeiros anos de ensaio do regime democrático, o tempo suficiente para perceber o rumo confuso que lhe estavam a dar, fui prevenindo alguns amigos avessos ao futebol que, ao contrário do que pensavam, o futebol talvez os ajudasse a perceber coisas que os seus preconceitos de intelectuais e a política não deixam ver. Pelo contrário, até as encobre, como acontece com o escândalo dos emails benfiquistas.
O preconceito intelectual presume conviccções frageis, e uma delas é não querer olhar para determinadas áreas simplesmente por parecer mal. Se alguns levaram tempo a saber que o centralismo existe, talvez o tivessem detectado mais cedo se olhassem para o futebol com outros olhos. Por exemplo, o Pacheco Pereira, que gosta de comentar política, e a quem reconheço alguma honestidade intelectual, não se coibiu de falar da promiscuidade entre a política e o futebol e dar apoio ao Rui Rio por ter virado as costas ao FCPorto quando chegou à Câmara do Porto. No caso do Benfica que é infinitamente mais grave, já não fez o mesmo, deixando cair a máscara da integridade. Depois, queixam-se de serem incompreendidos. Para mim, a honestidade só tem um rosto, e não pode comportar excepeções para ser respeitada.
A avaliar pelo comportamento do actual Secretário de Estado do Desporto e pelos repetidos disparates que saem da sua boca, só posso concluir que se António Costa mantém um garoto desta estirpe no Governo, é porque pensa como ele, logo, não é o político hábil que se pensa e é tão garoto como ele.
Falei no início deste artigo na falência educacional do país, e mantenho essa opinião sem me sentir necessariamente constrangido com o acabo de dizer dos políticos acima referenciados por uma razão muito simples: quem se demite das responsabilidades não merece respeito. E tanto menos merecem respeito, quanto mais altas forem as responsabilidades dos cargos e teimarem em nos desrespeitar a nós cidadãos. E também por mentirem nas palavras e sobretudo nas acções...
Olho por olho, dente por dente.
Olho por olho, dente por dente.