25 maio, 2013

Rui Rio já grita, e até promove "revoluções"

25 de maio de 2013 


Não vou dizer que os jornais não servem para nada, porque se assim fosse não comprava o JN regularmente. Por respeito a mim próprio, e a milhares de leitores, com algum sentido crítico, não posso afirmar que os jornais são criteriosos na informação que nos prestam. A razão, poderá dever-se ao facto de terem ao seu serviço, directores e jornalistas, de qualidade duvidosa, que a espaços se prestam a publicar notícias e artigos de opinião altamente irreflectidos. 

A capa de hoje do JN, espelha bem essa ideia. Senão, reparemos primeiro no título, manifestamente sensacionalista, "Grito de Revolta no Porto". Depois, se avaliarmos os protagonistas da suposta "revolta",  depressa chegaremos à conclusão que a notícia não pode ser para levar a sério, porque independentemente do real prestígio individual de cada um, todos estão a léguas de ser revolucionários, ou sequer simpatizantes desse tipo de manifestações. Pelo contrário, são quase todos conservadores, havendo alguns entre eles, que até ao momento, foram incapazes de colocar o poder pessoal e financeiro ao serviço, e em defesa do Norte, e são de certa maneira também responsáveis pelo declínio da região.

Mas, o que é realmente patético, é o JN tentar lançar areia para os olhos dos leitores, tentando fazer de Rui Rio aquilo que ele nunca foi, nem soube ser: um líder capaz de mobilizar, o quer que seja. O que Rui Rio agora procura, com a estranha colaboração do JN, é limpar a péssima imagem que deixou aos portuenses, talvez na vã esperança de ainda poder alcançar um espaço simpático e menos baço, na história da cidade do Porto. 

Se tivesse a mesma pontaria ao jogo, como tive, desde cedo, na avaliação das competências de Rui Rio, estava multimilionário. Nunca, mas nunca, me esquecerei do que ele disse, quando de paraquedas cá veio pousar: "Não é por berrar contra Lisboa que o Porto se afirma". Pois, não... Hoje, aí o temos desesperado, a querer lançar os holofotes sobre si. Mas será que alguém ainda o ouve, mesmo tentando gritar?

Of toppic:

Na terça-feira passada, escrevi que os notáveis deste país de fadistas, pareciam apostados em sobressair através de declarações disparatadas. Ontem, foi a vez de Miguel Sousa Tavares se exceder. Que Cavaco Silva não tem perfil para o cargo que exerce, disso parece não haver dúvidas, é um zero. Eu não gosto dele nem um pouco [espero que o Ministério Público não me processe por isso...]. Agora, eu não me chamo Miguel, não tenho Sousa Tavares na família, nem sou um "notável". De notável tenho o nome do meu avô, e a honra de ser seu neto, e já é muito. Mas se eu fosse notável,  ou vivesse para a política e não dela, teria seguramente outra postura. E não precisava de me transformar num hipócrita.

    


21 maio, 2013

Política, ou futebol? Prefiro o segundo.

Ponto 1
Da política

Já ouvimos Cavaco queixar-se da sua parca reforma, que mal lhe chega para as despesas, e ouvímo-lo a aconselhar os portugueses a emigrar [que grande estadista!]. Vimos também Passos Coelho mandar "lixar" a Democracia [que grande democrata!]. Agora, é o "regionalista assumido" Carlos Abreu Amorim, que chamou magrebinos aos benfiquistas [que grande regionalista!]... Decididamente, esta gente da política tem muita classe!



Como venho dizendo nos últimos tempos, parece que quanto maior é o estatuto das pessoas, maior é a leviandade das suas declarações.

Que diabo, se fosse um cidadão comum, que anda farto de ser enganado, e sem as responsabilidades desta gente, podia-se entender a linguagem. Até porque nós não dispomos de meios legais para nos livrarmos deles em tempo útil, e temos "vastas" razões para os maltratar. Agora, esta gentinha, com as responsabilidades que, em má hora, lhes atribuiram? 

Não é que simpatize com magrebinos, mouros, ou benfiquistas. De todo! Às vezes, eles merecem mesmo ser tratados abaixo de cão. Mas que raio, nós não temos as responsabilidades dos políticos. Estão a ver por que é que não engulo essa de ter de contribuir para o pagamento de dívidas que gente desta laia, que exerceu funções governativas e administrativas no Banco de Portugal foi incapaz de evitar? Afinal, em que poleiro se colocam eles? No nosso? Querem-se "popularizar", descer à plebe desta maneira, dando estes tristes exemplos? Se sim, então retire-se-lhes imediatamente o poder, as mordomias e os vencimentos principescos, para a igualdade ser mais completa. Ou então, deixem-nos governar a nós, com as mesmas regalias deles, que pior é impossível fazer. Esta gente anda toda louca. 

Ponto 2
Do futebol

Também não percebo as bruscas inversões no trajecto da opinião de certos adeptos. Em alguns blogues portistas, onde parece imperar a reflexão aprofundada do fenómeno futebolístico, alguns que antes quase crucificaram o treinador do FCPorto, andam agora a suplicar a sua permanência sem admitir que outros não pensem como eles. Mas, será assim tão complicado compreender o que se passa?

Pessoalmente, o que gostaria de ver reimplantado no FCPorto, além da cultura de sucesso [que essa está bem e recomenda-se], era o bom futebol. Quando digo bom futebol, naturalmente quero dizer o bom futebol possível a um clube com os recursos do FCPorto, que como sabemos não pertence a nenhum potentado alemão ou espanhol. 

O sistema de jogo de Victor Pereira privilegia a posse de bola, rouba-a ao adversário, mas nem sempre sabe o que fazer com ela. Este ano e o ano passado resultou, mas haverá alguém capaz de apostar no mesmo sistema e com os mesmos defeitos para a próxima época? Não há dúvida que Victor Pereira saiu outra vez vencedor em relação ao jogo mais corrido e espectacular do Benfica, e por isso deve ser considerado e respeitado, mas a pergunta que deixo no ar é a seguinte: não seria possível desenvolver o mesmo sistema com os mesmos resultados, mas com um futebol mais atractivo? Eu acho que sim.

À excepção de determinados jogos, com o PSG, e com o Málaga, em casa, o FCPorto produziu um futebol chato, de pára e arranca, com passes errados, para trás, não só em movimentos defensivos como de ataque [contras as normas], com força a mais ou a menos, o que só não nos causou amargos de boca porque o sector defensivo foi chegando para as encomendas. Não acredito que ninguém possa contrariar esta realidade sem o recurso à negação teimosa dos factos.

É também verdade que Victor Pereira não dispôs de um plantel muito equilibrado. Treinou praticamente com um único ponta de lança [Jackson], não teve um extremo à altura de Hulk, nem pôde contar com um Varela a 100%, que só reapareceu praticamente nas 3/4 últimas jornadas. Por isso, V. Pereira teve mérito, o seu trabalho tem sido sério. Mas, insisto, e o resto? Que razões estranhas podem explicar os defeitos atrás apontados? Serão irrelevantes em alta competição? Seria uma má condição física geral? E por quê, se o clube até foi afastado prematuramente da Taça da Liga, de Portugal e das Champions, e teve mais tempo para recuperar o grupo?

Tudo está bem, quando acaba bem, diz o ditado. Foi o que sucedeu esta época, com a conquista do título principal, mesmo sobre a meta. Mas, e se não fosse assim, o que diriam os agora apoiantes de Victor Pereira? Por tudo isto, gostaria de ser formiguinha para poder assistir aos treinos, e ser mais conclusivo. É que, tanto este ano, como na época transacta, passei-os na expectativa que essas deficiências tècnicas acabassem por ser corrigidas, mas não foram... 

Todas estas situações me levam a concluir o seguinte: se os jogadores, o plantel enfim, é bom [ainda que algo desequilibrado], é porque,  colectiva e individualmente, é competente. Então o que explicará aquela maldita tendência para parar, e passar para trás, em vez de progredir aplicando a técnica [finta] nas chamadas transacções ofensivas? Cá para mim, a explicação é a seguinte: é porque os jogadores têm medo de falhar, de fugir à rigidez do sistema de posse de bola implantado, que não privilegia muito a criatividade dos jogadores para criar rupturas. A equipa só se tornava atrevida já muito próximo da grande área adversária, mas ultimamente já só era capaz de o fazer de modo lento e previsível, facilitando assim a defesa dos oponentes. 

Esta é apenas a minha opinião, mas não encontro outra explicação. O que não quer dizer que não acredite no sistema de jogo de Victor Pereira, mas suponho que, tarde ou cedo, terá de correr sérios riscos, caso nele não contemple a rapidez, os movimentos de ataque bem definidos, com os jogadores a saberem para onde ir, e chutar com boa direcção à baliza.

Ah, vou-me repetir, mas é melhor prevenir... Gosto de ópera, mas no sítio certo. Agora, o que não sou é um adepto exclusivamente resultadista. Se o futebol se resumisse a um simples 1X2, jogava no totoloto, e deixava se calhar de o ver.

19 maio, 2013

E O FCPORTO É CAMPEÃO NACIONAL EM 3 MODALIDADES! PARABÉNS!


Futebol [0-2]

Andebol [26-23]
e Hóquei em Patins [7-3]...


Ao que chegamos...


A presença [já rotineira] da troika em Portugal, não tem trazido qualquer benefício ao todo do país , mas tem sido, sem dúvida, mais nefasta aos nortenhos, porque já estavam a ser discriminados e espoliados por sucessivos governos, bem antes de ela cá chegar.

Já o disse, e repito, para que não restem dúvidas, que me recuso a aceitar como legítimos os pagamentos ao Estado de dívidas que não contraí, nem pedi. Se, lucidamente, tivermos de responsabilizar alguém, então, só devemos apontar o nome de vários governantes e  banqueiros. Motivos e razões factuais, não faltam [BPN's e seus derivantes, etc.].

Outro dos inconvenientes, além da troika, talvez possa atribuir-se ao facto de estarmos "integrados" na União Europeia. Tenho para mim, que esses dois factores podem estar a inibir a capacidade de indignação do povo, e sobretudo das próprias instituições militarizadas [forças armadas e polícia].  Só assim se entende a "tolerância" do país para tanta malfeitoria.

Observe-se também, que desde que a troika caiu  em Portugal, nunca mais se ouviu falar de regionalização. Se dúvidas houvera da falsidade de alguns dos seus defensores "assumidos" [Carlos Abreu Amorim, é o melhor paradigma], elas foram logo dissipadas. Agora, ninguém quer saber da Regionalização para nada. A reorganização administrativa do território, deve ser das poucas reinvindicações políticas menos urgentes que se conhecem, não faltando argumentos para eternizar a sua inoportunidade... A Regionalização para os políticos tem uma única serventia: conquistar votos. Uma vez atingido o objectivo, não tocam mais no assunto. É sistemático, além de vergonhoso. Por isso, não lhes tenho respeito, por isso, me recuso a acreditar no que dizem. Agora, nem consigo ouví-los. Enojam-me! 

É claro que se vivêssemos num país de hábitos nobres, onde a justiça, a seriedade e o bom senso fizessem escola, talvez pudessemos dispensar a Regionalização, mas como não vivemos, a melhor maneira para atalhar o refinamento da Democracia é aproximar o poder do povo, logo, regionalizar. Sobre isso, nunca tive a menor dúvida.

Mas, vamos ao que interessa. Tudo o que atrás referi tem consequências terríveis na mentalidade do povo. Cada um giza as suas regras e as molda conforme o que lhe convém. Foram muitos anos de uma democracia amputada de valores, e a importação de modas e culturas decadentes,  que deram origem à actual anarquia.

A este propósito, pude ouvir ontem um antigo jogador do Benfica, de seu nome Tony, dizer perante as câmaras de televisão que achava normal incentivar com dinheiro os jogadores do Paços de Ferreira para dificultar a victória e a provável conquista do título de Campeão Nacional ao FCPorto, e fiquei abismado. Não tanto como ficaria há uns anos atrás, porque também já "habituei" os meus ouvidos a suportar o ruído produzido por um Presidente da República e um 1º Ministro a aconselharem o povo a emigrar. Portanto já nada me pode surpreender, nem mesmo as citações de Cavaco à veia católica da sua mulher e os apelos a Nossa Senhoa de Fátima... Se um dia der com eles num bacanal, terei de me conformar, em nome desta Democracia e dos novos conceitos de normalidade...

Dentro da mesma lógica, estou por perceber o que terá levado a GNR a recrutar para o jogo  em Paços de Ferreira entre a equipa local e o FCPorto - estranhamente considerado de alto risco -, 100 homens da Unidade de Intervenção de Lisboa, quando o jogo vai ser disputado no Norte... Das duas, uma: ou o Comando Nacional da GNR, não confia na capacidade e nos dispositivos das forças de segurança instaladas no Norte, e está a revelar para o exterior uma vulnerabilidade perigosa, ou então, está de má fé! Mas, estamos a falar de quê? De um jogo de futebol, entre clubes da mesma região, sem rivalidades extremas, ou de uma guerra? As forças de Lisboa serão mais fiáveis e competentes que as locais? Ou, não haverá mesmo outras? E os custos, senhores governantes da cáca, seremos nós que os temos de pagar também? Esta lógica, importada das arbitragens, onde a nomeação de um árbitro portuense para um jogo do FCPorto é considerada uma heresia, e um de Lisboa [e benfiquista] para um jogo do Benfica uma "normalidade", é outra aberração, só aceitável num país onde as elites e a Lei se transformaram num autêntico lodaçal. 
  

Cinco razões para vir ao Primavera, pela icónica Les Inrockuptibles


Porto no site Les inRocks

Primeiro foi o jornal italiano Il Manifesto, agora é o Les inRocks quem convida os seus leitores a virem até ao Porto por ocasião do Optimus Primavera Sound.

“O Primavera instala-se em Portugal para uma segunda edição. De Barcelona para o Porto, um pequeno desvio de horizonte de um festival que se advinha bom como a Primavera”, começa assim o artigo da versão online da revista Les Inrockuptibles.

A publicação francesa, dedicada a cultura e cuja edição em papel remonta a 1986, destaca os cabeças-de-cartaz do Optimus Primavera Sound, um punhado de bandas a descobrir e os grupos musicais locais. E, como quarta e quinta razões para vir ao festival, diz: “O Porto está super” e “Aprender português”.

O site destaca na programação do festival o regresso dos britânicos Blur, o psicadelismo de Grizzly Bear, o compositor de música electrónica James Blake, “os magníficos” Local Natives, e “alguns gigantes” como Dinosaur Jr., My Bloody Valentine ou até mesmo Nick Cave & The Bad Seeds. “Ufa”, diz o Les inRocks, que elogia, para além da música, “o sol, a praia e as descobertas”.

A publicação recorda o “compromisso [do Primavera] com a descoberta” e recomenda ir ouvindo no leitor de MP3 o songwriter Daughn Gibson, os neo-punk de Metz, os selvagens Savages, os românticos Wild Nothing, o house de Julio Bashmore ou a música “de perder a razão” dos Headbirds.

Sobre o Porto, o Les inRocks chama a atenção “para os prazeres da boca e dos olhos”. A região, diz o site, é “rica em vinhas que produzem o renomado vinho do Porto vinho” e na cidade vale a pena provar a francesinha e as tripas à moda do Porto. “Para os olhos”, é sugerido um passeio no centro da cidade ou ao longo do rio Douro, uma visita à “impressionante Casa da Música” ou a travessia da “magnífica Ponte D. Luís”.

A música feita em Portugal tem destaque na forma de elogio ao som dos  Dear Telephone, dos Glockenwise, dos PAUS ou dos Memória de Peixe.

Finalmente, sobre a língua portuguesa, chama-se à atenção para o facto de, com Angola, Moçambique e Brasil entre as economias emergentes, “o nosso pequeno planeta começa a descobrir a importância de aprender a língua de Fernando Pessoa”.

O artigo do site Les inRocks termina ensinando aos leitores como dizer ou perguntar determinadas coisas em português, como “bom dia”, “se faz favor”, “obrigado(a)”, “uma cerveja” e “duas, três, quatro”… até “dez cervejas”, “estou perdido(a)”, “O Damon Albarn não envelheceu um bocado?” e “beijo”.

É tomar atenção a alguns dos franceses que vão andar por aí…

[do jornal Porto24]