Foi inaugurada a Pousada do Porto, no belo Palácio do Freixo. Na qualidade de portuense, suponho que me deveria sentir feliz e até orgulhoso. A beleza da arquitectura, o insólito contraste estético entre a obra de Nasoni e a Moagem Harmonia, as vistas sobre o Douro, o luxo interior, os mais que prováveis elogios por parte dos futuros hóspedes, tudo isto deveria alegrar alguém que ama a sua cidade e se regozija com seus aspectos positivos.
E no entanto, no meu espirito, por estranho que pareça, um sentimento de tristeza sobrepõe-se aos aspectos positivos desta valorização do parque hoteleiro da cidade. Poderá ser romantismo ou ingenuidade, mas sempre vi o futuro do palácio como destinado a uma função ligada à vida autárquica ou regional. Sala de visitas para visitas ilustres da cidade ou da região, sede duma futura autarquia - que teria de chamar-se Portucale - ou duma Região chamada Galécia (Norte é ponto cardeal) ou algo similar. A sua entrega à exploração comercial, vejo-a como uma espécie de traição à cidade e à região, que só poderia ter sido concebida por alguém com espirito de guarda-livros, para quem o Deve-Haver se sobrepõe a todos os outros tipos de considerações e que portanto, na minha opinião, não tem condições para dirigir uma grande, antiga e nobre cidade como o Porto.
E no entanto, no meu espirito, por estranho que pareça, um sentimento de tristeza sobrepõe-se aos aspectos positivos desta valorização do parque hoteleiro da cidade. Poderá ser romantismo ou ingenuidade, mas sempre vi o futuro do palácio como destinado a uma função ligada à vida autárquica ou regional. Sala de visitas para visitas ilustres da cidade ou da região, sede duma futura autarquia - que teria de chamar-se Portucale - ou duma Região chamada Galécia (Norte é ponto cardeal) ou algo similar. A sua entrega à exploração comercial, vejo-a como uma espécie de traição à cidade e à região, que só poderia ter sido concebida por alguém com espirito de guarda-livros, para quem o Deve-Haver se sobrepõe a todos os outros tipos de considerações e que portanto, na minha opinião, não tem condições para dirigir uma grande, antiga e nobre cidade como o Porto.
Infelizmente está nessas funções há oito anos e prepara-se para ficar mais quatro. Se isto acontecer, teremos de o aceitar democraticamente e também concluir filosoficamente que de facto os povos têm os governos que merecem, por muito que a alma nos doa ao pensar que o declínio da cidade irá continuar, e que quanto mais fundo cair, mais custará a levantá-la de novo.