23 maio, 2008

O senhor Procurador não viu, não ouviu nem quer saber

Líder do SuperDragões queixa-se de ter sido algemado após a final da Taça e PSP diz que cumpriu a lei

Eu não sou da área senhor Procurador, mas sou capaz de dar uma preciosa ajuda a V. Exa. se o alertar para a possibilidade de se estar a praticar em Lisboa uma declarada xenofobia clubística da parte da polícia local aos adeptos do F. Clube do Porto.
Eu sei que custa a acreditar, porque "normalmente" estas coisas de vandalismos são mais hábitos de portuenses, desses energúmenos, mas olhe que é capaz de não estar a ver bem a coisa. É. Faça o favor de nos convencer da sua imparcilidade, porque nós por cá já começamos a duvidar dela, sabe. Há que ter decoro, senhor Procurador, porque nós somos tão dignos de atenção como os seus vizinhos lisboetas, ainda para mais quando já eramos portugueses antes de Lisboa existir.

É o JN ainda um jornal do Porto?

Há uns meses atrás li algures um post que inumerava instituições nortenhas consideradas de referência nacional. Aí eram citadas a Sonae, a Cin, a Rar e mais algumas, entre as quais o Jornal de Notícias. Mas será este um genuíno representante da nossa cidade? Tenho fortes dúvidas, pois tornou-se aparente uma deriva que puxa o jornal para o sul.

Na edição de ontem, duas notícias são profundamente irritantes pelo aspecto de nítida propaganda a valores sulistas.

A primeira é um artigo a duas páginas, ilustrado com numerosas fotos, com todo o aspecto de peça publicitária. Aliás já na véspera tinha sido publicada outra peça do mesmo teor. Enaltecem a Expo-98 com um tom exageradamente entusiasta, gabando todos os equipamentos criados e tentando mostrar como eles são vantajosos e agradáveis para os utilizadores (quase exclusivamente lisboetas, por certo!). É também largamente enaltecida a recuperação daquela zona ribeirinha, explicando como foi louvável e benéfica para a cidade. O título é bem elucidativo: "A herança de um evento que marcou o País". É óbvio que se trata de "cobra mandada". Querem-nos fazer engolir que o governo vá dar 400 milhões de euros para nova recuperação em Lisboa, agora na frente Cais do Sodré-Santa Apolónia, enquanto nos atira uma migalha de um milhão para a Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto. Não pretendo comentar este facto em si mesmo, aliás já muito comentado. De resto acho mesmo que nem merece comentários, tão miserável ele é. Apenas deve ser registado e nunca esquecido.

O meu propósito é outro. Como leitor do JN sinto-me profundamente insultado por esta tentativa de me atirarem areia aos olhos e quererem tomar-me por atrasado mental. E o caso é tanto mais grave quanto estou profundamente convencido de que a ordem para esta descarada decisão editorial não partiu da direcção do Porto. Isto vem com certeza do centro máximo de decisão, localizado, como é sabido, em Lisboa. Como "cesteiro que faz um cesto faz um cento" prevejo que a independência editorial do JN tenha terminado.

O segundo artigo a que me referi aparece na secção desportiva, a propósito da selecção de futebol. Os títulos não enganam ninguém: "Talentos de Alvalade dominam equipa das quinas" e depois " Leão é o rei de Portugal". Trata-se de tremendo elogio às "escolas do Sporting" que "continuam a formar talentos em série" e portanto " as garras do leão estão bem expostas na equipa das quinas". Segue-se referência à " fábrica de craques leonina" onde se formam "referências do futebol mundial".

Esta descarada e parcialíssima prosa sectária teria lugar apropriado no boletim do Sporting. No JN, nunca. Se toda a comunicação social de Lisboa nos despreza e ataca do modo mais vil o clube mais representativo da cidade, justifica-se que um jornal supostamente do Porto actue deste modo? É do domínio público que o big boss da empresa jornalística, é lagarto. Será que isto explica alguma coisa? E será que, como pergunto no título, o JN ainda é um jornal do Porto?

Os escolhos que podem afundar o referendo (2)

O grande escolho à regionalização é indiscutivelmente o prórpio governo. Os sucessivos governos não a têm querido, por muito que hipocritamente digam o contrário, ou então inventam alternativas, como a chamada reforma Relvas, para enganar os incautos. O próprio referendo de 1998 foi uma fraude, porque todos os partidos fizeram, o PS encapotadamente, tudo o que puderam no sentido de o sabotar. Outra técnica utilizada pelos governos há mais de 20 anos, é a invenção de pretextos que pretendem explicar que "naquele momento" o referendo é "inconveniente". Estou convencido que irá acontecer o mesmo em relação ao referendo prometido para a próxima legislatura. Qualquer desculpa servirá. Pode ser a crise monetária, o preço do petroleo ou o tamanho do buraco na camada de ozono.

Não me canso de lembrar que regionalizar é abdicar de poderes que hoje pertencem a um reduzido núcleo que é a essência do centralismo. Nenhum partido o fará a menos que a tal seja obrigado. Estou convencido que os nossos políticos conhecem perfeitamente as vantagens, para o país, decorrentes da regionalização ou da autonomização, mas a grande maioria deles põe em primeiro lugar os benefícios próprios, tendo chegado à conclusão que manter o status quo lhes é vantajoso. Assim como há o GQT (Governo Que Temos) há também os PQT (Políticos Que Temos).

Há outro tipo de obstáculo. A insuficiente divulgação do estatuto das regiões, dos critérios geográficos da sua divisão, do binómio regionalização-autonomização são, entre outros, obstáculos invisíveis mas reais. As pessoas não se sentirão motivas a votar se não se sentirem elucidadas. Tentarei falar disto num próximo post.

A minha alienação com o futebol é tal, que...

... o campeonato da Europa nem sequer começou e já estou enjoado.
Sinto-me sinceramente revoltado e envergonhado por ver os pategos da comunicação social de Lisboa supostamente a falarem em meu nome e em nome de muitos portugueses que não se revêem neste folclore à volta da selecção. A bajulação bacoca para com o treinador brasileiro é de uma pirosice digna de liderar qualquer ranking terceiro-mundista. Não me revejo nesta gente, este, não é o meu povo. Não pode ser.
Para além de mais, toda esta festa adiantada, esta foguetada prematura costuma dar maus resultados. Como já nem sequer se incomodam em dissimular o desrespeito que têm pelo país real , traçam com a selecção, as mesmas estratégias pretensiosas que aplicam ao Benfica assim que começa cada nova temporada: são campeões antecipados. Quando descem à terra e o verdadeiro campeonato termina, normalmente os campeões são outros... e ainda bem, digo eu.

Com a selecção, receio que o resultado final possa ser parecido. Temo mesmo, que com tanta fanfarronice nem sequer cheguemos aos quartos de final. Por isso, comigo, bandeirinhas como prognósticos, só no fim. E mesmo assim, só se estiver bem disposto.

E mudar as coisas?

A propósito da belíssima crónica do Manuel Carvalho abaixo publicada, o grande problema é que diz-se, escreve-se, protesta-se com base nas verdades mais elementares e não acontece nada. É tudo inconsequente. O Terreiro do Paço já está habituado aos nossos queixumes ou mesmo explosões justificadamente coléricas. Ri-se ou encolhe os ombros. Acham a coisa mais normal do mundo, ser o país a pagar as obras na cidade de Lisboa por ser a capital, como acharão natural que o investimento público previsto seja de 35% para Lisboa, 6% para o Porto, 5% para Braga, 4% para Aveiro. Acham a coisa mais normal do mundo encherem os ecrãs do espectro televisivo nacional com os seus problemas locais. Os seus problemas locais não são locais, são nacionais, pela razão simples de aquilo não ser um local, ser a nação. Como acharão normal que se diga que chove porque lá chove independemente de fazer sol em todo o país. O problema não é a constatação desta evidência. Nem sequer percebermos que o centralismo é o responsável primeiro pela desgraça da economia compensada pela impetuosidade do fisco, que o centralismo está a destruir este país, que todos esses usufrutuários dos desvios dos fundos nacionais para os locais dos seus interesses são autênticos autores de crimes de lesa-pátria.
O problema é como acabar com este estado de coisas! Como passar do queixume ao protesto! Do protesto ao clamor! Do clamor à vitória, salvando o país, do abismo ou do caixote de lixo para onde se dirige inexoravelmente... Nós sabemos como é. O que é preciso, é que todos o saibam também, sem ser preciso vir dizê-lo. Apenas por pensá-lo, por senti-lo e, consequente, por agir. Por agirmos, unidos por uma vez, como já não acontece há tantos anos, talvez há quase um século...

Pedro Baptista
(Blog Servir o Porto)


Lisboa e Paisagem
A concentração dos fundos do Estado e dos fundos estruturais na capital determinou a criação de uma cabeça cada vez maior que arrasta um corpo cada vez mais anémico. A velha bandeira do cavaquismo que proclamava Lisboa como a metrópole que havia de conduzir o país à Europa e ao desenvolvimento está de volta. Para o Governo, os investimentos na expansão do metro, na nova travessia do Tejo, na construção do novo aeroporto, nas prioridades de ligação do TGV ou até na mais prosaica requalificação da frente ribeirinha são absolutas prioridades nacionais que hão-de centralizar o essencial do investimento público nos próximos anos. Para alguns observadores qualificados da vida pública, como António Mega Ferreira, a opção é tão indiscutível como as vacas na Índia. Porque "os países têm de assumir que há uma cidade que é capital", o que "implica investimentos de outra dimensão". Corolário lógico: "É demagogia criticá-los.
"É verdade que muitos dos debates em torno das prioridades do investimento público estão contaminados pelo ressentimento tribal. É também verdade que muito mais importante do que discutir o destino das fatias do bolo é avaliar a importância de projectos concretos para o desenvolvimento, acreditando à partida que as obras públicas são capazes de o promover. Mas se estas premissas são verdadeiras, são-no independentemente do lugar onde será aplicado o dinheiro do Estado. O que não se pode, nem se deve, é formular uma ideologia desenvolvimentista para legitimar o excesso de concentração de gastos públicos em Lisboa e Vale do Tejo. Como aconteceu nos anos dourados de Cavaco Silva ou começa a acontecer na era da governação Sócrates. Criticar esse excesso não é "demagogia", é apenas alimentar a discussão incontornável sobre o país que podemos, ao menos, ambicionar. O que está em causa não é o facto, natural e inquestionável, de a capital receber mais investimento que as segundas ou terceiras cidades. O que importa estabelecer é o grau desse privilégio. Olhando as evidências do passado, o exagero foi evidente. A distância dos níveis de rendimento entre Lisboa e Vale do Tejo e o resto das regiões acentuou-se desde a integração europeia, apesar de a tendência ter abrandado nos últimos anos; a Comissão Europeia lembrou várias vezes que "o problema é que os fundos [estruturais] foram concentrados de forma excessiva na região de Lisboa".
E o que este processo isento de qualquer princípio de solidariedade nacional está a conseguir é a criação de um modelo de desenvolvimento que obedece mais a parâmetros do Terceiro Mundo do que de um qualquer país europeu - um relatório da ONU de 2001, World Urbanization Prospects, apontava para o facto de Lisboa poder concentrar 45 por cento da população do país em 2015. A excessiva concentração dos fundos do Estado e dos fundos estruturais na capital determinou a criação de uma cabeça cada vez maior que arrasta um corpo cada vez mais anémico. É este o país que queremos?Quando autarcas como Rui Rio ou empresários de Braga ou de Aveiro começam a recuperar as palavras de ordem de há dez anos para questionar a partição dos parcos recursos do Estado, estão a olhar pelos seus interesses naturais, mas, ao mesmo tempo, estão a dar o seu contributo para a discussão sobre os danos que os excessos do centralismo colocam ao país. Ninguém espera que por cá haja "expos" em Aveiro como vai haver em Saragoça, ninguém acredita que o Tribunal Constitucional vá para Coimbra como na Alemanha está em Karlsruhe, ninguém pensa que será o Estado a resolver os problemas que a concorrência mundial coloca à indústria do Norte ou a desertificação aos dois terços do território do interior.
O que se discute é se a frente de obras da ribeira do Tejo é um projecto de interesse nacional capaz de justificar que todos os contribuintes do país as paguem, em vez da Câmara de Lisboa.Claro que é, como todas as requalificações de frentes ribeirinhas de Melgaço a Vila Real de Santo António.Só que para essas não há ajudas do Governo.
Manuel Carvalho
(Público)

21 maio, 2008

Declarações irresponsáveis

Quando alguém com responsabilidades de Procurador Geral da República como é o caso do senhor Pinto Monteiro, *argumenta num debate promovido pela Associação dos Antigos Alunos da Universidade Lusíada, que há interesse público legítimo noticiar certos factos sem exigir a quem os divulga o máximo rigor e seriedade, está - talvez por profunda e lamentável ignorância - a sugerir que certo jornalismo que por Lisboa se faz, seja mais leviano e pasquineiro do que já é.
Está de certo modo, a estimular os profissionais da difamação a prosseguirem na senda da perseguição e da caça às bruxas daqueles que não correspondam às suas "simpatias".
Se este senhor, em vez de Pinto Monteiro se chamasse Pinto da Costa, não tenhámos dúvidas, já estava preso. E é a homens (e mulheres) deste calibre que se entrega a melindrosa tarefa de investigar a criminalidade em Portugal. Bonito. Mas, o que vai ser deste país, meus senhores?
Decididamente, este é o Procurador Geral mais incompetente e irresponsável que Portugal já teve, até hoje.

*("não se pode exigir uma certeza absoluta aos jornalistas porque senão não há notícias").

Foram estas as declarações do Sr. Procurador. É caso para perguntarmos: terá o senhor Procurador acções de alguma empresa de notícias?

O despertar tardio de Rui Rio

Apesar de não ter passado a usar óculos, nem ter sido operado às cataratas, Rui Rio passou, de repente, a ver melhor. Descobriu que o Governo Sócrates concentra os grandes investimentos públicos na região de Lisboa e faz vista grossa ao Norte.
“O país discutiu o novo aeroporto, depois começou a discutir-se a nova travessia sobre o Tejo, antes tínhamos discutido o TGV e em particular a ligação Lisboa-Madrid, e agora temos a frente ribeirinha com mais 400 milhões de euros”, declarou o presidente da Câmara do Porto.
Foi a frente ribeirinha, que Sócrates quer que seja a obra emblemática do seu consulado, que fez acordar Rio, que não leva bem que o Turismo de Portugal contribua com 70 milhões de euros para esta empreitada.
“Quantos anos são necessários para o Turismo de Portugal dar 70 milhões ao Porto? Se calhar 70 anos”, ironizou.
Rio acordou tarde, Mas, como diz o povo, mais vale tarde do que nunca. Qualquer ainda o apanhamos a fumar (não num local proibido, como o outro, porque o autarca é um cidadão cumpridor da lei), a defender a Regionalização e a frequentar o Estádio do Dragão.
Para o ano há eleições autárquicas.

Jorge Fiel
(Bússola)

"Os números não enganam"

Para recolocar uma velha discussão no seu devido lugar aqui vai, segundo o Site Futebol Finance, o verdadeiro nº de adeptos que os clubes portugueses têm. Como sabem, futebol não é apenas o conjunto de pessoas que se reúnem nos estádios para assistir a um jogo: além das óbvias conotações políticas em volta dos clubes símbolo, também há muita economia e negócio. E neste campo a cidade do Porto tem um enorme potencial que continua a ser teimosamente ignorado pela Câmara.
Até quando Rui Rio vai continuar a fazer o papel do ‘pateta útil’ dos interesses do centralismo futebolístico?

PORTUGAL - Liga Portuguesa de Futebol Profissional, 2003*:

1. Benfica - 4,1 milhões (38,8%)
2. Porto - 2,6 milhões (24,4%)
3. Sporting - 2,1 milhões (20,2%)

E também o nº total de espectadores na última Bwin Liga:
Porto 579.481
Benfica 563.368
Sporting 440.712
4º V.Guimarães 293.671
Braga 234.211
Académica 103.087

* Sendo estes números de 2003, é provável que o FC Porto tenha até melhorado ainda mais o seu desempenho no que toca à popularidade.

Publicado na Baixa do Porto
por António Alves

Venham mais vozes

Há analistas políticos que, provavelmente também por terem sido ou ainda serem políticos, têm uma condescendência para com os seus pares de tal forma inadequada ao grau de exigência cívica face à actualidade regional e nacional, que por vezes toca as raias da ingenuidade.
Leio sempre com interesse e respeito as opiniões do Arqº. Gomes Fernandes, algumas das quais já aqui publiquei com prazer e não quero crer que haja da sua parte qualquer espécie de proteccionismo para com a classe política pela qual também já passou com muita dignidade e empenho.
Deste interessante artigo, intitulado "Venham mais vozes", e com o qual estou 99% de acordo, extrairei apenas alguns dos parágrafos correspondentes à micro-percentagem da minha divergência, mas ainda assim relevante.
Dois exemplos:
"andou bem Francisco Assis, primeiro vereador do PS na Câmara do Porto, ao vir lembrar ao Governo, do seu Partido, que a cidade pela qual foi eleito para essa função, também tem uma frente ribeirinha para tratar e um projecto orientador para o efeito".
"Goste-se ou não de Rui Rio ele tem sido um voz inconformada com a situação subalterna a que o Governo tem remetido o Porto em relação a Lisboa, veja-se o arrastamento da segunda fase do Metro, a indecisão sobre a questão do aeroporto Sá Carneiro, o tempo que demorou a "montar" a SRU, a falta da Autoridade Metropolitana de Transportes e outras pequenas questões avulsas mas que, tudo somado reflectem uma atitude mental e política que não deveria ser denunciada só pelo presidente da Câmara portuense e por figuras da sociedade civil fora dos partidos".
Estes dois exemplos corporizados por duas figuras de partidos e cargos diferentes têm um aspecto em comum: ambos padecem de um confrangedor défice de afirmação.
Se Francisco Assis "agiu bem" por avançar com a ideia de solicitar ao Governo a recuperação e reabilitação da frente ribeirinha do Douro, agiu mal pelo timing e pela capacidade de se fazer ouvir. Não é compreensível para a população portuense que a oposição se limite a apresentar esporádicos fogachos reivindicativos. Os dirigentes regionais do Partido Socialista têm-se comportado como autênticos carreiristas políticos acomodados com a situação do Porto. Carlos Lage e Renato Sampaio são figuras com demasiadas responsabilidades mas sem qualquer acção verdadeiramente positiva e influente para a cidade. Estão com o Governo, não estão com o país e muito menos com a região. São essas, evidentemente, as suas opções. Não vale a pena dissecar mais, são cartas nulas.
Com Rui Rio, a coisa piora. Porque é Presidente da Câmara, e da "voz inconformada", caro arquitecto, só tem uma brisa, tão leve que nem chega a sair das paredes dos Paços do Concelho, e isso, está bastante longe de traduzir inconformismo. Ele pretende chegar a 1º. Ministro e não quer nem lhe interessa, levantar ondas mesmo com um Governo de um partido da oposição.
De vez em quando os adultos portam-se como crianças, quando deviam aprender com elas para poderem crescer. As traquinices e pequenas chantagens que as crianças usam com os pais quando contrariadas podem resolver-se pontualmente com um simples olhar reprovador, mas é uma falsidade afirmarmos que não tivemos um dia de elevar a voz para que elas nos levassem a sério.
É com essa falsa teoria que Rui Rio se quer impor. Falando baixinho para não incomodar e deixar dormir a criança, que tem nome de Governo.

20 maio, 2008

O Português da Galiza

Milhares de manifestantes percorreram ontem as ruas de Santiago de Compostela, na Galiza, em defesa da língua galega, criticando a alegada tentativa estatal de impor o uso do castelhano naquela região autónoma espanhola. Sob o lema "Pelo direito de vivermos em Galego", os manifestantes, cerca de 25 mil de acordo com a organização, não temeram o fim de manhã chuvoso e responderam ao apelo lançado pela Mesa pela Normalização Linguística.
Tanto o presidente desta instituição, Carlos Callón, como o vice-presidente da Xunta da Galícia (a autarquia local), Anxo Quintana, classificaram esta marcha como histórica. "O que nós exigimos, acima de tudo, é o reconhecimento da condição internacional da nossa língua, que é falada por centenas de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, como é o caso dos galegos, quer como língua oficial de oito Estados", disse, Alexandre Banhos Campo, um dos principais mentores desta manifestação, citado pela agência Lusa. "A nossa língua não é regional nem dialectal, mas sim internacional. O galego é o português da Galiza, e o que nós queremos é que o galego se confunda com o português, mantendo, obviamente, as suas especificidades próprias", acrescentou.
O castelhano e o galego são línguas oficiais de Espanha, mas em 2004 foi aprovado o chamado Plano de Normalização Linguística, a que Alexandre Campo prefere chamar "plano de substituição linguística". "O que nós assistimos é a uma brutal imposição do castelhano em tudo quanto é serviço público, para tornar o galego desnecessário ", realçou.
Os dados estatísticos mais recentes indicam que 90% dos galegos com mais de 65 anos falam português da Galiza, mas essa percentagem é muito reduzida entre os que têm menos de 20 anos. Para inverter esta tendência, os participantes nesta manifestação exigiram também a tomada de medidas para a recepção das rádios e televisões na Galiza, conforme proposta já aprovada no Parlamento espanhol
JOÃO ABREU MIRANDA / LUSA (JN)
19.05.2008
De Lisboa, o Govêrno empenha-se em criar a discórdia e o divisionismo, na Galiza aproximam-se e reivindicam a língua portuguesa. Não era mais fácil para ambos decidirem em que país querem ficar?

Manoel de Oliveira

Talvez mais do que o próprio visado, faço questão de realçar que é um homem do Porto, o cineasta mais idoso do mundo (velhos são os trapos) ontem homenageado em Cannes. Por razões óbvias, teve de montar casa no estrangeiro próximo, num país chamado Lisboa que a par de Taiwan ainda não foi reconhecido pelas Nações Unidas.

Salvaguardadas as devidas diferenças, está um pouco para o cinema como Pinto da Costa está para o futebol. Cada um na sua área, são os melhores. Por justiça e por factos. E ambos são do Porto.


Lá fora, são-lhes reconhecidos os méritos. Por cá, refinam-se as invejas do costume, tenta-se minimizar o êxito dos melhores ao mesmo tempo que se promove e enaltece os medíocres. Como no futebol...


Nem sempre o que é comercial é bom, e porque é essa a bitola que rege erradamente a qualidade, há quem se aproveite desse conceito ilusório para acinzentar as qualidades dos que saem do padrão ordinário. À imagem do realizador sueco Ingmar Bergman, Manoel de Oliveira foge aos padrões bélico-pornográficos de Wollyood, mas a verdade é que - sem presunção de fingido intelectual -, gostava muito de ver os seus filmes. Faz todo o sentido a expressão de Jean Luc Godard sobre este cineasta, quando disse : "o cinema não é um ofício, é uma arte!"
Parabéns portanto a Manoel Oliveira, pelos seus produtivos e tenros 100 anos de vida.

Sr. Pacheco Pereira, há promiscuidade na Câmara de Lisboa?

Como devem saber, a SIC Notícias costuma transmitir às quartas-feiras a "Quadratura do Círculo". com Lobo Xavier, o intelectualóide Pacheco Pereira e - agora - o caloiro António Costa.

Recomendo portanto que amanhã, dêem uma olhadela ao programa (não que ele sirva para algo de relevante), para verem se Pacheco Pereira vai ou não fazer qualquer referência à tal promiscuidade entre a política e futebol que tão mal estar lhe provocava quando o FCPorto festejava na Câmara as suas vitórias.


Pode até ser que me engane, mas palpita-me que se vai esquecer...

19 maio, 2008

O Dia Seguinte da SIC

Não resisto, é impossível deixar de observar a baixeza de carácter e desonestidade intelectual dos opositores do Dr. Guilherme Aguiar no programa "O dia seguinte", na SIC.
Aquele belo exemplar, modelo perfeito dos políticos que aqui gosto de "enaltecer", de seu nome Fernando Seara, Presidente da Câmara de Sintra (vejam bem), é o tipo de figura mais repugnante que alguma vez conheci. Intriguista, desonesto, mexeriqueiro, cobarde, não consegue perder uma oportunidade para destilar o veneno que lhe corre nas veias.
No programa em questão, não deixou de se colar ao outro faccioso centralista Dias Ferreira, de lhe piscar o olho num acto descarado de cumplicidade abjecta, com risinhos cínicos e as habituais interrupções às intervenções de Guilherme Aguiar.
Bem, para mim não são estas peças que me surpreendem. Todo o lixo cheira mal e este não foge à regra, por isso rejeito-o. O que me surpreende é a paciência de Job de José Guilherme Aguiar para se manter naquele ambiente, onde o ódio e a má fé chegam a ser sufocantes.
Haja dignidade, senhor Guilherme, saia-me já desse alcouce e deixe esses gajos a falar sózinhos!

As falsas ofensas

Quando se constatam (o que, está sempre a acontecer), factos tão obscenos como este, pedir aos cidadãos sacrifícios e toda a sorte de deferências não é querer ser-se mais papista que o Papa? Não é, revelar uma incomensurável ausência de sentido de Estado? Que reacção podem esperar do povo os representantes do Govêrno que assim procedem? Respeito? Compreensão? Simpatia?
A Sra. Dra. Manuela Ferreira Leite bem tentou, em entrevista à SIC Notícias, demarcar-se da concorrência partidária (interna e externa), procurando, à sua maneira, convencer-nos que é pessoa mais credível. Nestas coisas, como sabemos, os jornalistas só mostram as unhas com perguntas pertinentes quando estão perante alguém que já foi pública e previamente julgada por algo que ainda não se sabe se efectivamente fez, ou quando o entrevistado não corresponde aos seus cânones de preferência política, social e clubística. Há mais, mas Alberto J. Jardim e Pinto da Costa, são apenas dois exemplos suficientemente convincentes do que acabo de dizer.
Daí que, quando a Dra. Manuela andava ali às voltas, a tentar não chamar mentirosos aos seus colegas de profissão (políticos), alegando que ela não era como outros que prometim e depois não cumpriam, a jornalista não soube tirar partido do filão que inopinadamente a entrevistada lhe tinha oferecido para explorar e dissecar até à última réstea de resistência a simulação. Até os jornalistas são coniventes com o poder, quando lhes convém.
Se consultarmos um bom dicionário ou uma enciclopédia, todos sabemos que é apenas aí que podemos encontrar a descrição rigorosa do significado das palavras e é com base nela que devemos aferir as nossas opiniões, jamais em quem as manipula.
Na Diciopédia de 2007, da Porto Editora, podemos verificar que a palavra insultar, é um verbo transitivo que significa injuriar, ofender e ultrajar. Do adjectivo/substantivo impostor, apuramos que tem vários sinónimos, como: embusteiro, charlatão, mentiroso, vaidoso, hipócrita, caluniador, propagandista de falsas doutrinas. E, chega.
Já abordei de outra forma e noutra altura esta questão, mas volto à carga, porque nunca é demais fazê-lo. Os senhores ministros e quejandos adoram argumentar com a palavra-chave demagogia, quando são confrontados com simples questões como estas, mas para as quais não encontram resposta, porque a única aceitável seria terem de admitir que são de facto mentirosos. Ora tal, não é propriamente prestigiante para a classe. Por isso, repudiam-na, não por ser afrontosa - porque podem bem com o fardo -, mas por revelar uma realidade com a qual não gostam de conviver. Eles detêm o Poder e acham que ele lhes confere tudo, até a honra. Outra ilusão, porque o Poder não dá nada disso. Se a honra não existir antes de beneficiarem do Poder, depois, só pode corromper.
Decorre desta realidade a maior demagogia que alguma vez se pode praticar, que é a possibilidade de permitir às "autoridades democráticas" incriminar um cidadão comum por difamação ou injúria, só por eventualmente se atrever a dizer, cara a cara, nas barbas de algum político aquilo que ele muitas vezes é: um impostor.
Contudo, o cidadão não ofendeu, limitou-se a falar verdade. Pergunta que se impõe: será isto democracia, ou um problema de fonética? Hipocrisia, quem sabe.

SOBRE A VITÓRIA DO SPORTING NA TAÇA DE LISBOA

Ponto 1

Não foi exclusivamente por causa da arbitragem, caseiríssima, do árbitro, que o Futebol Clube do Porto não ganhou a Taça de Lisboa.
Ponto 2


As duas dezenas de pontos de vantagem do FCP em relação ao 2º.classificado são um argumento de peso a favor de Jesualdo Ferreira, mas nem por isso devo deixar de dizer que esteve mal neste jogo. "Peças" mal arrumadas, como a colocação de João Paulo a lateral esquerdo sem qualquer rotina do lugar, e a falta de autoridade em relação a certos jogadores como Quaresma e Bosingwa. Este último não pôde jogar (estranha-se as exigências do Chelsea), mas, Quaresma, à imagem do que fez muitas vezes durante este campeonato esteve completamente invisível e Jesualdo não teve coragem para o substituir. Foi menos uma peça na equipa, mesmo quando o FCPorto ainda jogava com onze jogadores. O notório cansaço de um número significativo de jogadores denotou alguma dificuldade para gerir e mentalizar o plantel para um desafio decisivo como este. Esteve mal, nas substituições. Manteve Quaresma, mas substitui Mariano Gonzalez que estava a par de Nuno a ser o melhor jogador em campo. Fez entrar Tarik tardiamente, já quando pouco podia fazer-se. Enfim, Jesualdo não esteve bem nesta final.
Ponto 3
Escrevi no ponto 1 que não foi por causa da arbitragem que o Porto perdeu. Como expliquei a equipa não esteve ao seu melhor, mas isso não implica que o árbitro não tenha tido influência no resultado. Teve e muita. Apesar disso, devo dar os parabéns ao Sporting que esteve quase sempre melhor. Apesar disso, faço questão de lembrar aos monges da "verdade desportiva" que frequentemente o Futebol Clube do Porto também tem razões para se queixar da parcialidade de algumas arbitragens e nem por isso precisa de mover campanhas difamatórias para parir processos e inventar sistemas. O nosso sistema é outro, é económico e cada vez menos social. Se lhe juntarmos esta aberração política chamada centralismo temos um país de merda.
PS-Tenho sérias dúvidas que o FCP consiga vender Quaresma pelo valor da cláusula dos 40 milhões de euoros ou (como PdC ironiza, mais euro, menos euro). Suponho que vamos ter mesmo de ficar com ele para a próxima época. A não ser que o FCP baixe a fasquia para metade. Mesmo assim, a ser tão intermitente como foi (sobretudo esta época), duvido que Quaresma se aguente muito tempo num clube de top. Lá fora não querem génios em part-time.

18 maio, 2008

Luís Filipe Vieira, o gangster protegido do regime!

Esta notícia saiu na última página do JN de ontem e por esquecimento não lhe fiz referência.


Imaginem se a mesma ocorrência (que é já habitual com o Presidente do Benfica) tivesse outros protagonistas, de outras regiões e de outros clubes? Lá bem longe, nos confins das serranias transmontanas até ao alentejo profundo, não havia guardador de rebanhos que já não conhecesse a história de cor e salteado.



Por favor senhores amigos dos bons costumes, quando resolverem dar opinião sobre a matéria não se esqueçam de dar provas de isenção e denunciar também estas poucas-vergonhas.


O Porto não precisa para nada de mais PACHECOS PEREIRAS ! Um já chega. Não para usar, mas para deitar fora...

AVISO À NAVEGAÇÃO


Para quem tenha intenção de ver pela televisão (SIC) o final da Taça de Portugal, aqui vai um bom conselho:

Ponham algodão nos ouvidos ou cortem simplesmente o som.
Garanto que imparcialidade por parte dos comentadores da casa, é coisa que não irão ter.

Em alternativa, se não quiserem abdicar do som, façam de conta que estamos no tempo do Salazar... Talvez seja a atitude correcta.