20 maio, 2008

Manoel de Oliveira

Talvez mais do que o próprio visado, faço questão de realçar que é um homem do Porto, o cineasta mais idoso do mundo (velhos são os trapos) ontem homenageado em Cannes. Por razões óbvias, teve de montar casa no estrangeiro próximo, num país chamado Lisboa que a par de Taiwan ainda não foi reconhecido pelas Nações Unidas.

Salvaguardadas as devidas diferenças, está um pouco para o cinema como Pinto da Costa está para o futebol. Cada um na sua área, são os melhores. Por justiça e por factos. E ambos são do Porto.


Lá fora, são-lhes reconhecidos os méritos. Por cá, refinam-se as invejas do costume, tenta-se minimizar o êxito dos melhores ao mesmo tempo que se promove e enaltece os medíocres. Como no futebol...


Nem sempre o que é comercial é bom, e porque é essa a bitola que rege erradamente a qualidade, há quem se aproveite desse conceito ilusório para acinzentar as qualidades dos que saem do padrão ordinário. À imagem do realizador sueco Ingmar Bergman, Manoel de Oliveira foge aos padrões bélico-pornográficos de Wollyood, mas a verdade é que - sem presunção de fingido intelectual -, gostava muito de ver os seus filmes. Faz todo o sentido a expressão de Jean Luc Godard sobre este cineasta, quando disse : "o cinema não é um ofício, é uma arte!"
Parabéns portanto a Manoel Oliveira, pelos seus produtivos e tenros 100 anos de vida.

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