17 abril, 2010

Lilás e azul dragão

Lilás

Um pouco de
Azul Dragão e,
Vermelho na mão
Chegaremos ao tom
Predileto do coração.
Lilás é “a” cor...
Evoca o perfume
Da infância,
Relembra um amor...
Roxo, Lilás, Lavanda,
Espalhada pelos campos
E pelas varandas;
Em meus cabelos,
Perfumada guirlanda.

neli araujo
2010

16 abril, 2010

Mais uma pérola de Sócrates

Clique sobre o título do post e leia. 

Assim se mede o nível dos "lideres"...

Leo Ferré, para quem gostar...




...eu, gosto.

Bom fim de semana!

Corridas Red Bull e da Boavista deram prejuízo

Sem ironia, neste momento, gostava muito de saber se os simpatizantes da política camarária de Rui Rio continuam a depositar-lhe a mesma confiança. É que, depois de tanta apatia, de tanta inércia, de tanta falta de ideias para reabilitar a nossa cidade, talvez seja chegado o momento para perceberem que as competências de um líder autárquico não começam e terminam na sua seriedade. É importante, fundamental, mesmo, mas está longe de ser suficiente.

É que, pelos vistos, já nem as corridas de aviões e  automóveis lhe valem. Segundo notícias do jornal Público, a Porto Lazer não foi capaz de gerar lucros com essas iniciativas, teve mesmo um prejuízo superior a 1,2 milhões de euros! Poderá dizer-se que o comércio local não tenha a mesma opinião, porque sempre "enche" um pouco mais os cofres no prazo de duração desses espectáculos, mas para um Presidente que tanto se reclamou de rigoroso com as contas parece-me algo contraditório...

O projecto do mercado do Bolhão continua a não passar de uma notícia virtual. Tanto tempo, tanta indecisão! Bolas, senhor Rui Rio, veja lá se antes de acabar o seu último mandato consegue deixar a cidade com obra que se preze! Esqueça os pópós e o Filipe Lá féria! Há coisas mais importantes!

14 abril, 2010

Esperança ou cepticismo?

Nuvens negras toldam os céus e os horizontes de Portugal. A 3ª República, se não bateu ainda no fundo, para lá caminha. Os políticos,que seriam supostos serem os timoneiros que conduziriam a nossa nau para águas mais tranquilas, têm feito todos os possíveis para se desacreditarem perante a nação, e verdade se diga que o têm conseguido. Nestas condições a eleição do líder de um dos partidos com peso suficiente para ser governo no futuro, do mesmo modo que já foi governo no passado, é um facto relevante para todos os portugueses, sejam ou não simpatizantes desse partido.

Será Pedro Passos Coelho uma lufada de ar fresco no panorama político, ou será "mais do mesmo"? Ninguém sabe, mas a esperança que nunca se deveria perder, levar-me-ia para a primeira hipótese. Por outro lado, a experiência do passado, e até mesmo o receio de nova desilusão, far-me-ia pender para a segunda. Em balanço, inclino-me para o lado da esperança. Vejo sinais positivos. Trata-se de alguém que não pertence ao aparelho do partido,aquele conjunto dos denominados "barões" que mais me apetece chamar de capos, à moda da Camorra. Depois, agrada-me a sua ideia de mexer o mais rapidamente possível na Constituição, esse monstro mal parido nos conturbados tempos do PREC. Se conseguir, como parece pretender, reformar as leis eleitorais, instituindo círculos uninominais ou o voto preferencial em substituição do vicioso sistema actual, um enorme passo em frente seria dado. Alterar o sistema de nomeação dos presidentes das Entidades Reguladoras, e também do Procurador Geral da República, parecem boas ideias. Acabar com golden shares e outras promiscuidades, também. Chegará um dia a autorização dos partidos chamados regionais?

Se é verdade que me agradam as ideias reformistas de PPC, as suas reticências (para não dizer oposição) à regionalização, deixam-me "de pé atrás". A regionalização é urgente, e a médio prazo é um dos medicamentos que o país necessita para se restabelecer. Pessoalmente só aceitaria o seu adiamento, por dois ou três anos, numa condição. Que o governo se comprometesse a alterar imediatamente o modelo económico vigente, que centraliza a maior parte dos recursos financeiros e humanos na região da capital, deste modo exercendo uma verdadeira acção colonizadora sobre os portugueses que ali não vivem. A resultante divisão em portugueses de primeira e portugueses de segunda, é intolerável. No dia em que esta dicotomia termine, poderá então todo o país encher-se de esperança. Até lá, com PPC ou com outro, vamos andando e vamos vendo!

12 abril, 2010

Ah grande Cidinha, por cá só há Cinhas e jardins...

Pedro Passos Coelho, Regionalização e Rendimento Mínimo

A minha opinião pessoal sobre a qualidade do actual regime democrático, não obedece a vínculos de filiação político-partidários, estou portanto à vontade para dizer o que penso sem papas na língua.
Antecipo-me assim a qualquer eventual comentário nessa direcção, para reafirmar a minha absoluta independência ideológica e profunda descrença no sistema vigente. Isto não quer dizer propriamente que tenha criado anti-corpos contra alguém com ideias novas [bem pelo contrário], mesmo que esse alguém venha da classe política, mas, devo confessar, que não estou mais disposto a conceder o benefício da dúvida a quem as apresente, dado ter atingido o ponto crítico de não retorno que manda primeiro ver, para crer. Estou nessa. Prefiro correr o risco de ser acusado de me refugiar atrás da abstenção, do que contribuir com o meu voto para a manutenção da mediocridade governativa do país e para quem, à custa disso, enriquece despudoradamente. Nessa, não quero estar. Por conseguinte, senhores políticos, se me estiverem a ler, já sabem, por mim V. Exas. não têm futuro. Terão direito a um lugar ao sol da minha consideração, a partir do dia que substituam os bons discursos por boas acções. Essa terá de ser a vossa rotina de vida.
Pela enésima vez, logo após a eleição de um Presidente político-partidário, não fiquei nada entusiasmado com o discurso de apresentação aos militantes. Pedro Passos Coelho não fugiu à regra, mostrando os primeiros sinais de conservadorismo ideológico como novo líder do PSD. Entre o discurso de circunstância, com remendos e panos quentes sobre rivalidades antigas, e de aparente reconciliação/união entre a família social democrata, Pedro Passos Coelho resvalou para os medos costumeiros dos líderes que o antecederam.
Primeiro, apontou para a criação de um região-piloto no Algarve [onde poderia ser senão ali?] para "testar" a Regionalização, e a seguir não resistiu à não solução de querer rever a Constiuição. Não podia ser mais contraditório. Primeiro, porque caiu na mesma palermice que impediu Portugal de criar regiões administrativas com a revisão constitucional que de lá as retirou e cujas consequências continuamos hoje a pagar. Segundo, porque escolheu o Allgarve, precisamente a região que mais tem beneficiado com apoios do Estado para estagiar o processo de Regionalização! Coerente, sem dúvida!
Depois, teve o fraco gosto de emitar o dançarino e submarineiro* Paulo Portas, apontando armas para os subsídio-dependentes como se os males de desgovernabilidade do país estivessem todos concentrados nesses infelizes! Para além da ausência de ideias substanciais, os candidatos a 1ºs. ministros revelam uma noção completamente distorcida da realidade. Primeiro, porque cometem um equívoco repetido quando argumentam - generalizando - que os beneficiários dos apoios sociais devem retribuir com serviço público à comunidade, o esforço que os "outros" contribuintes fazem como se os beneficiários não fossem [ou tivessem sido] eles próprios, contribuintes. Partem do princípio que quem recebe apoios nunca trabalhou nem descontou para a Segurança Social, o que é altamente injusto e irresponsável. Depois, não são capazes de apresentar alternativas aceitáveis para esses casos, ou, quando as apresentam raramente as concretizam. Já todos nos esquecemos daquela promessa deste governo que garantia estabelecer protocolos de colaboração entre empresas e desempregados de longa duração, com benefícios ou isenções fiscais para os empregadores.
O resultado é o que se vê: precaridade acentuada do emprego e mais desemprego. Agora, com estas ideias iluminadas copiadas a PPortas, PPassos Coelho prepara-se - caso venha a ser 1º.Ministro -, para gerar novos focos de oportunismo no empresariado português, que, salvo raras excepções, pauta por não gozar de grande reputação. O que vamos assistir, é a mais exploração de carne humana. Não falta quem já esteja a esfregar as mãos de contente para através dos miseráveis beneficiários do rendimento mínimo, terem quem trabalhe de borla!
Que a Segurança Social deve fiscalizar [mas se calhar não o faz] os abusos, de todos os casos de pessoas que nunca desenvolveram qualquer actividade profissional, nem descontaram impostos sociais dos seus salários, isso deve . Tem de o fazer. O que não fica bem, a um putativo candidato a 1º. Ministro e é de um populismo vergonhosamente elistista , é apertar o cerco a quem passa pelas maiores dificuldades com uma agressividade que não usa com os grandes ladrões da economia nacional e profissionais de off-shores, como certos administradores bancários que todos conhecemos, alguns deles seus correligionários! Haja ética e respeito pela inteligência dos cidadãos é o primeiro dos princípios para merecer credibilidade. Este discurso de P.P. Coelho foram os primeiros tiros nos pés. Aguardemos pelos próximos, porque pela amostra, também este candidato a altos vôos é um mau atirador.

*esta palavra tem direitos de autor, é minha. Vem do adj.submarino e significa: negociante de embarcações sub-aquáticas

11 abril, 2010

A Baixa do Porto

Os portugueses viciaram-se em centros comerciais, e deixaram de frequentar os centros das suas cidades. Os portuenses estão incluídos nesta apreciação e eu também estou. Para me redimir desta tendência, ontem, dia de sol bonito, resolvi ir à Baixa.

Os grafitti continuam soberanamente, perante a indiferença municipal, a emporcalhar a cidade. Ruas pedonais, como Sta. Catarina ou Sto. Ildefonso, continuam a ter trânsito automóvel e a servir para estacionamento. Obviamente a CMP revela incapacidade em resolver não só este problema, como o dos horários das cargas e descargas dos estabelecimentos comerciais. A praça da Batalha continua a pedir uma correcção aos trabalhos da Porto 2001, mas não deixa de estar agradável. O velho Águia D'Ouro ( quantas coboiadas vi naquele cinema!) está em obras para ser transformado em hotel, mas a sua fachada será preservada. O relógio do edifício do ex-Café Palladium, agora Fnac, continua a dar horas acompanhadas pela música dos sininhos, mas pareceu-me que as figuras que aparecem, estão com um qualquer problema de mobilidade. Imensa gente de nariz no ar, gozava o espectáculo, e muitos tiravam fotografias. Na realidade nota-se que os turistas são muitos, e numerosos autocarros, daqueles de deck superior desoberto, circulam cheios deles que, por pouco que gastem, representam actividade para vários sectores da economia da cidade. A base da Ryanair no Porto, tem com certeza influência nisso. Valeu a pena o combate travado por todos aqueles que lutaram contra a decisão do governo centralista, que se opunha à criação desta base no ASC.

Mais abaixo, verifico que o Il Café di Roma, junto à Brasileira, está fechado, dizem que para obras. Será? E a velha Regaleira também está fechada, sem que apresentem explicação. Será o fim? Há muitos, muitos anos quantos fabulosos pregos de lombo autêntico, ali comi! Parece que a Regaleira foi também o berço da inimitável francesinha, mas não me apercebi disso enquanto cliente. Para compensar, ali naquele mesmo troço inicial do Bonjardim, o Rei dos Queijos continua firme, cheio de coisas boas que não apenas queijos. Ao olhar para o idoso proprietário, atarefado atrás do balcão, pergunto-me se ele terá alguém que garanta a continuidade do estabelecimento, que faz parte da memória colectiva da cidade e como tal deve ser preservado.

Um pouco mais abaixo, a travessa dos Congregados continua a ser ninho de casas de comida, agora aumentado por um novo restaurante de aspecto agradável, com ementas de preços fixos a evitar surpresas desagradáveis. Não entrei, experimento numa próxima vez. Na Praça, nova surpresa: o Embaixador está de portas fechadas. Em compensação o McDonalds ( o "meu" antigo Imperial cuja sacristia tanto frequentei) continua cheio. Do outro lado da Praça gostei de ver as agradáveis esplanadas, desde a tradicional Sá Reis até a um novo restaurante de comida ligeira (onde almoçámos a contento e por pouco dinheiro) situado no edifício onde os mais velhos se lembrarão que existiam os telefones da TLP.

Feito o balanço, gostei da "excursão". Penso repetir em breve e recomendo que o façam também.