
24 outubro, 2009
O Governo menor

23 outubro, 2009
O Plano
Mas se este aspecto da teoria centralista não funcionou, o outro, o da "secagem" do país, corre às mil maravilhas. Olhando com atenção para trás verifica-se que há um plano minuciosamente elaborado e rigorosamente cumprido no sentido de o fazer resultar. Certas perguntas que se fazem ("isto é assim porquê?") tem uma explicação lógica e coerente à luz da implementação do princípio centralista. Tomemos alguns exemplos.
Partidos regionais - foram proibidos pela Constituição de 75, alegadamente para evitar uma pulverização de partidos políticos que poderia ser prejudicial naquela fase da jovem democracia. Este perigo desapareceu, mas a proibição mantém-se.
Círculos eleitorais - permitem a existência dos deputados paraquedistas, uma maneira de distribuir benesses e manter os beneficiados "na mão". Por isso, aos círculos uninominais que tornariam este tipo de corrupção menos viável, foram apontados "defeitos" que na prática inviabilizaram a sua adopção.
Deputados "nacionais" - a Constituição determina que, ao entrar na Assembleia da República, os deputados perdem a sua matriz regional (distrital) e passam a ser "nacionais", desde logo ficando condicionados no grau de liberdade inerente às suas intervenções e decisões, evitando-se assim questões ligadas à defesa do interesse das suas regiões.
Criação de regiões administrativas - impensável na lógica centralista, por corresponder a um movimento centrífugo do poder. A Constituição de 75 tinha um grave "erro" que era necessário emendar. Com efeito as Regiões eram estabelecidas praticamente sem qualquer formalidade, apenas porque a Constituição determinava a sua existência. Por isso, em posterior revisão, foi introduzida a obrigação de serem referendadas, com a dupla salvaguarda de que:
a - o resultado dos referendo só são vinculativos se tiverem votado mais de 50% dos inscritos.
b - a implementação das Regiões tem de ser efectuada simultaneamente, o que na prática significa que se houver uma única Região que vote NÃO, inviabiliza os votos SIM das restantes Regiões. Por isso digo que, no actual contexto, a regionalização está em coma profundo com pequeníssima probabilidade de sobrevivência.
Estas são apenas algumas medidas adoptadas, mas não são as únicas, longe disso. Não é por acaso que a OPA da Sonae sobre a PT foi inviabilizada que esta mesma Sonae tenha sido arredada de ficar na indústria de celulose, que o Banco Português do Atlântico tenha sido levado "à má fila" do Porto para Lisboa ( para subsequente desaparição ) que o mesmo tenha acontecido com o INE, com a API, até com a mais que centenária AEP, com as delegações regionais das grandes empresas majestáticas, com a localização na região de Lisboa de tudo o que seja novo organismo, nacional ou internacional. Assim se concretiza o plano de engordar Lisboa à custa do esvaziamento do resto do país, sobretudo o seu interior.
E como reage o país a este saque organizado, especialmente como reage o populoso e ainda económicamente relevante Norte (graças sobretudo às PME's) e dentro deste, o seu hard core que é o Porto e a sua área envolvente? Pelo que se tem visto, reage com a passividade do gado a caminho do matadouro! A combatividade, o orgulho, até a rebeldia, perderam-se. Os sociólogos que expliquem porquê, mas mais importante do que explicar a razão do nosso abastardamento, seria a descobrir o remédio para que os nortenhos compreendessesm que, por omissão, estão a contribuir para a sua própria destruição, e que simultaneamente esse remédio lhes desse a clarividência para descobrir o caminho da redenção e a coragem para accionar as medidas necessárias, já que tudo leva a crer que as reformas não terão nunca origem no interior do próprio sistema. Dependemos de nós próprios. Isso será bom ou será mau?
A cantiga é[ra] uma arma/José Mário Branco
Canções como estas, conhecidas como "de intervenção", "eram armas de pontaria", mas parece só terem feito sentido quando a grande maioria dos seus autores defendiam ideais comunistas.
E agora? Não faria sentido que no Porto [José Mário Branco é natural do Porto], as novas gerações de estudantes desempregados fomentassem este modo de luta pela autonomia regional? Onde estão elas? A ouvir o Tony Carreira, ou a masturbar-se com as "goleadas" do Benfica?
O povo é sereno
22 outubro, 2009
A Regionalização, ou como eu prefiro chamar: A Autonomização
«Nós portuenses, como bons dominadores da língua, que somos, proferimos com propriedade e absoluta convicção "o Porto é uma naçom" - de facto assim é. As novas regiões deverão ser as nações que existem dentro desta fronteira política e não é com decisões centralizadas em Lisboa, sobre o desenho desse mapa, que vamos agradar a todos. Em vez de discutir a porcaria do mapa porque não se discutem os modelos de governação, a repercussão que isso terá na organização e administração do território, na relação do poder político com os cidadãos e vice-versa, na manutenção e criação de identidade e cultura, costumes e tradições, e toda a lenga-lenga do prometido desenvolvimento regional equitativo, justo, e por aí fora...?
Temo, se o caminho não for este, brevemente Portugal poderá começar a ver as suas nações seguirem o caminho das nações espanholas em matéria de reivindicações; eu próprio digo: se não vier autonomia, venha a independência! Especialmente numa conjuntura em que parece que "Lisboa" e os "seus" governantes autistas fazem questão em desprezar e hostilizar o resto do país, oprimindo-o de uma forma tão, ou mais, dramática como durante o Estado Novo, e apesar de nesta intervenção não querer centrar a discussão no Porto, ao que parece, a nossa inata claustrofobia felídea, torna-nos os únicos capazes de insurreição face à apatia generalizada. A Autonomização é uma questão étnica e do reencontro da identidade, numa época já longa de globalização e de aculturação. Os países do século XXI são os países culturais, os únicos que verdadeiramente e sempre existiram. Acredito que o séc. XXI será o século de afirmação da pós-humanidade, o momento da história em que as pessoas voltam a ser humanas, outra vez»
ler aqui
21 outubro, 2009
Pare, Escute, Olhe
Documentário de Jorge Pelicano sobre a defesa da Linha do Tua
Clique aqui para ver o trailer
Site: http://www.pareescuteolhe.com/
Fernando Tavares demitiu-se da direcção do Porto Canal
"Demiti-me mas, para já, não quero adiantar as razões", acrescentou Fernando Tavares.
O jornalista, que era responsável pela informação do Porto Canal desde a sua fundação, esteve anteriormente ligado ao processo de formação da NTV e foi, durante 11 anos, jornalista da TSF.
Fernando Tavares trabalhou ainda para a RTPN e foi um dos criadores do programa desportivo da RTP "A Liga dos Últimos".
Em Setembro, o director-geral do Porto Canal, Bruno Carvalho, cessou funções e assumiu a direcção de Conteúdos e Grandes Formatos da Media Luso.
Bruno Carvalho foi substituído pelo realizador Juan Figueroa, que já integrava a estrutura do projecto.
A Media Luso, uma participada do grupo espanhol Media Pro, é accionista maioritária do Porto Canal.
O Porto Canal iniciou as suas emissões a 29 de Setembro de 2006, apresentando uma grelha com 24 horas diárias de transmissão televisiva.
20 outubro, 2009
Bravo, M.S.T. !
Na edição de hoje, tive o gosto de ver que a crónica semanal de Miguel de Sousa Tavares é inteiramente dedicada a rebater o monte de aleivosias que F.Guerra tinha escrito. É MST no seu melhor, calmo, incisivo, demolidor. Uma peça notável cuja leitura recomendo e que aliás verifiquei que está disponível no blogue "Dragão até a Morte" do Vila Pouca. É em ocasiões como estas que perdoo ao Miguel os disparates que ele escreve de vez em quando, não tanto sobre futebol, mas sobre o Poder Local. Acredito que ele deve ter um fusível trocado em alguma parte do cérebro, o que por vezes origina alguns inesperados "curto-circuitos". Acontece aos melhores...
António Alves versus Rui Moreira
PS-Quanto ao Trio de Ataque, caro Rui Moreira, depois de tudo o que ouvi dos seus pares de programa, das dissertações alucinantes sobre o FCPorto, das intriguices do cineasta, eu, no seu lugar já os tinha deixado a falar sozinhos. Mas isso sou eu, que acho que não tenho de ser amigo de toda a gente...
19 outubro, 2009
A loira e bela NORUEGA

'A riqueza que produzem nos seus trabalhos garante-lhes o maior nível salarial da Europa. Que é também, desculpem-me os menos sensíveis ao argumento, o mais igualitário. Todos descontam um IRS limpo e transparente que não é depois desbaratado em rotundas e estatuária kitsh, nem em auto-estradas (só têm 200 quilómetros dessas «alavancas de progresso»), nem em Expos e Euros.'
'É tempo de os empresários portugueses constatarem que, na Noruega, a fuga ao fisco não é uma «vantagem competitiva». Ali, o cruzamento de dados «devassa» as contas bancárias, as apólices de seguros, as propriedades móveis e imóveis e as «ofertas» de património a familiares que, em Portugal, país de gentes inventivas, garantem anonimato aos crimes e «confundem» os poucos olhos que se dedicam ao combate à fraude económica.'
'Mais do que os costumeiros «bons negócios», deviam os empresários portugueses pôr os olhos naquilo que a Noruega tem para nos ensinar. E, já agora, os políticos.
'Até os clubes de futebol noruegueses, que pedem meças aos seus congéneres lusos em competições internacionais nunca precisaram de pagar aos seus jogadores 400 salários mínimos por mês para que estes joguem à bola.
Perguntas
Simplex, multiflex, ou compliquex?
18 outubro, 2009
Falando de vampiros, é tempo de avivar memórias
Se José Afonso ainda estivesse entre nós, seria ele [também] passivo espectador centralista do neo-colonialismo actual, ou respeitaria os ideais que tanto defendeu cantando?
O empresariado "nacional" e o camaleão da FPF
