29 julho, 2017

Tudo dentro da "normalidade"...

Recortes secretos de jornais

Faz agora um mês. Mas vamos começar por anteontem. O secretário-geral do Sistema de Informações da República, Pereira Gomes, assumiu no Parlamento ter sabido do assalto aos paióis de Tancos pelo SIS (os serviços secretos).
O SIS soube a 29 de junho do furto de material. Pela Imprensa. No dia em que a Imprensa o noticiou.
A secretária-geral do Sistema de Segurança Interna, Helena Fazenda, que chefia a Unidade de Coordenação Antiterrorismo, também soube pelos jornais.
Neste entretanto, durante os três meses anteriores andava o Ministério Público a investigar informações (dadas por fonte anónima) de que estaria iminente o assalto a um quartel. Disto, não sabia o SIS, nem os serviços de informações militares.
Ponto intermédio. A Lei de Segurança Interna obriga à partilha de informação entre todas as estruturas associadas à segurança, desde o crime organizado, ao terrorismo.
Está a ser aplicada, como se percebe.
Recuemos ao dia do assalto. Ou melhor, aos dias em que se soube pela Imprensa.
O chefe do Estado-Maior do Exército considera o caso grave. O ministro da Defesa admite que as armas roubadas possam ir parar às mãos de uma rede terrorista. A Procuradoria-Geral da República alinha pelo mesmo temor. O primeiro-ministro vai de férias com as garantias, fornecidas pelos militares, de que o furto não tinha o dramatismo que lhe estavam a dar.
Cinco comandantes são afastados. Temporariamente. Para não constituírem um entrave às investigações. E reintegrados nos seus postos 15 dias depois por já não constituírem qualquer ameaça às investigações. Sem que se tenha qualquer informação sobre as conclusões das ditas investigações.
O primeiro-ministro regressa de férias. E reúne os militares. Que o sossegam. O material roubado só valia 34 mil euros. E a maior parte dele até estaria obsoleto. Um roubo que foi um alívio, portanto. Explosivos. Granadas de mão. Lança-roquetes. E munições.
Voltemos a anteontem. Júlio Pereira considera pouco provável que o armamento seja usado em Portugal, mas, claro, ninguém pode dar garantias quanto a isso. E claro que, através de sucessivas transações no mercado negro, o material pode ir parar "às mãos da ameaça terrorista".Já passou um mês. Voltamos ao assunto para o ano. 
Domingos Andrade
DIRETOR-EXECUTIVO (JN)

27 julho, 2017

Não podemos deixar morrer o escândalo dos e-mails!

Para que não haja equívocos, começo por assumir-me como parte integrante do grande exército de portistas descontentes com a moleza dos dirigentes portistas face à prepotência dos órgãos que tutelam o nosso futebol. Podem, se quiserem, colocar-me na fila da frente dessa multidão. 

Quem se habituou a ler o que aqui vou escrevendo sabe o que penso sobre o assunto, e o enorme desgosto que isso me provoca. Que diabo, o país e quem o devia governar, só nos dão decepções. Em quatro décadas de democracia (segundo a versão corrente), não tiveram capacidade para nos fazer sair do grupo de países mais atrasados da Europa. 

Persistem em centralizar em vez de regionalizar, sob o cínico pretexto de manter a coesão nacional, sem sequer perceberem que com isso estão a cavar uma maior desagregação territorial. E agora, o que nos resta? Até o futebol querem centralizar num só clube e numa só região? Onde pára a coerência da coesão nacional?  Mas, o que é isto se não uma grande fantochada, um grande embuste nacional? 

O FCPorto soube passar durante muitos anos por entre estes ácidos pingos de chuva com estoicismo e a grande competência do seu presidente. Enfrentou o sistema, combatendo-o sempre que era preciso, e com muita dedicação ao clube. Hélàs, o presidente mudou! Afrouxou, permitindo a intrusão de corpos estranhos ao clube, rendendo-se às fraquezas próprias da terceira idade. O resultado, é o que sabemos...

Pouco antes da época transacta terminar, surgiu a figura até então desconhecida de Francisco J. Marques, actual director de Comunicação do FCPorto que, através do Porto Canal, denunciou uma série interessante de contactos altamente comprometedores, entre o Benfica, árbitros, ex-árbitros e figuras destacadas da Federação.  O conteúdo, a identidade e o currículo dos protagonistas dos e-mails, são por demais inequívocos para lhes darmos o benefício da dúvida. Se os associarmos ao comportamento de alguns  árbitros (a maioria) destas últimas épocas, ficamos sem margem de manobra para admitir a presunção de inocência. 

Aliás, nem foi preciso esperar pela nova época para vermos a diferença entre Jorge de Sousa, que arbitrou sem problemas a 1ª.parte do jogo de preparação  entre o Victória de Guimarães e o FCPorto, e a 2ª. parte desafiante apitada por João Pinheiro, para notarmos as diferenças. Mais do que a mostragem do cartão vermelho à falta grosseira de André André, foi o contexto em que o fez (era um jogo particular) e sobretudo a atitude do árbitro. A arrogância e o exibicionismo falam por si! Sobre este, e outros passarinhos, não tenho a mínima dúvida: são desonestos!

Portanto, esperam-nos tempos difíceis.  Os dirigentes do Benfica, como gente habituada a viver fora da lei nas barbas do país, e porque não dizê-lo, com a cumplicidade de todos os governantes , vão testar até à exaustão a "fidelidade" das autoridades do regime para avaliar até onde os deixam ir. Isso, já está a acontecer, mas haverá mais, é só aguardar que o "circo" comece.  

Como tal, cabe-nos também a nós adeptos fazer o comboio andar, aditando-lhe o combustível que precisa com a nossa mobilização. Se o comboio (leia-se, dirigentes portistas) continuar a mostrar-se pêrro, somos nós quem tem de o forçar a abastecer-se, dando-lhes os sinais que precisam. Nada fazer, como disse um dia alguém, é o maior de todos os erros. Como dizia Martin Luther King, o tempo é sempre certo para fazer o que está certo! Não podemos permitir que o silêncio a que querem submeter Francisco J. Marques seja para respeitar, sem exigir respeito ao FCPorto, tratamento igual ao seu elemento mais sério:  os adeptos. 

Para isso, a Justiça civil tem de ser célere, de mostrar aos portugueses e portistas em particular, que é realmente cega e sabe trabalhar. 


26 julho, 2017

Francisco J. Marques não pode ficar isolado!

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E este? É um santo?

Duvido que as investigações aos e-mails suspeitos do Benfica possam avançar se da parte do departamento jurídico do FCPorto não houver uma reacção célere aos castigos do CD da FPF a Francisco J. Marques. Custa-me a acreditar que o FCPorto não tenha previsto este cenário intimidatório e garantido o devido apoio jurídico ao actual director de Comunicação de forma a que as multas e castigos agora aplicados o possam inibir de dizer o que sabe. É preciso não os deixar mexer os cordelinhos com este aparente à vontade, pois a intenção é fazer incidir sobre o FCPorto, na figura de Francisco J. Marques, o papel dos maus da fita.

Importa pressionar o Governo e exigir tratamento igual na resolução deste caso, tal como fizeram com Pinto da Costa, por razões fúteis, e juridicamente inválidas, como aliás a própria justiça desportiva acabou por confirmar com a absolvição de todas as acusações de que foi alvo. Sei que estamos ainda em período de férias, mas a pior coisa que podemos fazer é reanimar o monstro, permitir que a coacção disciplinar federativa o ajude a prosseguir na senda da fraude desportiva. Não devemos consentir que este caso comece a ser encarado como simples querelas entre rivais, "coisas típicas do futebol", porque é exactamente isso que eles querem, descredibilizar as denúncias.

Noutros tempos, estaria mais confiante na capacidade de luta dos dirigentes portistas, mas depois do que assisti nestes últimos anos [e não me refiro agora à vertente desportiva], depois de ver árbitros agirem em plena aliança com as equipas adversárias, poupando-as de faltas e prejudicando ostensivamente o FCPorto, receio que a cena se repita. As coimas da FPF a Francisco J. Marques são perfeitamente extemporâneas, disparatadas, e acusam mesmo uma grande dose de cumplicidade com os suspeitos. Pela mesma ordem de ideias, o departamento disciplinar da Federação podia ter intervido e punido pessoas como por exemplo, Pedro Guerra na TVI, que mais não faz senão levantar suspeitas e fazer acusações sobre o presidente do FCPorto e agora também do Sporting. Portanto, com esta postura sectária, o órgão do CD da Federação não está mais do que a criar motivos de suspeitas sobre si próprio. É mais do que evidente, salta aos olhos!

Senhores dirigentes do FCPorto: berrem se fôr preciso, mas imponham os nossos direitos! As eleições estão aí à porta, o Governo está a perder crédito à velocidade da luz, e mesmo que a oposição não seja melhor, o momento é para atacar, não para defender. As razões que nos assistem são muitas, são quase tão graves como as dos incêndios de Pedrogão Grande. De Pedrogão Grande, dos incêndios que se lhe seguiram e dos outros que ainda estão para vir (a obra suprema  de todos os governos deste miserável país!). 
  

25 julho, 2017

Do futebol à política, pouco se aproveita!

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Quem aqui devia esturricar, sei eu...

A senhora Dona Prudência aconselha a moderar o entusiasmo, mesmo que as expectativas sejam positivas. Portanto, como a nova época ainda nem começou prefiro não me estender muito em comentários sobre o que penso dos jogos de preparação da equipa do FCPorto. Há ainda muitas coisas por resolver para lá do lado restritamente desportivo. Há, e haverá.

Sintetizando, a que me parece até menos problemática é o futebol jogado. Penso que Sérgio Conceição percebeu o essencial: nenhuma equipa pode adquirir confiança sem correr riscos. Pelo que pude observar dos poucos jogos de pré-época, o novo treinador não gosta nada do futebol atrofiado do passado, e parece ter convencido os jogadores que para vencer não basta defender, é fundamental atacar e transformar o ataque em golos. Ponto. Gostei do que vi, e por aqui me fico. 

A única utilidade do tipo vestido de árbitro que apitou na 2ª parte do jogo amigável entre o Victória de Guimarães e o FCPorto foi um precioso alerta para o que nos espera. Os erros propositados contra o FCPorto vão continuar, assim o permita a FPF e o Ministério Público, e assim o consinta o FCPorto. João Pinheiro, a quem por alguma razão alguns baptizaram de Mostovoi, tem todo o direito de ser o quiser, até benfiquista, mas para isso tem primeiro de rasgar a camisa de árbitro, porque quando o carácter não existe é impossível conciliar as duas coisas. É o caso. Este humanóide, é cuspe sangrado, figura virtual da tuberculose equipada de árbitro sobre um corpo agarotado. O FCPorto não pode permitir que estas "coisas", estes freteiros, lhe sejam impingidas nos seus jogos, sob pena de voltar a perder pontos, e até campeonatos. O FCPorto tem de bater o pé a tudo e a todos, até ao Presidente da República, se fôr preciso.   

Tenho-me  perguntado se estes incêndios, este festival continuado de desgraças pelo que o país atravessa não será obra dos mafiosos vermelhos (quem trafica droga e rouba camiões, é capaz de tudo ) para afastar a atenção da Justiça e do país dos e-mails cartilhados e  juras de amor, mas como sei que este país é um "Benfica" a céu aberto, no que ele representa de pior, o veredicto é sempre o mesmo: incompetência+desonestidade governativa. De todos os governos! Passados, e contemporâneos!

Há coisas que não enganam. O comportamento de um governo é comparável ao de um cidadão. Se é responsável, se age de boa fé e evita opções de vida duvidosas, se procura cumprir com os seus deveres, nada tem que recear. Se faz o contrário, não pode esperar um tratamento de respeito e confiança. Estão neste grupo, os políticos.

Um pequeno exemplo do que é Portugal: no JN de hoje foi possível ler isto. Como é possível uma coisa destas não estar definitivamente regulamentada? Esta, é das tais situações em que não é preciso mexer na Lei! Por que andámos nós sempre nesta roda-viva de pára e arranca com tudo o que é legislação? Eu sei: porque a classe política faz questão de viver neste jogo de vaivém de forma a deixar sempre aberta a porta das grandes empresas para quando deixar a política poderem arranjar as suas habituais negociatas, e enriquecer... O resto, é conversa de... político, o pior ramo dos vigaristas. 

Agora, já começam outra vez a preparar terreno para irem às reformas mais baixas. A CGD está a pensar debitar mensalmente as reformas dos desgraçados! Mas, o que é esta porcaria de espaço onde vivemos que não uma pocilga onde os porcos de sempre se governam com a merda que fazem, tentando impingí-la a quem se lava todos os dias e vive longe do lamaçal?