06 abril, 2013

Sem alternativas Seguras

António J. Seguro

  

Façamos de conta que, tanto o PS, como o PSD e o CDS, são partidos políticos com um currículo de boas práticas governativas, e que os portugueses, de modo geral, por alguma vez, tiveram uma efectiva estabilidade, um elevado nível de vida.  Façamos de conta que se tratou tudo de gente honesta, que não tivemos escândalos como os BPN's, os BCP's, as Modernas, as Faces Ocultas, as Operações Furacões, os Duartes Limas, os Loureiros, os Relvas e respectivos amigos, etc. e tal. Façamos de conta que, depois de votarmos nos partidos e nas pessoas que nos deviam representar democraticamente, depois de lhes darmos carta branca para tomar decisões, viemos a  descobrir pelas suas bocas, que afinal a culpa da crise também era nossa, e que tínhamos as mesmas responsabilidades que eles, sem contudo termos as mesmas mordomias...

Se proponho este faz de conta, é só para tentar atenuar a revolta que paira dentro de nós,  com a actual situação de extrema decadência a que os ditos partidos conduziram o país, num generoso esforço de boa vontade de tentarmos abrir uma janela de tolerância à "inevitabilidade" de não termos outras alternativas de governo que não as do costume [PS/PSD/CDS]. Enfim, façamos de conta que não podemos deixar de votar. O que é que exigiríamos em troca? Nada? Estaremos nós dispostos a votar à toa, depois de tanta sacanagem?

Já dei aqui o exemplo dos bancos, lembrando que não fiam o crédito, nem nos ajudam pela cor linda dos nossos olhos, ou pela solidez da nossa honorabilidade. Querem garantias, não é verdade? Sem elas, os bancos não dão crédito a ninguém. Pois foi inspirado nesta realidade comezinha, que me perguntei por que é que os eleitores não podem usar normas semelhantes aos bancos e exigem aos partidos garantias consistentes para votar. Já sei, que isto não é muito simpático para os políticos, e muito menos confortável, mas pelo menos talvez tivesse o dom de os afastar da política se viessem com a ligeireza e a irresponsabilidade daqueles que os antecederam. Sim, porque, pessoalmente, ninguém ainda conseguiu dissuadir-me de que a actividade política não é a mais irresponsável de todas as actividades... 

E sabem porque penso assim? É que, quando olho para António  José Seguro e o oiço falar, não consigo deixar de pensar em mais do mesmo, ou seja: na irresponsabilidade. Se Sócrates e Passos, sendo diferentes, foram iguais na incompetência, que garantia temos nós que Seguro não o seja? Votar às cegas? Não, caro leitor. Com o devido respeito, vote você. Se quiser que Portugal continue ligado ao fado, que é como quem diz: um país desgraçado. 

05 abril, 2013

A SIC é só um dos rostos do centralismo

Estamos longe, muito longe mesmo, de nos podermos orgulhar de sermos um país uno e coeso. Os brandos costumes da nossa gente, o individualismo, com alguma indiferença cívica à mistura, permitem que os simpatizantes do centralismo continuem a apregoar uma coisa e a fazer outra, totalmente oposta. Se um dia a verdade vier ao de cima, para a história ficará o trabalho sujo de uma comunicação social sectária exclusivamente preocupada em preservar privilégios e influências de ordem económica e carreirista. 

Não estou certo que o fanatismo exibido pelos moderadores de programas desportivos seja suficiente para esclarecer o grande público sobre a influência negativa na estabilidade e na paz social, apesar da sua aberrante evidência. A esta gente, foi-lhes dada demasiada liberdade e agora não conhecem limites, tudo lhes é permitido. O premeditado processo Apito Dourado não foi mais do que uma tentativa falhada de fazer ao FCPorto o mesmo que os sucessivos governos fizeram à cidade do Porto e a todo o Norte do país, embora com resultados diferentes. Surpreende-me por isso que haja ainda alguma gente a pensar que as duas coisas não têm nada a ver uma com a outra, mas não acredito que esse pensamento seja sincero. O centralismo em Portugal é mais nefasto e perigoso do que o lendário bicho-papão do comunismo. Os comunistas têm sabido respeitar a democracia, o centralismo está a destruí-la.

A selecção nacional, é o último refúgio dos media onde conseguem travestir os sentimentos mercenários, por isso tudo fazem para compensar a tendência com um exacerbado "orgulho", não se coibindo assim mesmo, sempre que possível, de destacar os jogadores dos clubes da sua simpatia, ou de denegrir as falhas dos outros. Só quem for muito distraído não nota. 

Este, é o jornalismo que temos, reles, medíocre. O que aconteceu na SIC, com Dias Ferreira e   Rui Gomes da Silva primeiro, e com o "moderador" Paulo Garcia depois, só não sucedeu antes porque os 2.500 euros de avença que os convidados recebem, foram tolhendo a capacidade de indignação de alguns, tal é o baixo nível de tipos como Rui Gomes da Silva, e João Gobern na RTP [outro jornalista...].

Mas, nas empresas, como na natureza, é a montante que as coisas nascem e se forjam. A SIC é uma empresa de comunicação, e o seu principal proprietário foi fundador de um dos 2 partidos políticos potugueses mais importantes. Chama-se Pinto Balsemão, e permite que nela se produza o lixo que todos conhecemos. Para bom entendedor...

02 abril, 2013

Ainda não desisti...

Caros leitores, amigos e inimigos:

Nestes últimos tempos, não tenho podido dedicar-me como gostaria, ao Renovar o Porto. Mas não é por desânimo, não senhor, é porque outras tarefas, não menos importantes, não mo permitem. Em breve, voltarei, se possível, ainda com mais entusiasmo. Por isso, não deixem de passar por aqui. 

Até lá, um abraço a todos.