25 fevereiro, 2012

Quem tem medo da Regionalização?

'Pólo Norte', é o nome do novo programa/debate transmitido pelo Porto Canal, às sextas-feiras à noite. Se bem entendi, além do moderador, o jornalista do JN, David Pontes, participam, regularmente, o jornalista do 'Público', Manuel Carvalho, um convidado, e mais outro indivíduo do qual me escapa o nome. Ontem, o convidado era Rui Moreira, e os temas abordados foram o porto de Leixões, o Aeroporto Sá Carneiro e, como não podia deixar de ser a SRU Porto Vivo, da qual, o actual Presidente é o próprio Rui Moreira.

Já se sabia pela imprensa que Rui Moreira ameaçou bater com a porta, pelas sempre-eternas indefinições sobre quem tutela o quê, e cujas consequências redundam  sempre no bloqueio dos trabalhos de reabilitação, rebentando com a paciência dos mais optimistas. Suponho ter sido esse o caso de Rui Moreira. A Câmara do Porto garante que as verbas que lhe competem estão disponíveis [é a accionista da SRU com 40%], mas o INH-Instituto Nacional da Habitação que detém 60% do capital, parece não querer "chegar-se à frente" com os valores respeitantes a despesas correntes. O INH, fez aquilo que é tradicional em Portugal fazer, isto é, não assumiu a responsabilidade, e empurrou o assunto, ora para a tutela do Ministério das Finanças, ora para a do Ministério do Ambiente e Pescas e Administração do Território [mas, que confusão!].   

Tamanhas fantochadas são já uma rotina na política portuguesa, e nenhum partido se pode dar ao "luxo" de reclamar inocência. Sucede, que estas guerrinhas, já por si reveladoras da mediocridade dos nossos políticos, trazem consigo uma cereja amarga, que é a indiferença, diria mesmo, a provocação com que os decisores centralistas tratam o Norte, deixando-o a falar sozinho, que é, no fim de contas, como estranhamente, parece gostar de estar.

Ora, de todo o debate a que ontem assisti, ficou-me a sensação de que, apesar disso, apesar destas constantes afrontas, alguns dos comentadores, denunciaram receios completamente contraditórios e em contra-ciclo com o que tinham acabado de debater. Se bem percebi nas entrelinhas, pareceram-me sugerir um certo "travão" à dinâmica regionalista, tanto do próprio Porto Canal, como do semanário Grande Porto, sem contudo o explicitarem e fundamentarem as razões para tais receios.

Desde o 25 de Abril que nunca assistimos a tanta displicência por parte dos governos em relação ao resto do país, como nos últimos 10/15 anos. Puxando a bobine da história mais atrás, podemos hoje afirmar com toda a segurança, que nem mesmo a lei da rolha do Estado Novo levou tão longe a indiferença por aquilo a que hoje chamam província. Até estes termos [província], são hoje mais depreciativos do que antigamente.  A sobranceria da capital em relação ao resto do território é, sem sombra de dúvida agora muito mais intensa. Então, o que é que temem estas pessoas, para recear que o Norte assuma de forma desinibida, quiça até agressiva, a regionalização? Se depois de tantos anos, de sucessivos governos sem darem sinais de querer abdicar do centralismo, como é possível haver um só nortenho  a  acreditar que alguma vez faremos cumprir a Constituição no que toca à Regionalização pela via diplomática do queixume? Será que ainda não perceberam que no Terreiro do Paço nem sequer nos querem ouvir? Ou terão uma estratégia secreta que não queiram partilhar connôsco?

Já tivemos muitas decepções com gente da política que prometeu muito e fez muito pouco, para não dizer que não fez nada. Vimos e ouvimos, atónitos, regionalistas "convictos" a tornarem-se,  irresponsável, mas serenamente, em centralistas empedernidos mal pousaram o traseiro no governo. Que outros tristes cenários precisamos ainda de contemplar? 

Continuo sem compreender medos tão risíveis. Ficamos com a ideia de prevalecer nos nortenhos uma visão redutora, afunilada e estupidamente conservadora, dos processos requeridos para a mudança. Cheira-me, que por este andar o Porto Canal se acabe por devorar a si próprio. Aquilo a que temos assistido em termos de debate político, tem-me desiludido. Alguns dos protagonistas que por lá começam a colaborar parecem mais apostados em alterar a promissora dinâmica regionalista para uma linha editorial indulgente [tipo JN], recheada dos teóricos do costume. Tudo leva a crer que o Norte e os seus dramas, são um assunto para resolver longe do conforto dos lares e da segurança dos jobs...

O umbigo de certos nortenhos, parece ser a fronteira a partir da qual a Regionalização não pode avançar. Só assim se explica tanto medo em levar a Regionalização até ao fim. Contra tudo, e contra todos... Como fazia o Pinto da Costa dos bons velhos tempos, que tantas e tantas alegrias deu aos portistas de todo o Mundo.

24 fevereiro, 2012

Santa Casa, Santa Burla, Santo Totoloto


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 015/2012 - Quarta-Feira Data do sorteio: 22/02/2012
Chave:89182346+6Ordem Saída:46182398+6
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números0(2)
3.º Prémio4 Números130€ 438,72 
4.º Prémio3 Números6.963€ 4,55 
5.º Prémio2 Números103.316€ 1,84 
Nº da SorteNº da Sorte119.044Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes508.962
Nº de Apostas1.422.465
Receita ilíquida apostas€ 1.280.218,50
Montante para prémios€ 633.708,16
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 5.100.000,00

Se fosse uma democracia...


Uma democracia doente

Publicado em 2012-02-24

                    
Que, após anos de alternância entre o PS e o PSD (ou PSD/ CDS), sem que a alternância governativa tenha significado alternância de políticas económicas, a democracia portuguesa foi conduzida a um beco aparentemente sem saída, já se sabia; que a tutela absoluta da "troika" sobre essas políticas e sobre a acção dos partidos do chamado "arco da governação" afunilou ainda mais qualquer hipótese de saída de tal situação no actual quadro político, também já se sabia; não se sabia era que os desesperançados eleitores portugueses tivessem plena consciência de tudo isso, embora fosse possível suspeitá-lo pelo crescimento galopante dos números da abstenção (bastará dizer que, tendo em conta a abstenção e os votos brancos e nulos, o PSD alcançou o Governo representando pouco mais de 20% dos portugueses).

A sondagem agora realizada pela Universidade Católica para a RTP comprova o pior: quase dois terços (62%) dos eleitores consideram mau ou muito mau o desempenho do Governo em funções, mas três quartos (73%), olhando em volta para as alternativas viáveis - que é como quem diz para o PS - não vê que valha a pena mudar de Governo por um outro que, com mais ou menos leis do aborto ou do casamento homossexual, faça exactamente a mesma coisa.

Quando os eleitores concluem que tanto dá votar como não votar porque o resultado será o mesmo, a democracia está gravemente doente e madura para qualquer aventura populista.

23 fevereiro, 2012

E a razão mandou no coração

Imagens raras no FCPorto
Não gosto de exageros, e a crítica é frequentemente vulnerável aos exageros, mesmo quando pretende ser construtiva. Ninguém é tão bom como às vezes se pensa, nem tão mau como parece. No entanto, existem casos onde, na ausência de uma reacção atempada às críticas negativas se tem de tolerar algum radicalismo. Na política, por exemplo. Estamos cansados de saber que a Regionalização em Portugal não vai lá com falinhas mansas e que a competência dos políticos não se consegue por decreto. Daí só restar ao comum cidadão a crítica mordaz, o humor, ou a ridicularização dos actores políticos. A democracia em Portugal não oferece aos eleitores alternativas mais sérias para se livrar rapidamente dos maus governantes. 

No futebol as coisas já são um bocadinho diferentes. Ao contrário da política, há uma ligação de afectos dos adeptos ao clube mais do que uma ligação de interesses. Na política partidária, os lobbys predominam sobre todo o resto. Não devia ser assim, mas a realidade é essa.

Faço esta comparação, porque discordo das reacções apressadas, e às vezes agressivas, daquelas pessoas que começam a berrar para os jogadores ainda antes de estes tocarem na bola, e que lançam todo o tipo de afrontas ao treinador quando as coisas não correm bem. É preciso ter calma e dar tempo ao tempo.

Pois bem, de não ter tido tempo, é coisa que o actual treinador do FCPorto não se pode queixar. As responsabilidades que se lhe não podem assacar, são a saída inesperada de Villas Boas, a não contratação de um ponta de lança de qualidade para ocupar a vaga de Falcao, e a vinda extemporânea de Alex Sandro e principalmente de Danilo [que agora se lesionou].  Tudo mais, é da responsabilidade do treinador. Refiro-me, naturalmente às questões técnico-tácticas, físicas e psicológicas. 

Não vou especular muito sobre em qual dessas vertentes é que me parece que está a falhar Victor Pereira, mas há uma, da qual não consigo deixar de falar, porque salta aos olhos [e aos ouvidos] de quem está atento: o discurso. Victor Pereira, pode até ter a confiança de Pinto da Costa, mas seguramente que a tem hoje menos que teve ontem, e [a continuar assim], que terá amanhã. Terminado o descalabro de ontem, só lhe cabia a ele colocar o lugar à disposição, em vez de repetir um discurso de combatividade em que já ninguém acredita, incluído, ele próprio. Assim, deixaria a Pinto da Costa a responsabilidade do que acontecer no futuro, caso se mantenha agarrado ao lugar com os resultados que se adivinham. É verdade, que o momento recomenda algum bom senso, porque os vermelhos perderam 3 pontos e o FCPorto recuperou outros 3, deixando em aberto a luta pelo título. Mas, pergunto: terá Victor Pereira capacidade depois de uma derrota copiosa, para moralizar os jogadores de forma a ir ao "campo dos túneis" e discutir taco a taco o resultado?

Não, não precisam de responder, porque sei que neste momento não haverá nenhum adepto, por mais fervoroso que seja, que tenha muita esperança nessa possibilidade. Só resta mesmo a fé do coração, e essa às vezes, funciona, mas não foi só com esse tipo de fé que o FCPorto nos habituou a vencer e a ultrapassar os obstáculos mais difíceis, foi com a fé da competência. Se juntarmos a estes factores a protecção de que o clube do regime cronicamente beneficia dos árbitros, será mesmo muito complicado ultrapassá-lo na tabela classificativa. Isto, partindo do princípio que vamos ganhar domingo ao Feirense e que os vermelhos se safam em Coimbra, com a Académica...

Poder-me-ão acusar de pessimista, mas no íntimo, tenho a certeza que pensam como eu, o que não quer dizer que possamos prever com plena segurança o futuro. Tudo é possível, mas entre o possível e o provável, há uma distância sensata de realismo que não devemos desprezar. Há casos, em que um tiro basta para matar uma criatura e que, fazer-lhe o óbito só depois de lhe ver o corpo cravado de balas, tipo passador, já não é fé, é virar as costas aos factos. 

   

22 fevereiro, 2012

Viracasaquismo da CMPorto

Afinal, para quem levantou tantas ondas [Rui Rio],com as alterações ao PDM contra a construção no Parque da Cidade, parece que não passou de fogo de artifício para eleitor impressionar. Agora, Rui Rio já acha bem "legalizar" as construções que entretanto lá deixou realizar. Para isso, é só virar a casaca e fazer o que criticava aos seus antecessores. Muito sério, sim senhor. Ler documentação da CMPorto, aqui.  

21 fevereiro, 2012

José Ferraz Alves / Movimento Pró Partido do Norte

Apesar da incompreensível indiferença pelas questões de cidadania das gentes desta nossa região, que muito se queixa, mas pouco faz para mudar de vida, o Movimento Pró Partido do Norte continua a remar contra esta maré de conformismo que a todos nos envergonha. Ler post do José Ferraz Alves, que ao que sei, não sofre de "anti-corpos" [seja lá o que isso fôr], aqui. 

20 fevereiro, 2012

Os debates do Porto Canal e da concorrência "convivem" em paz

Qualquer nortenho atento e de espírito independente, terá percebido que a massa crítica de Lisboa é tudo menos isenta. Tem uma visão redutora do país, e vive completamente despreocupada com as aparências, porque não precisa, não dá oportunidade ao contraditório, e está sempre a jogar em casa [como se diz na gíria do futebol], mesmo quando está fora de casa...

Fazendo uma breve sondagem pelos quatro canais sediados em Lisboa [RTP, 1 e 2, SIC, TVI e sucedâneos], encontramos uma série de programas de futebol [onde se discute mais de arbitragens e menos de futebol], com comentadores dos 3 clubes ditos mais representativos do país, votando quase ao anonimato todos os outros, o que revela de per si uma baixa noção de democracia das respectivas directorias. Mesmo assim, desses 3 clubes, um há que convive em clara desvantagem com os demais, que é o FCPorto, porque tem de combater com armas desiguais contra quatro opositores, e não apenas dois, como ingenuamente se faz crer: os dois adversários tradicionais [Benfica e Sporting],  o pivôt, e finalmente a produção. Nestas circunstâncias, que são recorrentes e de longa data, o FCPorto só pode contar com a capacidade de argumentação dos seus comentadores, e da sua combatividade, porque o resto, é tudo oposição, e da pesada... 

Os dois clubes de Lisboa uniram-se na conspiração "Apito Dourado", e unem-se sempre que não conseguem dar luta no campo de jogo, ao FCPorto. Paralelamente, o trabalho dos "moderadores" é tudo menos imparcial, dele se destacando um manifesto sadismo  em associar as victórias do FCPorto a erros de arbitragens, mesmo que - como vem acontecendo com assinalável frequência - o número de grandes penalidades não marcadas a favor do FCPorto justifique certificado de garantia. Por último, os outros opositores, são as régies das estações de tvs, os homens das câmaras, que tratam de encobrir, ou mesmo  privar, a boa visibilidade dos lances que possam dar razão ao FCPorto. Tudo isto é feito, nas barbas dos comentadores portistas que, com receio de serem dispensados, caso levantem demasiados "obstáculos", acabam por ser demasiado condescendentes com as trampolinices dos anfitriões. 

Por outro lado, o Porto Canal, até para debater futebol, optou por uma política respeitável de comentadores demasiado soft, mas sem retorno prático, dada a genética incapacidade dos nossos adversários em conviver com os bons hábitos  e a seriedade. Tarde ou cedo, o FCPorto irá compreender que para lutar contra esta gente vai ser preciso usar as mesmas armas, isto é, fingir que é democrático e escolher minuciosamente os alvos que quer atingir. A RTP, chama repetidamente aos seus estúdios, para debater futebol, gente ligada ao Benfica e ao Sporting, e contudo deixa passar a ideia que está a fazer um trabalho sério, ou se o não consegue, passa mesmo assim a mensagem que verdadeiramente lhe interessa. Nós podíamos fingir que entramos no jogo, e passar a insinuar, como eles insinuam quando eles insinuam, para ver como reagiriam. Talvez uma estratégia dessas pudesse provocar o contraditório e despertar consciências [se as houver]...  O Porto Canal, até ver, não está a tirar  o melhor partido da televisão na defesa do FCPorto. Eles lá para baixo, branqueiam a arbitrariedade da Comissão de Disciplina da Federação e dos próprios árbitros, que castigam sem pestanejar o FCPorto por dá cá aquela palha, e ignoram graves ilegalidades praticadas pelo treinador do Benfica com um despudor revoltante. O FCPorto cala, e quem cala, consente.

Talvez me esteja a escapar qualquer coisa, mas não me parece que a estratégia do silêncio venha a surtir efeitos vantajosos para o clube. O Benfica faz parte do centralismo, é seu irmão gémeo, e esse continua a não ser combatido com a agressividade que se impõe. Nós, no Porto, e em todo o Norte, não andamos propriamente a ser tratados democraticamente [e com respeito] pelo governo central em termos políticos,  e muito menos, com  atitudes afectuosas. No futebol passa-se o mesmo, ou pior. Somos discriminados, sem vergonha, nem pudor. Por que teremos nós, então, de continuar a apostar na parcimónia do politicamente correcto, quando estamos é a ser efectivamente agredidos? Que permissividade é esta que só agrava a nossa vida e a do nosso clube? Acho, que o que está faltar ao Norte, é mesmo agressividade. 

Infelizmente, a violência raramente cede ao verbo. Tal como o poder, ninguém dele abdica, passiva ou democraticamente.

O vídeo que aqui se pode vizualizar constitui outro traço marcante dos noticiários centralistas. O centralismo é como a água, infiltra-se por todo o lado.
          

19 fevereiro, 2012

Serviço público - Totoloto não é jogo sério - Passem a palavra!


 Consultar Sorteios
 
 Totoloto
Sorteio: 014/2012 - Sábado Data do sorteio: 18/02/2012
Chave:412141625+9Ordem Saída:121625144+9
PrémioAcertosNúmero de vencedoresValor
1.º Prémio5 Números + Nº da Sorte0(1)
2.º Prémio5 Números3€ 11.523,14 
3.º Prémio4 Números370€ 116,78 
4.º Prémio3 Números13.434€ 3,21 
5.º Prémio2 Números156.785€ 1,65 
Nº da SorteNº da Sorte171.490Reembolso do valor da aposta de Totoloto
Estatísticas
Nº de Bilhetes/Matrizes656.879
Nº de Apostas1.939.924
Receita ilíquida apostas€ 1.745.931,60
Montante para prémios€ 864.236,14
(1) Previsão 1º Prémio c / Jackpot€ 4.800.000,00