Vídeo do seu interesse: FCP inaugurou o Vitalis Park | |||
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05 setembro, 2008
Casas degradadas ou Euromilhões?
Ao ler hoje o título d' esta notícia , pensei, "vá lá, é melhor tarde do que nunca". Mas depressa me arrependi. É o que faz reagirmos a quente sem nos precavermos das boas novas só depois de digerirmos (lermos) bem o respectivo conteúdo. Não há nada a fazer, em Portugal, é proibido ser-se optimista, estamos irremediavelmente condenados a recolher da acção política pouco mais que decepções.
Quando li "a nova alameda vai ligar à Circunvalação" fiquei mesmo convencido que, finalmente, a malfadada obra estaria pronta a estrear. Ingenuidade minha. Afinal, 20 anos depois de se ter construído o viaduto da Prelada sobre a Circunvalação, ainda não é desta que foi concluída a alameda (600 metros apenas, imaginem) que lhe dará serventia, foi apenas o projecto de execução da expansão à Circunvalação que ficou pronto! Vinte anos, meus senhores!
É de uma opinião próxima da crónica do Arqº. Manuel Correia Fernandes (que reproduzo no poste supra), que me revejo, mas já duvido se é essa a visão mais sensata e realista. Tal como ele, desagrada-me estar constantemente a ouvir criticar tudo e todos, sem uma só ideia construtiva, mas a verdade é que a "procissão" já passou há demasiado tempo do adro para continuarmos a pensar que em Portugal as ideias construtivas são levadas a sério pelos poderes públicos, ou sequer escutadas.
Pelo contrário, estas repetitivas situações acentuam a minha descrença nesses poderes e no próprio Estado. Todavia, como diz o senhor arquitecto, o facto não deve iludir-nos com os ventos da moda das soluções pré-fabricadas e dos "mitos" das parcerias público-privadas, porque elas, por si mesmas, não oferecem à partida quaisquer garantias de eficácia.
Nenhum cidadão moderado acredita que seja fácil desfazer este novelo emaranhado que se chama "expropriar", que a propriedade privada tem as suas regras e os seus direitos, mas a importância do Estado revela-se e aceita-se, justamente para resolver problemas desta ordem.
É intolerável, que a coberto da legitimidade da propriedade privada, se deixe degradar uma cidade inteira como o Porto e se aborte compulsivamente todo e qualquer projecto para a restaurar e desenvolver. As pessoas são proprietárias dos seus bens (Imóveis e terrenos), mas não são proprietárias do património que é de todos: as cidades.
As câmaras deviam estar legitimadas pelo Estado a penalizar todos os proprietários que comprovadamente usassem de sofismas para manter eternamente casas depauperadas sem lhes dar qualquer serventia ou intervenção de reparo. Se não têm dinheiro, que as vendam pelo preço de mercado, mas tendo em conta o estado de conservação dos respectivos edifícios. Se estiverem a cair de podres não têm o direito de especular e continuar sem vender só porque acham que vale fortunas. Só o terreno é que devia ser considerado, mais nada.
Se o Estado quisesse, se não protegesse estes interesses decadentes, tudo seria mais fácil. Esta embrulhada só pode explicar-se por jogos sujos e pela corrupção dos próprios orgãos do Estado, caso contrário, este problema que nos obriga a esperar mais de vinte anos para concluir uma alameda com 600 metros, estaria mais que ultrapassado. Não está, porque o Estado não quer que esteja. Voilá!
Posto isto, será mesmo possível, neste país, manter uma postura construtiva?
03 setembro, 2008
JORGE PALMA - Encosta-te a mim
Desconte-se alguns fiteiros e fiteiras que aparecem no vídeo (tinha de ser), destaque-se a beleza da canção, que é o que importa.
Lugar à poesia, com sotaque...
Porto antigo, ou Porto degradado?
"Sem portuenses a viver e a usufruir das margens com qualidade, a cidade vai ficar adiada"
Esta frase, é da autoria do Professor Hélder Pacheco, homem que muito admiro e prezo, pelas seus descomplexados e genuínos laços de afectividade com a cidade do Porto. Houvesse muitos mais portuenses assim, e a cidade estaria hoje indubitavelmente muito melhor preservada e dirigida. Extraí-a, da sua crónica de hoje no JN, com o título "Regressar ao Rio", onde mais uma vez, aborda os conhecidos problemas de reabilitação do centro histórico do Porto, neste caso particular, da frente ribeirinha.
Como não gosto de bater no "ceguinho", desisti de falar de Rui Rio. Para quê? As regras democráticas vigentes impõem-nos que, durante quatro ou cinco anos, não possamos substituir o Presidente da Câmara, mesmo que em vez de um verdadeiro autarca, lá esteja uma espécie de tijolo. Sinceramente, apesar de não morrer de amores pela personagem, já nem é a ele que atribuo a maior responsabilidade pelo definhamento social e económico da cidade, mas a quem (por razões que me escapam), lhe deu e continua a dar crédito. Esses, são os principais responsáveis. E é inútil argumentar, que se ele lá está, é porque ganhou legitimamente o mandato, porque estamos consumidos de saber que o acesso de Rui Rio à Câmara se deveu a múltiplos factores, endógenos e exógenos, entre os quais importa relevar a decepção dos portuenses (castigo) com o abandono de Fernando Gomes pelo prato de lentilhas envenenado do Ministério da Administração Interna.
Quem lida comigo pessoalmente, é testemunha como previ com a precisão de um Patek Philippe (relógio suíço) a ratoeira em que o (malgré tout) melhor Presidente da Câmara que o Porto teve até hoje, acabou por se deixar apanhar. Só ele, e a sua excessiva vaidade, é que não percebeu. Agora, "estrategicamente" colocado como Administrador Executivo da Galp, remeteu-se ao silêncio normal de quem põe os seus interesses pessoais à frente dos da comunidade. Silêncio para ele efectivo, mas insuportavelmente ensurdecedor para quem lhe reconhecia méritos e nele confiou.
No entanto, a facadazinha de Fernando Gomes não chegou para manchar o seu trabalho positivo na Câmara do Porto. Foi durante os seus mandatos que se viram os primeiros sinais de modernidade e restauração da cidade. Da marginal do Porto, completamente reabilitada, com pontes, jardins e largos passeios, até ao Parque da Cidade e ao Metropolitano do Porto (cujos projectos não saíam há dezenas de anos da gaveta), foi relevante a sua voz interventiva junto do Poder Central, coisa que Rui Rio não sabe (ou não quer) fazer.
Em contrapartida, os mandatos de Rui Rio, caracterizaram-se por uma apatia e uma ausência de ambição nunca antes vista. Prisioneiro da sua própria rigidez para negociar conflitos, não é capaz de começar e terminar com sucesso um único projecto de vulto. Não se lhe conhecem iniciativas arrojadas capazes de transmitir confiança e optimismo aos portuenses. A reabilitação urbana é um fracasso total. O número de casas degradadas e inabitadas cresce a um ritmo assustador e as poucas casas restauradas, surgem tímidas e dispersas, a conta-gotas, apesar de nos últimos tempos (por razões que só a aproximação das eleições podem explicar), vermos uns tantos painéis da Porto-Vivo, SUR na frontaria de algumas casas...
Não deve ser reduzido a questões meramente pessoais o desapreço de muitos portuenses - como eu -, por Rui Rio, ele é objectivo, real, comprovável. É só percorrer a cidade, observar o casario, o estado dos jardins, os arruamentos, falta de novos habitantes, e está feita a prova. Chega pois, de mais prejuízos para a cidade do Porto. Há uma situação de cuja responsabilidade nunca mais se vão libertar os seguidores de Rui Rio, que é a certeza de se terem igualmente convertido em cumplíces pela depauperação da cidade do Porto nos últimos 8 anos. A história, há-de um dia denunciá-los, pelo nome... Assim o espero.
LINKS PARA CONSULTA
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1008490
http://jn.sapo.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1008477&dossier=Red%20Bull%20Air%20Race%202008
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1008519
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1008517
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1008472
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Matosinhos&Option=Interior&content_id=1008473
http://jn.sapo.pt/Dossies/dossie.aspx?content_id=1008477&dossier=Red%20Bull%20Air%20Race%202008
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1008519
http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Nacional/Interior.aspx?content_id=1008517
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Porto&Option=Interior&content_id=1008472
http://jn.sapo.pt/paginainicial/pais/concelho.aspx?Distrito=Porto&Concelho=Matosinhos&Option=Interior&content_id=1008473
02 setembro, 2008
O eterno "Lá fora também"
Começo a ter sérias dúvidas sobre as virtudes da Aldeia Global em que hoje vive a Humanidade.
Há, aparentemente, vantagens na livre circulação de pessoas e bens, mas os efeitos colaterais dessa globalização estão a revelar-se altamente preocupantes.
Modéstia à parte, se há alguém que está atento aos excessos da comunicação social, esse alguém sou eu, bastará ler alguns dos meus posts aqui publicados para o perceber. Contudo, existem alguns articulistas e psicólogos que conseguem exagerar mais do que os próprios media.
Fiquei abismado com o que algumas dessas pessoas têm vindo a escrever sobre a criminalidade no país. As opiniões convergem umas com as outras na convicção de que a actual onda de violência não aumentou por aí além em relação a outros anos. Não sei aonde foram buscar tais dados já que, de rigorosos, pouco revelam. Seria muito mais objectivo que esses analistas juntassem elementos de prova concretos para convencerem a opinião pública da autenticidade das suas teses, porque nem sequer é necessário fazer grandes esforços de memória para se concluir que nunca como agora houve tanta criminalidade violenta em Portugal.
A custo, é verdade, já me habituei às tradicionais paranóias dos media de explorarem até à exaustão as desgraças humanas. Se há um tremor de terra hoje, seguramente que amanhã vamos ser "informados" de outros dois. Se há um atentado terrorista, podemos ter a certeza que nos dias próximos se falará de mais alguns noutros locais. Quando acontece uma acidente aéreo com muitas vítimas, podemos ficar "descansados" que nos dias seguintes - nem que seja à força da lupa -, lá vamos ser informados de mais alguns num ponto remoto do planeta. Enfim, esta é apenas uma rotina sádica de um conjunto de muitas outras (que agora não vêm ao caso), praticadas pela comunicação social, que decorre de uma interpretação abusiva e anárquica dos valores da democracia que nunca foram oportunamente corrigidos.
Mas, é inútil e pouco sério recusar os factos quando eles estão à vista de todos. É deitar areia para os olhos da população por métodos demasiado repetitivos e primários. Além disso, adjacente a estas contradições vem sempre colado o argumento/desculpa "do lá fora também". É como tentar preparar-nos para a inevitabilidade de uma catástrofe tão só porque "lá fora também acontecem". Se "lá fora também acontecem", quem somos nós para ousar contestá-las? De per si, esta argumentação já denuncia alguma demagogia, porque se a criminalidade violenta em Portugal não tivesse de facto aumentado em relação a um passado próximo, nem sequer faria sentido usar o estafado pretexto "do lá fora".
Ora, esta "cintilante" conjectura do "lá fora também", não só, não nos conforta, não resolve o problema da criminalidade, como não ressuscita aqueles que já foram vítimas dela . Acresce dizer, que estas são conjecturas completamente cínicas (nunca vão ao fundo das questões), porque já não se aplicam ao que de positivo acontece "lá fora", como: a qualidade de vida e os salários médios da maioria dos países europeus, etc...
Nestes casos, a tese do "lá fora também" já não se revela tão eficiente, e esbarra invariavelmente em copiosas listas de "ses" e de "mas", que explicam ao utilizador as «diferenças» dos respectivos manuais de instruções.
Há uma explicação para a violência criminal que o Governo jamais dará: a do aumento galopante do desemprego. É irrelevante, podem crer.
01 setembro, 2008
Benvinda a Superleague Formula
Já todos devem saber que os pilotos inicialmente contactados pelo FCPorto para conduzir este magnífico bólide, na 1º. prova do circuito em Donington Park (Inglaterra), foram Tiago Monteiro e Álvaro Parente, ambos portuenses. Por razões de calendário e compromissos noutras corridas automobilísticas, ambos tiveram de declinar o convite.
Assim, o clube teve de recorrer à contratação de um corredor com alguma valia e experiência, o francês Tristan Gommendy que, apesar de ser para os portugueses um ilustre desconhecido, conseguiu um 7º. lugar na primeira corrida e um 9º. na segunda, em péssimas condições climáticas (diga-se).
Pessoalmente (e apesar do dilúvio), gostei muito da prova e estou convencido que vai ser um sucesso num futuro próximo.
Assim, o clube teve de recorrer à contratação de um corredor com alguma valia e experiência, o francês Tristan Gommendy que, apesar de ser para os portugueses um ilustre desconhecido, conseguiu um 7º. lugar na primeira corrida e um 9º. na segunda, em péssimas condições climáticas (diga-se).
Pessoalmente (e apesar do dilúvio), gostei muito da prova e estou convencido que vai ser um sucesso num futuro próximo.
Real Companhia Velha comprou a Quinta de Ventozelo no Douro aos espanhóis da Proinsa
A Real Companhia Velha comprou, aos espanhóis da Proinsa, a Quinta de Ventozelo, uma das maiores e mais antigas quintas do Douro, que tem a particularidade de fazer fronteira com a Quinta das Carvalhas, já propriedade da empresa portuguesa.
A junção das duas quintas dá origem à maior propriedade no Douro, com mais de mil hectares e capacidade de produção anual de três mil pipas, no segmento do vinho do Porto e mesa.
"A Real Companhia Velha assumiu o controlo e a gestão da Quinta de Ventozelo", confirmou ao PÚBLICO uma fonte oficial da empresa vinícola, que se escusou, no entanto, a adiantar os termos exactos do negócio, alegando a existência de uma cláusula de confidencialidade. A mesma fonte apenas referiu que se "tratou de um negócio realizado no âmbito de uma parceria com a Proinsa" - um grupo da Galiza, com negócios associados à aquacultura e transformação de peixe.
A expressão "parceria" é importante, porque, de acordo com fontes do sector, a operação poderá ter envolvido troca de participações entre os dois grupos, podendo ainda envolver interesses imobiliários. A Real Companhia Velha tem a sua sede e uma vasta área de armazéns numa zona privilegiada de Vila Nova de Gaia. Em declarações ao PÚBLICO no início do ano, Pedro Silva Reis, actual presidente da empresa, não excluiu a possibilidade de transferência da sede da Companhia para a Região do Douro e o aproveitamento total ou parcial das instalações em Vila Nova de Gaia para fins imobiliários.
Apesar das tentativas, o PÚBLICO não conseguiu esclarecer os contornos da parceria entre as duas empresas. Mas não restam dúvidas que o negócio implica a assunção do "controlo e gestão" da sociedade que detém a Quinta do Ventozelo" por parte da empresa portuguesa e o PÚBLICO sabe que Pedro Silva Reis já esteve nas instalações da quinta, anunciando a transferência de propriedade.
O montante envolvido na compra e/ou troca de participações não é conhecido. Apenas como mera referência, a quinta terá recentemente recebido uma oferta de aquisição que ascendia a mais de 20 milhões de euros.
A aquisição da emblemática quinta do Douro insere-se na estratégia de crescimento da Real Companhia Velha, que, de acordo com uma recente entrevista de Pedro Silva Reis ao PÚBLICO, está orientada para a produção e comercialização de marcas de qualidade, nos segmentos do vinho do Porto e de mesa. As estimativas de facturação da empresa para este ano apontam para 24 milhões de euros.
A Quinta de Ventozelo, localizada em Ervedosa do Douro, São João da Pesqueira, ocupa uma área de 600 hectares, dos quais 200 estão plantados com vinha. A quinta foi comprada pelos espanhóis em 1999, no âmbito de uma estratégia de diversificação de actividade e de internacionalização. A Proinsa realizou vários melhoramentos na quinta e de acordo com fonte conhecedora do sector, a produção colocada no mercado, com a marca Ventozelo, é de qualidade.
Negócio desejado há quatro décadas
Há 45 anos atrás, Manuel da Silva Reis, accionista maioritário da Real Companhia Velha, chegou a comprar a Quinta de Ventozelo, que faz fronteira com a Quinta das Carvalhas. Mas o vendedor acabaria por "roer a corda", e o negócio foi desfeito.
Agora, a aquisição não foi feito por razões emocionais, mas pela importância da quinta para assegurar estratégia de crescimento da empresa. A Real Companhia Velha, a denominação que prevaleceu das muitas que a Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro assumiu ao longo de mais de três séculos, foi fundada em 1756, por Marquês de Pombal, ministro do Rei José I, por proposta de um conjunto de lavradores de cimo do Douro. A empresa, que já sobreviveu a muitas crises, acaba de reforçar a sua presença no Douro.
(in "Público)
31 agosto, 2008
Regionalização - Continuará a haver filhos e enteados?
Num post que escrevi no princípio de Agosto, referi a minha desilusão com os moldes da regionalização que (não) querem instituir, especialmente porque não está prevista uma verdadeira autonomia financeira das regiões, na medida em que os seus recursos são providenciados pelo Estado - o que é lógico - mas numa base casuística que lhe permitirá continuar a controlar as regiões e perpetuar o actual sistema em que há filhos e enteados.
Foi pois com enorme satisfação que li a transcrição do post de Carlos Abreu Amorim sobre o mesmo assunto, onde aparece a lapidar frase de um professor americano - "No money no local autonomy" - que tão fielmente retrata a realidade.
No espirito de muita gente reina uma enorme confusão sobre os recursos financeiros das Regiões. Há quem pense que eles serão constituídos pelos impostos nacionais gerados em cada uma delas. Outros falam em "impostos regionais", novos impostos a criar regionalmente. Outros ainda não fazem ideia nenhuma. O que se deduz da Lei-Quadro das Regiões é que a principal fatia dos recursos regionais será "uma participação no produto das receitas fiscais do Estado". E assim terá de ser, pelo menos inicialmente. Portugal tem de deixar de ser o país da Europa que tem a menor taxa de transferência de receitas do Estado para as autarquias locais, salvo erro algo como uns míseros 14%, mas é fundamental que as transferências venham a ser antecipadamente discutidas e fixadas com as futuras Regiões. Não pode prevalecer o sistema actual em que Lisboa fica com o grosso dos recursos disponíveis, explicando que tem de fazer um novo aeroporto, mais uma nova ponte sobre o Tejo, mais um TGV, e mais não sei o quê, obviamente projectos de alto interesse nacional e portanto o resto do país que aperte o cinto e espere por melhores tempos. Entretanto Lisboa engorda e nós emagrecemos. Temo que é isto mesmo que a Lei-Quadro pretende dizer.
Se assim for cabe-nos a nós, o resto do país, lutar intransigentemente contra mais este esbulho, mas porque não se pode combater o que se ignora existir, deveria este tema ser profusamente discutido e divulgado. A consciencialização das pessoas é o primeiro passo para o pleno exercício do direito de cidadania.
Foi pois com enorme satisfação que li a transcrição do post de Carlos Abreu Amorim sobre o mesmo assunto, onde aparece a lapidar frase de um professor americano - "No money no local autonomy" - que tão fielmente retrata a realidade.
No espirito de muita gente reina uma enorme confusão sobre os recursos financeiros das Regiões. Há quem pense que eles serão constituídos pelos impostos nacionais gerados em cada uma delas. Outros falam em "impostos regionais", novos impostos a criar regionalmente. Outros ainda não fazem ideia nenhuma. O que se deduz da Lei-Quadro das Regiões é que a principal fatia dos recursos regionais será "uma participação no produto das receitas fiscais do Estado". E assim terá de ser, pelo menos inicialmente. Portugal tem de deixar de ser o país da Europa que tem a menor taxa de transferência de receitas do Estado para as autarquias locais, salvo erro algo como uns míseros 14%, mas é fundamental que as transferências venham a ser antecipadamente discutidas e fixadas com as futuras Regiões. Não pode prevalecer o sistema actual em que Lisboa fica com o grosso dos recursos disponíveis, explicando que tem de fazer um novo aeroporto, mais uma nova ponte sobre o Tejo, mais um TGV, e mais não sei o quê, obviamente projectos de alto interesse nacional e portanto o resto do país que aperte o cinto e espere por melhores tempos. Entretanto Lisboa engorda e nós emagrecemos. Temo que é isto mesmo que a Lei-Quadro pretende dizer.
Se assim for cabe-nos a nós, o resto do país, lutar intransigentemente contra mais este esbulho, mas porque não se pode combater o que se ignora existir, deveria este tema ser profusamente discutido e divulgado. A consciencialização das pessoas é o primeiro passo para o pleno exercício do direito de cidadania.
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