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Hoje, não tenho bem a certeza se valeu a pena o 25 de Abril. Sendo certo que a Liberdade reprimida só pode ser conquistada lutando por ela, é inconcebível que haja no Mundo quem não a considere um direito inalienável da Humanidade.
Nada está garantido. A imprevisibilidade dos Governos, mesmo dos que foram eleitos pelos povos, obriga-nos a manter-nos vigilantes. Mas, usar a Liberdade como trunfo supremo de uma revolução, já só faz sentido nos regimes ditatoriais.
Num país verdadeiramente evoluído, a Liberdade de expressão e de opinião, seria apenas a meninice da Democracia. Em Portugal, a Liberdade ainda não deu o passo seguinte, que é deixar amadurecer a Democracia, blindá-la dos abusos, das tentações absolutistas, dos oportunistas, e apetrechá-la com ferramentas funcionais que permitam aos eleitores controlar os eleitos, de modo a exonerá-los, em tempo útil, sempre que se desviem das rotas programadas. Mas não esperemos que sejam os detentores do poder a ditar essas regras, eles não se levam a sério a esse ponto.
Liberdade, não é compatível com pobreza. Juntá-las, é como lançar para o espaço um pássaro sem asas. Liberdade, em termos políticos, só fará sentido quando caminhar a par com o pleno emprego e a saúde. E disse emprego, não trabalho. Porque, ao contrário do que dizem os políticos, é tempo de saberem que há por aí muita gente que trabalha, sem receber nada por isso. As pessoas precisam é de emprego para ganhar a vida trabalhando, não de trabalho sem emprego.
Liberdade, não é compatível com pobreza. Juntá-las, é como lançar para o espaço um pássaro sem asas. Liberdade, em termos políticos, só fará sentido quando caminhar a par com o pleno emprego e a saúde. E disse emprego, não trabalho. Porque, ao contrário do que dizem os políticos, é tempo de saberem que há por aí muita gente que trabalha, sem receber nada por isso. As pessoas precisam é de emprego para ganhar a vida trabalhando, não de trabalho sem emprego.
É pensando nisto, e em todas as discriminações infligidas pelo centralismo ao Porto e ao Norte, que não sei se valeu a pena o 25 de Abril. O que sei, é que nunca me senti tão ofendido enquanto cidadão deste país como agora. Portugal foi dividido, o centralismo conseguiu separá-lo mais do que o antigo regime. Agora, temos, para já dois países: um, chama-se Lisboa, o outro, o Resto. Embora eufemisticamente continuem a chamar-lhe Portugal, eles [os centralistas] sabem que isso não é verdade. E nós também. E no entanto, limitámo-nos a constatá-lo.
Por cá, vão-se ouvindo algumas vozes discretas dizendo e repetindo o que já sabemos, que ninguém abdica do poder pacificamente, que a Regionalização nunca irá avançar, etc. E no entanto ... nada. As elites deixam cair as máscaras, os líderes não lideram, e ao povo impingem-lhe o fado.
Por cá, vão-se ouvindo algumas vozes discretas dizendo e repetindo o que já sabemos, que ninguém abdica do poder pacificamente, que a Regionalização nunca irá avançar, etc. E no entanto ... nada. As elites deixam cair as máscaras, os líderes não lideram, e ao povo impingem-lhe o fado.
Como estaríamos hoje, se em 25 de Abril de 1974, os jovens capitães não nos tivessem ajudado a fazer aquilo que devia ter sido feito por todos nós?
Provavelmente, incomodados, mas seguramente submissos. Como agora.
Provavelmente, incomodados, mas seguramente submissos. Como agora.