29 maio, 2015

Um conjunto de militares na reforma vão hoje ao Palácio de Belém entregar medalhas ganhas na guerra colonial como forma de protesto pela promulgação do novo Estatuto dos Militares.

Encavacado?

Um conjunto de militares na reforma dos três ramos das Forças Armadas entregam esta sexta-feira ao Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas as medalhas ganhas em combate na guerra colonial, como forma de protesto pela promulgação do Estatuto dos Militares.
“Este ato tem um significado importantíssimo para os militares pois são medalhas ganhas em situações de guerra. Alguns podiam não estar cá hoje”, afirmou ao Observador o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas, coronel Pereira Cracel.
O Estatuto dos Militares das Forças Armadas (EMFAR) foi publicado em Diário da República esta sexta-feira, depois de promulgação do Presidente, e é considerado pelos militares como “uma tragédia”. Entre outras medidas, prevê que a idade de passagem à reforma suba dos 65 para os 66 anos, condições mais apertadas para pedir a passagem à reserva, alteração da percentagem de bonificação do tempo de serviço de 15% para 10% e aumento dos tempos mínimos de permanência para a promoção vão ser aumentados em alguns postos.
A AOFA diz que o ato de hoje é “simbólico, em nome dos oficiais, dos outros militares e dos antigos combatentes, em todas as situações, muitos deles sem poderem exprimir o que lhes vai na alma devido às restrições a que são sujeitos os seus direitos de cidadania, no dia em que foi publicada a revisão do Estatuto dos Militares das Forças Armadas”.
“Fazem-no, dando público testemunho do sentimento de profundo descontentamento que essa revisão vem provocar e alertando para as consequências não negligenciáveis sobre as próprias Forças Armadas, de que o Presidente da República é, por inerência, o Comandante Supremo”, acrescenta.

27 maio, 2015

PORTO CONTRIBUI COM 20.000 ÁRVORES PARA O “FUTURO” DA ÁREA METROPOLITANA


“É o contributo que a Câmara Municipal do Porto dá ao “Futuro – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto”, destacou o vereador da Inovação e Ambiente Filipe Araújo durante a cerimónia que assinalou o transplante no Viveiro Municipal.
Trinta mil plantas de espécies nativas foram semeadas há seis meses nas estufas do Viveiro Municipal onde se desenvolveram 20.000 plantas, 17.000 das quais foram agora transplantadas para os canteiros exteriores.
Estes exemplares de amieiros, sobreiros, pilriteiros, azevinhos, medronheiros, carvalhos, bétulas e freixos serão depois usados para criar florestas urbanas nativas nos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto.
“O que queremos na região é criar e manter bosques de floresta nativa e criar espaços para um turismo ecológico de qualidade”, assinalou Marta Pinto, coordenadora do projeto do CRE.Porto – Centro Regional de Excelência em Educação para o Desenvolvimento Sustentável da Área Metropolitana do Porto.
O projeto, que visa ainda melhorar a qualidade do ar e a qualidade de vida dos cidadãos, arrancou em outubro de 2011 e até ao momento foram plantadas 60.000 árvores com a colaboração de 40 instituições, 200 técnicos, mais de 8.000 participações voluntárias em 28.000 horas de voluntariado oferecidas por cidadãos da região.
A Câmara do Porto colabora com o projeto “Futuro” através da cedência de área útil e recursos logísticos e humanos do seu véu viveiro municipal para a produção de árvores e arbustos nativos que serão plantados em toda a Área Metropolitana do Porto até 2017.
No viveiro de árvores do “Futuro” colaboram também a Universidade Católica Portuguesa, o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a Lipor e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Paralelamente, o projeto das 100.000 árvores está a promover as “Rotas das Árvores e Florestas da Área Metropolitana do Porto” que convida os interessados a descobrir “os mistérios destes gigantes seculares” da região.
(Porto24)

26 maio, 2015

Não progredimos nada!

Insisto em publicar mais um trecho do livro que acabei de ler, "Uma geração traída" de Sarmento Pimentel, herói da luta republicana, contra a ditadura de Salazar e Caetano, para que os leitores possam confirmar que o 25 de Abril pouco ou nada serviu para mudar as mentalidades tacanhas e oportunistas dos políticos portugueses. O livro foi publicado em 1976 e a entrevista foi concluída a seguir ao 25 de Novembro de 1975.

Pergunta de NL: 
E que pensa da informação, da imprensa, e dos outros órgãos de comunicação social?

Resposta de SP:
De um modo geral (estávamos no Outono de 1975), antes da viragem do 25 de Novembro), em vez da objectividade e da independência que era de esperar, verifico que manipulam a informação ao sabor das ideologias dos partidos que dominam os jornais e das pessoas que os orientam, dando ao povo uma imagem incorrecta da democracia, cheia de luz artificial e difusa, que não deixa distinguir a verdade das falsas ideias claras que se empenham em propagar. Dá-se este absurdo, impossível em qualquer país, por mais socialista ou democrático que se conceba:
o Governo a alimentar, a pagar regiamente aos seus detractores, para o insultarem, para incitarem à desordem ao golpismo, para denunciarem comprometidos da direita ou revolucionários da esquerda, difamando, caluniando, mentindo, criando um ambiente que compromete a estabilidade política e mina a confiança nos governantes. Isto acaba no dia em que o Governo se decidir a cortar o mal pela raiz, a deixar de alimentar os mentores de certo jornalismo e a cobrir os défices fabulosos de certos jornais.

Nota de RoP:

Houve um determinado momento, após os primeiros excessos resultantes da euforia do 25 de Abril, que, entre muitas outras coisas, se impunha reformular a ordem social, mas não foi isso que aconteceu. Mário Soares, em vez de o fazer, deixou-se embriagar de Liberdade e esqueceu-se de governar, de pensar o país. Mas não foi o único. Para muitos, recém convertidos à democracia, a atitude de Mário Soares até lhes serviu de embalagem para a louca maratona de desmazelo e irresponsabilidade a que ainda hoje temos de assistir.

Nunca acreditei que desautorizar publicamente um agente da autoridade fosse um bom exemplo de cidadania numa democracia, e o resultado é o que sabemos. Nem nos respeitam, nem se respeitam a si próprios, os políticos, claro.

24 maio, 2015

Mais do mesmo

Como era previsível, para não dizer, obrigatório, Pinto da Costa decidiu outra vez sair da concha de silêncio para não dizer nada. Falou de Lopetegui, apenas para não falar de si próprio. Falou que gostou muito da forma como Lopetegui defendeu a equipa, mas esqueceu-se de dizer o mais importante, que era explicar por que é que ele próprio não o fez durante a época que terminou, ou seja, por que é que não defendeu o clube fora do campo, quando se impunha.

Esta faceta de PC dar uma no cravo e duas na ferradura, para falar de colaboradores, é nova, e só serve para esvaziar ainda mais o conteúdo das suas declarações. Ao afirmar que Lopetegui se devia resguardar, está,  sem se dar conta, a contradizer-se, a refrescar a memória aos portistas da época de silêncio a que se votou, que aliás, pode ter estado na origem do protagonismo de Lopetegui em assuntos que só ao presidente diziam respeito, e que este sempre se recusou assumir. Por outro lado, também podemos interpretar as críticas ao treinador, como uma confissão pública de que optou pela táctica do "come e cala", em futuros abusos da concorrência e da comunicação social, o que me parece inacreditável. Além de mais, está indirectamente a dar razão àqueles que passaram a época a atacar o treinador, lançando-lhe todo o tipo de acusações, logo, a desautorizá-lo. Isto, é tudo menos dar-lhe apoio.

De resto, não falou do colinho dado pelas arbitragens ao principal rival de Lisboa, talvez quem sabe por não encontrar razões para tal, à excepção, claro, de 99,9% dos portistas... Preocupou-se muito com a desistência de Figo à presidência da FIFA, com Fernando Gomes da FPF, que aliás foi seu colaborador de muitos anos, e de João Vieira Pinto por ter agredido um árbitro, e insistiu que a provável saída de  Jackson só se concretizará se a clausula de rescisão for coberta. Falou vagamente de centralismo, com a mesma convicção e objectividade, aliás, do Porto Canal e do Jornal de Notícias... De resto, tudo declarações pouco relevantes, porque tardias e inconsequentes, que se afastam dos interesses reais do nosso clube, e de uma verdadeira política de comunicação de que carece. Disso, ele não falou, precisamente a parte que podia interessar aos adeptos mais atentos.

Querem saber se estou confiante neste novo "rosto" de Pinto da Costa? Não, não estou! Mas, adorava enganar-me e poder um dia concluir que tudo não passou de um percalço, de uma distracção pontual (cara).