24 maio, 2015

Mais do mesmo

Como era previsível, para não dizer, obrigatório, Pinto da Costa decidiu outra vez sair da concha de silêncio para não dizer nada. Falou de Lopetegui, apenas para não falar de si próprio. Falou que gostou muito da forma como Lopetegui defendeu a equipa, mas esqueceu-se de dizer o mais importante, que era explicar por que é que ele próprio não o fez durante a época que terminou, ou seja, por que é que não defendeu o clube fora do campo, quando se impunha.

Esta faceta de PC dar uma no cravo e duas na ferradura, para falar de colaboradores, é nova, e só serve para esvaziar ainda mais o conteúdo das suas declarações. Ao afirmar que Lopetegui se devia resguardar, está,  sem se dar conta, a contradizer-se, a refrescar a memória aos portistas da época de silêncio a que se votou, que aliás, pode ter estado na origem do protagonismo de Lopetegui em assuntos que só ao presidente diziam respeito, e que este sempre se recusou assumir. Por outro lado, também podemos interpretar as críticas ao treinador, como uma confissão pública de que optou pela táctica do "come e cala", em futuros abusos da concorrência e da comunicação social, o que me parece inacreditável. Além de mais, está indirectamente a dar razão àqueles que passaram a época a atacar o treinador, lançando-lhe todo o tipo de acusações, logo, a desautorizá-lo. Isto, é tudo menos dar-lhe apoio.

De resto, não falou do colinho dado pelas arbitragens ao principal rival de Lisboa, talvez quem sabe por não encontrar razões para tal, à excepção, claro, de 99,9% dos portistas... Preocupou-se muito com a desistência de Figo à presidência da FIFA, com Fernando Gomes da FPF, que aliás foi seu colaborador de muitos anos, e de João Vieira Pinto por ter agredido um árbitro, e insistiu que a provável saída de  Jackson só se concretizará se a clausula de rescisão for coberta. Falou vagamente de centralismo, com a mesma convicção e objectividade, aliás, do Porto Canal e do Jornal de Notícias... De resto, tudo declarações pouco relevantes, porque tardias e inconsequentes, que se afastam dos interesses reais do nosso clube, e de uma verdadeira política de comunicação de que carece. Disso, ele não falou, precisamente a parte que podia interessar aos adeptos mais atentos.

Querem saber se estou confiante neste novo "rosto" de Pinto da Costa? Não, não estou! Mas, adorava enganar-me e poder um dia concluir que tudo não passou de um percalço, de uma distracção pontual (cara).

        

3 comentários:

  1. Falou Muito, pouco, mas acabou por não dizer nada. Foram uns bitaites para alguns, mas que aos sócios não dizem nada. Não disse nada, que a gente não soubesse, há outras coisas mais bem importantes que os sócios querem ouvir.
    Aguardamos próximo episódio, mas com mais substância.

    Abílio Costa.

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  2. Confesso que me preocupa este ambiente melancolico no Dragão. Não entendo a passividade. Opção, cansaço, medo, distração, o que será? Depois de tantos anos a lutar contra centralismo e ausencia de voz no Porto, não entendo esta apatia. Espero que me engane mas se não houver novidades no Porto Canal, com a criação de um 2º canal generalista na estrutura, passando o Porto Canal a ser um verdadeiro canal de um clube, o silencio do clube e o fim do JN/Jogo, para o abismo basta dar um passo. José Carlos / Rio Tinto

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  3. São Miguel07/06/15, 07:31

    Não comento a parte política, apenas acho cómico como em Portugal se adoram os mais corruptos e se louva a corrupção, a falta de escrupulos, a desonestida sem vergonha. Tanto na política como nos negócios e futebol

    Parece que as 'gentes do norte' são serão assim tão diferentes ou melhores, até pelo contrário

    https://www.youtube.com/watch?v=CGCLtdm2RBo

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Abrimos portas à frontalidade, mas restringimos sem demagogia, o insulto e a provocação. Democraticamente...