Com Pinto da Costa por perto, talvez não haja razões para alarme, mas confesso que não deixei de ficar preocupado depois de ter lido o título de um artigo do JN [de hoje], que dizia que o "Porto Canal quer chegar a todo o país"... A história recente diz, que quando o Porto, ou o Norte, se preferirem, está em vias de concretizar um projecto de televisão autónomo e a seguir aparece alguém com ideias megalómanas, é sinal que o negócio não vai ter longa vida, ou então, que mais dia menos dia, vai acabar nas mãos de outros protagonistas [proprietários].
Ainda tenho bem fresco na memória, o triste caso da NTV, cujo projecto inicial pretendia ser um canal autónomo de televisão que visava cobrir toda a região Norte, e que depois de muitas vicissitudes e alterações de siglas, terminou abocanhada pela RTP centralista [RTPN de Norte inicialmente, e depois de Notícias]. Por isso, quando ouço alguém dizer do "Porto para o Mundo", dando-se ares de "cosmopolita", já sei que é Lisboa que está à espera da presa...Apesar dos caldos de galinha serem recomendáveis para a saúde e muitas outras coisas, estando o FCPorto no cerne deste negócio com especial enfoque no factor desportivo, e com Pinto da Costa a controlá-lo, é pouco verosímil que o novo projecto do Porto Canal tenha o mesmo destino da defunta NTV. .
O que me preocupa, é que toda a programação extra-desportiva seja uma cópia das cópias que todas as outras televisões fazem umas das outras, isto é, mais do mesmo. Se o caminho for esse, não acredito que o projecto se aguente e que possa viver apenas da componente desportiva. Até aqui, diziam que o Porto Canal estava vocacionado para as regiões, agora o discurso politicamente correcto parece ressurgir, e o tom já é outro. Dizem que: "é um espaço televisivo da região Porto e Norte para o resto do país" ... É o novo Director de Programas e de Informação, Domingos Andrade, quem avança com este discurso aparentemente muito ambicioso, mas perigoso e evasivo.
Já aqui tive oportunidade de citar vários programas que deviam ser mantidos e outros melhorados, todos eles de âmbito regional, ligados à cultura, à agro-pecuária, à vitivinicultura, à arquitectura, à gastronomia e ao património. Acabar com eles seria um erro grosseiro, na minha opinião de leigo no assunto, porque é notória a simpatia com que os povos do interior acolhem o Porto Canal, e a falta que sentem de uma televisão que finalmente se interessa pelos seus assuntos e problemas.
Já no que concerne a programação, entrevistas, etc., gostaria muito que, pelo menos numa primeira fase, a direcção do canal desse prioridade absoluta ao povo do Norte, seja ele de que classe social for.
Ricardo Couto, nos últimos tempos tem revelado uma estranha obsessão por entrevistar figuras ligadas ao mundo do teatro e da música, oriundas de Lisboa, coisa que confesso me deixa perplexo. São umas atrás das outras.
Provincianismo, é sobretudo isto: conceder a primazia aos representantes do centralismo, quando a voz do Norte menos se faz ouvir nos media centralistas. Quem depara com uma contradição destas, num canal regional, só pode concluir uma, de duas coisas: ou no Norte não há gente suficientemente interessante para ouvir ou debater, ou o Porto Canal está a passar a mão pelo pêlo aos lisboetas numa atitude de subserviência inqualificável e incompreensível. Há figuras, como o Hélder Pacheco e Germano Silva, Mário Claúdio [por ex.,o recém falecido Júlio Resende nunca lá foi] e tantas outras, de outras terras e cidades nortenhas, que são de uma riqueza extraordinária e que o país só conhece através dos jornais, que deviam ser chamadas a participar.
Políticos deviam ser os últimos da lista de preferências, porque ainda não são credíveis, não gozam de boa reputação e são maçadores. E depois, há ene canais generalistas a dar-lhes mais atenção do que aquela que merecem. Por isso, repetir a dose, se acontecer, será um erro de palmatória!
Ricardo Couto, nos últimos tempos tem revelado uma estranha obsessão por entrevistar figuras ligadas ao mundo do teatro e da música, oriundas de Lisboa, coisa que confesso me deixa perplexo. São umas atrás das outras.
Provincianismo, é sobretudo isto: conceder a primazia aos representantes do centralismo, quando a voz do Norte menos se faz ouvir nos media centralistas. Quem depara com uma contradição destas, num canal regional, só pode concluir uma, de duas coisas: ou no Norte não há gente suficientemente interessante para ouvir ou debater, ou o Porto Canal está a passar a mão pelo pêlo aos lisboetas numa atitude de subserviência inqualificável e incompreensível. Há figuras, como o Hélder Pacheco e Germano Silva, Mário Claúdio [por ex.,o recém falecido Júlio Resende nunca lá foi] e tantas outras, de outras terras e cidades nortenhas, que são de uma riqueza extraordinária e que o país só conhece através dos jornais, que deviam ser chamadas a participar.
Políticos deviam ser os últimos da lista de preferências, porque ainda não são credíveis, não gozam de boa reputação e são maçadores. E depois, há ene canais generalistas a dar-lhes mais atenção do que aquela que merecem. Por isso, repetir a dose, se acontecer, será um erro de palmatória!