02 fevereiro, 2018

Estou consigo, honorável senhora Procuradora!

Joana Marques Vidal

E estou também contra todos os que a tentam intimidar. Coragem! A razão e a dignidade, estão do seu lado e não dos estafermos que a tentam derrubar! Esses, são dejectos a imitar pessoas.

Desejo-lhe muita sorte, porque o Polvo é gigantesco e perigoso.
    

01 fevereiro, 2018

Compreensão precisa-se! A cada macaco, o galho devido.


Há coisas que não têm explicação, mas outras há que se podem e devem explicar, caso contrário corremos o risco de estarmos a ser injustos com os jogadores.

Quando se inventam frases para identificar as particularidades de um clube, como no caso do FCPorto a invenção da célebre máxima "Contra tudo e contra todos", houve razões objectivas para optar por esse nome. Houve, razões e ainda há, como os últimos acontecimentos atestam, de continuarmos a ser prejudicados pelos clubes e o poder de Lisboa. Além destas razões, tínhamos uma condição que não temos agora, que faz toda a diferença, e que tem uma explicação: o FCPorto tinha uma liderança forte, e competente, o que tornava mais fácil lutar contra as arbitrariedades a que estamos "habituados".

Nesse tempo, em que o Presidente era o mesmo de agora, era ele que intervinha para defender o clube, e quem escolhia os jogadores que precisava de contratar. Era essa postura, atenta, próxima e interventiva, que transmitia aos treinadores, e aos planteis, uma garra acrescida que agora não existe. É apenas no treinador e nos adeptos que os jogadores se sentem apoiados, não tanto na figura principal. 

Ora, é aqui que quero chegar. Não faltou quem malhasse no plantel no último jogo contra o Moreirense. Até os comentadores do pós match do Porto Canal, normalmente muito compreensivos, algumas vezes com elogios exagerados aos jogadores, foram demasiado causticos com eles, parecendo ignorar as restrições de um plantel que sempre souberam ser curto, e o consequente desgaste que isso comporta. Ninguém ficou mais frustrado que eu nesse jogo, tanto pela exibição como pelo resultado, só que dadas as circunstância, acho que até lutaram muito. Lutaram "contra tudo e contra todos" dentro das suas possibilidades no momento. A gestão do treinador sempre esteve condicionada, não foi naquele jogo. 

Sem desprezar o colectivo, o Felipe foi um duplo defesa, ele estava em todo o lado, quis marcar e esforçou-se muito, ao contrário do Brahimi tantas vezes mimado que nem se viu no jogo. O Alexe Telles que não sabe jogar mal, nem é dado a caprichos de vedeta, foi outro mouro de trabalho. O Marega idem. O próprio Soares fez tudo para marcar mas a ansiedade não o deixou. Enfim, todos denunciaram aquilo que já era expectável, a fadiga física, mas sobretudo psicológica! Quem é responsável pelo plantel ser curto? Eles? O treinador? Por favor, cada macaco no seu galho. Se julgam que tenho gosto em criticar Pinto da Costa, julgam mal, porque o que hoje mais gostaria era de continuar a ter motivos para o elogiar, mas não tenho. Isso, lamento, pertence ao passado.  Aliás, mais uma vez, decidiu agir tarde na exposição ao Conselho de Arbitragem da FPF, só depois de nos terem negado 15 grandes penalidades! Então, ninguém considera a hipótese de censurar o Presidente só pelo que fez no passado? Então, será o Sr. Pinto da Costa o FCPorto? Para mim, não é. Okey, vale mais tarde que nunca, o plantel foi reforçado, mas e os pontos que se perderam por nos mantermos passivos, quem nos vai devolver? Agora? 

É preciso compreender que os jogadores são humanos como nós. Não ficam imunes a injustiças, nem se sentem moralizados sabendo que estão a representar um clube odiado pela capital, cujo poder, apesar de mafioso e prepotente ainda existe, como se constata. E, não o podendo dizer abertamente, sabem que o FCPorto está muito só nesta batalha desigual.  

31 janeiro, 2018

Caros leitores,


espero que não tenham dado por perdido o tempo que vos fiz consumir com a leitura de posts cuja temática crítica assentou exaustivamente no silêncio da Admnistração do FCPorto e do Presidente perante a discriminação negativa levada a cabo pelos árbitros contra o nosso clube. Fui muito repetitivo no tema, porque sabia que os "padres encartilhados" estavam determinados a cumprir a sua missão e não iam desistir dela facilmente enquanto não fosse apresentada uma queixa formal ao Governo.

Hoje, fiquei relativamente animado por saber que, finalmente, a Administração do FCPorto se decidiu a fazer uma exposição à Comissão de Arbitragem da FPF sobre os erros das arbitragens, embora considere uma perda de tempo idêntica ao momento da decisão, e a opção dos destinatários. Tal como os árbitros, o Conselho de Disciplina já deu imensos sinais de alinhamento com os árbitros e com os clubes do regime (Benfica e Sporting). A não ser que a ideia da SAD seja dar uma última oportunidade para o CD se redimir das asneiras até agora cometidas, mas se assim fôr é um erro, porque quem lá está não vai passar de cúmplice de ilegalidades a cumpridor impoluto de legalidades. Dar oportunidades a gente deste calibre é pactuar com foras da lei.

Lamento mais uma vez que o FCPorto reaja tarde e a más horas quando o clube está em perigo de ser prejudicado e mesmo assim não mostre coragem para abordar directamente o Governo. A menos que a decisão obedeça a uma estratégia jurídica assente em pressupostos que obriguem a certos protocolos. Apesar do escândalo do "polvo" começar a ser finalmente divulgado pela PGR, não me surpreenderá nada se as queixas agora apresentadas cairem novamente em saco rôto. É que, os cartilheiros andam obcecados, e não escondem um objectivo comum, que é oferecer o Penta ao Benfica, ou, em último recurso, entregar o Campeonato ao Sporting.  Eles são arbitrários, não são árbitros.

Mais uma vez, o FCPorto age por reacção, não por precaução. 




30 janeiro, 2018

Há coisas que julgamos ultrapassadas, mas é preciso recuperá-las porque fazem falta

Provavelmente já cá não estarei no dia em que a dignidade vier a ser restaurada em Portugal (isto, dentro de um espírito optimista).  Por mais que não queira falar dos políticos, é impossível. A menos que, por um estranho fenómeno, deixasse de avaliar as responsabilidades pela ordem lógica da escala dos poderes, seria de admitir tal possibilidade.

Num país como o nosso, onde a bagunça se tornou num estilo de vida, alterar esta situação vai ser uma tarefa muito árdua. Para quê reavivar factos se eles estão constantemente a acontecer? As provas, são sucessivas, são já uma rotina.

Nem o auto-convencido Rui Rio, que conseguiu convencer alguns eleitores portuenses de uma integridade pessoal desproporcional à fama que angariou, teria categoria para limpar todos os vícios instalados na política. Precisamos de homens de outra envergadura. Homens que acabem definitivamente com a promiscuidade entre a política e o desporto de forma categórica, em vez de oportunistas sem coragem nem vontade.

Quando oiço políticos como Nuno Melo, dizer com a maior naturalidade que tem colegas adeptos (como ele) do Benfica fanáticos, não é preciso puxar muito pela cabeça para se ter uma ideia da mentalidade que impera na classe política do país. Chegamos a um ponto tal de vulgaridade (não confundir com popularidade) que até parece ser impossível viver sem o futebol. Eu pertenço a esse grupo, mas não desempenho funções de estado relevantes, e isso faz toda a diferença. Sou mesmo de opinião, que para actividades específicas, onde a neutralidade é fundamental, como a Justiça, e muitas outras, devia ser vetada a ligação ao desporto, exactamente para evitar suspeições. E foram os próprios políticos que tornaram natural essa proximidade, com conceitos de liberdade incompatíveis com as exigências dos cargos, o que atesta de per si a fraca noção que têm dos mesmos. Se defendo o distanciamento entre funções de alta relevância política e os desportos populares, não é por razões elitistas, mas porque as rivalidades clubistas só podem ser atenuadas pela percepção de um Estado isento também na aparência (como a mulher de César).

Ninguém pode negar a ninguém, nem aos políticos, o direito de gostar de um determinado clube de futebol, ou qualquer outro desporto, mas uma coisa é gostar de um clube, outra bem diferente, é à sombra disso, usar o cargo para o beneficiar, ou para prejudicar outros. Isso, é a perversão total da política e da própria democracia. Foi o que já aconteceu, e o que continua a acontecer, e não é só na política, é na banca, na comunicação social e no desporto (futebol).  Em tudo, enfim.

Fica-nos bem descartarmo-nos dos preconceitos, mas isso não funciona se os substituirmos por outros ainda piores sem nos darmos conta. Hoje, entende-se normal o tratamento por tu entre pessoas que mal se conhecem. Não é grave, é verdade, mas não deixa de ser uma abertura excessiva de confiança quando o conhecimento recíproco é recente.  O "você", era uma espécie de sala de espera para o "tu", não era um preconceito. O "tu" só aparecia após algum tempo, quando as pessoas ganhavam mais confiança entre si, e mesmo que não aparecesse podiam ser boas amigas na mesma tratando-se por você.

Nas televisões instalou-se essa moda mas nem por isso se consolidou o respeito. Tanto no futebol como na política, os debates estão ao mesmo (baixo) nível. Hoje, há certas pessoas que não pedem desculpa quando têm de passar defronte de outras numa fila ou numa escadaria porque acham que ao fazê-lo estão a assumir a culpa de qualquer coisa, mas é precisamente o contrário, estão apenas a mostrar boa educação, que é o que todos nós gostamos de receber quando acontece connosco.

Enfim, isto daria pano para mangas. A globalização, e sobretudo os hábitos da indústria cinematográfica americana, são corresponsáveis pela maioria das "modernidades" e de  comportamentos sociais estranhos, mas somos nós que temos de escolher o que é mais indicado para o nosso país. Passamos mais tempo com o telemóvel na mão do que a conviver com as pessoas. Estamos  a hipervalorizar as coisas, e a desvalorizar as pessoas.

Não há modernidade que supere a sensatez. É o que falta na política também. O resto, virá por simbiose. 

       

29 janeiro, 2018

Contradições de uma informação sociopata


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Assisti, há dias, a uma pequena entrevista realizada a jovens investigadores da Universidade do Minho que anunciavam a descoberta das causas pelo aumento benigno da próstata. Segundo foi apurado, uma das razões, deve-se à falta de uma substância neurotransmissora chamada serotonina, responsável por outro tipo de doenças, entre as quais consta o irregular funcionamento do humor e do  próprio sono. De uma forma sintética, é mais ou menos isto.

Numa primeira análise, devia tratar-se de uma notícia positiva, não só para a comunidade cientifica, como para quem é vítima das doenças a que reportam. Acompanhei a referida entrevista no programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal, e compreendi a satisfação natural como foi divulgada, quer pela apresentadora, quer pelos jovens investigadores. Também eu gostei de saber da notícia, e achei a descoberta extraordinária.

Assim mesmo, há qualquer coisa que não bate certo neste mundo árido de notícias positivas, que em nada contribui para as levar a sério. A saber: se quando chegamos a casa, em vez de ligarmos a televisão instintivamente, pensarmos um pouco antes de carregar no botão, talvez cheguemos à conclusão que a melhor maneira de evitar contrair doenças do género, é mesmo abdicar do hábito, já que  99,9% dos noticiários são preenchidos com péssimas notícias, crimes e outras desgraças. 

O que adianta aos doentes a descoberta da cura do fôro mental, se a promoção das doenças nos invade a própria intimidade através dos media, criando maus hábitos ao cérebro, todos os dias, e a toda a hora?

Só os iluminados dos jornalistas convivem bem com axiomas estúpidos. Defendem coisas que deontologicamente deviam repudiar. São eles quem, vaidosamente, afirmam que uma boa notícia não é notícia. Não é assim? 

É caso para pensar se não estarão comprometidos com a indústria farmaceutica, e se também ganham a vida a criar doentes pelo outro lado, como diria um presidente orelhudo de um certo clube lá para as bandas da Mouraria e arredores...