Assisti, há dias, a uma pequena entrevista realizada a jovens investigadores da Universidade do Minho que anunciavam a descoberta das causas pelo aumento benigno da próstata. Segundo foi apurado, uma das razões, deve-se à falta de uma substância neurotransmissora chamada serotonina, responsável por outro tipo de doenças, entre as quais consta o irregular funcionamento do humor e do próprio sono. De uma forma sintética, é mais ou menos isto.
Numa primeira análise, devia tratar-se de uma notícia positiva, não só para a comunidade cientifica, como para quem é vítima das doenças a que reportam. Acompanhei a referida entrevista no programa "Mentes que Brilham" do Porto Canal, e compreendi a satisfação natural como foi divulgada, quer pela apresentadora, quer pelos jovens investigadores. Também eu gostei de saber da notícia, e achei a descoberta extraordinária.
Assim mesmo, há qualquer coisa que não bate certo neste mundo árido de notícias positivas, que em nada contribui para as levar a sério. A saber: se quando chegamos a casa, em vez de ligarmos a televisão instintivamente, pensarmos um pouco antes de carregar no botão, talvez cheguemos à conclusão que a melhor maneira de evitar contrair doenças do género, é mesmo abdicar do hábito, já que 99,9% dos noticiários são preenchidos com péssimas notícias, crimes e outras desgraças.
O que adianta aos doentes a descoberta da cura do fôro mental, se a promoção das doenças nos invade a própria intimidade através dos media, criando maus hábitos ao cérebro, todos os dias, e a toda a hora?
Só os iluminados dos jornalistas convivem bem com axiomas estúpidos. Defendem coisas que deontologicamente deviam repudiar. São eles quem, vaidosamente, afirmam que uma boa notícia não é notícia. Não é assim?
É caso para pensar se não estarão comprometidos com a indústria farmaceutica, e se também ganham a vida a criar doentes pelo outro lado, como diria um presidente orelhudo de um certo clube lá para as bandas da Mouraria e arredores...
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