Qualquer espectador atento já se terá apercebido que algo vai mal no Porto Canal.
O verão passado foi o espelho fiel dessa suspeita. De Julho a Setembro (e até Outubro) não se notou grande diferença com os mêses de trabalho. As repetições, que já eram excessivas, aumentaram, e a dinâmica era fraca, parecendo que lá dentro não havia ninguém, que continuavam todos de férias. Só lá para fins de Outubro começou a mostrar algum regresso à normalidade, e mesmo assim pouco convincente. Para quem poucos dias antes se gabava da subida de audiências, e dizia que o Porto Canal era o canal mais atento à descentralização, com delegações em todas as regiões do país (incluindo Lisboa), devíamos esperar outros sinais. Júlio Magalhães parece uma pessoa simples mas essa simplicidade às vezes engana,
Há muitas coisas no Porto Canal que podia aqui apontar, que nunca foram resolvidas e que continuam a chamar a atenção pela negativa. Trata-se da supervisão, que parece não existir. Não quero ser desagradável e por isso vou-me limitar apenas a uma ocorrência recente. Foi no dia da transmissão do jogo de basket entre o FCPorto e o Ovarense, jogo esse que coincidiu à mesma hora do hóquei em patins entre o Riba D'Ave e o FCPorto. Sucede que quando tudo indicava que o jogo de basquete disputado no Dragãozinho ia ser alternado com o de hóquei jogado em Riba D'Ave, como aliás aconteceu cerca de 5 minutos, de repente as imagens desapareceram para regressar ao basquete para nunca mais voltarem.
Enfim, estas coisas podem acontecer, agora o que não se tolera é que não tenha havido uma simples notinha em rodapé a informar, e pedir desculpa aos espectadores caso tenha havido uma avaria técnica. Isto é recorrente. Ninguém merece explicações, aquilo parece uma casa particular, não parece uma estação de televisão gerida por um clube de futebol como o FCPorto! Por ironia, é justamente o sector desportivo, o maior gerador de audiências, o que devia exigir outro empenho é o mesmo que sofre estas desconsiderações, sem qualquer pedido de desculpas! Haverá ali alguém no comando?
Enfim, estas coisas podem acontecer, agora o que não se tolera é que não tenha havido uma simples notinha em rodapé a informar, e pedir desculpa aos espectadores caso tenha havido uma avaria técnica. Isto é recorrente. Ninguém merece explicações, aquilo parece uma casa particular, não parece uma estação de televisão gerida por um clube de futebol como o FCPorto! Por ironia, é justamente o sector desportivo, o maior gerador de audiências, o que devia exigir outro empenho é o mesmo que sofre estas desconsiderações, sem qualquer pedido de desculpas! Haverá ali alguém no comando?
Adiante. Não quero denegrir o Porto Canal nem quem lá trabalha, pelo contrário. O que quero é que o Canal do FCPorto não faça figuras tristes de amadores. Isto é crítica construtiva, não é maldizer. E se houver alguém melindrado por não admitir que também comete erros, então é porque se acha mais importante do que a empresa (clube) que lhe paga o salário.
Já agora aproveito para dar uma sugestão ao Sr. Júlio Magalhães, deixando-lhe aqui algumas questões: o que é que está a faltar ao Porto Canal? Dinheiro, ou ideias? Se for dinheiro, então terá de resolver o problema com os proprietários (FCPortoMedia e MediaPro Portugal). Mas se se tratar apenas de falta de audiências, talvez não seja má ideia começar a pensar noutro tipo de programas. Aconselhava manter os melhores e preencher os mais básicos com assuntos de importância superior para a cidade do Porto e para o FCPorto. Receio que o que vou propôr não encaixe nas suas ideias, mas não me importo de arriscar.
Vejamos. Uma vez que ainda não ouvi ninguém do Porto Canal, ou do FCPorto duvidar da consistência da soberania nacional, e do próprio regime, talvez tenhamos de admitir que todos acreditam na genuidade da nossa democracia. Nesse caso, por que não realizar um grande programa constituído por personagens que não temam desafiar o status quo nacional, corrupto e salazarento, para darem algum apoio ao Francisco J. Marques que mais não faz que suplicar justiça? Atenção, eu compreendo FJ Marques e admiro-o por ter feito o que fez, só que acho um abuso do FCPorto deixarem-no sempre a falar sozinho! Não haverá gente com coragem para dizer que maior vergonha que a corrupção é respeitá-la, é dar-lhe trunfos, abdicando do cumprimento da Justiça? A que temos, não se chama assim, é uma opositora feroz, chama-se farsa. Essa sim, é uma justiça vergonhosa!
Temeria porventura Júlio Magalhães discutir frontalmente sobre que mistério explica o silêncio sobre a corrupção de figuras como o Presidente da República (seu amigo), sempre muito disponível para beijinhos populares, mas muito cego e ausente com temas de lesa pátria, como é o da corrupção? A magistratura de influência é isso? Por que será que não temo falar destas poucas vergonhas, sem terem de me pagar, e vossas excelências que são pagos para informar e esclarecer, fecham-se como se vivessem na Coreia do Norte?
Não estou a ironizar. O assunto é sério. Seria muito oportuno e útil que o Porto Canal em vez de se entreter com entrevistas a vedetas lisboetas se dedicasse mais a produzir programas verdadeiramente honrosos. O resto, não passa de repetições fúteis e gastas.
Vamos lá, deixemo-nos de cópiar banalidades. Se estivéssemos nas escola primária (antiga) a professora chamava-nos à palmatória. E era justo.