16 janeiro, 2019

Qual é a diferença...

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Carlos Janela é nome de cartilheiro
espécie abundante no Benfiquistão


...entre alguém que é vítima de um assalto, a quem é furtado parte substancial do património, do qual faz parte uma empresa com vários trabalhadores assalariados, e que pensando viver num país civilizado decide dirigir-se a uma esquadra da polícia para apresentar queixa, descobre que lá dentro não se encontra ninguém? Alguém que, pensando tratar-se apenas de uma casualidade, regressa de novo à esquadra no dia seguinte, no outro, e mais outro, até chegar à conclusão que não se tratou de um incidente? Em que raio de país pensará estar?

Que lhe resta fazer? Ir para a rua, ou para o café da esquina lamentar-se da sua desgraça? Conhecendo o autor do crime, a vítima pede-lhe encarecidamente para não voltar a roubá-lo, chamando-o à atenção para a malvadez que é o acto de roubar, sem que o criminoso se impressione minimamente com a sorte da vítima, e não satisfeito com isso,  lhe promete que vai repetir a gracinha, ou seja, voltar a assaltá-lo.

Perdido, como se sentisse no deserto, o desgraçado resignou-se com a má sorte decidindo queixar-se ao primeiro vulto que encontrasse, na esperança que este se transformasse numa "esquadra" de polícia, o que não veio a acontecer. A polícia devia existir, constava que sim, mas nunca apareceu. 



Qual será a diferença entre a história atrás contada e a que está a acontecer com o FCPorto? O FCPorto não é pessoa singular, é verdade, mas é colectiva. Não importa o género, o que interessa é a comparação. O colectivo tem dirigentes, património, assalariados pagos. Tem associados, atletas remunerados. Todos, de uma ou outra maneira, são prejudicados por meio mundo. Por um clube de futebol corrupto, pela comunicação social, e pelo próprio governo.  Quem se salva desta matilha de humanoides?

Quereremos nós imitar o desgraçado assaltado indefeso desta historinha? 

Eu sei que o FCPorto teve a sorte de encontrar um homem com coragem para denunciar o delito de que continua (continua, repito) a ser vítima, mas só saberemos se isso chegará para o libertar definitivamente do mesmo quando fôr a julgamento. Como Francisco J. Marques disse, e com carradas de razão, o autor do crime tem tentáculos, e por isso lhe chamou polvo. Só o Ministério Público poderá saber como tudo irá terminar. Até lá os escândalos vão continuar. Escândalos talvez menos insolentes, mas obcecados. E a violência não vai abrandar, até porque  quem possui a tutela do Governo no desporto continua a dar carta branca às claques do Benfica, como é sabido. Só de falar nisto passo-me!    

O que não imaginaria, caso tudo isto tivesse acontecido há uns anos atrás, é que fossemos tão passivos, como estamos a ser. Continuamos a ser discriminados pelos próprios governantes, e não  temos a coragem para lhe fazer sentir frontalmente a dimensão do nosso repúdio e revolta!  O meu, pelo menos, é total.     

15 janeiro, 2019

Cuidado, a Justiça em Portugal é lenta e imprevisível


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Por mais que me habitue ao modo politicamente correcto de protestar dos comentadores do Universo Porto transmitido pelo Porto Canal contra as tropelias que o sistema continua a fazer contra o FCPorto, retirando daí dividendos, não consigo conformar-me.

Não é uma questão de estilo, e muito menos pessoal. Estou com o FCPorto! Isto, é uma questão de objectividade.

Fala-se, denuncia-se (e bem) o que está a acontecer de errado e suspeito com as arbitragens, com os consequentes danos para o FCPorto e o desbocado benefício para o Benfica, mas ficamo-nos sempre por aqui, pelo lamento! Assim, não vamos lá.

António Perdigão, ex-árbitro e actual comentador do Porto Canal de arbitragens, procura opinar com seriedade e a isenção possível, mas não vai mais longe. E não vai mais longe por quê? Porque não é a ele que isso compete. Tal como não compete ao Francisco J. Marques, mesmo sendo Director de Comunicação do FCPorto. Até aqui, compreendo. Os leitores já sabem o que penso sobre isto e a quem atribuo a responsabilidade para tanta permissividade. Mesmo assim, continuo sem perceber por que é que há tanta parcimónia com a incompetência e sobretudo com a irresponsabilidade. Não percebo, sinceramente, n ã o   p e r c e b o !

Os árbitros continuam a asneirar? A prejudicar o FCPorto, e a levar ao colinho o Benfica? Continuam, sim senhor! O vídeo-árbitro não está a resultar? Não está, não senhor, ou só funciona quando convém a alguns! As comissões de Disciplina da FPF, e de Arbitragem da Liga   são um flop? São com certeza! São um embuste descarado! E que dizer da comunicação social? Nada a dizer? Temos de aceitar pacificamente a discriminação que nos fazem? É isso democrático na óptica dos dirigentes portistas? Mesmo tratando-se de órgãos do Estado, como a RTP? Os dirigentes portistas consideram normal a discriminação? E já agora pergunto: será também normal calarmo-nos? Que garantias temos que vamos ser ressarcidos pelos danos consequentes?   

E será que os comentadores desses programas, como o Universo Porto de Bancada e outros do género, não sabem quem superintende no desporto, seja no futebol ou de qualquer outra actividade desportiva? É claro que sabem, são as Federações respectivas, e no caso do futebol, também a Liga, e a nível político a Secretaria de Estado e Desporto. Então, por que é que em vez de continuarmos a lançar "gritos" de socorro para o vácuo onde não está ninguém para nos socorrer ou sequer ouvir (porque não quer), não os obrigamos a responder? Sim, obrigamos! É um dever que assumiram, e se assumiram são obrigados a cumprir! Ponto. Para isso são pagos, e a peso de ouro! Refiro-me obviamente aos dirigentes das referidas instituições.

Então porque é que não obrigamos esses dirigentes a responder aos nossos protestos? Porque não os obrigamos a respeitar os nossos legítimos direitos, se estamos a ser discriminados e prejudicados? Então, vivemos em democracia, ou não? Reparem no paradoxo: eu, que ando há já uns anitos a dizer que não acredito na saúde da nossa democracia, não tenho pejo em escrevê-lo aqui e dizê-lo à frente de qualquer pessoa, e no FCPorto não ousam chamar à responsabilidade quem anda provocantemente a fugir dela? Haverá provocação maior que sermos desrespeitados por quem tem obrigações de impôr o respeito pelos regulamentos, obrigando quem não os cumpre a fazê-lo?

Insisto: não se fiem demais na Justiça! Ainda há poucos dias Duarte Lima, um ex-político acusado do homicídio de Rosalinda Ribeiro e de desvios do seu património, foi agora ilibado após ter estado em "prisão domiciliária" alguns anos. Acreditam nesta justiça? Eu não! Porque se fosse um desgraçado qualquer ele já teria sido enviado para o Brasil há muito tempo! Mas, é isto a Justiça portuguesa. Queremos mantê-la neste estado? O FCPorto tenciona pactuar com esta bagunça e arriscar perder outro campeonato com a continuidade do proteccionismo do regime ao Benfica, que continua a pontuar com a ajuda obstinada das arbitragens? 

Bem, se assim fôr, só temos de pedir a Deus (se houver fé para tanto) se o Ministério Público recorrer e decidir castigar o Benfica com uma merecida despromoção à 2ª divisão, caso contrário ainda podemos correr o risco de ser ultrapassados e perder mansamente outro campeonato. Seria um crime, pagar dessa maneira os esforço tenaz de Sérgio Conceição, para fazer o que fez com jogadores outrora indesejados.